Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião
São inaceitáveis as ameaças de morte à deputada Inês Sousa Real, independentemente da sede onde foram proferidas. Representam um ataque não apenas à porta-voz do PAN, mas a toda a sociedade e ao Estado democrático. Foi a própria que denunciou as injúrias, ameaças e tentativa de coação. "Ó p... mete-te a pau com o que dizes, senão vais ser morta", foi a mensagem que recebeu, quarta-feira à noite, via Facebook.
Poderemos cair na tentação de desvalorizar o tema, argumentando o costume sobre as redes sociais. Que servem para difundir conteúdos falsos, mentiras, ataques verbais, assédios, etc. E que é habitual porque são frequentadas também por pessoas desequilibradas, que, escondidas atrás de um ecrã de computador ou de um telemóvel, dizem o que querem. Frequentadas por indivíduos que descarregam ódio sempre e em qualquer oportunidade. Os "haters".
Inês Sousa Real resolveu não minimizar o problema. Até porque, segundo a deputada, não foi a primeira vez que recebeu ameaças e ofensas. "Confesso que não compreendo como é que alguém se sente no direito de ofender e ameaçar outra pessoa, pelo simples facto de estar na política e de defender as causas em que acredita. Desde que fui eleita porta-voz do partido PAN que passei a receber mensagens deste teor", escreveu no Twitter.
A diferença é que, desta vez, foi ameaçada de morte e resolveu, e muito bem, apresentar queixa ao Ministério Público. No passado, outras queixas tiveram o mesmo destino, mas acabaram arquivadas porque as autoridades não conseguiram identificar os autores dos perfis falsos usados para proferir os insultos.
Mas este não é apenas um problema da Justiça. Nem a Justiça pode arquivar uma única queixa deste calibre. Os autores têm de ser investigados e responsabilizados.
Isto não é a democratização da informação. É crime e deve ser punido.
*Diretor-adjunto
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