terça-feira, 13 de abril de 2021

Definindo o cenário para destruição global. Agora é o ártico

#Publicado em português do Brasil

Brian Cloughley*

Os EUA estão se preparando para a guerra no Ártico, e o “ponto de ebulição” pode não estar longe, escreve Brian Cloughley.

Em 8 de abril, as primeiras páginas dos principais jornais dos Estados Unidos notaram que o presidente Biden estava “aberto a concessões” e uma rápida olhada gerou otimismo de que o tio Joe poderia estar percebendo alguma coisa sobre os acontecimentos internacionais. Ele disse que “o debate é bem-vindo. O compromisso é inevitável. As mudanças são certas ”, o que é uma declaração profunda e importante que seria imensamente encorajadora se se referisse às relações dos EUA com a China e a Rússia.

Infelizmente, suas palavras se referiam a assuntos puramente domésticos, no sentido de que a Casa Branca estava se preparando para fazer um acordo com o mesquinho Partido Republicano, que pretende defender os interesses comerciais - e especialmente aqueles preocupados com a produção de armas - às custas do cidadão comum. Joe declarou que está “farto de ver pessoas comuns sendo espoliadas”, o que é um ponto de vista compreensível. Mas a maneira como ele está indo na política externa significa que essas pessoas comuns, e todas as outras pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo, podem muito bem ser enganadas, e possivelmente em estado terminal. Eles estão enfrentando o perigo cada vez maior de serem destruídos, porque Joe está apoiando os sabre-brandishers em seu incentivo ao confronto e provocação que pode muito bem levar a uma grande guerra.

Não se engane: não haverá guerra “limitada” se a aliança militar EUA-OTAN continuar a instigar e a antagonizar a Rússia e a China. Se houver um choque de forças militares, haverá uma escalada, e o conflito que se seguirá inevitavelmente aumentará o risco de trocas nucleares que destruiriam o planeta.

Tudo o que o ocidente afirma valorizar fica invalidado pelo tratamento que dá a Assange

Caitlin Johnstone [*]

O mundo ocidental tem uma opinião muito elevada de si mesmo e seus supostos valores, mas o seu tratamento ao fundador da WikiLeaks – Julian Assange – torna tudo uma mentira.

Verdade. Justiça. Liberdade. Democracia. Somos ensinados desde tenra idade que estes são os valores sagrados que a nossa sociedade defende com a máxima reverência e que temos muita sorte em termos nascido numa parte do mundo que detém essa virtude.

Vê-se esta rectidão arrogante surgir numa base diária nos círculos de maior influência da terra, na maneira como os presidentes dos EUA ainda nestes dias são mencionados como "líderes do mundo livre", ao secretário de Estado americano Tony Blinken balbuciando recentemente sobre "valores partilhados" da "ordem baseada em regras livres e abertas", ao manipulador do Magnitsky Act Bill Browder referir-se recentemente à aliança de poder centralizada nos EUA como "o mundo civilizado" , numa tentativa de acertar o passo da Austrália, com o resto do escrutínio do império em relação à China.

"A Austrália está sobre pressão para passar a sua própria versão do Magnitsky Act, depois de ter falhado em juntar-se ao mundo civilizado na sanção dos oficiais chineses sobre os campos de concentração dos Uigures" https://t.co/H0c7J4En4b
— Bill Browder (@Billbrowder) April 3, 2021

Tudo isto é um disparate. Tudo isto é falso. Tudo o que o mundo ocidental acredita acerca de si mesmo e seus valores é invalidado pelo seu tratamento a Julian Assange.

Moçambique | "Elite governativa não acha que o assunto Cabo Delgado seja uma prioridade"

Centro de Integridade Pública diz que o Governo moçambicano falhou no apoio às vítimas do conflito em Cabo Delgado. Segundo relatório publicado pela organização a há famílias que não recebem apoio há mais de dois meses.

O Centro de Integridade Pública (CIP) apresentou esta segunda feira, (12.04), um relatório onde se debruça sobre a situação dos deslocados internos em Cabo Delgado, vítimas dos ataques armados na província a norte de Moçambique.

Segundo o documento, a situação dos deslocados é calamitosa, havendo casos de famílias que não recebem apoios há mais de dois meses.

"Nas novas aldeias de reassentamento falta um pouco de tudo, desde alimentação a abrigo, utensílios domésticos e vestuário", refere o relatório.

Em entrevista à DW África, o diretor do CIP, Edson Cortez, sublinha que o Governo moçambique tem se desresponsabilizado no que toca ao apoio às vítimas do conflito.

SITUAÇÃO EM MOÇAMBIQUE VISTA DE PORTUGAL

Martinho Júnior / Rui Peralta , em Luanda

OS "GUAIDÓS TUGAS" ESTÃO A FAZER TUDO PARA CUMPRIREM, EM REGIME DE VASSALAGEM, OS PROGRAMAS DE INGERÊNCIA EM MOÇAMBIQUE!... DESSES PROGRAMAS ESTÁ-SE A DESTACAR O "FAZEDOR DE OPINIÕES" NUNO ROGEIRO!

O camarada Rui Peralta, aponta com toda a sensibilidade o papel tacitamente oportunista dos “Guaidós tugas” em relação a Moçambique!

Eles fazem parte do problema (NATO-Africom), não da solução (estado soberano de Moçambique)!

Além do mais, fazem esquecer que o jiadismo na região afecta também a Tanzânia, componente da SADC, em Mtwara, margem norte do Rovuma, que preenche a fronteira comum!

A obsessão pelo gás é de tal ordem que a Tanzânia é deliberadamente esquecida!

Eis o seu curto texto, em forma de alerta:

eu

A actuação criminosa de grupos terroristas em Moçambique tem suscitado uma atenção especial dos diferentes sectores da sociedade portuguesa. Misturados com genuínos sentimentos de solidariedade (nascidos da longa História comum de combate ao colonialismo e a todas as diversas formas de opressão a que ambos os povos foram sujeitos ao longo de cinco séculos) surgem discursos ultrajantes para com a soberania nacional e popular de Moçambique, por parte de comentadores de serviço e de responsáveis políticos.

il

É suspeito - e carregado de múltiplas intenções - o discurso do "agir de imediato" e o do envolvimento da UE nessa acção. É, efectivamente, necessário agir. Mas agir no sentido de apoiar Moçambique, o seu Povo e os seus representantes legítimos, o seu governo e as suas Forças Armadas e forças de segurança, no combate ao terrorismo, este sim, fruto de uma 'acção' fomentada a partir do exterior. Agir em solidariedade significa respeitar a soberania nacional. Agir em solidariedade significa não ingerência. E esta diferença é necessário focar e salientar. O que muitas dos sectores neocolonialistas pretendem é aproveitar os ataques terroristas em Cabo Delgado, para ingerir nos assuntos internos moçambicanos e aplicar políticas de rapina que permitam o livre acesso aos recursos naturais de Moçambique.

III

A actual vaga terrorista em Moçambique tornou-se visível em 2017, originária de países vizinhos, particularmente na costa oriental africana. São grupos que operam no Médio Oriente, financiados pelos EUA e pelas petro-monarquias do Golfo e que actuam no contexto da estratégia de desestabilização da região (sobre este assunto aconselho a leitura, no facebook ou na Pagina Global de alguns textos de Martinho Júnior, para uma mais esclarecida panorâmica). É, também, necessário não esquecer que desde a sua independência em 1975, Moçambique enfrentou diversas tentativas de ingerência e agressão, como as incursões armadas sul-africanas, durante o regime do apartheid e a acção terrorista da RENAMO, braço interno do imperialismo.

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A presente ofensiva terrorista é inseparável das grandes reservas offshore de gás natural, nomeadamente na província de Cabo Delgado. Quando se ouve o discurso do "bando de corruptos" e do Estado falhado" e as insistências na "internacionalização do conflito e rápida intervenção" é bom ter presente que os riscos que Moçambique corre não advêm exclusivamente do terrorismo. Este não é mais do que um instrumento dos velhos interesses que nunca aceitaram a soberania popular e nacional moçambicana. Agir, sim. De forma solidária, fortalecendo a capacidade de resposta soberana a mais uma tentativa de ingerência e agressão. Agir de forma solidária, porque são os moçambicanos que decidem os destinos do seu país....

Na imagem: Estados da SADC de Guerra Híbrida

Vermelho: Estados da SADC de Guerra Híbrida

Azul: Estados da SADC não visados

Oriental Review Org – https://orientalreview.org/2017/12/15/will-us-offensive-global-south-hit-south-africa/

Porque a OTAN destruiu a Líbia dez anos atrás

#Publicado em português do Brasil

Manlio Dinucci* | Global Research, 12 de abril de 2021

Há dez anos, em 19 de março de 2011, as forças dos EUA / OTAN começaram seu bombardeio da Líbia por ar e por mar. A guerra foi iniciada diretamente pelos Estados Unidos, primeiro por meio do Comando da África (AFRICOM) e, em seguida, por meio da OTAN sob o comando dos Estados Unidos. Ao longo de sete meses, os aviões dos EUA / OTAN realizaram 30.000 missões, incluindo 10.000 ataques envolvendo mais de 40.000 bombas e mísseis. A Itália - com o consenso de seu Parlamento multipartidário (com o Partido Democrata-Pd na primeira fila) - participou da guerra, fornecendo sete bases aéreas (Trapani, Gioia del Colle, Sigonella, Decimomannu, Aviano, Amendola e Pantelleria), os caças-bombardeiros Tornado, Eurofighter e outros aviões de guerra, e o porta-aviões Garibaldi e outros navios de guerra. Mesmo antes da ofensiva aero-naval,

E é assim que um país africano que, conforme documentado pelo Banco Mundial em 2010, manteve “altos níveis de crescimento econômico”, onde o PIB cresceu 7,5% ao ano, o que demonstrou “altos indicadores de desenvolvimento humano” como o acesso universal ao ensino fundamental e médio. a educação e uma taxa de frequência universitária de 40% foram destruídas.

Levando em consideração as disparidades, o padrão de vida médio na Líbia era mais alto do que em outros países africanos. Cerca de dois milhões de imigrantes, principalmente africanos, encontraram trabalho lá. O estado líbio, que possuía as maiores reservas de petróleo da África, além do gás natural, cedeu margens de lucro limitadas a empresas estrangeiras. Graças às exportações de energia, a balança comercial da Líbia estava no azul, chegando a US $ 27 bilhões por ano.

Portugal | Mais baldas, mais casos e mais mortes. Mais de tudo para nos tramar!

Bom dia este é o seu Expresso Curto

O que mede o Infarmed?

João Silvestre | Expresso

Bom dia,

Hoje é dia de nova reunião no Infarmed. É mais uma, não é apenas mais uma. Estamos a uma semana da nova fase de desconfinamento: restaurantes abertos, ensino secundário e superior com aulas presenciais, cinema e espetáculos, entre outras coisas. Pelo menos é o que está previsto no plano do governo. Porque os números estão a aumentar e ouvem-se apelos à cautela. A incidência já vai nos 70 casos por centena de milhar de habitantes, embora ainda abaixo da linha vermelha dos 120 casos, e o R(t) já é superior a 1.

No Infarmed espera-se um desfile de especialistas para nos dar conta do estado da pandemia. Sobre a importância das novas variantes, a forma como as pessoas estão a lidar com as medidas restritivas ou, quiçá o mais relevante, quais são as projeções para as próximas semanas. Um R(t) acima de 1 significa que há tendência para subida de casos. Mais rápida ou mais lenta em função das medidas que forem adotadas. Ou do travão que se impuser ao desconfinamento. Há cálculos que mostram que, em pouco menos de três meses, poderemos passar os 120 casos por 100 mil habitantes. Para já, Portugal está ainda laranja mas com concelhos em território proibido e que poderão ficar para trás no desconfinamento. E a variante britânica já é claramente dominante com 80% dos novos casos embora possa não ser a mais grave. Confira aqui todos os números nos gráficos e mapas que a equipa de infografia do Expresso atualiza diariamente.

As apresentações do Infarmed serão, provavelmente, mais longas do que a leitura da decisão instrutória de Ivo Rosa mas têm, apesar de tudo, a vantagem de serem mais diversificadas, menos monocórdicas e, acima de tudo, menos polémicas.

Quem aguarda com alguma impaciência são os festivais de verão. Houve quem já tivesse adiado para 2022 mas há também quem espere as regras da direção-geral de saúde. Por exemplo, testagem obrigatória que até poderia dispensar o uso de máscara. Testar, testar, testar é o lema desta fase de desconfinamento e há já 15 freguesias de Lisboa com testes gratuitos. Saiba aqui quais são.

Para terminar este bloco sobre a pandemia, uma notícia de esperança: a vacina da Janssen (da americana Johnson & Johnson) chega amanhã a Portugal. Para já são apenas 30 mil mas serão 1,9 milhões até final de abril com a vantagem de ser de toma única. O que permitira acelerar de forma drástica a vacinação dos portugueses. Em Inglaterra, celebrou-se a imunidade de grupo atingida agora mas, talvez, não seja assim tão claro. Siga também as últimas notícias da covid-19 no Mundo.

Portugal | Novo Banco quer brinde de 600 milhões

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

Lembram-se da garantia pública de 3900 milhões que Mário Centeno jurou que não existia e, depois, que não seria para utilizar? Pois o Novo Banco já tirou dela 3576 milhões.

E agora invoca o contrato para pedir mais 600 milhões. Mas as contas do próprio banco mostram que cumpre os requisitos europeus de supervisão e que essa injeção é um mero brinde.

O Governo e o Fundo de Resolução contestam este novo pedido. De facto, o Novo Banco incluiu nele 166 milhões associados à venda da operação em Espanha e que não deveriam ter sido registados. Não é a primeira vez que o acionista do Novo Banco passa uma fatura empolada ao Estado. Já o tinha feito nos bónus pagos aos administradores e adotando uma regra contabilística que inchou a injeção pública em cerca de 200 milhões. Desta vez, é o próprio primeiro-ministro que afirma que o pedido "manifestamente ultrapassa aquilo que é devido". Sim, o mesmo primeiro-ministro que há poucos meses atacava o Bloco de Esquerda por ter proposto que novas injeções ficassem dependentes de uma auditoria isenta às contas do Novo Banco. Na altura, para proteger a qualquer custo a ruinosa venda do Novo Banco à Lone Star, a bancada do PS dizia que a aprovação da proposta do Bloco era uma "bomba atómica" sobre o sistema financeiro. Insinuou até que, sem a injeção requerida, imediata e sem condições, o banco não cumpriria o capital obrigatório e seria levado a novo processo de resolução.

Portugal arrisca-se a atingir em poucas semanas a linha vermelha da Covid-19

Autoridades de saúde previam mais de dois meses, mas números atualizados revelam um crescimento mais rápido da incidência da infeção

Portugal pode chegar em breve, possivelmente na próxima semana, à linha vermelha de incidência de Covid-19 anunciada pelo Governo, ou seja, 120 casos por 100 mil habitantes - muito mais cedo do que foi previsto, este fim de semana, pelas autoridades de saúde.

Recorde-se que a incidência da infeção é um dos dois principais indicadores - em conjunto com a taxa de transmissibilidade (Rt) - que podem fazer travar ou reverter as medidas de desconfinamento.

O boletim desta segunda-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) já revelava um aumento do Rt e da incidência, mas Carlos Antunes, perito da equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que tem colaborado com as autoridades de saúde, explica à TSF que o cálculo tem uma semana de atraso.

Oficialmente, segundo a DGS, numa semana, a incidência da Covid passou de 63 para 70 novos casos por 100 mil habitantes e o Rt de 0,98 para 1,04.

O especialista detalha que esses mesmos números revelam um "ritmo de aumento do Rt de uma centésima por dia e de dia 5 até dia 12 de abril serão sete centésimas".

Branqueamento de Capitais e Fraude Fiscal de Mãos Dadas

Ana Paula Dourado * | Expresso | opinião

Quando há branqueamento de capitais, há fraude fiscal

“Um sujeito que cometa um crime irá, inicialmente, tentar evitar que as suas ações sejam detetadas pelas autoridades fiscais, policiais e/ou outras autoridades competentes. Se o sujeito em causa for detido, ou os produtos das suas atividades criminosas tributados, ele procurará evitar que a origem destes seja investigada e que os mesmos sejam confiscados.”

Manual de Sensibilização dos Inspectores Tributários para o Branqueamento de Capitais, OCDE 2009

O rendimento e o património (incrementos patrimoniais) obtidos a partir de atividade criminosa, por um contribuinte em Portugal, são tributados. A razão é simples: um contribuinte honesto declara o rendimento e o património, porque a lei assim o exige, e paga impostos. Um contribuinte desonesto ficaria em situação vantajosa se não fosse obrigado por lei a declarar rendimento e património obtidos ilicitamente. O crime compensaria também para efeitos fiscais.

Evidentemente, ninguém vai declarar incrementos patrimoniais obtidos através de uma atividade criminosa. Certo. Então por que são tributados, segundo diz a lei, os incrementos patrimoniais, independentemente da sua origem lícita ou ilícita? Porque se o produto da atividade criminosa for descoberto, será tributado como um aumento de património injustificado, de que são exemplo as manifestações de fortuna (entre outros, imóveis de elevado valor ou transferências elevadas para paraísos fiscais), e cuja origem não foi esclarecida pelo contribuinte.

Covid-19: Greve nos hospitais guineenses deixa apreensiva Alta Comissária

Os casos de Covid-19 estão a reduzir nas últimas semanas na Guiné-Bissau, mas a greve de um mês e meio nos hospitais públicos preocupa a Alta Comissária para a Covid-19. O país vai receber vacina da iniciativa Covax.

 A Alta Comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau, Magda Robalo, afirmou esta segunda-feira (12.04) que a redução de novas infeções pelo novo coronavírus no país deve ser olhada com "muita cautela", devido à greve a decorrer no setor da saúde.

"Os dados devem sempre ser analisados com cautela porque há fatores que influenciam a sua fiabilidade, qualidade, e é muito fácil olhar para o gráfico e dizer a segunda vaga acabou, mas é preciso ter em conta o contexto", afirmou Magda Robalo, na conferência semanal para analisar a evolução da doença no país.

Os dados esta segunda-feira disponibilizados indicam uma redução de novos contágios nas últimas três semanas, mas também há uma diminuição do número de testes feitos pelas unidades de saúde do país.

"As pessoas que vão viajar continuam a fazer os seus testes porque é um imperativo, as pessoas que iam ao centro de saúde e que tinham um sintoma sugestivo de Covid-19 e que levava à colheita de amostra, como há greve têm tendência a não se apresentar. Por isso é que olhamos para esta curva mais baixa com muita cautela", disse Magda Robalo.

Identidade cultural de Cabinda está a cair no esquecimento?

Analistas ouvidos pela DW África falam em perda de identidade cultural na província angolana de Cabinda e apontam como uma das principais razões a presença, cada vez maior, de imigrantes dos países vizinhos no enclave.

A província de Cabinda tem características culturais bastante marcantes e, entre elas, está a língua local, o ibinda. Mas falar este idioma ou português, institucionalizado como língua oficial do país, torna-se cada vez mais difícil em alguns locais devido à chegada massiva de estrangeiros à província, oriundos principalmente da República Democrática do Congo e da República do Congo.

As autoridades tentam combater a imigração ilegal, inclusive intensificando as medidas de controlo nas fronteiras com os países vizinhos, mas os relatos dão conta da entrada de imigrantes por vias clandestinas.

Como resultado, a presença dos imigrantes tem popularizado o francês e a língua materna dos congoleses, o lingala.

Nos locais de maior circulação, onde já não se ouve tanto o ibinda ou o português, comerciantes cabindenses criticam a situação.

"De certa forma a nossa cultura está ameaçada porque nota-se que uma boa parte já fala lingala. Aqui no São Pedro por exemplo, nota-se que a maior parte que vende neste mercado são provenientes da República Democrática do Congo", dizem.

Angola | Manuel Rabelais condenado a 14 anos e seis meses

Rabelais foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por fraude estimada em 30,6 milhões de euros. Defesa tem pedido de efeito suspensivo acatado, e deputado da CASA-CE diz que ex-ministro agiu "em defesa do Estado".

O Tribunal Supremo de Angola condenou esta segunda-feira (12.04) Manuel Rabelais - antigo diretor do extinto Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA) - a 14 anos e seis meses de prisão.  

O ex-ministro da Comunicação Social foi condenado como coautor nos crimes de peculato e branqueamento de capitais. Hilário Gaspar Santos, antigo assistente administrativo do GRECIMA e coarguido no processo, foi condenado a 10 anos e seis meses de reclusão. 

A defesa de Rabelais interpôs um recurso e pediu o efeito suspensivo da decisão, o que foi acolhido pelo tribunal. O advogado João Gourgel argumenta que, até agora, não se disse em concreto qual foi a lesão que o seu constituinte causou ao Estado.  

"As declarações dos declarantes, nomeadamente Walter Filipe e Filomena Seita, deixaram suficientemente claras que não houve qualquer lesão patrimonial ou material ao Estado", disse Gourgel. Os réus vão aguardar pela decisão do recurso em liberdade. 

Moçambique | "Pemba é um alvo de grande valor estratégico para os terroristas"

Consultora Pangea-Risk alerta para "vazio de segurança" que poderia tornar Pemba exposta a ataques. Analista crê que serviços de inteligência podem antever eventual ataque, mas é impossível ter a "informação completa".

A capital provincial de Cabo Delgado pode ser o próximo alvo dos terroristas, segundo a previsão de analistas e consultores da Pangea-Risk. Segundo a empresa de análise de risco, "um vazio de segurança permanente na região [de Cabo Delgado] deixa atualmente a capital provincial Pemba e a cidade portuária tanzaniana de Mtwara altamente expostas a ataques de terrorsitas nos próximos meses". A análise foi divulgada no último relatório da consultora.

No entanto, as autoridades moçambicanas já tinham alertado para a infiltração de terroristas entre as famílias deslocadas que chegaram a Pemba após o ataque a Palma, no dia 24 de março.

O especialista em Paz e Segurança, Calton Cadeado, vê Pemba como "um alvo de grande valor estratégico para os terroristas" e adverte que - apesar da grande presença militar moçambicana na capital de Cabo Delgado - um dado ficou claro nos últimos dias: "Não basta ter muita força, o mais importante é ter posicionamento e mobilidade estratégica. Mobilidade tática e rápida para lidar com o problema".

Moçambique | Quem atacou o posto da polícia em Tete?

A polícia investiga a ação de um grupo que atirou numa unidade da coporação em Moatize. Apesar de a Junta Militar não ter reivindicado o ataque, declarações de Mariano Nhongo sobre "retorno à instabilidade" geram alerta.

Homens armados não identificados atacaram na madrugada de sábado (10.04) o posto policial de Capirizange, no distrito de Moatize, na província de Tete. 

A porta-voz do Comando Provincial da Polícia, Deolinda Matsinhe, confirmou o incidentes e salientou que não há vítimas. Segundo a policial a situação está "calma e controlada". A unidade policial atacada fica no corredor Tete-Zóbuè-Calomwe, que dá acesso à fronteira com o Malawi. 

Matsinhe relatou à Rádio Moçambique que os homens não entraram nas instalações do posto, simplesmente dispararam e puseram-se em fuga. A polícia investiga quem eram e o realmente os indivíduos pretendiam, para que se possa "responsabilizá-los criminalmente".

A porta-voz do Comando Provincial da Polícia em Tete informou que foi criada uma equipa multi-setorial para esclarecer o caso e apelou à população para se manter vigilante e denunciar qualquer movimentação de "indivíduos de conduta duvidosa".

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