Barafunda na saúde, centros de saúde
inoperacionais, fomento de ajuntamentos… Lastimável. É evidente que urge
reforçar o SNS e pô-lo a funcionar de acordo com as enormes carências que lhe têm
causado com desorganizações e cortes…
Ao que dizem e parece, nesta vaga
covid-19/omicron ainda a procissão vai na praça, ou seja: vem aí um pico
gigantesco de casos de contágio/positivos. No dizer de “sábios” e “doutos”
altos responsáveis que vemos, ouvimos e lê-mos “até está tudo a funcionar muito
bem, quando muito a precisar de uns ajustes nos serviços”… Nada mais falso,
como nos podemos aperceber no texto a seguir. Lastimável. Barafunda. Incompetência que na anterior grande vaga covid-19 não aconteceu tanto como atualmente.
A barafunda na saúde está mais
que instalada. O Saúde 24 é o que é – há dezenas de milhares sem conseguir
contactar o serviço. Os Centros de Saúde estão inoperacionais, muitos nem
deixam entrar os doentes em busca de consulta e esclarecimentos, a vacinação é
realizada em locais centralizados que favorecem os ajuntamentos, as demoras, o
desconforto, a deslocação para zonas distantes, assim como os respetivos e
eventuais contágios, etc., etc..
E vai daí, perante a barafunda,
dizem os ditos “sábios” da política, da saúde e das infraestruturas, os que
decidem, que “está quase tudo bem e controlado”? Grande mentira.
Como muitos afirmam, nos
ajuntamentos de horas de espera: “Está tudo bem o tanas!” (PG)
SNS24. Chamadas sem resposta e
'positivos' que não o conseguem reportar
Luís Goes Pinheiro, presidente
dos SPMS, adianta que o organismo está pronto "para lidar com variações
muito significativas", mas que o aumento no fluxo de telefonemas se trata
de "uma situação nova".
Se no início de dezembro a Linha
SNS24 atendia 70 mil chamadas por semana, esse número é, agora, registado
diariamente. Aliás, segundo as estimações dos Serviços Partilhados do
Ministério da Saúde (SPMS), o valor está acima das 100 mil. Cerca de 30
mil telefonemas ficam sem resposta todos os dias, com os ‘positivos’ à Covid-19
sem forma de o reportar.
Ainda que os números de
requisições de testes PCR e de declarações de isolamento sejam elevados –
foram, respetivamente, 33.500 e 24.100 só esta terça-feira – a RTP avança que
muitas pessoas que testam positivo à Covid-19 ficam dias sem o conseguir
reportar.
Na verdade, no passado dia 27, a SIC Notícias alertou
que os utentes esperam horas para serem atendidos e que quem tem ligado é
logo convidado a desligar.
“Estimamos, neste momento,
estarmos a receber na linha acima das 100 mil chamadas por dia. E, portanto,
estimamos estar a atender cerca de dois terços das chamadas que recebemos”,
informa Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, em entrevista à SIC Notícias.
O responsável adianta que o
organismo está pronto “para lidar com variações muito significativas”, mas que
o aumento no fluxo de telefonemas se trata de “uma situação nova”.
Nesse sentido, ao total de
cinco mil colaboradores juntar-se-ão mais 750 elementos até ao final da segunda semana de
janeiro, apesar da escassez de profissionais disponíveis para prestar serviço
no ‘call center’.
Ricardo Mexia, presidente da
Associação dos Médicos de Saúde Pública, defendeu ontem que deveriam ter sido antecipados os reforços agora anunciados,
uma vez que "a Linha SNS24 não tem a capacidade necessária, como se tem
constatado nestes últimos dias, e naturalmente que aquilo que são os meios
alocados para o rastreio dos contactos também não é suficiente para esta
magnitude de casos", disse o responsável, à Lusa.
O especialista acrescenta que
"ou há efetivamente uma alteração naquilo que é a abordagem do problema,
ou então tem que haver uma significativa mobilização de meios para fazer face a
estas necessidades".
Daniela Filipe | Notícias ao
Minuto
Pneumologistas contra paragem na
vacinação e preocupados com ajuntamentos
Paragens podem ser uma explicação
para os ajuntamentos que se têm verificado nos centros de vacinação.
Os centros de vacinação não deviam
fechar no Ano Novo. É a opinião de António Morais,
presidente da Sociedade
Portuguesa de Pneumologia, que lamenta o encerramento dos centros numa
altura em que continuam a subir os casos de Covid-19 e admite que agora pode
ser tarde para alterar a medida decretada pelo Governo, mas critica a paragem
nos dias de Natal e Ano Novo.
"Embora se entenda que, de
facto, se tenha de dar algum espaço aos profissionais que diariamente trabalham
nesta área, obviamente que estamos numa fase em que é muito importante a
continuação da vacinação numa fase acelerada. Neste momento acho que já não
seria possível fazer porque as equipas precisam de ser escaladas com alguma
antecedência, mas os centros não deviam ter nenhuma interrupção. Isso era o
ideal", explicou à TSF António Morais.
As paragens podem ser uma
explicação para os ajuntamentos que se têm verificado nos centros de
vacinação. António Morais está preocupado com esses aglomerados
também nos centros de testagem.
"As pessoas deslocam-se e
estão em aglomerados grandes de pessoas, o que contradiz todo o ambiente
restritivo que estamos a viver nesta semana. Torna-se até um pouco caricato e,
por outro lado, há a questão de haver pessoas que se deslocam e que, pelo tempo
de espera, acabam por desistir de fazer a dose de reforço. Quer o maior risco
de infeção que decorre de estarem aglomerados, quer a possibilidade de
desistirem da administração desta dose são duas consequências que interessa, de
todo, evitar", afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia.
Questionado sobre uma eventual
mudança nas regras de isolamento, António Morais defende uma revisão
da estratégia, mas com uma ressalva.
"Desde que as autoridades já
tenham essa informação e que essa informação revele que se pode dar esse passo
com segurança, o passo pode ser dado. Depois convém precisar exatamente quem é
que define o indivíduo assintomático. Essa questão não pode ser definida pelas
próprias pessoas porque isso, provavelmente, não correrá bem",
acrescentou António Morais.
Cristina Lai Men com Cátia Carmo
| TSF
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