sábado, 12 de fevereiro de 2022

Mortalidade sobe por covid-19. Menos reformados a pagar. Poupa-se e dá jeito?

Sobre a mortandade causada pela covid-19 a informação não tem sido sucinta nem objetiva relativamente a Portugal. Se pacientemente procurarmos na comunicação social a informação sobre a mortandade de quantos idosos na reforma pereceram por covid-19, no total, talvez descubramos, ou quantos pereceram com menos idade com doenças fragilizantes, nas de idades com menos de 60 anos e menos de 70 anos. 

Facto é que torna-se difícil saber, dar com os números de caras, quanto a segurança social tem estado a poupar, em milhões de euros, nas reformas e/ou na assistência medicamentosa dos mais fragilizados por outras doenças e que com o contagio de covid-19 acabou por perecer. Em suma: quanto está (ou quanto vai) o estado português a poupar pelas mortes de reformados e pensionistas que morreram e deixam de "pesar" ao Estado? Quantos com doenças fragilizantes dos de menor idade morreram por covid-19 e assim deixaram de "pesar" ao Estado na assistência a que em circunstâncias normais teriam direito e de usufruiriam? Quanto, por isso a Segurança Social poupou? Será certo ou errado admitir-se que na realidade a covid-19 acaba por dar vantagens de poupanças orçamentais e de facto por causar tanta mortalidade aos mais idosos e aos mais fragilizados independentemente da idade? Com exatidão é isso mesmo que os portugueses querem saber e desse modo ficar transparente que afinal nos informam com total transparência, não deixando dúvidas se afinal "dá jeito" e causa poupança ao Estado morrerem tantos velhos (a maioria) e/ou de menos idade mas fragilizados.

Os conteúdos a que temos acesso na comunicação social são imensos sobre covid-19 e respetivas vítimas, mas também é facto que são baralhados, não são "preto no branco". Erro de comunicação ou manha? O que se pretende são contas certas e deixar de admitir que os ziguezagues decretados nas medidas de suposta ou real proteção e evitabilidades de contágios são na realidade por bem e não para parecer que são por bem e para real proteção dos cidadãos, de todos os cidadãos. Ou assim foi por ignorância e incompetência?

Por exemplo: corre célere a teoria de conspiração de que não foram tomadas medidas adequadas para evitar o contágio e morte de avós e familiares com saúde fragilizada, ao não encerrarem as escolas. É admitida a hipótese de que assim foi para que os netos levassem para casa o contágio de covid-19, assegurando que mais reformados (avós), que pelo seguro nem saíam de casa, eram "caçados" por covid-19... Facto é que ao ver a desbunda nas escolas com resultados de centenas de milhares de contágios verificaram-se imensos contágios  causados pelas crianças em idade escolar. Agora, por isso, quantos velhos foram contagiados, quantos morreram?

É evidente que tudo isto é muito complicado de gerir, assim como é evidente que a transparência contribuiria para que as chamadas teorias de conspiração não tivessem tantas razões para existirem. No computo geral, na realidade, quantos reformados e pensionistas pereceram e quanto menos milhares de euros (ou milhões) tem a Segurança Social para pagar. Porque não existe informação exata, sucinta, simples e concisa, acerca da situação?

Falta aqui referir os que mesmo sem covid-19, mas com doenças a dever serem tratadas urgentemente, morreram por falta de assistência médica e medicamentosa ou por ausência de exames, etc.

A covi-19 teve as costas largas e continua a ter. Certo é que continuam a morrer portugueses por falta de competências adequadas. Chegamos à triste conclusão que os cientistas "sábios" muito pouco sabem ou o que sabem é insuficiente... ou querem mesmo que seja insuficiente. Bem, mas isso já escorre para o lado das teorias de conspiração. Fiquemos com a certeza de que se manigâncias existiram e existem em todos estes processos talvez muito dúbios e prejudiciais à humanidade mais tarde viremos a saber. Saber esperar é uma virtude.

Seguidamente transcrevemos várias laudas sobre a mortalidade que voltou a subir. Algo a que já nos habituámos. Tristemente. E assim anda o "esquema montado", dizem os plebeus amiúde.

MM | PG

Mortalidade volta a subir. Atinge agora os 62,9 óbitos por milhão de habitantes

Este valor é superior ao limiar definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), pelo que se deve assumir que existe um "impacto muito elevado da epidemia na mortalidade específica por covid-19".

A mortalidade por covid-19 atingiu os 62,9 óbitos por um milhão de habitantes, um aumento de 4% em relação à última semana, revelando uma tendência crescente do impacto da pandemia neste indicador, avançam as "linhas vermelhas" hoje divulgadas.

"A 9 de fevereiro de 2022, a mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 62,9 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 4% relativamente ao último relatório (60,7)", adianta a análise de risco da pandemia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo este relatório semanal, este valor de 62,9 é superior ao limiar de 20 óbitos por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), o que se traduz num "impacto muito elevado da epidemia na mortalidade específica por covid-19".

Relativamente à pressão sobre os serviços de saúde, as "linhas vermelhas" indicam que a ocupação das unidades de cuidados intensivos (UCI) com casos de covid-19 corresponde a 66% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior era de 61%.

"O número de doentes internados em UCI mantém uma tendência estável", com mais 8% em relação aos sete dias anteriores, e a região do Norte é a que apresenta maior ocupação em UCI, estando já a 97% do nível de alerta de 75 camas, adianta o documento da DGS e do INSA.

O grupo etário com maior número de internados em UCI é o das pessoas dos 60 aos 79 anos, que registou uma tendência crescente na última semana.

Já a faixa etária até aos 19 anos, com seis casos em cuidados intensivos, "parece ter uma tendência crescente", mas, por se tratar de um número absoluto reduzido, requer a confirmação da tendência nas próximas semanas, adianta a análise da autoridade de saúde.

Relativamente à incidência cumulativa a 14 dias, na quarta-feira estava nos 5.648 casos por 100 mil habitantes, indicando uma intensidade ainda muito elevada, mas agora com tendência decrescente.

"Os grupos etários com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada são as crianças e jovens com menos de 20 anos de idade", que está acima dos 9.000 casos por 100 mil habitantes, enquanto a faixa dos idosos com 80 ou mais anos regista uma incidência de 2.170 casos, o que representa um risco de infeção cerca de três vezes inferior ao apresentado pela população em geral, adianta o documento.

As "linhas vermelhas" indicam também que a proporção de casos com resultado positivo nos testes realizados entre 3 e 9 de fevereiro foi de 18,3%, ligeiramente mais baixa do que 19% da semana anterior, mas bastante superior ao limiar dos 4% e com tendência estável.

Nesse período, registou-se uma diminuição no número de testes, com um total de mais de 1,2 milhões, quando nos sete dias anteriores tinham sido realizados mais de 1,8 milhões de despistes do coronavírus SARS-CoV-2.

A análise de risco da pandemia adianta ainda que a linhagem BA.1 da variante Ómicron é dominante em Portugal, tendo registado uma frequência relativa acima de 90% nas últimas semanas.

"No entanto, a sua frequência relativa tem vindo a decrescer gradualmente, em particular na última semana, estimando-se um valor de 83,8% à data de 10 de fevereiro de 2022. Os dados em apuramento sugerem que esse decréscimo seja devido ao progressivo aumento de circulação da linhagem BA.2 da variante Ómicron", explica o documento.

A autoridade de saúde reitera também que as pessoas com a vacinação completa tiveram um risco de internamento duas a cinco vezes menor do que as não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em novembro.

"Os cidadãos com um esquema vacinal completo tiveram um risco de morte três a seis vezes menor do que os não vacinadas, entre o total de infetadas em dezembro. Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 para quase seis vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo", refere o reltório.

"A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência decrescente em todas as regiões. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são ainda elevados, sendo expectável que o impacto na sociedade em termos de absentismo escolar e laboral, em todo o sistema de saúde e na mortalidade se mantenham elevados nas próximas semanas, recomendando-se a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço", conclui o documento.

A covid-19 provocou pelo menos 5,78 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.442 pessoas e foram contabilizados 3.049.692 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante ​​​​​​​Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Diário de Notícias | Lusa

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