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Artur Queiroz*, Luanda
O 4 de Abril é muito mais do que uma data no calendário e os tempos que vivemos estão muito longe da rotina ou da espuma dos dias. Nos símbolos da Pátria Angolana, o 4 de Abril ocupa um lugar de excepcional importância, porque é a data que marca a paz dos bravos, o fim de uma guerra sem quartel e impiedosa, que dilacerou corpos e almas, porque decidimos seguir pelos caminhos da democracia e porque acreditamos na soberania do voto popular.
A paz está em primeiro lugar no elenco de valores que enformam a sociedade e que a todos mobilizam e obrigam. Sem paz, nada faz sentido, mais nenhum valor tem espaço vital para fazer o seu caminho ou ser cultivado pelas comunidades. Hoje os angolanos compreendem que o valor da paz está na base de todos os outros e só em paz podemos construir uma sociedade justa, equilibrada e próspera.
Hoje vamos a uma aldeia e encontramos escolas, centros de saúde, água potável a correr nas torneiras, energia eléctrica, estradas reparadas, mercados com produtos do campo. Ainda há muito por fazer, é verdade. Mas já muitíssimo foi feito, apesar das agressões estrangeiras, da crise económica, da peste COVID que se atravessou no caminho da recuperação e, já agora, apesar das mentiras e trapaças de uma Oposição sem programa nem outro objectivo que não seja a tomada do poder com ou sem votos, legitimamente ou com rebelião armada como fizeram em 1992, quando foram copiosamente derrotados.
Sim, Oposição escreve-se mesmo no plural porque a UNITA é a capa de todos eles, mesmo os que se escondem sob o palavreado de uma esquerda inconsequente e colaboracionista, ou projectos separatistas. Todos sabem que só chegam ao poder através de golpes e traições. Legitimamente, pela força do voto popular, somam um terço dos eleitores ou menos. Valem tanto como abstencionistas, votos brancos e nulos. Pouco mais do que nada, porque não compreendem que em democracia, um deputado representa todo o Povo Angolano, desde que esteja ao serviço do regime democrático e de Angola. Mas eles têm donos e gostam de lhes obedecer.
Centenas de crianças, com as suas batas brancas, percorrem as ruas das nossas cidades vilas e aldeias. Nenhuma crise, nenhuma peste COVID faz esquecer que antes do 4 de Abril de 2002, forças de agressão nacionais e estrangeiras destruíram escolas, hospitais, casas comerciais, barragens, estradas, pontes, aeroportos, estações de captação e tratamento de água, sistemas de distribuição da energia eléctrica. Quem cometeu esses desmandos? A UNITA em nome de uma oposição oportunista, dissimulada e com especiais aptidões para a traição.
Os campos onde hoje se cultivam toneladas de alimentos estavam armadilhados com minas. As estradas e picadas intransitáveis e também minadas. Milhões de angolanos tiveram de abandonar as suas casas, as suas lavras, as campas onde repousam os seus antepassados. Aas grandes cidades onde não chegou a guerra – e ela chegou a quase todas - transformaram-se em imensos campos de refugiados.
Os problemas humanos criados pela guerra são tão profundos e tão graves que ainda hoje subsistem e são origem de todos os problemas sociais e económicos que enfrentamos. Porque destruir é muito fácil, mas construir é obra que exige a vontade e o esforço de gigantes. Para destruir, basta um instante, uma explosão, um disparo, espírito antipatriótico, uma sanha assassina.
Para construir é preciso amor à pátria, compreensão, força de vontade, solidariedade, inteligência e investimentos de valores fora do comum. Na inauguração do canal Cafu, no Cunene, viram os líderes dos partidos da Oposição, associar-se a um momento histórico e de transcendente importância social e económica? Nem um. Ficaram a congeminar mais um discurso de fraude eleitoral.
O meu amigo Marcolino Moco deve estar a preparar um texto onde pede desculpa por imputar ao Tribunal Constitucional actos que não praticou, acórdãos que não aprovou. A UNITA fez tudo para que o seu congresso fosse declarado ilegal. Mas não conseguiu. Meu caro Moco, esses da UNITA são assim, falsos como os karkamanos ou os colonos de Vila Flor. Vão mesmo ao castigo. Têm de apresentar-se ante os eleitores e provar que as mãos estão limpas e querem mesmo a democracia. Tu e eu bem sabemos que não querem. Pelo contrário: Disparam contra a democracia na primeira oportunidade. E matam quem se opuser.
Os angolanos estão a construir um presente de paz e um futuro de felicidade e prosperidade. Ainda que hoje tenhamos de enfrentar, com inteligência, a crise e internacional, cada vez mais ameaçadora.
A direcção do MPLA e o Governo que apoia na Assembleia Nacional impuseram, desde o primeiro minuto, uma solução política, em detrimento de uma solução militar, que implicava a rendição dos rebeldes da UNITA quando os dirigentes do partido enveredaram pelo caminho da destruição do regime democrático e puseram em causa a soberania nacional. Salupeto Pena, Ben-Bem, Alicerces Mango e Abel Chivukuvuku, em Outubro de 1992, em declarações aos Media ameaçaram com a guerra, caso os resultados eleitorais fossem tornados públicos.
Salupeto Pena disse em Luanda que tinha autonomia suficiente para mandar sair as suas forças militares caso fossem divulgados os resultados eleitorais. E cumpriu a ameaça. As tropas do Galo negro, particularmente os “comandos” de Ben-Ben, mataram centenas de luandenses indefesos. Um massacre de civis na capital angolana que depois o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e aliados ocidentais, particularmente os portugueses, apresentaram ao contrário!
O MPLA e o Governo Angolano ao imporem o primado do diálogo sobre a força das armas criaram condições para que a paz que hoje vivemos tenha uma base sólida: A unidade e reconciliação nacional, apesar destes valores serem permanentemente bombardeados pela Oposição. A paz não se dá bem com o ódio e o ressentimento que a UNITA destila sobre a democracia. Mas a força da razão impõe-se sempre à razão da força. Ontem como hoje, o Presidente da República explicou a todos os actores políticos e militares que na democracia o primado é sempre da política e nunca das armas.
A paz em Angola é jovem mas a Juventude Angolana já sente os seus efeitos no dia-a-dia. Ainda temos muito que fazer? É verdade. Ainda falta muito para que o Povo Angolano tenha tudo o que merece e se exige? É verdade. Mas também é verdade que hoje o Ensino Superior está em todas as províncias e em muitos municípios, sobretudo os que sofrem com mais intensidade os problemas da interioridade.
Basta percorrer Angola para compreendermos o que realmente foi feito quando conquistámos a Paz. Tudo mudou e muito rapidamente. No ensino, na saúde, no emprego, na habitação. Nasceram novas empresas, sobretudo industriais. Milhares de jovens conquistaram o primeiro emprego. São as conquistas da Paz. Uma paz que foi imposta pelo MPLA e o Executivo.
A Oposição não quer, mas tem que se remeter à sua insignificância e aceitar a paz, a democracia, a liberdade, a justiça, o progresso social, o desenvolvimento económico. Estão condenados a viver numa Angola pacífica e próspera. A paz da Jamba acabou. O colonialismo acabou. Os nazis de Pretória foram derrotados.
Angola, contra ventos e marés, vai ser uma potência para os angolanos. E se for uma potência económica para nós, mais cedo ou mais tarde conquista o lugar que lhe cabe na comunidade internacional. Para já somos uma potência de paz e temos a dar ao mundo um comovente exemplo de unidade e reconciliação. Assim todas as forças políticas mereçam esta dádiva e respeitem sempre os compromissos com a paz. Sabemos que a UNITA não merece. A sua direcção não respeita os valores democráticos. Só o criminoso de guerra Jonas Savimbi conta para Adalberto da Costa Júnior e seu séquito de criminosos de guerra.
Nas próximas eleições a Juventude Angolana vai reduzir a UNITA à insignificância de colaboracionistas com o colonialismo e o regime de apartheid da África do Sul. Os donos foram derrotados pela força das armas. Eles serão esmagados nas assembleias de voto. Esperem por Agosto e vão ver. Já vencemos a pior parte da crise económica internacional. Estamos em vias de vencer a peste COVID. Vamos vencer por KO os restos do colonialismo e dos nazis de África do Sul.
Angola tem de ser desnazificada. Mas não é necessária uma operação militar especial. Bastam os votos! As eleições de 2022 vão marcar a libertação total de Angola dos restos do colonialismo e do apartheid. Mas temos de ir votar. Nunca o nosso voto foi tão necessário e importante.
* Jornalista
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