domingo, 15 de maio de 2022

ARMAS DA UCRÂNIA NAS MÃO DE MÁFIAS E NAZIS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Departamento de Estado, no seu relatório de Abril sobre a situação dos direitos humanos no mundo, diz isto: “Na Ucrânia há execuções extrajudiciais e tortura (...) tratamento cruel de detidos por agentes da ordem, condições prisionais duras e ameaçadoras, detenções arbitrárias e problemas graves com a independência do Poder Judicial (...) Existe violência com base no género ou orientação sexual, antissemitismo, bem como as piores formas de trabalho infantil (...) O Governo não tomou medidas adequadas para perseguir ou punir a maioria dos funcionários que cometeram abusos, resultando num clima de impunidade”.

Claro que o signatário do relatório, Antony John Blinken, é um safado pró Putin. A sua adjunta,  Wendy Sherman, aspira a ser amásia do presidente russo. Todo o mundo está ao serviço dos russos, até o João Gomes Cravinho que herdou do papá o título de ministro e apadrinhou a entrada da Finlândia na OTAN (ou NATO), dita organização militar defensiva, salvo quando por ordem de Washington destrói países soberanos, como a Jugoslávia (nossa amiga nas horas mais difíceis) e a Líbia, pais africano progressista e com um índice de desenvolvimento humano ao nível da Suíça. 

Por falar nisso, a Ucrânia está em 74º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano.   Segundo a ONU, o país tem uma altíssima taxa de pobreza. E  graves casos de corrupção. Sendo um dos maiores exportadores mundiais de cereais, o povo vive na miséria. O patrão de Zelensky, Rinat Akhmetov, é o maior produtor de pobres e famintos. Se fosse nativo de um país da União Europeia, do Reino Unido ou dos EUA seria multimilionário. Como é ucraniano, não passa de um oligarca. 

Por falar em Reino Unido. Os despenteados mentais liderados pelo senhor Boris Johnson desertaram da União Europeia para agora fazerem figura de senhores do mundo. Está de volta o velho império britânico, com os seus piratas e esclavagistas ao comando e com o chicote na mão. O primeiro-ministro “conservador” foi garantir à Suécia e Finlândia que têm apoio garantido em armas nucleares, se aderirem à OTAN (ou NATO) para “enfraquecer” a Federação Russa. Está tudo louco. O meu mestre Gilles Deleuze tem razão. Há séculos que no sistema capitalista os adultos são todos loucos e projectam a sua loucura nas crianças. Logo, ninguém escapa. Os que tentam fugir desse círculo levam com a repressão psiquiátrica. 

A Federação Russa não quer a OTAN (ou NATO) nas suas fronteiras. Por isso está a decorrer a operação miilitar na Ucrânia. EUA, NATO (ou OTAN) e União Europeia falam em sanções, sanções, sanções, armas, armas, armas, para levarem a paz aos pobres ucranianos (só ficaram os que não puderam pagar às Máfias de Leste) e ao mundo. Como as armas e as sanções não foram suficientes, agora estão a transformar países neutrais em bases militares com as armas apontadas ao nariz dos russos. Vai dar guerra, como tanto desejam.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, ontem chamou os jornalistas para lhes dizer que está contra a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN (ou NATO). E explicou porquê. Hoje um dos seus “conselheiros” desmentiu o chefe e disse que “a Turquia não fecha a porta a novas adesões”. O senhor Boris Johnson perdeu estrondosamente as eleições e fala como se fosse o rei do mundo. Sobre a vitória do Sinn Fein na Irlanda do Norte e do pedido de um debate honesto sobre unificação com a República da Irlanda, o primeiro-ministro de Londres disse que “temos de corrigir aquilo na Irlanda”.

Se o Zelensky é democrata, eu não quero essa democracia. Se o Boris Johnson é democrata, não contem comigo. Se Marcelo Revelo de Sousa é democrata eu sou marciano. Se o Adalberto da Costa Júnior é democrata, eu visto imediatamente o camuflado e empunho a AK 47. Sabem quantos países da União Europeia têm a extrema-direita no governo? Muitos. E nos parlamentos? Todos. Como a economia de mercado canibaliza a democracia representativa, temos a verdadeira dimensão da tragédia. Para piorar, Têm a inflação nos dois dígitos!

O presidente Erdoğan fechou a porta à Islândia e à Suécia. É verdade e ele não desmentiu. Mas foi pressionado pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) para abrir. Por que fechou a porta? Ele sabe que as armas despachadas para a Ucrânia no valor de milhares de milhões de euros e dólares não chegam ao destino. As Máfias de Leste estão a desviá-las para o mercado negro. E isso pode sobrar para a Turquia. 

Os mísseis Jevellin, os Stinger e outras armas sofisticadas estão a ser desviadas, às carradas, para o DAESH (Estado Islâmico) amigo dos EUA e da União Europeia. Já chegaram às mãos dos grupos armados da Líbia que oferecem o petróleo aos franceses e italianos! O presidente Erdoğan sabe que mais dia menos hora as armas sofisticadas destinadas à Ucrânia vão parar às mãos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). A Turquia sabe que Zelensky libertou todos os presos de delito comum e armou-os. Continuam a ser distribuídas armas aos civis. A região, com guerra ou sem guerra, vai ser um barril de pólvora.

Para o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) é muito bom. A Europa, desde o Cabo da Roca à Rússia, vai sofrer e muito. Os despenteados mentais que dirigem o  Reino Unido pensam que ficam de fora. Estão enganados. A inflação já está ao nível do Terceiro mundo e a tendência é para piorar. 

O chefe dos serviços secretos da Ucrânia deu uma entrevista ao canal Sky News e disse que o presidente Putin está às portas da morte, porque tem um cancro. Em Portugal, todos os canais chamaram professores universitários, generais, marechais e outros pardais para comentarem a declaração. O jornalismo foi assassinado. A criadagem que aparece nos Media ocidentais é indigente mental. Mas os professores universitários são autênticas ratazanas de esgoto que em vez de falarem, expelem merda pela boca, ante as câmaras. 

Um dia o Filipe Zau disse que temos professores analfabetos. Ainda bem. O meu melhor professor, o Velho Tuma, era analfabeto mas ensinou-me mais do que todos os mestres que tive nas escolas, liceus e nas universidades que frequentei. Pior era se os nossos professores fossem iguais aos universitários que aparecem nos canais portugueses a comentar a situação da Ucrânia. E não só. Um antigo banqueiro português morreu numa prisão da África do Sul e essas ratazanas escorrendo fezes da cabeça aos pés, comentam a morte, comentam a sua vida pessoal, a sua vida privada. Para essa escória humana, até a morte serve para o espectáculo merdoso com que intoxicam a opinião pública. Pobre de mim, que sou jornalista há mais de meio século. E não tenho armas para me defender.  

*Jornalista

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