“O problema é que está em marcha uma campanha anticomunista, à boleia dos refugiados da Ucrânia. É a hora da vingança! O pai de Marcelo Rebelo de Sousa, fascista militante, foi derrubado em 25 de Abril de 1974, graças à luta dos indomáveis comunistas portugueses e dos militares revolucionários do Movimento das Forças Armadas. O MFA já foi excrementado, quando os filhotes dos fascistas prenderam e abandalharam Otelo Saraiva de Carvalho. Agora querem fazer o mesmo ao Partido Comunista Português.”
Artur Queiroz*, Luanda
Mário Soares era
primeiro-ministro e acumulava a pasta dos negócios estrangeiros, em 1978. No
dia 4 de Maio desse fatídico ano, as tropas do regime racista de Pretória
fizeram um massacre na cidade de Cassinga, província da Huíla. Centenas de
civis foram assassinados a tiro por tropas especiais e durante os
bombardeamentos aéreos. Os paraquedistas assassinos foram transportados
Às primeiras horas da manhã, do dia 4 de Maio de 1978, quatro bombardeiros Blackburn Buccaneer descolaram da Base Aérea de Waterkloof. Alguns minutos depois descolou um bombardeiro Canberra em direcção a Cassinga. Foi o primeiro a largar as bombas mortíferas. Depois entraram em acção os Mirage, franceses. Os governos de Londres e Paris forneciam essas armas de guerra ao regime nazi de Pretória. Os bombardeiros são fabricados pelo Reino Unido. Nessa época, a primeira-ministra era Margareth Thatcher, do mesmo partido que hoje está no poder e tem à frente Boris Johnson.
A meio da tarde entraram em acção os Douglas DC-4 (quadrimotores) norte-americanos e os helicópteros Puma franceses. Pelo chão avançaram os tanques de guerra de fabrico alemão. Em Cassinga não podia ficar ninguém vivo.
Marcelo Rebelo de Sousa era nessa época deputado. Como ainda não lhe chamavam Tio Célito, não propôs um minuto de silêncio na Assembleia da República, em homenagem às e aos angolanos e namibianos massacrados. Sendo dirigente do PSD, não propôs à direcção do seu partido que enviasse uma mensagem de solidariedade e condolências ao presidente Agostinho Neto. Não fez corredores para que fosse enviada ajuda humanitária e médica aos sobreviventes, quase todos gravemente feridos, sem braços nem pernas.
Como faziam falta medicamentos e técnicos de saúde! Os dirigentes políticos portugueses viraram-nos a cara. Desprezo total. Só o Partido Comunista Português denunciou o terrível massacre do 4 de Maio. Os Media portugueses controlados por Mário Soares e Pinto Balsemão ignoraram o massacre. O Diário de Lisboa deu a notícia. O Diário Popular, onde Acácio Barradas e Bernardino Coelho ficaram com o coração a sangrar, também noticiou. E o jornal Página Um, nascido do movimento Otelo à Presidência da República e onde eu trabalhava na época.
O regime racista de Pretória fez uma longa guerra em Angola, escondido atrás do biombo UNITA. Os países europeus, nem um ai. O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) fornecia os mísseis stinger aos racistas, por procuração do Galo Negro. Lisboa o que fez? Organizou as viagens turísticas à Jamba. Três turistas, João Soares (Partido Socialista), Rui Gomes da Silva (PSD) e Nogueira de Brito (CDS) embarcaram num avião do comerciante Augusto e mergulharam de focinho na chana, logo a seguir à descolagem, porque a aeronave ia com peso a mais em diamantes, marfim e droga! Estava em marcha a operação dos diamantes de sangue.
Londres o que fez? Mais aviões de guerra, mais armas, mais apoios financeiros. Paris o que fez? Mais aviões e helicópteros, mais negócios chorudos, mais apoio político. Bona (República Federal da Alemanha) o que fez? Abraços entre nazis. E o massacre do 4 de Maio? Isso não conta. Uns senhores loiros de olhos azuis mataram centenas de pretos. Isso interessa à Europa? Isso interessa aos EUA? Isso interessa ao Ocidente? Nada. Morte aos pretos.
Boris Vian era mais simpático e escreveu um livro intitulado Morte aos Feios. São os nazis de Kiev. Os portugueses são todos ucranianos, segundo o Tio Célito. São todos candidatos ao Batalhão de Azov e ao Sector Direita, amantes do assassino nazi Bandera, elevado à dignidade de herói nacional, pelo presidente Zelensky.
O Partido Comunista Português exigiu que os órgãos de soberania se pronunciassem inequivocamente, face à manifestação de ódio fascizante, bolsada por um agente secreto da Ucrânia, apresentado como presidente da Associação dos Refugiados Ucranianos (Quem o elegeu? Quando?). O nazi ucraniano defendeu a ilegalização do Partido Comunista. António Costa disse que isso em Portugal é inconcebível já que é um estado de direito. E os comunistas contribuíram de uma forma importante para o regime democrático. Logo, como na Ucrânia os partidos de inspiração comunista foram ilegalizados, aquilo não é um estado de direito.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa tomou uma posição dúbia, dizendo que todos têm direito à opinião. Portanto, ele acha que um refugiado pode cuspir na cara do povo que o recebeu de braços abertos e abandalhar instituições políticas do país que o acolheu. Não pode, senhor presidente. Ao ser acolhido em Portugal ele tem de respeitar os portugueses e todas as suas instituições.
O problema é que está em marcha uma campanha anticomunista, à boleia dos refugiados da Ucrânia. É a hora da vingança! O pai de Marcelo Rebelo de Sousa, fascista militante, foi derrubado em 25 de Abril de 1974, graças à luta dos indomáveis comunistas portugueses e dos militares revolucionários do Movimento das Forças Armadas. O MFA já foi excrementado, quando os filhotes dos fascistas prenderam e abandalharam Otelo Saraiva de Carvalho. Agora querem fazer o mesmo ao Partido Comunista Português.
Os filhotes dos fascistas pensam
que chegou a sua hora. Quem lutou durante décadas contra a PIDE, os Tribunais
Plenários, os bufos, os nazis da Legião Portuguesa, a União Nacional e os fascistas
salazaristas que dominavam o poder económico, não teme seguramente o banditismo
político reinante. Atenção! O Partido Socialista e o PSD estão à frente
da campanha anticomunista
Uma criada do banditismo político “enviada especial” à Ucrânia pela CNN Portigal (Ana Sofia Cardoso) hoje, sem querer, acabou com o discurso terrorista reinante. Disse a menina que caiu um míssil num prédio no centro de Dnipro. Estava habitado por militares “voluntários” norte-americanos! Ao todo, só estavam dez civis no prédio atingido, disse a enviada ingénua. Estão a ver o que é um crime de guerra? É fazer de um prédio de apartamentos, quartel de forças mercenárias. Tendo civis como escudos humanos. Sejam dez ou cem. A ingénua moça vai ficar sem a ração combinada. Ai fica!
*Jornalista
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