terça-feira, 30 de agosto de 2022

Marta temeu continuar ministra da morte neste luso-país doente e desgovernado

O feitor do Expresso Curto de hoje é Miguel Prado jornalista do informativo Galináceo Balsemão de Bilderberg. Ele mesmo dá por título a este Curto “Roleta”, talvez inspirado na Roleta Russa que vem crescendo na UE com a russofobia antidemocrática, ultraneoliberalista, mais a atirar para o radicalismo do fascismo, do terrifico nazismo à mistura com xenofobias desenterradas dos solos cansados da história dos radicais amantes do ultracapitalismo, das guerras e dos desprezos aos povos deste rincão europeu em notório servilismo às políticas, interesses e ordens malfazejas dos EUA.

É facto que do manifestado neste parágrafo anterior a “coisa” resume-se a algo simples: mencionar factos do cardápio oficial autorizado pela media dos EUA-UE-Ocidente. Os russos que se lixem (dizem e pensam os falsos democratas e pseudo-humanistas). Não têm o direito de viajar pela União-Europeia dizem os sábios-chulos de alto gabarito que detêm os poderes decisórios às ordens de Washinton. Mas afinal que culpa têm os cidadãos russos do que Putin e os seus decidem? Têm tanta quanto os cidadãos da União Europeia têm nas práticas de servilismo aos EUA da senhora Ursula von der Leyen, que provavelmente até tem dupla-nacionalidade, talvez EUA-Alemã. E ainda para agravar o currículo dessa tal Leyen poderá ser prima em terceiro grau do nazi Hitler de horríveis memórias… Nunca se sabe. É o que por vezes parece, mas… Temos de deslindar tudo isto melhor para não estarmos a pensar e a escrever de barato. Adiante.

A grande notícia em Portugal de Costa ao Interior Chamuscado é Marta Temido, a ministra da ‘dessaúde’ e da mortandade do povinho prejudicado, mal pago e mal tratado. A senhora demitiu-se, Finalmente. No cardápio curricular leva uns quantos cadáveres de bebés, de mulheres grávidas, de jovens com doenças oncológicas que não tiveram vagas para fazerem quimioterapia atempadamente (escreve quem sabe e sente), inclua-se outros cidadãos/ãs de outras idades… Isso é contribuir para o assassínio de portugueses! Mas a responsabilidade da ineficiência do SNS não é só de Marta, vem muito de atrás no tempo e refinou-se nos primados de Sócrates e muito mais no de Passos Coelho. Para não se falar da múmia Cavaco Silva que quando primeiro-ministro até reduziu as admissões à Faculdade de Medicina porque – tanto quanto há memoria – “não precisávamos de tantos estudantes de medicina e futuros médicos…” Às vezes a memória é coisa muito desagradável para esses chamados “altos responsáveis” – que são uns minorcas impunes quanto a responsabilidades e como pessoas. Pois.

Certo é que Marta está a pagar a fatura. Culpas tem. Principalmente por não ter tintins e não dizer ao Costa que na saúde não podem haver cortes de orçamento nem escassez de profissionais e de meios que assegurem vida saudável aos portugueses. Não há médicos? Vão a Cuba ou onde quiserem desde que possuam qualidades profissionais para evitar tanta mortandade como tem acontecido. E parem com as desculpas da pandemia e agora da guerra da Ucrânia porque até nem foi perguntado aos portugueses se querem dar para esses gastos de milhões e de suporte de sanções em que não somos metidos nem achados porque o mentor dessa guerra, como sabemos, são os EUA. Então eles que suportem as vicissitudes do que aprontaram e que se deixem de guerras como é seu hábito de cowboys.

Voltando a Marta e à sua falta de tintins seria reparador ela explicar publicamente se realmente lutou devidamente para solucionar as carências do SNS e, se sim, quem foram os que obstaculizaram as medidas e soluções há muito prementes e causadoras de tanta mortandade em idosos, aos de meia-idade, jovens, grávidas e recém-nascidos… Quais são as culpas-responsabilidades, de Costa e outros, para que o SNS se tenha transformado num necrotério de cidadãos portugueses e outros em Portugal? Era bom sabermos tintim por tintim e não ficar tudo ocultado, por esclarecer, devido a políticos que não merecem a maioria parlamentar que os eleitores portugueses lhes entregaram… Para quê? Para tudo isto que está a acontecer de errado? De irreparável?

Tudo indica que a questão é funda e que Marta temeu continuar ministra da morte neste luso-país muito doente e desgovernado.

A prosa vai longa e não era nossa intenção. Assim está, deixemos estar. Tem muita ‘palha’? Talvez. Mas fica como assim. Embrulhem e mandem para a terra. Acabemos tal e qual o Curto e desculpem a extensão do emaranhado de letras. Talvez fruto do sentido desta subvida em Portugal Emaranhado.

Bom dia e um queijo Rabaçal acompanhado de um tinto velhote e pomadoso. Alentejano… Pois. Isso.

Avante. Curta o Curto, a seguir.

MM | PG


ROLETA

Miguel Prado | Expresso (curto)

Bom dia

É o fim da linha para Marta Temido. A demissão da ministra da Saúde chegou pela madrugada, imediatamente aceite pelo primeiro-ministro, que agradeceu o contributo da governante, numa saída que, à semelhança de tantas outras demissões, não esclarece as concretas razões da decisão. Temido abandona o Governo de António Costa mas entra para o pódio dos ministros da Saúde que mais tempo ocuparam o cargo ao longo dos últimos 40 anos, apenas atrás de Paulo Macedo e Leonor Beleza.

A saúde, uma das mais sensíveis áreas de governação, enfrentou, durante a pandemia, uma pressão sem precedentes. Ser ministro, em especial com esta pasta, é uma profissão de desgaste rápido. Marta Temido fará o seu próprio balanço de um trajeto que sobreviveu à pandemia, mas não aos problemas ao nível da qualidade assistencial do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de que o encerramento das urgências em alguns hospitais durante o verão é apenas um episódio. O Sindicato Independente dos Médicos já reagiu, afirmando que “nos últimos meses temos assistido a uma dissociação da realidade por parte de Marta Temido”. Com o conforto de uma maioria parlamentar, é tempo de António Costa escolher quem quer para preparar o próximo inverno, também no SNS.

Mas lá fora é um outro inverno que preocupa. Lembrando que hoje é dia de sorteio do Euromilhões, são 112 milhões de euros, que permitirão (ou não, porque assim são os jogos de fortuna e azar) nunca mais ter de se preocupar com a sua fatura energética. Também dariam jeito a muitas indústrias que já vivem um aperto com a conta de energia que há um ano era inimaginável. E à Europa? Bom, 112 milhões de euros pagariam pouco mais de 8 horas de importações de gás russo, considerando as condições atuais. Leu bem. Diariamente a Europa ainda está a importar mais de 330 milhões de euros de gás da Rússia.

Estamos na véspera de uma operação crítica de manutenção do Nord Stream 1, o gasoduto que liga diretamente a Rússia à Alemanha, e que durante a última década bombeou parte essencial da energia que ajudou a indústria germânica a manter o seu estatuto de motor da economia europeia. Berlim jogou a sua sorte numa relação perigosa com Moscovo. Analistas, investidores, traders e especuladores indagam, há semanas, sobre o que fará a Gazprom após a manutenção de três dias no Nord Stream 1. Torneira aberta? Ou fechada? Qual roleta. Russa.

Podia ser um filme (e o prestigiado Festival Internacional de Cinema de Veneza arranca já amanhã), mas é a dura realidade que nos últimos meses tem ocupado as lideranças políticas europeias. Hoje, em Copenhaga, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reúne-se com os chefes de Governo da Dinamarca, Polónia, Lituânia, Estónia e Finlândia numa cimeira dedicada à segurança energética no Mar Báltico.

Von der Leyen surpreendeu esta segunda-feira ao anunciar, na Eslovénia, que Bruxelas está a preparar uma intervenção de emergência no mercado de eletricidade, para tentar estabelecer um cordão sanitário que evite a contínua contaminação dos preços da energia elétrica pelas cada vez mais tóxicas cotações do gás natural.

A cimeira em Copenhaga acontece no mesmo dia em que a Alemanha realiza um conselho de ministros extraordinário (um dos temas é justamente a segurança energética), e em que o chanceler alemão, Olaf Scholz, recebe o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, num encontro em que a energia fará parte do menu, até porque a Alemanha luta contra o tempo para encontrar mais opções de aprovisionamento para o inverno (e a Península Ibérica pode dar uma ajuda).

Vale o que vale, mas o presidente executivo da gigante Shell deixou ontem o alerta de que a crise energética europeia não se limitará a este inverno, e podemos preparar-nos para mais temporadas críticas ao longo dos próximos anos. A conjuntura é dramática. A indústria têxtil quer uma resposta europeia concertada para limitar o preço do gás, França decidiu poupar as famílias cortando na contribuição audiovisual, a Alemanha deparou-se com um pedido de ajuda de mais 4 mil milhões de euros da companhia energética Uniper. E, por cá, Durão Barroso mostrou-se favorável à mutualização da dívida para responder ao impacto económico da guerra na Ucrânia.

Já com mais de seis meses, o conflito vai-se arrastando, causando destruição e consumindo a agenda dos governantes europeus, sem que, aparentemente, se vislumbrem soluções. Em Praga, termina hoje a reunião informal de ministros da Defesa da União Europeia e arranca a dos chefes da diplomacia. Em ambos os encontros a guerra na Ucrânia é tema central. Ora, as preocupações europeias são hoje bem diferentes das de um passado não muito distante. Faz um ano que as tropas norte-americanas abandonaram o Afeganistão. O antigo primeiro-ministro sueco Carl Bildt escreve aqui sobre o fracasso da política do Ocidente, concluindo que “para a comunidade internacional foi simplesmente mais fácil esquecer por inteiro o Afeganistão”.

E por cá? Ainda no ritmo lento de final de agosto, o PSD prossegue com a sua Universidade de Verão em Castelo de Vide (hoje a conferência de encerramento é com Assunção Cristas). O PCP, dias antes do arranque da Festa do Avante!, tem prevista uma declaração sobre a abertura do ano letivo. E o dia político será, com certeza, dominado pela demissão de Marta Temido. No futebol, o Benfica recebe o Paços de Ferreira. E em Castelo Branco e na Guarda haverá protestos do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios contra a gestão dos CTT.

Quanto a nós, não lhe damos cartas, mas deixamos de seguida uma mão cheia de sugestões de leitura.

OUTRAS NOTÍCIAS:

Angola. João Lourenço, reeleito para mais cinco anos à frente dos destinos de Angola, disse que o MPLA tem legitimidade para governar sozinho, sem precisar de uma ‘geringonça’.

Guerra na Ucrânia. Qual é o lugar do Cazaquistão no mapa geopolítico no contexto da guerra na Ucrânia? Explicamos-lhe aqui o difícil equilíbrio que tem sido procurado por esta antiga república soviética rica em hidrocarbonetos.

Ciência. O lançamento da missão Artemis 1 foi cancelado, após a deteção de uma fuga de hidrogénio líquido no abastecimento ao foguetão. O Expresso falou com o astrofísico Pedro Mota Machado sobre o assunto.

Coldplay. A ASAE já recebeu dezenas de denúncias por especulação na venda de bilhetes para os concertos dos Coldplay em Portugal. Pode ler mais aqui.

Polícias. A PJ vai mesmo perder a Interpol e a Europol? É complicado (mas damos-lhe algum contexto sobre o que se está a passar).

FRASES:

“Temos legitimidade para governar sozinhos. Não precisamos de nenhuma geringonça”

João Lourenço, presidente angolano reeleito, sobre a contestação da oposição aos resultados das eleições

“Precisamos de neutralizar a capacidade de chantagem da Rússia”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no Bled Strategic Forum, na Eslovénia

“Se a ministra da Saúde pensou que a fórmula mágica de pagar o mesmo que a tarefeiros resolvia a situação… não resolve”

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, exigindo medidas para fixar os médicos no SNS

O QUE ANDO A LER:

O livro “Árabes”, de Tim Mackintosh-Smith, é uma obra impressionante e enriquecedora sobre os povos e as peripécias, conflitos e histórias que ao longo de 3 mil anos moldaram a cultura árabe. Publicado em 2019, e editado em Portugal este ano pela Edições 70, vale mesmo o tempo investido.

Despeço-me deixando um convite a que continue a ler o que temos para lhe contar nas páginas do ExpressoSICTribuna e Blitz. E não perca a nossa coleção de podcasts. Tenha uma ótima terça-feira. Com boa energia.

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