Artur Queiroz*, Luanda
As causas desesperadas revelam mentiras, embustes e traições. Em desespero de causa, Adalberto da Costa Júnior revelou em Saurimo o programa político escondido dos accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA: A balcanização de Angola. Está justificado o regresso de Chivukuvuku ao Galo Negro depois de múltiplas traições aos maninhos, desde 1992. Eles querem os votos para reduzir Angola a pó. Afirmar publicamente, sem qualquer pudor, que Angola não é um só povo e uma só nação mas “muitos povos e muitas nações” é a confissão pública da balcanização da ditosa Pátria Angolana, nossa amada.
Adalberto quer acabar com Angola, este país que custou as vidas de milhares de angolanas e angolanos durante a Luta Armada de Libertação Nacional. Esta Angola que custou milhares de vidas de angolanas e angolanos durante a Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial. Um retornado, português de lei como Adalberto, só pode mesmo sonhar com o fim da Pátria Angolana. Foi isso que aprendeu com os racistas, os fascistas e os colonialistas, seus compatriotas e mentores.
O que quer Adalberto dizer com isto de Angola ser muitos povos e muitas nações? O regresso aos sobados! Se os accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA algum dia chegarem ao poder já sabemos que os angolanos vão ser extintos, mas não por decreto, a extinção é à paulada, a tiro ou nas fogueiras. No lugar dos Angolanos vão surgir os povos moxicanos, luandanos, icolobenganos, benguelanos Lundanos, Cuandanos, Cubanganos, cuanzasulanos, ndalatandanos, dembanos, libolanos, malanjanos, uijanos, zairanos, cabindanos, huambanos. Cada um com o seu soba presidente.
Cada cabeça, seu sobado presidencial e suas mulheres, escravas sexuais! Eles querem a mais radical de todas as balcanizações. Porque odeiam Angola. E porque odeiam Angola, matam sem dó nem piedade os angolanos, desde que alugaram as armas aos colonialistas portugueses. A morte não lhes chega. Querem extinguir o Povo Angolano. Hitler enganou os eleitores e chegou ao poder legitimado pelo voto popular. Matou nas fogueiras dele, câmaras de gás e pelotões de fuzilamento, judeus, comunistas, minorias étnicas e raciais, pessoas portadoras de deficiências. Se os eleitores angolanos confiarem o voto aos accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA, vamos ter igual tragédia em Angola.
Os guerreiros da Lunda, nas suas festas antes dos combates cantavam: Muéssuè matussunga/Tuloze nenhe é eh. Tradução livre: Quem quiser balcanizar Angola leva no focinho! A avó dos meus filhos do Huambo era mais radical: Papekela onete, opo p’etetelo lyomoko: Onde mina a toupeira, aí damos a facada. Adalberto não passará. Os accionistas da Sociedade civil estão condenados à falência. Os revus, depois do dia 24 de Agosto, vão começar a trabalhar se quiserem comer, beber e consumir drogas.
O líder do PRS é farinha do mesmo saco da balcanização de Angola. Ao afirmar que se vencer as eleições vai adoptar o federalismo, está a anunciar um golpe de estado em coligação com os accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA e os arruaceiros revus. Ele não sabe o que diz e isso é gravíssimo porque o eleitorado, em boa-fé, acredita que os candidatos às eleições são pessoas sabedoras e, no mínimo, conhecedoras da Constituição da República.
A Lei Fundamental não fala em Federação de Estados. E não venham dizer que isso se resolve com uma revisão constitucional. É mentira. Nenhuma força política pode propor revisões que adulterem ou extingam o actual regime político que, como todos deviam saber, privilegia a estabilidade política e o consenso. Há limites às revisões! Meu caro Marcolino Moco, tu que és um constitucionalista sábio podes fazer o favor de explicar aos federalistas que estão a enganar os eleitores? Podes explicar ao Adalberto da Costa Júnior que não pode alterar os fundamentos do regime político? Que em democracia não há lugar a golpes de estado contra a Constituição da República? Muito agradecido se o fizeres.
Esta campanha eleitoral está a revelar uma competição feroz entre populistas nazis. Todos querem levar a taça. Todos deitam abaixo a Angola que construímos desde 11 de Novembro de 1975. Está tudo mal, não se fez nada, a pobreza extrema é geral, o sistrema de saúde não existe, a educação é péssima, não há habitação nem emprego.
Antes da Independência Nacional comíamos carapau seco podre e fuba bichada mais muita porrada a quem refilava. Em comparação com esse passado ignominioso, hoje comemos lagosta. Mas andam por aí uns espertos reclamando que e a lagosta é ao natural e eles querem lagosta grelhada.
Eu sou um rapaz a cair da tripeça. Quando fiz a quarta classe, no Negage, tive de ir estudar para a cidade do Uíje e fiquei internado no colégio. Porque no tempo da Chuva, o Morro das Pedras não deixava passar ninguém. Depois a coisa piorou. Tive de ir para Luanda prosseguir os estudos secundários. Ficava meses longe da família e dos amigos! Hoje no Uíje há escolas superiores, entre as quais a Universidade Kimpa Vita.
Querem a lista das principais escolas superiores públicas criadas depois da Independência Nacional? Universidade do Cuito Cuanavale com polos em Menongue e Calai. Universidade José Eduardo dos Santos, Huambo. Universidade Katyavala Bwila, Benguela e Lobito. Universidade Lueji A’Nkondeo, Dundo e Saurimo. Universidade Madume ya Ndemufayo, Lubango e Ondjiva. Universidade do Namibe, Moçâmedes. Universidade Rainha Njinga a Mbandi, Malanje. Universidade 11 de Novembro, Cabinda, Buco Zau e Soio.
E como precisamos de muitos professores, tomem nota de mais estas: Escola Superior de Ciências Sociais, Artes e Humanidades do Zaire, Mbanza Congo. Escola Superior Pedagógica do Bengo, Caxito. Escola Superior Pedagógica do Bié, Cuito. Escola Superior Pedagógica do Cuanza Norte, Ndalatando. Quando eu era miúdo na capital do Cuanza Norte só havia ensino secundário até ao quinto ano, num colégio privado (Oliveira Martins). Institutos Superior de Ciências da Educação: Benguela, Cabinda, Huambo, Lubango, Belas, Uíge e Sumbe. Na capital do Cuanza Sul temos também o Instituto Superior de Petróleos.
Institutos Superiores Politécnicos: Caxito, Cuito, Sumbe, Ndalatando, Luena e Soio.
Escolas Superiores Militares: Escola Superior de Guerra de Angola, Academia Naval Angolana, Academia da Força Aérea Nacional, Instituto Superior Técnico Militar, Escola Nacional de Polícia de Protecção e Intervenção, Escola Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Luanda. Escola Militar Aeronáutica da Força Aérea Nacional e Academia Militar do Exército, Lobito. Instituto Superior Naval de Guerra, Ambriz. Quando eu era miúdo no Ambriz só existia uma pensão com alpendre de zinco, os batelões que levavam o café para os navios fundeados ao largo e muitas gaivotas. Mais a loja do João Martins.
Universidades Privadas: Católica, Belas, Independente, Jean Piaget, Lusíada, Metodista, Privada e Universidade Técnica de Angola.
Tudo construído depois da Independência Nacional. Enquanto as angolanas e os angolanos trabalhavam no duro para construir a Angoa que temos, a UNITA destruía o pais e matava os angolanos por conta dos invasores racistas da África do Sul. Enquanto as angolanas e os angolanos trabalhavam no duro para fazer de Angola um país, os accionistas da Sociedade Civil e os revus mamavam no Orçamento Geral do Estado.
Na Justiça o quer aconteceu? Antes da Independência Nacional tínhamos o poder judicial ao serviço das forças repressivas do colonialismo. No ano primeiro de Angola livre tínhamos meia dúzia de advogados, juízes e funcionários judiciais. Hoje temos um edifício fabuloso na Justiça. Há uma Faculdade de Direito formando quadros. Temos milhares de advogados, magistrados Judiciais e do Ministério Público. Temos centenas de Tribunais. Enquanto milhões de angolanas e angolanos erguiam este edifício, a UNITA destruía Angola e matava os angolanos por conta dos racistas de Pretória.
E na Saúde? Quando nasci nos anos 40 o panorama era este. Existiam os Círculos Sanitários do Congo, Malanje, Bié, Benguela e Huíla. Tinham um delegado de saúde e enfermeiros. Mais o Círculo Autónomo de Luanda onde estava concentrado o pessoal médico e de enfermagem. Poucas dezenas! Hoje o Cazenga tem mais pessoal de Saúde do que Angola naquele tempo.
Em toda a Angola existiam apenas 85 delegados de saúde. No então Distrito do Congo Português era este o quadro: Um Chefe dos Serviços Sanitários (Dr. Jacinto Vasconcelos) e os enfermeiros Alberto Domingos (Uíje), Paulo Bunga (Songo), António Pereira da Silva (Bembe) e Domingos Santos (Lucunga). Na circunscrição do Dimuca, a minha, zero. No Negage, o meu sagrado chão, um auxiliar na leprosaria. Mais nada. Quando eu adoecia, o Velho Tuma ia ao mato buscar plantas apropriadas a curar cada doença e como é púbico e notório, sobrevivi.
A Angola que hoje temos deve-se a milhões de jovens que conquistaram a Independência, garantiram a Soberania de a Integridade Territorial. Uma luta comandada por grandes marechais e generais, que conquistaram as estrelas nos campos de batalha. Só os da UNITA ganharam as estrelas matando angolanas e angolas, destruindo Angola. Os nossos generais, mais do que heróis, são Monumentos Nacionais. Um dele, Francisco Furtado, protagonizou o mais importante facto politico desta campanha, ao dizer: Se quiserem balcanizar Angola levam no focinho! Obrigado, meu general. Às ordens, meu general.
Os mentores do banditismo político ontem morriam de fome e estavam crivados de piolhos. Hoje comem lagosta e bebem champanhe, Mas reclamam porque a lagosta está mal grelhada e o champanhe precisa de um pouco mais de gelo no frapé.
Filomeno Vieira Lopes, um dos grandes beneficiários do MPLA e do Estado que construímos com rios de sangue, suor e lágrimas, hoje estava ao lado de Adalberto n Luena. Filomeno, mesmo disfarçado com chapéu de palha continuas a ser um kiombo insanável! Aguardem pela maior tareia eleitoral de todos os tempos!
*Jornalista
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