quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

A OTAN COMO RELIGIÃO

# Publicado em português do Brasil

Afred de Zayas*

A expansão da OTAN e a provocação ininterrupta à Rússia foi e é um perigoso erro geopolítico e uma traição à esperança de paz compartilhada pela humanidade

A controvérsia EUA/OTAN/Ucrânia/Rússia não é inteiramente nova. Já vimos o potencial de sérios problemas em 2014, quando os Estados Unidos e os Estados europeus interferiram nos assuntos internos da Ucrânia e secretamente/abertamente conspiraram para o golpe de estado contra o presidente democraticamente eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovych, porque ele não estava jogando o jogo que lhe foi determinado pelo Ocidente. Claro, nossa mídia saudou o putsch como uma “revolução colorida” com todos os sinais exteriores de democracia.

A crise de 2021/22 é uma continuação lógica das políticas expansionistas que a OTAN tem perseguido desde o fim da União Soviética, como vários professores de direito internacional e relações internacionais têm indicado há muito tempo – incluindo Richard Falk, John Mearsheimer, Stephen Kinzer e Francis Boyle. A abordagem da OTAN concretiza a pretensão estadunidense de ter a “missão” de exportar seu modelo socioeconômico para outros países, não obstante as preferências dos estados soberanos e a autodeterminação dos povos.

Embora as narrativas dos EUA e da OTAN tenham se mostrado imprecisas e às vezes deliberadamente mentirosas em várias ocasiões, o fato é que a maioria dos cidadãos do mundo ocidental acredita acriticamente no que lhes é dito. A “imprensa de qualidade”, incluindo o New York Times, Washington Post, The Times, Le Monde, El Pais, NZZ e FAZ são efetivas câmaras de eco do consenso de Washington e apoiam entusiasticamente a ofensiva nas relações públicas e na propaganda geopolítica.

Acho que se pode dizer, sem medo de contradição, que a única guerra que a OTAN já ganhou foi a guerra da informação. Uma mídia corporativa complacente e cúmplice conseguiu persuadir milhões de norte-americanos e europeus de que as narrativas tóxicas dos Ministérios das Relações Exteriores são realmente verdadeiras. Acreditamos no mito da “Primavera Árabe” e da “EuroMaidan”, mas nunca ouvimos falar do direito de autodeterminação dos povos, incluindo os russos de Donetsk e Lugansk, e o que poderia facilmente ser chamado de “Primavera da Crimeia”.

DEMOCRACIA A PREÇO DE SALDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ronald Reagan foi presidente do estado terrorista mais perigoso do mundo na década de 80. Dedicou especial atenção à guerra que os sul-africanos impuseram a Angola e na parte final, em desespero de causa, fez uma encenação medíocre na Casa Branca com Jonas Savimbi e ofereceu-lhe os FIM-92 Stinger, mísseis terra-ar guiados por infravermelhos, para combater russos e cubanos. As armas eram para Pretória, mas parecia mal se as entregasse directamente, porque a ONU declarou o regime racista como um crime contra a Humanidade.

Este paladino da democracia foi fiel apoiante do regime de Pretória que era um exemplo de amor ao regime democrático. Em 6 de novembro de 1962, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que condenava as políticas racistas do apartheid. Os estados-membros foram exortados a cortar as relações económicas e militares com o país. 

Ronald Reagan, os seus antecessores e sucessores apoiavam incondicionalmente um regime onde os negros viviam em guetos e não podiam entrar nos bairros dos brancos sem passes especiais. Os brancos, uma minoria da população, concentravam toda a riqueza e ocupavam todas as terras aráveis. Quem se opunha a estas políticas era massacrado, preso, torturado. As potências ocidentais, com os EUA à cabeça, opunham-se ao embargo económico e militar. 

Em 1973, uma resolução das Nações Unidas considerou o apartheid como crime contra a humanidade. Em 1974, a África do Sul foi suspensa da Assembleia Geral. Ronald Reagan ofereceu armas modernas e altamente mortíferas aos criminosos, através de Jonas Savimbi. Mas os angolanos ganharam a Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Em 1991, o governo sul-africano revogou todas as leis do apartheid. Em 1993, foi constituído um governo de transição. O estado terrorista mais perigoso do mundo perdeu em toda a linha. Os patriotas angolanos deram ao mundo uma lição de amor à liberdade.

Ronald Reagan viu logo no início do seu mandato cair a ditadura militar brasileira. Estrebuchou, conspirou e sabotou a democracia nascente. Em 1982, soltou os cães de guerra contra a  revolução sandinista na Nicarágua. Mas apoiou 60 anos de ditadura! Em 1983, o estado terrorista mais perigoso do mundo afogou em sangue a revolução na Ilha de Granada. Em 1989, nova intervenção militar sangrenta no Panamá. 

UNITA defende aprovação individual de propostas sobre papel da cidadania

ANGOLA

Maior partido da oposição angolana explica que propostas legislativas sobre Direito à Petição e Direito de Ação Popular "são diferentes e visam regular direitos fundamentais distintos", mas defende a aprovação dos dois.

A UNITA, maior partido da oposição angolana, manifestou-se, esta quarta-feira (26.01), contra a junção do projeto de lei sobre o Direito à Petição, que submeteu ao parlamento, e a proposta de Lei do Governo sobre o Direito de Ação Popular.

Em entrevista recente à DW, o líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) não descartou a unificação dos dois diplomas, no entanto, em conferência de imprensa, esta quarta-feira (26.01),  Liberty Chiaka explicou que, depois de analisados os dois documentos, o grupo parlamentar da UNITA concluiu que são diferentes e que visam regular direitos fundamentais distintos, consagrados em artigos distintos da Constituição da República de Angola.

"Não há razões objetivas, doutrinárias ou regimentais, para o legislador ordinário fundir estes dois diplomas num só. Também não vemos vantagens práticas algumas, nem políticas nem procedimentais na fusão das duas iniciativas", realçou.

Inundações em Tete deixam rasto de destruição, mortes e desabamentos

MOÇAMBIQUE

Está interrompida a circulação rodoviária entre Moatize e Tete, centro de Moçambique, devido às inundações que deitaram abaixo parte da ponte sobre o rio Rovubwe. Morreram pelo menos dez pessoas e há muitos desalojados.

No total, as inundações provocadas pela tempestade tropical Ana já fizeram pelo menos 10 mortos em Moçambique. Em Tete, as cheias provocaram a morte de pelo menos sete pessoas, desalojaram mais de 300 famílias e inundaram vários bairros da cidade no centro do país.

Entretanto, foi hoje encontrado sem vida, na zona baixa de Benga, o administrador do distrito de Tete, José Maria Mandere, vítima da fúria da tempestade. Mandere integrava a comitiva do governador de Tete, Domingos Viola, que estava no terreno a avaliar o impacto do mau tempo na província.

Em entrevista à DW África na segunda-feira, o governador de Tete disse que mais de duas mil pessoas poderão ser afetadas pelas inundações só na cidade de Tete. "A situação é péssima. Nunca tivemos uma situação idêntica na nossa cidade. Dois ou três bairros estão inundados devido à fúria das águas do rio Rovubue", lamenta.

Uma comissão multisetorial foi criada para apoiar no resgate das pessoas. Júlio Calengo, membro desta equipa, descreve o cenário vivido na cidade de Tete: "Muitas casas estão por baixo das águas e as famílias estão na estrada sentadas. É muito triste e preocupante aquela situação. Acredito que até amanhã será possível saber o grau dos danos causados pelas cheias."

Guiné-Bissau | PAIGC quer ganhar legislativas para destituir PR no Parlamento

ENTREVISTA

Muniro Conté, secretário do PAIGC, afirma que Simões Pereira tem o apoio da esmagadora maioria do partido e vai vencer as próximas eleições. "Os desafios são grandes e precisamos de um líder à altura", salienta.

O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, deverá avançar para um terceiro mandato à frente do partido que é líder da oposição guineense. Apesar de receber o aval dos órgãos superiores da legenda, vários dirigentes, mesmo no seio do próprio PAIGC, insurgem-se contra a intenção de Simões Pereira.

Por sua vez, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, já avisou que nunca nomearia Simões Pereira primeiro-ministro, mesmo caso ele e o seu PAIGC vencessem as próximas legislativas, invocando como razão o facto de Domingos Simões Pereira não o reconhecer como Presidente da República.

Entretanto, o comité central do PAIGC apelou aos subscritores de uma carta aberta, na qual criticam os mandatos de Simões Pereira à frente do partido, para reconsiderarem a sua posição e passarem a apoiar um terceiro mandato.

O congresso do PAIGC realiza-se, em Bissau, entre 17 e 20 de fevereiro. Domingos Simões Pereira ainda não anunciou a sua recandidatura a um terceiro mandato.

Guiné-Bissau | Sissoco Embaló quer interferir nos assuntos internos do PAIGC?

Na Guiné-Bissau, a situação política adensa-se depois de o PR ter dito que não irá nomear Domingos Simões Pereira primeiro-ministro. Analista considera que há uma interferência de Embaló nos assuntos internos do PAIGC.

A atualidade política guineense está a ser marcada pela denúncia do deputado do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Manuel Nascimento Lopes ("Manelinho"), sobre uma alegada ameaça à sua integridade física.

"Um telefonema anónimo para me ameaçar é uma vã tentativa de me amedrontar. Estou tranquilo na minha casa e que ninguém se preocupe com isso", escreveu esta terça-feira (25.01) o parlamentar na sua página no Facebook. O deputado não disse, contudo, de quem terão partido as ameaças.

Num contexto de muita movimentação política, com vários partidos a realizar congressos, enquanto outros traçam o plano para as legislativas do próximo ano, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, deu início, na semana passada, em Quinhamel, na região de Biombo, norte da Guiné-Bissau, a uma série de visitas à população do interior do país, com muita "pompa e circunstância".

UNIÃO AFRICANA DISPONIVEL PARA ACOMPANHAR TRANSIÇÃO NO MALI

Presidente da Comissão da União Africana reuniu-se com o líder do governo de transição do Mali, coronel Assimi Goita, e sublinhou disponibilidade da organização em acompanhar o processo de devolução do poder aos civis.

Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da UA, iniciou segunda-feira uma visita a Bamako e reuniu-se, além de Goita - que liderou dois golpes militares, em agosto de 2020 e maio de 2021 - e com o primeiro-ministro de transição, Choguel Kokalla Maiga.

"Mobilizamos o continente e os seus parceiros para apoiar o Mali a ultrapassar a atual crise e estabelecer um Estado forte no interesse do povo maliano, da região e de todo o continente", disse à imprensa o dirigente africano no final do encontro com Goita.

Mahamat pediu a Goita que tenha em conta a situação de segurança "multidimensional e particular" que o Mali atravessa há uma década.

Relativamente às sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contra o Mali após o governo de transição ter decidido adiar as eleições marcadas para o próximo mês de fevereiro, Mahamat salientou que "o mais importante é ver como apoiar a transição no Mali".

Golpe no Burkina Faso: "AS PESSOAS ESTAVAM CANSADAS”

A Comunidade internacional condena o golpe de Estado, mas alguns cidadãos burquinabês estão expectantes por ver o Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração em ação.

O Presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demitiu-se esta terça-feira (25.01) após a tomada do poder pelos militares, na sequência do golpe de Estado do passado domingo, protagonizado pelo Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), liderado pelo tenente-coronel Paul Damiba.

Algumas manifestações de contentamento popular foram observadas em Ouagadougou, capital do Burkina Faso.

Simpatizantes do Movimento Popular para o Progresso (MPP, o partido de Kaboré) e residentes dizem-se a favor do golpe.

"Votei no MPP. Não me arrependo da minha escolha. Mas vejo hoje que o que nos foi dito não foi concretizado. 80% da população estava farta, por isso podemos dizer que é um golpe salutar", afirma um apoiante.

Outro cidadão confirma que "as pessoas estavam cansadas", as restrições às liberdades eram demais.

"Tentámos com o regime deposto, mas não funcionou. Vamos tentar com eles. Há golpes o tempo todo. No Burkina Faso, ninguém gosta disso. Adoramos a paz e queremos avançar. Esperamos algo novo deles, algo que faça o país avançar."

Golpes de Estado na África Ocidental: "Há um retrocesso nos ganhos democráticos"

ENTREVISTA

Para Carlos Lopes, Alto Representante de África junto da União Europeia, estratégias geopolíticas de países não africanos estão a motivar golpes. Mas há também outros problemas que continuam sem resposta.

Em menos de 18 meses aconteceram três golpes de Estado na África Ocidental:  Mali, Guiné-Conacri e agora no Burkina Faso. Esta segunda-feira, (24.01), os militares burquinabês assumiram o poder e dissolveram o Governo e o Parlamento.

O Presidente do país, Roch Kaboré, que ainda está em lugar incerto, demitiu-se do cargo em carta escrita à mão e divulgada pela televisão estatal.

Para Carlos Lopes, Alto Representante de África junto da União Europeia, "as armas que são compradas para combater os terroristas estão a ser usadas para derrubar regimes supostamente democráticos".

O também professor da Escola de Governação Pública Nelson Mandela, na Cidade do Cabo, diz que as estratégias geopolíticas de países não africanos, que lutam por mais protagonismo em África, são um dos fatores de desestabilização de vários países ricos em recursos naturais, e as organizações subregionais manifestam-se incapazes de repor a normalidade democrática.

O SAHEL CONTRA AS CORDAS

Martinho Júnior, Luanda

DEPOIS DO ASSALTO DO “HEGEMON” À DESAMPARADA LÍBIA EM 2011, OS FRUTOS AMARGOS DA “PRIMAVERA ÁRABE” ESPALHAM-SE POR TODO O SAHEL E DAÍ EM DIRECÇÃO AO SUL.

ÁFRICA “DANÇA COM LOBOS” NEOCOLONIAIS!

01- A “primavera árabe” na Líbia foi o início da injecção da jihad islâmica em África, facto que na altura alertámos no Página Global, acompanhando a quente e em tempo oportuno os acontecimentos, prevendo que a partir daí todo o Sahel seria severamente afectado, com telúricas repercussões por todo o continente.

São muitos os exemplos desse alerta-fundamento pelo que me abstenho de aqui colocar seus links.

Em relação a esse golpe aplicado com forças militares externas suportadas por bases de intervenção instaladas na França, na Itália e nos navios da 6ª Frota da US Navy estacionada no Mediterrâneo, poucos foram os países que ousaram em nome da democracia denunciar e nenhum, por falta de capacidades próprias e em função da surpresa, ousou combater de armas na mão ao lado dum Kadafi que de tão abandonado que foi, acabou por morrer assassinado para gáudio dos intervencionistas do “hegemon”, com a “falcoa” Hillary Clinton à cabeça!

O “hegemon” apoiou assim, deliberadamente, a sua mais diabólica criatura de que se servia tacitamente, também em nome da “democracia representativa”!

Um a um os países do Sahel tornaram-se desde então frutos amargos da injecção de caos, terrorismo e desagregação aplicada desse modo e por essa via a África, em função da remoção do tampão que havia constituído a Jamairiya Líbia!

Por raquitismo das denúncias efectivamente democráticas (entre as condenações sobressaíram as da Venezuela Bolivariana pela voz do Comandante Hugo Chaves e da África do Sul), nada mais perverso e cínico: a Líbia foi alvo dum golpe de estado sangrento com a decisiva participação de forças externas ao nível de alguns países da NATO, que por seu turno nos mídia de amplo espectro e difusão global sob sua tutela, enquanto catapultavam o jihadismo, propagandearam-no em nome da “democracia” e do “direito para intervir”, tal como Ronald regan considerou Savimbi (“freedom fighter”), nas metamorfoses que são a sua obra de arte fonte barbaridade e de sangue!…

Essa afectação justificou também e desde logo o esforço militar da FrançAfrique conjugado com o Comando África do Pentágono com a distensão de forças ao longo do paralelo que vai do Senegal a Djibouti, prevista em função do “êxito” na Líbia desde que se distendesse a jihad, conforme aliás imediatamente aconteceu em 2012 com sintomas agudos imediatamente no Mali!…

Quer no Senegal, quer no Djibouti, a França possui bases militares desde os tempos coloniais, autênticas “testas-de-ponte” de longa duração, que permitem desencadear qualquer rápida intervenção Sahel adentro sempre que julgado necessário e segundo o prevalecente princípio colonial-neocolonial de que, década a década, “mais vale prevenir do que remediar”…

A meia-distância, entre o Atlântico e o Mar Vermelho, está o Níger onde além das forças da Operação Barkana da FrançAfrique, estacionaram os meios militares de rastreio do AFRICOM que desde logo é um dos principais centros de drones dos Estados Unidos em África!

Tacitamente a expansão jihadista passou a justificar essa pujança militar extra continental, numa ossatura que permite a afirmação neocolonial no seu mais requintado e habilidoso módulo, incidindo sobretudo ali onde a extracção de matérias-primas a baixo preço é essencial para a “civilização ocidental”, como o caso flagrante do urânio do Níger e dos interesses da Areva naquele país âmago da FrançAfrique, por sinal sintomaticamente na cauda dos Relatórios Anuais dos Índices de Desenvolvimento da ONU!

O Mali foi dos primeiros componentes do Sahel a sentir os efeitos do desastre da Líbia e a partir daí as crises foram-se entrelaçando, alastrando até ao Lago Chade pelo oeste, aos Grandes Lagos pelo centro e a Moçambique pelo leste do continente!

África desamparada e vulnerabilizada está ainda atordoada e confusa sobre como dar a volta a esta situação que se tornou cancro-crónico e é raiz da perversa onda neocolonial tacitamente conjugada pela expansão do jihadismo financiado a partir de nexos das monarquias arábicas que no Médio Oriente Alargado têm feito parte da “Coligação” contra a Síria, a Líbia, o Iraque, o Iémen e o Irão, obedientes à doutrina Rumsfeld/Cebrowski!...

O QUE FAZ FALTA, CAPACHINHO A CONDIZER E FATIOTA


EUA finaliza planos para desviar gás para a Europa se Rússia cortar fornecimento

# Publicado em português do Brasil

Julian Borger, Washington | The Guardian

Autoridades que trabalham com fornecedores globais para evitar crise de gás na Europa se o fluxo da Rússia for cortado, enquanto Biden diz que consideraria sanções pessoais contra Putin

Os EUA ajudaram a se preparar para o desvio de suprimentos de gás natural de todo o mundo para a Europa no caso de o fluxo da Rússia ser cortado, em um esforço para enfraquecer a arma econômica mais poderosa de Vladimir Putin.

À medida que os temores de uma invasão da Ucrânia crescem, autoridades dos EUA disseram na terça-feira que estavam negociando com fornecedores globais e agora estavam confiantes de que a Europa não sofreria uma perda repentina de energia para aquecimento no meio do inverno.

“Para garantir que a Europa seja capaz de sobreviver ao inverno e à primavera, esperamos estar preparados para garantir suprimentos alternativos cobrindo uma maioria significativa do déficit potencial”, disse um alto funcionário.

A preparação para o fornecimento de gás a granel faz parte de uma campanha dos EUA e seus aliados europeus para mostrar uma frente unida e coerente a Putin na esperança de impedi-lo de invadir a Ucrânia . Joe Biden disse na terça-feira que consideraria impor sanções pessoais ao próprio presidente russo.

Se a Rússia atacasse, disse Biden, seria a “maior invasão desde a Segunda Guerra Mundial” e “mudar o mundo”.

Boris Johnson deu a entender que a Alemanha estava preocupada com a imposição de sanções contra a Rússia por causa de sua dependência do gás russo e disse aos parlamentares que estão sendo feitos esforços diplomáticos para persuadir Berlim e outros a irem mais longe.

O primeiro-ministro britânico disse que os "amigos europeus" estavam preocupados em impor as sanções mais duras possíveis a Moscou por causa de sua "forte dependência" do gás russo - e também declarou que o Reino Unido estaria disposto a enviar mais tropas para a Europa Oriental se a Ucrânia fosse atacada.

OS TAMBORES DA GUERRA REGRESSAM 77 ANOS DEPOIS

# Publicado em português do Brasil

Supratim Barman* | One World

77 anos no Grande Esquema das Coisas, não faz muito tempo, (é quase como ontem), mas hoje, parece que em todos os lugares que você olha no mundo ao nosso redor, há um esforço conjunto sendo feito para reiniciar os eventos que levaram a 1939, na esperança de que, de alguma forma, pela segunda vez haja um resultado fortuito para uma utopia fascista global.

O 77º  Aniversário da Derrota do Fascismo na Europa no mês de maio de 1945 ; se aproxima de nós.

Acima está uma foto das tropas soviéticas entrando em Varsóvia e sendo cumprimentadas pelos moradores da cidade.

Ao contrário da percepção pública (enraizada em nossa psique coletiva pela grande mídia e seus esforços incansáveis ​​para reescrever a história); os soviéticos não eram vistos como inimigos, mas sim como libertadores pelo povo da Polônia.

A carnificina naufragada na Europa ainda é visível até hoje enquanto você caminha em qualquer direção em direção às florestas e florestas densas das aldeias aparentemente tranquilas do sudoeste da Polônia e; onde, inevitavelmente, você encontrará enormes cemitérios não marcados de mortos há 77 anos.

Evolução militar na Europa e no mundo chegou a um ponto perigoso -- Grushko

A evolução militar na Europa e no mundo chegou a um ponto perigoso, afirmou Aleksandr Grushko, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia.

"Hoje, o processo de evolução político-militar na Europa e no mundo chegou a um ponto em que são necessários mais esforços para afastar o mundo deste ponto perigoso", afirmou.

"Nossas propostas, formuladas pelo presidente da Rússia, abrem um caminho direto e claro para avançar na direção certa, não apenas para garantir os interesses nacionais da Rússia, que é uma tarefa fundamental para nós, diplomatas, bem como para a reconstrução de uma segurança global, considerando os interesses legítimos dos outros, o que resultará em recursos para a resolução pacífica dos problemas", declarou.

Experiências biológicas dos EUA sobre soldados aliados na Ucrânia e na Geórgia

Dilyana Gaytandzhieva [*]

O CONTEÚDO AQUI PUBLICADO É REDUZID E DIRECIONA OS INTERESSADOS PARA A FONTE. ALI INCLUI MAIS IMAGENS E DOCUMENTAÇÃO RELACIONADA COM O EXPOSTO. (PG) 

Enquanto os EUA planeiam aumentar a sua presença militar na Europa de Leste para "proteger os seus aliados contra a Rússia", documentos internos mostram o que significa "protecção" americana em termos práticos.

O Pentágono realizou experiências biológicas com um resultado potencialmente letal em 4.400 soldados na Ucrânia e 1.000 soldados na Geórgia. De acordo com documentos divulgados, todas as mortes voluntárias devem ser comunicadas no prazo de 24 h (na Ucrânia) e 48 h (na Geórgia).

Ambos os países são considerados os parceiros mais leais dos EUA na região, com uma série de programas do Pentágono a serem implementados no seu território. Um deles é o programa de envolvimento biológico da Agência de Defesa para a Redução de Ameaças (Defense Threat Reduction Agency, DTRA), no valor de 2,5 mil milhões de dólares, que inclui investigação sobre agentes biológicos, vírus mortais e bactérias resistentes a antibióticos que estão a ser estudados na população local.

Projecto GG-21: "Todas as mortes de voluntários serão prontamente comunicadas"

O Pentágono lançou um projecto de cinco anos com uma possível extensão de até três anos, com o nome de código GG-21: "Infecções transmitidas por artrópodes e zoonoses entre o pessoal militar na Geórgia". De acordo com a descrição do projecto, serão obtidas amostras de sangue de 1.000 recrutas militares no momento do seu exame físico de registo militar no hospital militar georgiano localizado em Gori.

Mais lidas da semana