segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Trocas & Baldrocas | Há “cerca de uma em cada sete pessoas cujo voto não contou”


Mais de 671 mil votos dos portugueses foram “para o lixo” nestas legislativas. Foi um em cada sete

Uma em cada sete votos “não contou” nas legislativas, avança o politólogo Luís Humberto Teixeira ao Expresso. O mais castigado foi o Bloco de Esquerda, que recebeu 112.417 votos ‘inúteis’. No círculo eleitoral de Portalegre, por exemplo, “a opinião de mais de metade dos eleitores foi ignorada”

671.557 é o número de votos que foram ‘desperdiçados’ nestas eleições, ou seja, que não foram convertidos em mandatos. Este número representa quase 13% do total de votos válidos nas legislativas e é avançado pelo politólogo Luís Humberto Teixeira. Juntamente com o programador Carlos Afonso, ambos desenvolveram o portal “O meu voto”, em que cada eleitor pode ver se elegeu efetivamente alguém.

Ao escolher o círculo eleitoral e o partido em que votou nas legislativas 2022, pode perceber se o seu voto elegeu algum deputado. Se aparecer a mensagem: “Lamentamos, mas o seu voto não elegeu ninguém” não fique surpreendido porque, pela segunda vez, o número de votos que foram ‘para o lixo’ “ficou acima de 650 mil”. Isto significa que há “cerca de uma em cada sete pessoas cujo voto não contou”, diz ao Expresso Luís Humberto Teixeira, mestre em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Falta apenas apurar os resultados da emigração.

Como é habitual, sublinha, são os partidos médios os mais castigados, enquanto os grandes – o PS e o PSD – sofrem pouco ou nada. Nestas legislativas, o partido mais prejudicado em número de votos não convertidos em mandatos, em termos absolutos, foi mesmo o Bloco de Esquerda (112.417), que BE passou de terceira força política para quinta, conseguindo eleger apenas cinco deputados. Curiosamente, o segundo partido com mais votos ‘inúteis’ nestas eleições foi o Chega (95.512) – que ainda assim conseguiu um bom resultado face a 2019 – seguido da CDU composta por PCP e PEV (88.401) e só depois pelo CDS (86.578) e Iniciativa Liberal (81.068). Recorde-se que o CDS, apesar de ter recebido mais votos do que o PAN e o Livre, perdeu a representação parlamentar ao fim de 47 anos, porque não conseguiu eleger nenhum deputado.

Se falarmos em termos percentuais, de entre os partidos que elegeram deputados o mais prejudicado percentualmente pela não conversão de votos em mandatos foi o PAN (71,34%), seguido do Livre (58,19%). No extremo oposto estão, sem surpresas, o PSD e o PS. O partido de Rui Rio teve apenas 1,55% de votos ‘desperdiçados‘ – só não converteu em mandatos os votos que recebeu em Beja e em Portalegre. O partido liderado por António Costa não perdeu, pela segunda eleição consecutiva, um único voto. Por outras palavras, conseguiu eleger em todos os círculos eleitorais onde apresentou listas.

Além de proteger os dois grandes partidos, o sistema eleitoral português beneficia também os maiores círculos eleitorais. Nestas eleições, o distrito mais prejudicado foi Portalegre: mais de metade dos votos válidos depositados neste círculo (51,82%) não foram convertidos em mandatos e não elegeram ninguém. “É já a segunda vez seguida que isto acontece neste distrito”. Como diz Luís Humberto Teixeira de uma forma menos técnica “a opinião de mais de metade dos eleitores de Portalegre foi ignorada”. Como resultado, os dois únicos mandatos foram atribuídos ao Partido Socialista.

Covid-19 | Portugal com mais 27.916 casos e 49 mortes. Rt desce e incidência sobe

Nas últimas 24 horas, há mais 72 pessoas internadas em enfermarias.

Portugal registou 27.916 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas e mais 49 mortes associadas à Covid-19.

A incidência de infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal aumentou de 6130,9 casos por 100 mil habitantes para 6836,6 e o índice de transmissibilidade (Rt) registou descida de 1,16 para 1,13, anunciou esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Há, neste momento, 586.150 casos ativos e 633.177 contactos em vigilância.

Até ao momento, 2.033.747 pessoas conseguiram recuperar, das quais 39.596 nas últimas 24 horas.

Há agora 2469 pessoas internadas (mais 72 do que nas últimas 24 horas). Nos cuidados intensivos estão 160 doentes, o mesmo número do dia anterior.

Carolina Quaresma | TSF

CONSULTE AQUI O ÚLTIMO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO -- TSF

FMI REVÊ CRESCIMENTO DE ANGOLA PARA 3% ESTE ANO

O diretor do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que a previsão de crescimento económico para Angola este ano foi revista em alta, de 2,4% para 3%, elogiando o governo pelas reformas.

"Em Angola, prevemos um crescimento de 3% para este ano e cerca de 4% a médio prazo, mas mais do que o ponto de destino, o que estamos a ver é a tendência, o país está a sair de um período incrivelmente difícil", disse Abebe Aemro Selassie em entrevista à Lusa por videoconferência a partir de Washington.

"Angola foi atingida por múltiplos choques, primeiro o declínio nos preços das matérias primas, em 2015 e 2016, que teve efeitos enormes na economia, e quando respondiam a isso veio a pandemia, que teve um efeito incrivelmente adverso na economia", acrescentou o diretor do departamento africano do FMI.

"Finalmente estamos a ver uma expansão económica, é muito, muito importante e encorajador, porque é um reflexo das medidas que o governo tomou para reformar o país e controlar os desequilíbrios macroeconómicos", apontou Selassie.

A economia angolana deverá ter saído da recessão no ano passado, antevendo um crescimento próximo de 0%, com as principais instituições internacionais e analistas a preverem uma expansão económica superior a 2% este ano, sustentado não só na recuperação dos preços do petróleo, mas também no crescimento da economia não petrolífera, fruto da diversificação económica em curso.

AGENDA CHEIA FÉRIAS ESTRAGADAS -- Artur Queiroz


 Artur Queiroz*, Luanda

Ponto prévio. Nunca disse já está porque nada está acabado, tudo está em aberto. Jamais direi já sei porque aprendi há muitos anos, como o meu professor Piscas, esta verdade do tamanho de Angola: Só sei que nada sei e tudo o que aprender será sempre nada ou pouco mais. A sabedoria nunca se concentra numa só pessoa, numa só época da História Universal, numa só cultura, num só modelo de sociedade, numa só região da Terra.

Um repórter a cair da tripeça pouco mais sabe do que cavar notícias, reportar, entrevistar, editar, organizar o espaço. Em 1974/75, estive na primeira linha dos que perceberam a necessidade de formar jovens jornalistas nas Redacções das rádios e dos jornais. Fomos sabotados e atacados à falsa fé, por fogo amigo. O que sobrou ainda deu para manter a chama do jornalismo acesa. Um prémio de consolação, muito menos do que sonhamos e projectamos. 

Um jornal angolano (Novo Jornal), 47 anos depois da Independência Nacional, num vómito assinado por Gustavo Costa mas escrito por fantasmas ressabiados pela queda do império colonial português, defende o que nem Salazar ou Marcelo defenderiam. Escreve a alimária analfabeta funcional: “MPLA e UNITA não podem impor, aqui e ali, a legitimidade revolucionária herdada de uma transição para a independência feita sem respeito pelas regras de trânsito democrático”. O coronel Santos e Castro, comandante do Exército de Libertação de Portugal (ELP) não se atrevia a vomitar semelhante insulto.

A transição para a Independência Nacional, entre o 25 de Abril de 1974 e 11 de Novembro de 1975, foi feita pela ilegitimidade contra revolucionária imposta por Nixon, Mobutu e Spínola, o trio presidencial que decidiu excluir o MPLA do processo de descolonização. Não contaram com o apoio popular ao movimento e a elevadíssima taxa de militância dos seus membros e apoiantes. A transição foi feita com a invasão silenciosa ou à bruta do Norte de Angola. Com a tentativa quase conseguida de balcanizar o país. 

Burkina Faso: União Africana suspende atividades do país na organização

A União Africana (UA) suspendeu a participação do Burkina Faso na organização até que a ordem constitucional seja restabelecida no país, após o golpe de Estado de 24 de janeiro, anunciou o Conselho de Paz e Segurança.

"O Conselho decide, em conformidade com todos os instrumentos relevantes da UA [...], suspender a participação do Burkina Faso em todas as atividades da UA, até ao restabelecimento efetivo da ordem constitucional no país", anunciou a organização na sua conta Twitter esta segunda-feira (31.01).

 A medida segue-se a uma decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de suspender o país da África Ocidental de todas as suas instituições, após uma cimeira virtual extraordinária que decorreu na sexta-feira (28.01).

 A CEDEAO - um bloco regional de 15 países - também exigiu a libertação do Presidente do país, Roch Marc Christian Kaboré, deposto pelos autores do golpe de Estado e, alegadamente, detido.

Nenhuma das organizações optou até agora por sanções contra o Burkina Faso, no entanto, a CEDEAO poderá considerar essa hipótese na próxima cimeira, desta vez presencial, marcada para 3 de fevereiro em Acra, capital do Gana, país que detém a presidência rotativa da organização.

Uma delegação de chefes da diplomacia da CEDEAO deveria chegar hoje a Ouagadougou, capital do Burkina Faso, para conversações com membros da junta que se encontra no poder há uma semana.

Moçambique | Ataque mortal a transporte no Niassa sem ligação a insurgentes

O ataque e roubo desta sexta-feira, (28.01), de uma viatura que transportava 17 passageiros no Niassa, norte de Moçambique, não estará relacionado com grupos insurgentes, segundo Alves Mate, porta-voz da PRM no Niassa.

"Não está relacionado com isso, são bandidos comuns", explicou Alves Mate, porta-voz da PRM no Niassa, quando questionado sobre se há sinais que liguem a ocorrência, que provocou um morto, à violência com origem em Cabo Delgado, província vizinha.

Depois do ataque, os dois encapuzados armados roubaram os bens que puderam da viatura e deixaram-na abandonada, na estrada, referiu.

"Alargámos o perímetro e as buscas continuam", para encontrar os autores e identificar as armas usadas (uma metralhadora AK47 e uma catana), acrescentou Alves Mate.

HOLOCAUSTO E A FOTO DOS HERÓIS LIBERTADORES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O antissemitismo é igual à islamofobia, ao fundamentalismo islâmico, ao extermínio de palestinos na Faixa de Gaza, à intolerância acéfala de adventistas. Na Idade Média, a Europa usou as Cruzadas para matar “mouros” na chamada Reconquista Cristã. Milhões de seres humanos assassinados. Depois veio a Inquisição (Tribunal do Santo Ofício) que exterminou elites intelectuais, cientistas, artistas, o melhor que Espanha e Portugal tinham. 

No advento das viagens marítimas de portugueses e espanhóis foi a vez dos genocídios. Depois a escravatura e imediatamente a seguir o colonialismo. Milhões de seres humanos vendidos. Quem resistia, tinha a morte garantida. África foi ocupada por forças estrangeiras e transformada num gigantesco campo de concentração onde os colonialistas executaram o maior Holocausto que alguma vez se abateu sobre a Humanidade. Porque os executantes já sabiam, quanto mais não fosse pelos textos do Padre António Vieira, que índios e escravos negros “têm alma como nós”.

Ao referir “escravos negros” não estou a usar a cor por acaso. Um dia falarei dos escravos brancos e “pardos” que foram vendidos no Largo do Pelourinho em Luanda, no século XIX. Angola era uma colónia penal (imensa prisão) e criminosos de delito comum, presos políticos, de delito religioso ou social (prostitutas e homossexuais) eram enviados “a ferros” de Portugal para Angola. A Fortaleza de São Miguel foi a prisão onde dormiam. Durante o dia eram submetidos a trabalhos forçados. As e os mais jovens e fortes muitas vezes eram trocados por dinheiro nos leilões de escravos do Largo do Pelourinho.

O colonialismo tornou inócuos gravíssimos crimes. Matar um negro era normal. Escravizar seres humanos era um negócio vulgar. Possuir escravos ao serviço era sinal de elevação na escala social. Só os pobres de pedir não tinham escravos. Roubar no peso e na medida era uma virtude, se os roubados fossem negros. Ofensas corporais gravíssimas sobre negros, que podiam estropiar ou mesmo matar os agredidos, eram actos de justiça. Abusar sexualmente das mulheres negras, quantas mais melhor, era uma forma de mostrar poder económico e elevação na escala social. 

Hoje é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Os nazis da Alemanha mataram nos campos de extermínio milhões de judeus. Três milhões de homens, dois milhões de mulheres e um milhão de crianças assassinados cruelmente. Em Julho de 1944, as forças soviéticas foram as primeiras a chegar a um campo nazi de extermínio, Majdanek, perto da cidade de Lublin, na Polónia. Logo a seguir os soviéticos libertaram as vítimas dos campos de Belzec, Sobibor e Treblinka. Os libertadores encontraram, horrorizados, seres humanos que estavam praticamente reduzidos aos esqueletos.

Angola | GOVERNO APROVA AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL EM 50%

O Conselho de Ministros angolano aprovou esta segunda-feira (31.01) a proposta de aumento do salário mínimo nacional na ordem dos 50%. Medida deixa de fora titulares de cargos de cargos políticos, lideranças e chefias.

Esta medida, que visa devolver o poder de compra das famílias angolanas, afetado pela conjuntura económica do país, foi anunciada na sexta-feira (28.01) pelo líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, João Lourenço.

No final da reunião de Conselho de Ministros, presidida pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), Teresa Dias, disse que antes da decisão foi realizado um trabalho por um grupo técnico, integrado pelo Governo e parceiros sociais, entre os quais as principais forças sindicais do país.

Teresa Dias disse que este estudo permitiu encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois grupos, chegando-se à conclusão de que devia haver um impacto do salário mínimo nacional na ordem do 50%.

"Aí ficou perfeitamente ajustado entre as partes, que, quer nos vários setores, da agricultura, a título meramente exemplificativo, sairíamos dos 21.454 kwanzas (36 euros) para 32.181,15 kwanzas (54 euros), passaríamos, nos transportes, serviços e indústria transformadora, como salário mínimo de 26.817 kwanzas (45 euros) para 40.226,00 Kwanzas (67,5 euros), no comércio e indústria de 32.000 kwanzas (53,7 euros) para 48.271 kwanzas (80,9 euros)", referiu a ministra.

Os bombardeamentos dos EUA na Síria e no Iraque violam a Constituição dos EUA

Em 18 de Novembro de 2021, três membros da Câmara dos Representantes, Peter A. DeFazio (republicano, Oregon), Nancy Mace (republicana, Carolina do Sul) e Jamaal Bowman (democrata, Nova Iorque), escreveram ao Presidente Joe Biden para lhe pedir que especificasse quais as bases constitucionais que lhe permitem bombardear a Síria e o Iraque.

Dois meses mais tarde (o prazo regulamentar), a Casa Branca ainda não lhes respondeu. As acções militares dos Estados Unidos nestes dois países violam pois não só a sua soberania, mas também a Constituição dos EUA.

Ninguém parece importar-se com isso.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Pentágono diz-se chocado por ataques aéreos dos EUA matarem tantos civis

# Publicado em português do Brasil

Peter Mass | The Intercept

As promessas do secretário de Defesa Lloyd Austin de reduzir as baixas civis são tão vazias quanto as promessas dos militares de acabar com o assédio sexual.

O Pentágono não é conhecido por encenar revivals de filmes clássicos, mas apenas reencenou uma cena famosa de “Casablanca”.

O secretário de Defesa Lloyd Austin – após meses de notícias sobre civis mortos por bombas dos EUA, incluindo a morte de sete crianças e três adultos em um ataque de drone em Cabul  – acaba de emitir uma diretiva para reduzir o que os militares tradicionalmente descrevem como danos colaterais. “Nós podemos e vamos melhorar os esforços para proteger os civis”, prometeu Austin esta semana. “A proteção de civis inocentes na condução de nossas operações continua sendo vital para o sucesso final de nossas operações e como um importante imperativo estratégico e moral.”

Sua diretiva de duas páginas pede a criação de um “Plano de Resposta a Danos Civis e Mitigação” em 90 dias que estabelecerá uma abordagem abrangente para melhorar o treinamento de militares e a coleta e compartilhamento de dados, para que as pessoas erradas não não ser morto com tanta frequência. Ele também ordenou o estabelecimento de um “centro de excelência de proteção civil” vagamente definido para institucionalizar o conhecimento necessário para evitar assassinatos ilícitos. A ideia subjacente é que a cultura militar será alterada para que a proteção dos civis seja um objetivo central.

Se você estivesse apenas sintonizado com a catástrofe das guerras eternas da América, você pode ficar impressionado com a diretiva de Austin, da mesma forma que você pode ficar impressionado com o capitão Louis Renault em “Casablanca” quando ele fecha o Rick's Café porque, surpreendentemente, o jogo era acontecendo no cassino. O horror da Renault era fingido, é claro. Ele era um visitante regular do café e, depois de apitar sobre o jogo, recebeu seus ganhos daquela noite.

Não é como se o Pentágono estivesse agindo - ou fingindo agir, como é muito mais provável - porque os abusos no campo de batalha de repente foram trazidos à sua atenção. Desde o início, uma das marcas registradas das guerras pós-11 de setembro foi a morte de civis amplamente divulgada pelas forças dos EUA . Essas coisas foram reveladas em detalhes exaustivos ano após ano por gerações de jornalistas (até fiz um pouco disso durante a invasão do Iraque), bem como organizações sem fins lucrativos e denunciantes militares como Chelsea Manning e Daniel Hale .

ESSES ESPIÕES QUE TRATAM DA NOSSA INFORMAÇÃO

O tratamento do problema da Ucrânia é realmente um caso exemplar da maneira mistificadora, desinformativa, alienante e até atemorizadora como a comunicação social dominante se comporta.

José Goulão* | opinião

«Operação Mockingbird» foi uma linha de montagem da propaganda imperial montada pela Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana logo no início da guerra fria para interferir nos principais meios de comunicação social dos Estados Unidos, da Europa e através do mundo.

Os numerosos autores que investigaram o processo revelam que a CIA inscreveu centenas de jornalistas de numerosas nacionalidades nas suas folhas de pagamentos de modo a tornar dominantes as posições do regime norte-americano, se possível em todo o mundo.

O jornalista Carl Bernstein informou, na sequência de uma investigação realizada nos finais dos anos setenta do século passado, que a CIA pagava a mais de 400 jornalistas de 25 empresas jornalísticas proprietárias de publicações sonantes como a Newsweek, Time, Miami Herald, das televisões ABC e NBC e das principais agências de notícias mundiais: AP, UPI e Reuters. O jornal Washington Post, através dos seus proprietários e editores, era uma parte da operação.

William Scharp, advogado que foi uma figura de relevo no caso da morte de Martin Luther King, explicou que a CIA financiava milhares de jornalistas, além de ter as suas próprias organizações de media. Para a agência, revelou um antigo membro da rede de propaganda, «era mais barato pagar a um jornalista do que a uma prostituta». E Thomas Braden, chefe de divisão de um departamento governamental de Washington, testemunhou que «não havia limite de dinheiro para gastar, não havia limites para as actividades a realizar na guerra fria secreta». A «Operação Mockingbird» funcionava, segundo a mesma fonte, «como uma multinacional».

Um relatório de 1976 do Congresso dos Estados Unidos concluiu que centenas de indivíduos em todo o mundo tentam influenciar as opiniões através de propaganda dissimulada, graças ao acesso directo a jornais e outros periódicos, serviços de imprensa, agências de notícias, rádios, televisões, editoras e outros meios de comunicação estrangeiros.

AS SONDAGENS NAS ELEIÇÕES EM PORTUGAL VALEM O QUE DEMONSTRAM


Empresas e cérebros na especialidade de realização de sondagens relativas às eleições portuguesas de ontem demonstraram, uma vez mais, que são um embuste que não se cansam de falhar redondamente os resultados que tornam públicos. Exatamente por isso abundam os crentes que tal comprovado mau serviço se deva à sua pretensão idealista em influenciar a opinião pública em prol de interesses esconsos e/ou "encomendas", não refletindo por isso a seriedade que a função devia comtemplar. Há os que acreditam nisso, os que duvidam e os que recusam tal ideia... A corresponder à realidade de uma preocupação de influenciar, o que tais técnicas demonstram é que está aí, nessa postura, a razão de tantos fracassos que as desacreditam e ridicularizam, saindo-lhes o tiro pela culatra. Se é assim ou não ainda estamos para saber com verdade. Quem sabe? 

Redação PG

DE UM AMIGO

Os comunistas portugueses não necessitam que lhes venha lembrar Lénine neste momento tão, mas tão, difícil, até porque o conhecem muito melhor. Os amigos fazem o que podem nas ocasiões. 

É realmente preciso: “Investigar, estudar, descobrir, adivinhar, captar o que há de particular e específico, do ponto de vista nacional, na maneira pela qual cada país aborda concretamente a solução do problema internacional comum.” 

Sem esquecer o seguinte: 

“Não é difícil ser revolucionário quando a revolução já estourou e está em seu apogeu, quando todos aderem à revolução simplesmente por entusiasmo, modismo e inclusive, às vezes, por interesse pessoal de fazer carreira (...) É muitíssimo mais difícil - e muitíssimo mais meritório - saber ser revolucionário quando ainda não existem as condições para a luta direta, aberta, autenticamente de massas, autenticamente revolucionária, saber defender os interesses da revolução (através da propaganda, da agitação e da organização) em instituições não revolucionárias e, muitas vezes, simplesmente reacionárias, numa situação não revolucionária, entre massas incapazes de compreender imediatamente a necessidade de um método revolucionário de ação.” 

Portugal | INSEGURAÇA SOCIAL: A POBREZA PROMOVIDA PELOS GOVERNOS

Pensões médias de velhice, invalidez e sobrevivência da Segurança Social já são inferiores ao limiar da pobreza

Eugénio Rosa*

Os pensionistas representam cerca de 30% da população portuguesa. Apesar disso, a sua situação não constituiu um tema central dos debates eleitorais, embora, fora deles, tenha havido declarações dispersas.

Os pensionistas da Segurança Social e da CGA são os eternos esquecidos. Apesar desta onda de esquecimento que envolveu a situação dos reformados da Segurança Social e dos aposentados da CGA nos debates entre partidos, é importante recordar a situação difícil em que vive a maior parte dos pensionistas.

Ler texto completo [PDF]

*Publicadp em O Diário.info – 29.01.2022

Portugal | O EUCALIPTO

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | ESTABILIDADE ABSOLUTA

Jornal de Notícias | editorial

Depois de seis anos de governação, dois anos de pandemia e uma campanha errática, António Costa conseguiu o que só timidamente ousou pedir. A vitória do líder socialista é esmagadora e mostra uma escolha inequívoca dos portugueses pela estabilidade. Aos vaticínios de cansaço e desnorte na estratégia, o PS respondeu com um resultado que dispensa negociações, esmagando os partidos à sua esquerda.

A governabilidade foi a palavra mais ouvida na campanha, mas afinal não houve pântanos nem berbicachos. Marcelo Rebelo de Sousa nem sequer assumirá o protagonismo que se antevia no apoio à formação de compromissos claros. Quando muito terá, a acreditar no prognóstico tecido pelo primeiro-ministro em campanha, o papel de moderar eventuais excessos ou tentações de poder.

PCP e BE queixaram-se da bipolarização, mas é difícil ler nas quedas abruptas outra coisa que não seja o cartão vermelho mostrado pelos eleitores ao chumbo do Orçamento. O argumento fica esgotado olhando a fragmentação à Direita, onde nem o vislumbre das sondagens a anunciar mudança de ciclo conduziu à lógica do voto útil. Depois de seis anos em que tiveram um papel efetivo na discussão de políticas, comunistas e bloquistas voltam à condição de oposição e Os Verdes saem mesmo do Parlamento.

Portugal | PIB CRESCE 4,9 EM 2021, ACIMA DAS EXPETATIVAS

O crescimento do PIB supera as previsões da Comissão Europeia, do Banco de Portugal e do Governo

A economia portuguesa cresceu 4,9% no ano passado, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este crescimento supera as previsões da Comissão Europeia e do Banco de Portugal (4,5% e 4,8%, respetivamente).

De acordo com o gabinete estatístico, o Produto Interno Bruto (PIB) “registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020, na sequência dos efeitos marcadamente adversos da pandemia”.

O aumento do PIB foi influenciado pela procura interna, que “apresentou um contributo positivo expressivo”, tendo-se verificado uma recuperação do consumo privado e do investimento. Já o contributo da procura externa “foi bastante menos negativo em 2021, tendo-se registado crescimentos significativos das importações e das exportações de bens e de serviços”.

Portugal | PS VENCE ELEIÇÕES E CONSEGUE MAIORIA ABSOLUTA


PCP E BE SÃO ESMAGADOS E PERDEM LUGARES NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. A DIREITA LIBERAL RADICAL E A EXTREMISTA, XENOFOBA, RACISTA E NAZI CONSEGUE MAIS REPRESENTATIVIDADE GANHANDO MAIS DEPUTADOS. CDS 'SECOU' - NÃO ELEGEU NENHUM DEPUTADO. PSD PERDEDOR VAI ENFRENTAR UMA GRANDE TEMPESTADE INTERNA E TALVEZ RECORRA AO SEBASTANISMO PASSISTA. A REPRESENTATIVIDADE DO FASCISMO EM PORTUGAL AVANÇA E AMEAÇA A DEMOCRACIA...


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