Com a revisão e colaboração de
Martinho Júnior sobre o envolvimento de Portugal na NATO e servilismo aos EUA e
à hegemonia que em proveito próprio defende na ganância característica da
exploração ultra capitalista que impõe pela via das armas em quase todo o mundo,
reproduzimos parcialmente excerto de publicação a propósito retirada da Revista
Militar para que assim se perceba qual o grau de envolvimento para que Portugal
e os portugueses estão a ser arrastados sob o pretexto da “maravilha de vida
ocidental”, aparentemente democrática para os países e povos mas, na realidade,
deficitária dessa mesma democracia e justiça social de que o sistema ocidental
se arroga possuir.
Sobre as Forças Armadas
portuguesas, na NATO, salienta Martinho Júnior: “As Forças Armadas de Portugal
avançam a pleno vapor e parece que está tudo bem e em banho de marasmo, quando aqui
(na RM) é visível a prova da barbárie à portuguesa!”
O EXÉRCITO PORTUGUÊS E OS 70 ANOS
DA ALIANÇA ATLÂNTICA. UMA PARCERIA CONSTRUTIVA…
Introdução
Quando o Embaixador Pedro
Teotónio Pereira, em nome de Portugal, assinou em 4 de abril de 1949 em
Washington, nos Estados Unidos da América, o designado “Tratado de Washington”,
estava criada a maior e mais duradoura aliança militar (institucionalizada) da
história da humanidade – a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), ou
na designação original na língua inglesa – North Atlantic Treaty
Organization (NATO[1].
No momento da assinatura do
Tratado, constituindo-se com o estatuto de membro fundador, o Embaixador
Teotónio Pereira assumia “Por Portugal“, como está referenciado no documento
original, um compromisso nacional que teria um enorme impacto
político-estratégico no país e que passaria a fazer parte da história recente
das Forças Armadas Portuguesas e em concreto do Exército Português.
Ao longo destes 70 anos, a
“Aliança”, como é comummente conhecida, tem tido um enorme impacto nas
políticas de defesa e segurança em Portugal, contribuindo direta ou
indiretamente para os propósitos e objetivos nacionais, onde quer que eles se
tenham materializado… no tempo e no espaço. A Aliança, ao longo deste lapso de
tempo, acompanhou um Portugal em mudança… serviu os propósitos das políticas da
ditadura e do Estado Novo, e no período pós-1974, relacionou-se com a mudança
para a Democracia e a formação do Estado de Direito Democrático num país
pós-revolução.
A Aliança acompanhou o evoluir de
guerras e revoluções em que estivemos envolvidos, tendo contribuído para a
evolução das Forças Armadas e concretamente do Exército Português. Esta
“parceria construtiva” tem tido um impacto muito relevante ao nível da
organização, nos programas de reequipamento, na vertente da doutrina e na área
da educação e treino militar, tendo permitido a Portugal integrar as dinâmicas
regionais e globais da segurança e defesa. Esta parceria tem possibilitado aos
milhares de militares portugueses que têm cumprido missões na Estrutura de
Comandos e na Estrutura de Forças da Aliança, bem como em atividades de
formação e treino (através da participação em exercícios militares) e
especialmente em operações, uma aprendizagem que teve (e continua a ter) um
impacto significativo no nosso nível de operacionalidade como produtores de
segurança à escala global.
Na intenção de procurar desvendar
os principais elementos desta designada “parceria construtiva” entre a Aliança
e o Exército Português, este artigo de opinião procura, seguindo uma orientação
cronológica e factual, e tendo como referência principal o artigo escrito pelo
(à época) Major Maia Pereira, por ocasião dos 50 anos da Aliança, dar a
conhecer aos nossos leitores o impacto que a NATO teve (e continua a ter) nos
seus 70 anos de existência no Exército Português e a forma como temos
contribuído (e continuamos a contribuir), para os objetivos da Aliança
Atlântica em nome de Portugal.