sábado, 19 de fevereiro de 2022

O GOVERNO UCRANIANO NÃO QUER A PAZ

# Publicado em português do Brasil

Slavisha Batko Milacic* | One World

O fato de a Rússia ser a favor de uma solução pacífica certamente não significa que a Rússia permitirá a limpeza étnica do inocente povo russo em Donbass.

A crise russo-ucraniana não está se acalmando. Os primeiros refugiados de Donbass começaram a chegar à Rússia após uma ordem de evacuação feita pelas autoridades autoproclamadas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, antes de uma ação militar ucraniana antecipada.

"De acordo com o acordo com a Federação Russa, a fim de evitar o sofrimento dos civis, peço a todos aqueles que não têm um cronograma de mobilização para avançar para a Rússia o mais rápido possível", disse o presidente da República Popular de Donetsk, Denis. Pushilin. Ele também afirmou: ``Uma ofensiva em grande escala pode simplesmente começar a qualquer momento``.(1)

Segundo a mídia russa, 80 ônibus com centenas de refugiados, a maioria mulheres e crianças, já chegaram à região de Rostov, que faz fronteira com a Ucrânia.

Mais cedo na sexta-feira, as autoridades das duas regiões separatistas anunciaram que o Exército ucraniano estava planejando “um avanço” no território de Donbass. O bombardeio ucraniano de Donbas mostra que esta informação estava correta.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zaharova, disse que o que estava acontecendo em Donbas foi um genocídio de Kiev.

Os mesmos especialistas que alegaram que o presidente russo Vladimir Putin atacaria a Ucrânia em 16 de fevereiro agora estão quietos quando o exército ucraniano está atacando Donbass, colocando em risco a vida de civis inocentes.

Angola | DE MÃO EM MÃO, SEMPRE DE NEOCOLONIAL FEIÇÃO -- Martinho Júnior

NAS PISTAS DO “LE CERCLE” E NA FORJA DO CHOQUE E DA TERAPIA NEOLIBERAL EM ANGOLA

Martinho Júnior, Luanda

Quando Savimbi se encontrou com o Presidente Ronald Reagan em Janeiro de 1986, assumiu em 3ª mão o seu compromisso de oportunismo, próprio de quem era um produto da “africanização da guerra” a favor do colonial-fascismo português, em conformidade aliás com a sua matriz etno-nacionalista que dava seguimento à ideia salazarenta do “fiel bailundo”!

A 1ª mão havia ocorrido em 1966 nas matas do Muangai e do Lungué Bungo e teve a sua versão mais sofisticada com a “Operação Madeira!” onde além da tropa portuguesa, da PIDE/DGS e dos madeireiros de ocasião também aparecia um padre que dava pelo nome de Oliveira (havia que abençoar a tão louvável iniciativa com um nome que tinha que ver com a paz) e perdurou até 25 de Abril de 1974!

A 2ª mão foi o trespasse para o “apartheid” que se fez de forma suave por via dos canais “inteligentes” e em transumância do Exercício Alcora, (também para isso serviu a manutenção do arsenal humano da PIDE/DGS em África), assumindo maior vigor com o encontro dele em 1982 com os Botha, na Jamba, instalada a contento a só 20 minutos de marcha da faixa do Caprivi, a fim de gizar as três fases sucessivas da estratégia de desestabilização armada em Angola como via para ele “tomar o poder” com ou sem “apartheid”!

Na 3ª mão Savimbi foi “promovido” a “freedom fighter”, como um “rebelde cristão” apto pelas mãos da CIA para enfrentar quixotescamente “o comunismo” em Angola, na África Austral e na África Central, no mundo e nos arredores, motivo suficiente para desencadear a IIª Operação da CIA contra Angola, depois do insucesso da Iª (“Operação Iafeature cujo comandante operacional foi John Stockwel)!...

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- Solidão É Fracasso União Faz a Força

Seke La Bindo*

Kawenga era um jovem forte e sonhador, admirado por todos na aldeia, porque estava sempre disponível para ajudar os outros. Mas vivia infeliz, porque se sentia um prisioneiro na sua terra. Passava horas olhando o cume da serra de Mucaba, imaginando os mundos que existiam para lá da linha do horizonte. Depois guardava os sonhos no coração, porque tinha que ir para a lavra cuidar das culturas ou fazer as colheitas.

Um dia procurou o mais velho Tuma, pastor de cabras e encantador de passarinhos, para lhe pedir um conselho. Queria saber como podia chegar lá longe, aos mundos que se escondiam por trás das longínquas colinas da Kanda e da linha do horizonte.

- Como posso chegar a paragens tão distantes? – Perguntou Kawenga ao mais velho Tuma. 

O pastor cofiou a barbicha branca, ficou em silêncio alguns minutos e depois falou a sua verdade:

- Longe é apenas o que não existe. Onde mora o que amas é muito perto, porque está ao alcance do teu coração, mesmo que fique nas areias onde se esconde o zimbo e as águas são salgadas, margosas e fazem compressão na barriga.

Kawenga ouviu estas palavras e ficou com tanta força que partiu mal o Sol acordou, levando consigo uma sacola de comida e a sua catana. Atravessou rios, subiu montanhas, sofreu fome e sede. Andou de terra em terra, construindo o seu destino. Mas não encontrou nenhum sinal dos seus sonhos na aldeia de Mucaba. Foi percorrendo os caminhos conhecidos e desconhecidos, amando com todas as forças o amanhecer e a madrugada, o Sol e a Lua, o vento ululante e a chuva miúda, a tempestade e a bonança.

Angola | IRMÃ MARIA DILAR MARCELINO

Artur Queiroz*, Luanda

Maria Dilar Branco Marcelino era professora, nascida no Luena. Em 1963 deixou a profissão e entrou para a vida religiosa. Irmã da caridade, do amor, da solidariedade. Irmã de todos. E mana biológica do engenheiro agrónomo Fernando Marcelino, também nascido no Luena. Formado no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Ali conheceu Miete, angolana de Benguela, sua esposa e a extremosa mãe dos seus filhos. Zaida Dáskalos, professora, tia do médico David Bernardino, irmã do poeta Alexandre Dáskalos e do engenheiro Sócrates Dáskalos, nacionalista angolano da primeira hora e governador de Benguela.

A irmã Dilar foi uma missionária incansável. Deu tudo o que tinha, ensinou tudo o que sabia, amou todos os seres viventes conhecidos e desconhecidos, próximos e longínquos. Trabalhou incansavelmente para as comunidades do Cuando Cubango, ao serviço da Igreja. Onde estavas tu, José Manuel Imbamba, bispo da tortura, da morte e da destruição, quando ela se entregava de corpo e alma à Humanidade naquele cantinho de Angola? 

Onde estavas tu, Belmiro Chissengueti, bispo capturado por pensamentos manchados com o sangue dos inocentes, lambuzado na morte dos teus irmãos de Igreja e de Pátria, ajaezado à moda dos destruidores da compaixão pelos pobres e oprimidos?

Onde estavas tu, padre Mário Zezano, instrumento auxiliar de assassinos a soldo dos racistas e nazis da África do Sul? Que 30 dinheiros pagaram a tua cumplicidade ontem e pagam hoje a tua absolvição dos assassinos do povo de Deus e da Pátria Angolana? Onde estavas, alma danada, diabrete em figura de gente? Que Satanás fez de ti contador entusiasmado dos mortos causados pelos teus sócios da kamanga na guerra pós eleitoral? Fala agora, não consentiremos que te cales para sempre. 

E tu, padre Jacinto Pio Wacussanga, onde estavas quando a irmã Dilar se desfazia em bondade, amor e solidariedade com as comunidades mais desprotegidas do Cuando Cubango, já de si terra esquecida e abandonada? Que deus te encomendou sermões de trampolineiro e te empurrou para o curral dos monstros assassinos da UNITA? Que sandice ofuscou quem fez de ti sacerdote e ao mesmo tempo comilão insaciável dos diamantes de sangue? Quem te ensinou esse truque de te servires da fome para enganar os famintos?

Angola | "A UNITA tem de se esforçar" na reconciliação com o passado

Enquanto decorrem as exéquias de dois ex-dirigentes da UNITA, familiares de membros assassinados alegadamente a mando de Savimbi pedem ao partido que explique as mortes. UNITA diz que não é o momento oportuno.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) realiza, este sábado (18.02), na província do Huambo, o funeral do antigo secretário-geral do partido, Adolosi Mango Paulo Alicerces. No domingo vai a enterrar Elias Salupeto Pena, sobrinho do líder fundador do partido, Jonas Savimbi.

Ambos foram mortos no chamado "massacre de outubro", depois das primeiras eleições multipartidárias no país, em 1992. Em três dias, milhares de apoiantes da UNITA e da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) foram assassinados. O Governo angolano entregou os restos mortais no âmbito do Plano de Ação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, em novembro de 2021.

Para Dinho Chingunji, o gesto do MPLA devia agora incentivar a UNITA a reconciliar-se com o seu próprio passado sombrio. Ele é o sobrinho de Pedro Ngueve Jonatão Chingunji "Tito", antigo secretário de Relações Exteriores da UNITA, visto pela última vez no início de 1991 e morto em circunstâncias desconhecidas, alegadamente a mando de Savimbi.

"Da mesma forma que eles [da UNITA] louvam esta iniciativa do presidente do MPLA, que nos entreguem as ossadas para podermos também enterrar dignamente os nossos entes queridos", apela Chingunji, que lidera o projeto político Njango.

Angola | JUSTIÇA ESTÁ MAIS EXPERIENTE NO COMBATE À CORRUPÇÃO

PGR de Angola diz que a luta contra a corrupção é "incessante" e que os magistrados estão mais experientes neste tipo de processo. Hélder Pitta Grós afirma que um concurso público vai ampliar os quadros na justiça.

Os magistrados angolanos estão "mais experientes na abordagem de crimes económicos e financeiros". É o que defende o procurador-geral de Angola, que considera que o combate à corrupção é "uma luta incessante".

As declarações de Hélder Pitta Grós foram avançadas esta sexta-feira (18.02), durante o encerramento da primeira reunião de balanço da Região Judiciário Leste, segundo a agência estatal ANGOP.

De acordo com Pitta Grós, "a intenção da PGR neste combate [à corrupção] não é condenar as pessoas, mas sim permitir que a justiça seja feita para o bem comum".

Sem citar casos específicos, o procurador-geral angolano assegurou que a justiça está engajada no combate à corrupção, "sobretudo agora que ganhamos mais experiência na abordagem desse tipo de crime e na recuperação de ativos desviados do erário público".

Portugal | OBRIGADO RYANAIR PELA CHANTAGEM BEM À VISTA DE TODOS

Manuel Gouveia | AbrilAbril | opinião

Nos últimos dias, o dono da Ryanair lançou uma operação de chantagem pública contra o Estado português, deixando claro o que tal gente faria se o apanhasse dependente das companhias estrangeiras para assegurar as suas ligações aéreas.

Sem qualquer pejo, numa carta aberta ao primeiro-ministro, o fulano afirmou com clareza: ou lhe entregam o que ele quer (desta vez, várias «slots» no aeroporto de Lisboa) ou ele retira uma parte da frota que hoje opera em Lisboa, despedindo 150 pessoas e fechando 20 rotas em pleno Verão para provocar quebras na indústria do turismo de centenas de milhões de euros.

Esta frota, que o fulano desloca de aeroporto para aeroporto a seu bel-prazer, ao sabor das suas jogadas para obter as melhores taxas de lucro para si próprio, já hoje opera em Portugal, o que significa que já possui «slots» para o fazer. Aliás, há uns meses, todos fomos informados das novas rotas criadas com os três novos aviões (que agora ameaça retirar), dos 300 novos postos de trabalho criados (que agora passaram a 150), e todos lemos a promessa de centenas de postos de trabalho novos e milhões de euros de riqueza a distribuir se lhe entregassem as mais de 200 «slots» que pretendia em Lisboa. A carta agora enviada marca a passagem da fase de prometer mundos e fundos para a fase de ameaçar e chantagear o país.

E, no entanto, todos devemos estar gratos ao fulano. É que ao fazer a chantagem assim ao vivo e a cores, num momento em que Portugal ainda tem um instrumento como a TAP, deixa mais claro o que tal gente faria se apanhasse o Estado português dependente das companhias estrangeiras para assegurar as suas ligações aéreas.

Covid-19 | PORTUGAL COM 37 MORTOS E 14.160 CASOS NAS ÚLTIMAS 24 HORAS

De acordo com a DGS, há agora 1799 internados, dos quais 118 nos cuidados intensivos.

O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado este sábado indica que Portugal registou 14 160 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.

A região com maior número de novas infeções foi Lisboa e Vale do Tejo com 4505 seguido pelo Norte (3194), Centro (2624), Açores (1525) Alentejo (907), Algarve (836) e Madeira (569).

O documento nota ainda que morreram mais 37 doentes, sendo que a maioria dos óbitos foram declarados no Norte (16), Lisboa e Vale do Tejo (11) e Centro (8), seguido por Algarve (1) e Alentejo (1).

No que diz respeito aos hospitais, há agora 1799 internados (menos 137 que no dia anterior), dos quais 118 em unidades de cuidados intensivos (menos nove).

Há atualmente 504 185 casos ativos em Portugal, uma diminuição de 12 705 em relação ao dia anterior. Há ainda a registar que 26 828 pessoas recuperaram da doença e houve ainda um decréscimo de 12 965 contactos em vigilância, que totalizam agora 521 186.

Portugal | Estudantes assinalam com luta os 60 anos da crise académica

No próximo dia 24 de Março, Dia Nacional do Estudante, os alunos do Superior evocam os 60 anos da crise académica com reivindicações do presente, como a gratuitidade e o reforço da acção social. 

A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa enviou esta quinta-feira a todas as associações académicas e de estudantes do País um apelo para que o próximo dia 24 de Março seja assinalado na rua, tal como há 60 anos. 

Sob o lema «Lutaram no passado, Lutamos no presente – Avançar é urgente: Gratuitidade, Acção Social, Alojamento», os estudantes do Superior celebram o aniversário da «crise académica de 62», momento galvanizador da luta do movimento estudantil português contra o fascismo, aprofundando contradições e acelerando a crise do regime, que, no fim desse dia 24 de Março, fez recair sobre milhares de estudantes na cidade universitária, em Lisboa, uma violenta repressão.

Sessenta anos volvidos da luta pela liberdade e pela democratização do Ensino Superior, continua a haver reivindicações por cumprir. «Todos os anos, os estudantes afirmam o Dia Nacional do Estudante, sentem na pele os problemas e reconhecem que o projecto de um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade permanece por cumprir na sua plenitude», lê-se no apelo divulgado ontem.

Portugal | CAROS EMIGRANTES, PRECISAMOS DE FALAR

Manuel Molinos* | Jornal de Notícias | opinião

Esta poderia ser a frase de arranque de uma carta, com um pedido de desculpas, enviada aos portugueses residentes no estrangeiro por aqueles que se sentaram à mesa e rabiscaram um acordo sobre a validação dos votos nas eleições legislativas que deu no que deu. Os mesmos que agora tentam a custo livrar-se de qualquer responsabilidade.

É certo que António Costa já disse que o Estado deve "um pedido de desculpas" aos emigrantes que vão ter de repetir o voto. Falta que quem de direito materialize o ato. Eles estão à espera.

Formular um pedido de desculpas perfeito não é fácil. Primeiro, porque é necessário admitir o erro, admitir a culpa. Segundo, porque é preciso expressar o arrependimento com sinceridade. Terceiro, porque é essencial explicar o que aconteceu de errado. Por fim, fazê-lo olhos nos olhos, o que, neste caso, é praticamente impossível. Só com estas condições um pedido de desculpas não soará a falso, segundo conclui um estudo da Universidade de Ohio.

BIDEN ROUBA BANCO CENTRAL DO AFEGANISTÃO

O governo Biden prepara-se para roubar US$3,5 mil milhões do Banco Central do Afeganistão depositados num banco dos EUA.

Verifica-se assim que os EUA não só não pagam indemnizações pelos crimes cometidos durante 20 anos no Afeganistão, antes de serem escorraçados daquele país, como ainda querem se apropriar da metade dos US$7 mil milhões que lhes foram confiados.

O pretexto descarado é pagar indemnizações a vítimas das demolições do World Trade Center nos auto-atentados do 11/Set. O ADN do império é o gangsterismo.

Ver também: Moon of Alabama

Resistir.info

CHINA ACUSA EUA DE ALIMENTAREM TENSÕES COM EXPANSÃO DA NATO

"A expansão constante da NATO, na sequência da Guerra Fria, vai contra a nossa época", disse o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

China acusou esta quinta-feira os Estados Unidos, implicitamente, de alimentar as tensões na crise da Ucrânia, o que Pequim atribui aos planos de expansão da NATO, “que vão contra a nossa época”.

“A China acredita que todas as partes envolvidas devem permitir que a razão prevaleça e lutar por um acordo político, abstendo-se de qualquer ação que possa aumentar as tensões ou alimentar a crise”, disse o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, destinada a discutir a crise na Ucrânia.

“Nada acontece sem uma razão. O alargamento da NATO é uma questão que não pode ser descurada, face às tensões na Ucrânia. A expansão constante da NATO, na sequência da Guerra Fria, vai contra a nossa época, ou seja, para preservar a segurança comum”, acrescentou o diplomata chinês.

“A segurança regional não pode ser garantida pela expansão de um bloco militar. Isso aplica-se à Europa como a outras regiões do mundo“, disse Zhang Jun.

Stoltenberg, o fantoche provocador dos EUA, diz o que não deve dizer nem fazer

Está mais que provado e é perfeitamente compreensível que a Rússia não queira a NATO mesmo à sua porta. Esse é o motivo porque a Rússia está a reagir, protegendo-se da ofensiva dos senhores da guerra norte-americanos e de uns quantos europeus do mesmo jaez. 

Desde o passado que temos o exemplo de Cuba. Os EUA, na presidência de Kennedy, também rejeitaram que a União Soviética, o Pacto de Varsóvia, instalasse militares e mísseis em Cuba. Ainda na atualidade Cuba está e ser vitima das consequências da guerra de bloqueio que está em curso há décadas. Então e agora querem alargar a NATO até ás fronteiras da Rússia e muito mais além? Querem fazê-lo sem que a Rússia reaja tal como os EUA o fez relativamente a Cuba?

Imaginemos que o México, por razão de mudanças de políticas, aderia a uma suposta aliança que integrasse a Rússia e a China e que sendo integrante dessa aliança passava a ter militares e armamento ofensivo (eufemísticamente chamado de defesa) na fronteira com os EUA. Como reagiriam os EUA? Pergunta cuja resposta muito bem sabemos qual é.

Assim, então, a Rússia está a fazer o que é expectável e natural. Além do mais existe um acordo da não proliferação da NATO na Europa de Leste desde que a Rússia abriu mão dos países que integravam a União Soviética. Caso da Ucrânia e muitos outros países.

Vimos então que atualmente os EUA estão apostados em levar a NATO ao mundo inteiro (já o está a fazer) e não só restrito ao Atlântico Norte, de acordo com a sua razão de existir.

O que constatamos é que um fantoche dos EUA denominado secretário-geral da dita NATO, um tal Stoltenberg, preencheu hoje as parangonas da mídia com ameaças à Rússia, ao contrário da alegada paz que diz pretender. Falou o que não devia dizer e o que muito menos deve fazer. É mais que visível que Stoltenberg é um papagaio debotado ao serviço dos EUA, um fantoche que como os que o alimentam quer a guerra. Afinal é quem os europeus não reconhecem como legitimo defensor dos interesses de paz na Europa. A legitimidade que possui é a que sobra do desejo dos EUA fazer guerra total para se afirmar senhor do planeta, sem concorrência, sem a Rússia e sem a China, duas potencias emergentes e efetivas que teme por estar a perder a força do seu império de há muitas décadas.

Com guerreiros de gravata assim, esses tais Stoltenberg’s afantochados, o mundo não vai ter paz. Ele mesmo o afirmou por outras palavras, as que são título do texto a seguir.  (MM/PG)

Polícia britânica está perseguindo jornalista por suas fontes - é vital que ele resista

# Publicado em português do Brasil

Duncan Campbell* | The Guardian | opinião

A exposição de Chris Mullin da condenação injusta do Birmingham Six só foi possível porque ele foi capaz de proteger suas fontes

Esta é uma fotografia memorável. Do lado de fora do Old Bailey, em 14 de março de 1991, estão os seis de Birmingham, finalmente livres após 16 anos de prisão por um assassinato em massa no qual não participaram. No centro desta banda feliz, cachecol torto e radiante de prazer e orgulho, está o homem cuja diligência como jornalista investigativo e depois deputado levou à vitória no tribunal de apelação. Agora, mais de 30 anos depois, esse mesmo homem, Chris Mullin, estará de volta ao Old Bailey em 23 de fevereiro enfrentando uma ação movida contra ele sob o Terrorism Act de 2000 para fazê-lo revelar as fontes de sua informação todos esses anos. atrás.

Os seis de Birmingham foram condenados à prisão perpétua em 1975 por um ataque a bomba do IRA em dois bares no ano anterior, que matou 21 pessoas e feriu mais de 200. Foi um crime cruel e imperdoável e, compreensivelmente, a polícia estava ansiosa para prender os responsáveis. Eles rapidamente prenderam cinco homens a caminho da Irlanda para um funeral e um sexto no dia seguinte. Após dias de interrogatórios brutais, quatro “confessaram”, confissões que foram imediatamente retiradas assim que sua provação violenta terminou. O cientista forense do governo alegou que pelo menos dois deles estiveram em contato com o explosivo nitroglicerina. Essa evidência foi desacreditada na época do julgamento – muitos produtos domésticos e principalmente o baralho de cartas com o qual os homens estavam jogando em sua viagem de trem antes de sua prisão deram resultados semelhantes – mas os Seis foram condenados e condenados à prisão perpétua.

O falecido Peter Chippindale, que cobriu o julgamento para o Guardian, disse a seu amigo jornalista Mullin que achava que a polícia havia pego as pessoas erradas. Uma faísca foi acesa. Enquanto trabalhava para o programa World in Action da Granada Television, Mullin começou a tentar descobrir a verdade rastreando os realmente responsáveis. Se fosse possível provar que outros haviam realizado o ataque, os Seis seriam inocentes. Eventualmente, ele encontrou os verdadeiros homens envolvidos e os entrevistou com o entendimento de que não os identificaria. Em 1986, ele publicou seu relato, Error of Judgement, e no ano seguinte tornou-se um deputado por Sunderland South e continuou a fazer campanha. O The Sun observou sua persistência assim: “MP Loony apoia gangue de bombas”.

EUNICE, A TEMPESTADE QUE ATERRORIZOU A GRÃ-BRETANHA - com imagens

Tempestade Eunice chicoteia New Brighton, Merseyside. Fotografia: Peter Byrne/PA 

Na grã-bretanha as pessoas estão sendo instadas a ficar em casa, pois a tempestade causa ventos fortes e chuva perigosos que derrubaram linhas de energia e derrubaram árvores. Tempestade sentida em terra mas ainda muito mais no mar. Centenas de milhares de casas ainda estão sem energia no Reino Unido. 

A interrupção generalizada dos serviços continua após a pior tempestade em 32 anos, que levou a pelo menos quatro mortes de cidadãos. Os estragos e o apuramento de mais vítimas ainda está por apurar com precisão.

Ler em The Guardian, de onde extraímos algumas imagens que pode ver seguidamente.

Abordagem dos EUA à Ucrânia e Rússia “deixou de ser racional” - diz Chomsky

Nesta entrevista ao Truthout, o intelectual norte-americano analisa as contradições dos EUA sobre “esferas de influência” e sobre “respeito à soberania” dos países, ao mesmo tempo que recorda a história do alargamento da Nato a Leste.

C.J. Polychroniou: As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuam a escalar e há pouco espaço para otimismo, uma vez que as propostas dos EUA para a desescalada do conflito não cumprem nenhuma das exigências de segurança da Rússia. Assim, não seria mais preciso dizer que a crise fronteiriça entre Rússia e Ucrânia deriva na realidade da posição intransigente dos EUA sobre integrar a Ucrânia na Nato? Neste mesmo contexto, é difícil imaginar qual seria a resposta de Washington à hipotética eventualidade do México querer aderir a uma aliança militar promovida por Moscovo?

Noam Chomsky: Não precisamos de nos debruçar muito sobre a última questão. Nenhum país ousaria fazer tal movimentação na zona que Henry Stimson, o secretário da Guerra do ex-presidente Franklin Delano Roosevelt, chamou “a nossa pequena região aqui” quando estava a condenar todas as esferas de influência (exceto a nossa – que, na realidade, não se limita ao hemisfério ocidental). O secretário de Estado Antony Blinken não é hoje menos inflexível na condenação da pretensão da Rússia a uma "esfera de influência", um conceito que rejeitamos firmemente (sempre com a mesma reserva).

Houve, claro, um caso famoso em que um país na “nossa pequena região” esteve perto de uma aliança militar com a Rússia, durante a crise dos mísseis de 1962. As circunstâncias, contudo, foram bastante diferentes das que acontecem na Ucrânia. O presidente John F. Kennedy estava a escalar a sua guerra terrorista contra Cuba através de uma ameaça de invasão; a Ucrânia, o que contrasta nitidamente com esta situação, enfrenta ameaças como resultado de potencialmente aderir a uma aliança militar hostil. A decisão insensata do líder soviético Nikita Khrushchev de fornecer mísseis a Cuba era também um esforço para retificar ligeiramente a enorme preponderância militar dos EUA depois de JFK ter respondido à oferta de Khrushchev para uma redução mútua de armas ofensivas com o maior aumento de investimento militar na história dos períodos de paz, apesar dos EUA já se encontrarem muito à frente nesse domínio. Sabemos ao que isso levou.

As tensões sobre a Ucrânia são extremamente graves com a concentração de forças militares russas nas fronteiras ucranianas. A posição russa já é bastante clara há algum tempo. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, apresentou na sua conferência de imprensa nas Nações Unidas: “a questão principal é a nossa posição clara sobre a inadmissibilidade da uma maior expansão da Nato para leste e o destacamento de armas de ataque que possam ameaçar o território da Federação Russa”. O mesmo foi reiterado pouco depois por Putin, tal como ele já tinha feito muitas vezes antes. Há uma forma simples de lidar com o destacamento destas armas: não as destacar. Não há justificação para o fazer. Os EUA podem alegar que são defensivas, mas a Rússia certamente não o vê da mesma forma e com razão.

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