quarta-feira, 23 de março de 2022

DEPOIS DO NEOLIBERALISMO

A globalização perdeu o encanto e as ideias do Consenso de Washington estão em declínio. Há espaço para propor ação do Estado, em favor de direitos e proteção para as maiorias. Por hesitar em fazê-lo, esquerda abre espaço ao fascismo

Paolo Gerbaudo* | no Dissent | Imagem: Caspar David Friedrich, Divagando sobre mar enevoada (1818, detalhe) | Tradução: Vitor Costa | em Outras Palavras

Em A Grande Transformação, publicado em 1944, quando a Segunda Guerra Mundial ainda acontecia, o historiador econômico austro-húngaro Karl Polanyi analisou como os Estados responderam à implosão do sistema econômico internacional da Belle Époque. No rescaldo do crash de Wall Street em 1929, sociedades de todo o mundo tentaram desesperadamente superar o caos causado pelo desemprego vertiginoso e pela instabilidade monetária. Polanyi descreveu esse processo como um “movimento duplo” – um impulso para o reequilíbrio social, que se distanciava da economia de laissez-faire de um capitalismo altamente internacionalizado e movia-se em direção ao intervencionismo estatal. O bolchevismo, o fascismo, o nazismo e a socialdemocracia de Roosevelt e Leon Blum foram respostas diferentes ao mesmo dilema: como proteger a sociedade da força disruptiva do capitalismo desenfreado.

Há algum tempo, alguns economistas vêm falando de um novo “momento Polanyi”: uma crise derivada da globalização que levou ao surgimento de todos os tipos de sentimentos protecionistas. Os crescentes limites à mobilidade e as preocupações com as cadeias de suprimento que acompanharam a pandemia apenas aceleraram um realinhamento político que começou na década de 2010. A estagnação econômica que se estende desde a crise financeira de 2008 minou a credibilidade dos métodos do livre mercado. Surgiram rivalidades comerciais e tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China e entre o Reino Unido e a União Europeia. Movimentos populistas à esquerda e à direita agora questionam vários aspectos do consenso neoliberal.

A globalizaçõ não tem mais a mesma popularidade de antes. Nos Estados Unidos, a mudança ficou mais clara durante a guerra comercial de Trump com a China, mas este não é um tema só dos republicanos. A política comercial de Joe Biden também é protecionista: no início de seu período na Casa Branca ele emitiu diretivas de buy american que direcionam as compras do Estado para empresas dos EUA e se envolveu na disputa para garantir o fornecimento de semicondutores e minerais raros para os EUA.

A crença no livre comércio não é o único pilar da globalização neoliberal que está abalado. Figuras de todos o espectro político estão começando a abandonar suas críticas ao intervencionismo e ajuda estatal e a questionar a contenção de gastos públicos, o aperto da política monetária e o compromisso com a baixa tributação dos ricos e das corporações. A intervenção estatal pesada tornou-se amplamente aceita. No nível monetário, ela se dá com flexibilização quantitativa e grandes programas de compra de títulos; e no nível fiscal com déficit público e investimentos públicos maciços. A estratégia de transição verde, a que muitos países aderiram, envolve planejamento estatal para cumprir as metas de emissões de CO², uso de veículos elétricos e energia renovável. Por isso, revive uma das formas de intervenção estatal mais criticadas pelos neoliberais.

Em todas essas áreas, há um apelo à proteção contra os riscos sistêmicos criados pela globalização neoliberal. A proteção agora é invocada em toda parte – não apenas no sentido de protecionismo comercial, mas em tudo, desde política pandêmica e as discussões sobre como se adaptar às mudanças climáticas até os debates sobre política industrial e a necessidade de políticas de bem-estar social.

A direita populista parece ter chegado a um acordo com esse novo estado de coisas pós-neoliberal (e em alguns lugares contribuiu ativamente para urdi-lo). Desenvolveu uma estratégia que se concentra na proteção da identidade e da propriedade e formou uma coalizão que abrange desde a classe média alta e as pequenas empresas até os trabalhadores marginalizados. A esquerda, por outro lado, está em negação sobre a virada atual ou ainda indecisa sobre como responder a ela. Para avançar, a esquerda deve enfrentar um mundo em que a globalização neoliberal está em declínio e o intervencionismo estatal tende a se tornar cada vez mais importante. Em outras palavras, os progressistas precisam desenvolver suas próprias políticas de proteção.

A proposta de referendo do acordo de paz da Ucrânia é uma distração demagógica

# Traduzido em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Assim como o primeiro-ministro armênio Pashinyan concordou bravamente com um cessar-fogo mediado pela Rússia com o Azerbaijão para encerrar o conflito de Karabakh em 2020 sem submeter os compromissos pragmáticos de seu lado a um referendo, Zelensky também deve fazer o mesmo e confiar em eleições antecipadas como seu colega caucasiano mais tarde fez para determinar o apoio do público para seu movimento.

O presidente ucraniano Zelensky propôs colocar um possível acordo de paz com a Rússia até um referendo devido aos possíveis compromissos que isso poderia acarretar, o que levou o porta-voz presidencial russo Peskov a responder que “colocar [os termos] diante do público neste momento só pode minar o negociações que já estão muito mais lentas e são menos substanciais do que queremos.” No entanto, isso serviria por interesse próprio como uma distração demagógica da última mudança do líder ucraniano em direção à ditadura que se desenrolou rapidamente depois que ele baniu vários partidos da oposição (embora visivelmente não movimentos neonazistas como o Azov, que serve ao lado das forças armadas de seu país) e consolidado todos os canais de TV nacionais em uma plataforma.

Zelensky também desrespeitou seus colegas correligionários judeus em Israel ao comparar ridiculamente o presidente Putin a Hitler e a operação militar especial em andamento de seu país ao Holocausto. Esse movimento forçou o Ministro das Comunicações de Israel a emitir prontamente um esclarecimento público para que observadores inconscientes não fossem enganados pelo caminho sombrio do revisionismo do Holocausto por sua comparação infundada, enquanto membros do Partido Religioso Sionista condenaram muito mais duramente o que ele acabou de dizer escandalosamente. O primeiro-ministro israelense Bennett entrou na conversa ao declarar poderosamente que “é proibido comparar qualquer coisa com o Holocausto”, enquanto o presidente do Yad Vashem Holocaust Memorial Center pediu desculpas a Zelensky, o que ele ainda não fez no momento da publicação deste artigo.

A UCRÂNIA E A NOVA ALCAEDA

# Traduzido em português do Brasil

A erupção da guerra entre a Rússia e a Ucrânia parece ter dado à CIA o pretexto para lançar uma insurgência há muito planejada no país, prestes a se espalhar muito além das fronteiras da Ucrânia, com grandes implicações para a “Guerra ao Terror Doméstico” de Biden.

À medida que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia continua a aumentar e a dominar a atenção do mundo, a crescente evidência de que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) está e vem trabalhando para criar e armar uma insurgência no país recebeu consideravelmente pouca atenção, considerando sua provável consequências. Isso é particularmente verdade, uma vez que ex-funcionários da CIA e um ex-secretário de Estado estão agora dizendo abertamente que a CIA está seguindo os “modelos” de insurgências anteriores apoiadas pela CIA no Afeganistão e na Síria para seus planos na Ucrânia. Dado que esses países foram devastados pela guerra como resultado direto dessas insurgências, isso é um mau presságio para a Ucrânia.

No entanto, essa insurgência está prestes a ter consequências que vão muito além da Ucrânia. Parece cada vez mais que a CIA vê a insurgência que está criando como mais do que uma oportunidade de levar sua guerra híbrida contra a Rússia cada vez mais perto de suas fronteiras. Como este relatório mostrará, parece que a CIA está determinada a manifestar uma profecia propagada por suas próprias fileiras nos últimos dois anos. Essa previsão de antigos e atuais funcionários de inteligência data pelo menos do início de 2020 e sustenta que uma “rede transnacional de supremacia branca” com supostos laços com o conflito na Ucrânia será a próxima catástrofe global a acontecer ao mundo à medida que a ameaça do Covid-19 recua.

De acordo com essas “previsões”, essa rede global de supremacistas brancos – supostamente com um grupo ligado ao conflito na região de Donbas, na Ucrânia – deve se tornar a nova ameaça ao estilo do Estado Islâmico e, sem dúvida, será usada como pretexto para lançar a infraestrutura ainda adormecida criada no ano passado pelo governo dos EUA sob o presidente Biden para  uma “Guerra ao Terror Doméstico” orwelliana.

Dado que este esforço dirigido pela CIA para construir uma insurgência na Ucrânia começou em 2015 e que os grupos que treinou (e continua a treinar) incluem aqueles com conexões neonazistas evidentes, parece que esta “insurgência ucraniana vindoura, ” como foi chamado recentemente, já está aqui. Nesse contexto, ficamos com a enervante possibilidade de que esta última escalada do conflito Ucrânia-Rússia tenha servido apenas como o ato de abertura para a mais nova iteração da aparentemente interminável “Guerra ao Terror”.

A ENCOMENDA DE ANTÓNIO GUTERRES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

António Guterres, secretário-geral da ONU, resolveu entrar na propaganda do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seguiu o discurso de Biden, um desgraçado podre da cabeça e doente de tudo o resto até aos pés. Dirigiu as suas críticas à situação de Mariupol. E manifestou o seu choque pela forma como as tropas da Federação Russa atacavam a cidade. Mas porquê? Interrogou. Eu sou bom rapaz e vou ajudá-lo. Espero que Marcolino Moco não pense que é uma encomenda e vou ser pago pelo favor. 

A operação militar especial da Federação Russa na Ucrânia tem dois objectivos, desmilitarizar e desnazificar o país. Capricho? Não. O Kremlin avisou a OTAN (ou NATO) que não admitia a continuação do cerco iniciado com a entrada de vários países de Leste na organização militar ofensiva e reacionária. Os políticos russos no poder classificam a expansão como um “perigo existencial”. 

Quando os dirigentes da Federação Russa se aperceberam de que a Ucrânia estava às portas da OTAN (ou NATO) avisaram que não toleravam a instalação de bases da organização militar à frente do nariz e reagiram cortando o mal pela raiz. A Ucrânia não vai aderir. E v ai ser desmilitarizada. A extrema-direita nazi domina o poder político e militar na Ucrânia. O país vai ser desnazificado. A Federação Russa nisto não recua. É uma questão de sobrevivência do país. Senhor António Guterres, Mariupol é a sede das forças armadas do Batalhão de Azov, uma organização militarizada que desde 2014 cometeu crimes de guerra e um genocídio no Leste da Ucrânia. 

O Batalhão de Azov é uma organização nazi. Promove o neonazismo através da Milícia Nacional e o seu braço político, o Corpo Nacional. Em 2014 começou a recrutar estrangeiros neonazis dos EUA e da Europa. As suas forças armadas têm grande presença em Kiev, Kharkiv e Mariupol. Durante a guerra civil no Leste da Ucrânia cometeu gravíssimos abusos de direitos humanos e crimes de guerra. Os relatórios da ONU reportam torturas, violações, saques, limpeza étnica e perseguição de minorias como russos, judeus e homossexuais. 

O Batalhão de Azov tem um partido político, duas editoras, acampamentos de Verão para crianças, a Milícia Nacional (Natsionalni Druzhyny), que patrulha as ruas das cidades ucranianas ao lado da polícia. A ala militar tem bases de treino e um vasto arsenal de armas, drones, carros blindados e peças de artilharia pesada. Grande parte das suas forças estava baseada em Mariupol. Essa tropa já não existe. Um grande passo no sentido da desnazificação. O senhor Guterres percebeu? Mariupol era território dos nazis que fizeram dos civis escudos humanos e ocuparam militarmente estruturas civis, como escolas e hospitais.

Senhor António Guterres, em 2018, o Congresso dos EUA aprovou um projeto de lei que proíbe a venda de armas ao Batalhão Azov. Hoje, um grupo de congressistas exigiu ao governo que suspenda o apoio aos nazis da Ucrânia. Leia esta declaração do senhor presidente Zelensky:  “Os voluntários do movimento Azov são verdadeiros heróis, eles são um apoio muito necessário para a nossa Guarda Nacional”.  “

Ihor Mykhailenko é uma das principais figuras dos nazis ucranianos.  Começou na organização de extrema-direita “Patriotas da Ucrânia” e depois juntou-se ao Batalhão de Azov. Ascendeu à liderança quando o chefe original, Biletsky, foi eleito para o Parlamento. Em 2018, Mykhailenko  foi nomeado o chefe da Milícia Nacional. 

Um relatório da ONU refere que em maio de 2014, membros do batalhão de Azov, que alegavam estar sob as ordens da Security Service of Ukraine (SBU) sequestrou, torturou e matou civis no Leste da Ucrânia. O senhor Guterres pode ler esse material quando quiser. Tal como eu fiz. Foi para acabar com os nazis à porta de casa que aconteceu a operação militar especial. O senhor António Guterres é secretário-geral da ONU, não pode comportar-se como o porta-voz dos nazis ucranianos e muito menos o seu anjo protector.  Nem pode agir como o amigo da onça.

 O “Amigo da Onça” é uma personagem criada pelo genial Péricles (de Andrade Maranhão) que ele publicava na revista brasileira O Cruzeiro onde Ernesto Lara Filho publicou uma grande entrevista que fez a João Goulart. 

O “Amigo da Onça” colocava as pessoas em situações altamente embaraçosas. Como fez António Guterres com os estados-membros da ONU que não recebem ordens de Washington. Mas para perceberem bem quem era essa personagem hilariante, conto este episódio. O presidente Zelensky falou hoje com o Papa Francisco que tem condenado a guerra e apelado à paz. E no meio da conversa convidou o chefe da Igreja de Roma para visitar a Ucrânia. Eis o que é um amigo da onça.

Antes que seja demasiado tarde, desta humilde tribuna quero lançar um alerta. A OTAN (ou NATO) destruiu o Iraque e a “coligação ocidental” roubou os fundos soberanos do país. Roubou milhares de milhões de dólares, libras e euros. Ainda roubam o petróleo. Depois fizeram o mesmo com o Afeganistão. A seguir a Jugoslávia. Depois a Síria. Ao mesmo tempo a Venezuela. Enfim, estados falidos e a sua organização militar roubam que se fartam na maior das impunidades, até agora. Calma, longas noites têm cem anos. Um dia pagam, com juros e língua de palmo. 

Sanções, sanções, sanções à Federação Russa vai acabar em explosões, explosões, explosões.  Ainda hoje a Holanda anunciou que roubou 400 milhões de euros ao país dirigido pelo Presidente Putin. O Kremlin informou que o Ocidente apresou 72 aviões russos. As sanções económicas e financeiras são verdadeiras declarações de guerra. Desculpem tirar-vos o sossego. Mas um dia destes o senhor Presidente Putin vai dizer assim: Ou acabam com as sanções e devolvem a massa ou levam com explosões.  

Cuidado, a Federação Russa não é a Jugoslávia! Não é o Iraque. Não é a Síria. Não é a Líbia. Os aviões da OTAN (ou NATO) não podem bombardear Moscovo ou matar o Presidente Putin como mataram o Presidente Kadhafi. Pelo contrário. Se continuarem a fazer declarações de guerra e a criar na Federação Russa os problemas económicos e sociais como criaram na Venezuela ou Síria podem preparar-se para desaparecer do mapa. O problema é se vamos todos na enxurrada, mesmo os inocentes.

Senhor António Guterres. Em 2014, a rede de televisão alemã ZDF mostrou combatentes do Batalhão de Azov usando capacetes com a suástica e os SS do corpo de elite de Hitler. Caso esteja tão patarata que já nem consegue fazer pesquisas (ou mandar fazer) na internet, mando-lhe os símbolos do Batalhão de Azov que dominava, até domingo, a cidade de Mariupol. Tome nota:

O líder dos nazis ucranianos diz que o objectivo deles é levar os brancos a dominar o mundo. O senhor presidente Zelensky incluiu os nazis do Batalhão de Azov nas forças armadas e sobretudo na Guarda Nacional, em 2019. Quem apoia nazis é nazi. Eu sou contra. Até à morte.

* Jornalista

O OCIDENTE RELEMBROU O SEU PASSADO PIRATA

# Traduzido em português do Brasil

Alexandre Khabarov | RIA Novosti | opinião

Os caçadores de tesouros britânicos de bilionários russos estão em um leve desespero: alguns russos na lista de sanções acabaram não sendo tão simples.

O ex-coproprietário do clube de futebol inglês Arsenal, Alisher Usmanov , recusou antecipadamente a maioria de seus ativos britânicos - seus imóveis neste país foram transferidos para trusts, cujos beneficiários são membros de sua família, e não o próprio empresário . O fundador da USM Holdings está completamente privado do direito de dispor das casas que o governo britânico já cobiçou: a luxuosa propriedade Sutton Place em Surrey , no valor de £ 34 milhões, e a mansão Beechwood House, localizada no prestigiado distrito de Highgate, em Londres, é estimado em £ 48 milhões. No entanto, se Usmanov não for beneficiário, não há motivo para congelar ativos que não lhe pertencem. Agora fica claro por que seu iate Dilbar não foi preso em Hamburgo- esta propriedade também não está ligada a ela.

É difícil para quem não teve tempo de abrir mão de seus ativos estrangeiros. Nos EUA , UE e Reino Unidoocupado com um inventário urgente de capital russo, que pode ser capturado usando o regime de sanções. Descendentes de corsários medievais que perseguiam navios inimigos para roubar e depois receber o título de cavaleiro, como o pirata inglês Francis Drake, hoje rastreiam suas vítimas ao redor do mundo. Nos EUA, eles já estão prometendo aos "gorjetas" um bônus por informações valiosas sobre a localização de ativos de propriedade de russos. Para a busca de iates, você pode usar os benefícios do progresso - a geolocalização de navios que é de domínio público. Por ordem dos proprietários sancionados, as tripulações dos navios evitam diligentemente as águas territoriais dos países onde os navios podem ser capturados. Mas algo já não foi protegido: os iates dos bilionários Gennady Timchenko estão congelados na Itália, Alexey Mordashov e Andrey Melnichenko. Representantes de Melnichenko disseram que "essas sanções absurdas e infundadas" o empresário vai contestar em tribunal.

Memória | Reino Unido confisca mais de US$ 1 bilião em ouro da Venezuela

O Reino Unido deteve aproximadamente US$ 1,13 bilhão (R$ 6,15 bilhões) em ouro da Venezuela, que está depositado no Banco da Inglaterra. A medida impede o governo de Nicólas Maduro de acessar ou transferir o montante para outra instituição bancária.

O Banco Central da Venezuela já tinha em maio impetrado uma ação judicial em Londres para conseguir obrigar o Banco da Inglaterra a transferir as reservas de ouro venezuelanas, de modo a financiar o combate a Covid-19 no país.

Entretanto, já no mês passado, a Corte Superior britânica negou a dar ao governo venezuelano acesso as 30 toneladas de ouro retidas pelo Banco da Inglaterra, apos o oposicionista do presidente Maduro, Juan Guaidó,  apresentar sua própria reclamação. O tribunal inglês declarou que o Reino Unido  incontestavelmente reconhece o líder da oposição como presidente venezuelano.

A decisão da Venezuela de liberar seus ativos de ouro congelados no Reino Unido teve inicio depois que os Estados Unidos e outras nações se recusaram a reconhecer os resultados das eleições presidenciais de 2018 no território venezuelano.

O secretário-adjunto do Conselho de Segurança da Rússia, Aleksandr Venediktov, se pronunciou sobre o episódio, no qual considerou o ato como "expropriação ilegal", além de ressaltar a questão que a Venezuela alega precisar dessas reservas para enfrentar o impacto econômico causado pelo novo coronavírus e combater a pandemia. "Caracas precisa urgentemente desse dinheiro para lidar com as consequências da pandemia, mas a Corte Superior de Londres declarou Guaidó o legítimo chefe de Estado e se recusou a dar o dinheiro aos venezuelanos. Ou seja, é efetivamente um ato de expropriação ilegal. Como devemos entender essa medida? Será que a partir de agora os bancos se tornarão a fonte de legitimidade? Preferiria que não" comentou Aleksandr Venediktov.

Publicado em Diário de Pernambuco (br) em 10/08/2020 16:51

Nota: o Reino Unido continua na posse das toneladas de ouro indubitavelmente pertencentes à república venezuelana. Não devolveu = roubou. (03/2022)

DÁ JEITO. US $ 132 biliões em ouro, da Rússia, dão jeito. Claro que dão jeito...

Mídia: Congelamento das reservas de ouro da Rússia será discutido nos EUA com o Ministro das Finanças

Axios: Senadores e Tesouro dos EUA discutem o bloqueio da reserva de ouro de US $ 132 bilhões da Rússia

MOSCOU, 23 de março - RIA Novosti. Um grupo de senadores dos EUA se reunirá com o Departamento do Tesouro para discutir o congelamento da reserva de ouro de cerca de US$ 132 bilhões da Rússia, disse Axios , citando fontes.

"A ministra Yellen está em constante contato com parlamentares. O Gabinete presta a assistência técnica necessária na elaboração do projeto de lei", disse um dos interlocutores ao portal.

Conforme observado, as novas restrições também afetarão as pessoas envolvidas em quaisquer transações com ouro russo. O documento pode ser adotado já nesta semana, diz Axios. Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos tem o direito de impor tais sanções , independentemente da decisão dos membros do Congresso.

Em 21 de fevereiro, Vladimir Putin , em resposta a pedidos das repúblicas do Donbass e após um apelo dos deputados da Duma , assinou decretos reconhecendo a soberania da LPR e da DPR . Na manhã de 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma operação militar especial para desmilitarizar a Ucrânia . Putin chamou seu objetivo de "a proteção de pessoas que foram submetidas a bullying e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos". De acordo com o Ministério da Defesa, as forças armadas atacam apenas a infraestrutura militar e as tropas ucranianas.

Os países ocidentais, após o início de uma operação militar especial para desmilitarizar a Ucrânia, aprovaram uma série de novas sanções contra a Rússia e, na Europa , as declarações sobre a necessidade de reduzir a dependência dos recursos energéticos russos começaram a soar mais alto.

A DEMOCRACIA SEGREGACIONISTA

A morte é um drama que não tem maior ou menor valor de mercado conforme a vítima, mas o humanismo selectivo tornou-se uma virtude da civilização globalizante.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Diz a comunicação social corporativa – vale o que vale mas, por uma vez, até nem terá razão para mentir – que em poucos dias entraram mais refugiados em Portugal do que nos últimos sete anos. Um período em que se afogaram uns largos milhares de seres humanos nas águas do Mediterrâneo, sem esquecer os mais largos milhares que penam errando pela Turquia, sob maus tratos na Grécia ou em campos de concentração na Líbia, soluções finais possíveis graças aos nossos impostos, pois são financiadas pela União Europeia.

Se dúvidas ainda houvesse é legítima a conclusão de que a mentalidade do governo português e do Estado Português em geral é xenófoba, ao compasso do resto da União Europeia. Muitas virgens ofendidas argumentam que isto é uma calúnia própria de execrandos apoiantes de Putin, mas a aritmética é uma ciência exacta e ao menos os números não mentem. Entretanto, não sei se sabem, continuam a morrer diariamente, ao tentarem cruzar mares e desertos em busca da sobrevivência, dezenas de refugiados africanos, do Médio Oriente e de outras regiões onde as guerras imperiais e as nefastas práticas coloniais arrasam os direitos humanos minuto a minuto. Nada disso é notícia.

Porém, são pessoas de pele escura, andrajosas, esfomeadas, sem terem onde cair mortas na verdadeira acepção da palavra. Nada que tenha a ver com as gentes europeias, como qualquer dos nossos vizinhos, pessoas normais, bem-apessoadas, muitas louras e de olhos azuis oriundas da Ucrânia ocidental – que não do Donbass, essa zona da Ucrânia habitada maioritariamente por «sub humanos» ou «pretos da neve», como os qualificam os nazis de Kiev que sustentam o governo. Gente flagelada pela guerra há oito anos e que deve ser «enforcada» e «exterminada», como se ouve em manifestações também na capital ucraniana, abençoada pela democracia segregacionista instaurada pelos Estados Unidos e a União Europeia. Essa realidade, contudo, deve ser permanente omitida no contexto da asfixiante verdade única imposta sob pretexto da invasão russa da Ucrânia. Há circunstâncias tão inconvenientes que têm de ser banidas do discurso oficial nem que seja pelos arrogantes lápis azuis dos senhores ministros europeus, instituídos em coronéis de novo tipo, polidos de tecnocracia. Em boa verdade, a mentalidade que faz mexer os velhos lápis, ao serviço do todo-poderoso Ministério orwelliano da Verdade, torna-os obsoletos, porque tanto a censura praticada pelas hierarquias montadas ao serviço dos oligarcas proprietários dos centros de propaganda como a autocensura dos assalariados que têm as contas para pagar ao fim do mês são suficientes para garantir a lavagem cerebral da esmagadora maioria das populações.

COMEMORAR OS 50 ANOS DO ABRIL DAS DESIGUALDADES E DAS INJUSTIÇAS

Depois de “dezassete mil e quinhentos dias que leva a democracia”, após numero igual em 48 anos de ditadura anteriormente, Portugal comemora o quase cinquentenário do 25 de Abril de 1974. Festa da rija, acentuam os vários noticiários, a elite política e os demais que se querem misturar nas “comemorações democráticas”. Que a liberdade e a democracia são a maravilha das maravilhas, destacam. 

Liberdade? Democracia? E a Justiça? E as desigualdades enormes? Não. Não haverá liberdade nem democracia enquanto existir tanta pobreza, tanta injustiça, tanta desigualdade, tanto roubo e corrupções na sua maioria impunes como vimos vendo há muitos anos após o 25 de Abril de 1974. E estas referências, este “quadro”, refere um ínfimo das debilidades a que chamam e comemoram os “dezassete mil e quinhentos dias que leva a democracia”. Curiosamente, noutro plano, o internacional, olhamos como se rege o chamado Ocidente neoliberal a caminho do neonazismo, onde a manipulação por via dos noticiários e da desonestidade dos políticos, entre outros das elites poderosas, se arrogam no direito de nos querer vender o seu peixe podre e enganar a populaçã mundial do hemisfério ocidental (sim, claro que haverá outros pulhas do mesmo jaez no outro hemisfério, o Oriental). Putas e vigaristas são duas das principais profissões mais antigas desde que o mundo é mundo.

Repare-se na censura do “democrático* Ocidente – um pequeno quadro – a censura e a manipulação noticiosa sobe pretextos “democráticos”. Por isso fazemos da nossa Imagem Escolhida o símbolo da RT - Rússia Today - e da Sputnik, Porquê assim a decisão de coartar a possibilidade de acedermos a tais publicações (além de outras). Sanções? Democracia? Ah, pois. O Império do Mal dos EUA assim decidiu "em defesa da democracia e da verdade". Da verdade? Nunca vimos império tão mentiroso, tão manipulador, tão focado em guerras e mortandade causada por quase todo o globo terrestre que habitamos com as dificuldades inerentes e causadas por uma minoria refastelada sobre cadáveres da fome e dessas mesmas tais guerras.

Tenham dó, senhores dos poderes, vocês, consciente ou inconscientemente, são uns energúmenos vigaristas. Para além dos que são efetivamente criminosos de lesa humanidade.

Em suma, senhores do Ocidente: não, os povos não estão satisfeitos, os povos estão à míngua enquanto uns quantos esbanjam as suas ganâncias querendo tudo e fomentando cada vez mais miséria. Sejamos realistas, porque, tristemente, é esse o mundo que vimos se estivermos atentos.

Mário Motta

Cerca de 100 mil pessoas continuam presas na cidade cercada de Mariupol

O Presidente ucraniano adverte que os habitantes de Mariupol vivem "sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos".

erca de 100 mil pessoas continuam presas na cidade cercada de Mariupol, sob constante bombardeamento russo, quase um mês após o início da invasão da Ucrânia pelas forças de Moscovo, disse esta quarta-feira o Presidente ucraniano.

A proposta de Volodymyr Zelensky de se encontrar com o homólogo russo, Vladimir Putin, para alcançar "compromissos", inclusive nos territórios ocupados da Crimeia e do Donbass, foi descartada na terça-feira, com os russos a esperarem um processo de negociação "mais enérgico, mais substancial", indicou o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov.

Enquanto se espera por um possível cessar-fogo, "quase 100 mil pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos", advertiu Zelensky, num vídeo divulgado esta madrugada.

O Presidente ucraniano deverá dirigir-se hoje aos parlamentos francês e japonês, antes de um fim de semana marcado pela atividade diplomática: na quinta-feira, um mês após o início da invasão, representantes de países ocidentais reúnem-se em Bruxelas para as cimeiras da NATO, do G7 e da UE.

Russos destruíram novo laboratório na central nuclear de Chernobyl

A agência estatal ucraniana responsável pela zona de exclusão de Chernobyl disse, na terça-feira, que os militares russos destruíram um novo laboratório na central nuclear que, entre outras coisas, melhorava a gestão dos resíduos radioativos.

As forças russas tomaram o controlo da central desativada, no início da guerra. A zona de exclusão é a zona contaminada ao redor da central, local do pior acidente nuclear civil do mundo, em 1986.

A agência estatal lembrou que o laboratório, que custou seis milhões de euros, com o apoio da Comissão Europeia, foi inaugurado em 2015.

O laboratório continha "amostras altamente ativas e amostras de radionuclídeos que estão agora nas mãos do inimigo", acrescentou.

"Esperamos que só cause dano a si próprio [ao inimigo] e não ao mundo civilizado", afirmou a agência, em comunicado.

Os radionuclídeos são átomos instáveis de elementos químicos que libertam radiação.

Especialistas consideraram existir um outro dado preocupante: a agência reguladora nuclear da Ucrânia disse na segunda-feira que os monitores de radiação em redor da central tinham deixado de funcionar.

Jornal de Notícias

JOE BIDEN DIZ QUE OS EUA DEVEM LIDERAR A "NOVA ORDEM MUNDIAL"

# Traduzido em português do Brasil

O presidente dos EUA , Joe Biden, surpreendeu os presentes na segunda-feira depois de dizer que uma "nova ordem mundial" seria estabelecida em breve e que caberia aos Estados Unidos liderá-la.

Em um discurso na reunião trimestral de CEOs da "Business Roundtable", Biden disse que o mundo está em "um ponto de inflexão" que "acontece a cada três ou quatro gerações" e que cabe aos Estados Unidos determinar o resultado .

“Como um dos principais militares me disse outro dia em uma reunião de segurança, 60 milhões de pessoas morreram entre 1900 e 1946, e desde então estabelecemos uma ordem mundial liberal e isso não acontece há muito tempo. o presidente disse

O comentário atraiu a atenção tanto nos Estados Unidos quanto em todo o mundo e levou a "Nova Ordem Mundial" a se tornar um dos trending topics do Twitter na segunda-feira.

O termo "nova ordem mundial" tem sido historicamente usado para se referir a uma era de grandes mudanças globais e tem sido usado por políticos como o ex-presidente dos EUA George HW Bush, o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair . 

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