Artur
Queiroz*, Luanda
Mais de vinte anos depois, as
relações entre Angola e os Estados Unidos pautam-se pelo aprofundamento, pelo
reconhecimento mútuo da importância estratégia que ambos os países atribuem aos
laços e pelo aumento da cooperação económica, comercial e cultural.
Depois da assinatura do Acordo de
Parceria Estratégica, existente desde 2010, os vínculos que ligam os dois
países têm vindo a crescer e numa altura em que Angola procura
diversificar a economia, de um lado, e em que grande parte das potências,
incluindo os Estados Unidos auguram por uma espécie de "segurança
energética”, podemos dizer que há ainda maior expectativa quanto ao
crescimento destas relações.
A vinda da subsecretária de
Estado, Wendy Sherman, como de resto os contactos mantidos entre Angola e os
Estados Unidos a todos os níveis, espelha bem a vontade mútua de reforçar o
chamado Diálogo de Parceria Estratégica.
Depois de elogiar os progressos
feitos por Angola, a número dois do Departamento de Estado, fez uma previsão
que espelha bem o momento das relações bilaterais quando disse que "vejo
que haverá mais negócios norte-americanos em Angola, como resultado das
reformas que estão a ser realizadas”.
Não há dúvidas de que nos honra o
encorajamento que vem de todos os lados em geral e em particular dos Estados
Unidos no que ao "trilho das reformas” diz respeito, uma realidade e
compromisso que tende a ser transversal em toda a sociedade angolana.
Como tinha salientado o
Presidente João Lourenço, numa das suas intervenções, em que tinha aproveitado
para desmistificar a ideia de "paternidade do combate à corrupção”, ela
decorre sobretudo da consciencialização generalizada de que não só era
insustentável o curso em que o país se encontrava, como inevitável a
perspectiva de o país resvalar para o precipício com os níveis de impunidade
e corrupção.
Logo, os esforços que fazemos
hoje para combater a corrupção, que levam o mundo a encarar com satisfação
e a encorajar, são de todos os angolanos. E como recomendável todos
os angolanos devem se rever nestes esforços que, não sendo perfeitos, nem
passíveis de eventuais erros, seriam piores se mantidos inactivos e
condescendentes com o contexto herdado em Setembro de 2017.
Ainda relativamente às relações
entre o nosso país e os Estados Unidos, o tempo tem provado a forma proveitosa
como ambas as partes procuram retirar vantagens recíprocas dos laços para, como
se espera, beneficiar os dois Estados e povos.
A vinda da número dois do
Departamento de Estado é sinónimo de que, ao contrário do que alguns sectores
insinuam, com alegações sobre um suposto distanciamento entre Washington e
Luanda, as relações estão no bom caminho.
Não constitui nenhum exagero se
dissermos que nunca o Diálogo de Parceria Estratégica se mostrou necessário,
útil, funcional e urgente como na conjuntura actual em que os contactos
bilaterais e multilaterais são instrumentais para manter a paz e segurança
internacionais. E quando a diplomacia é colocada ao serviço dos Estados e povos
para fazer avançar a agenda da paz, da estabilidade, da cooperação e troca
entre os Estados, o mundo tende a ser um lugar mais pacífico.
Angola, de sua parte, vai
continuar a jogar o papel esperado como um "player”, em África e no mundo,
pela paz, diálogo, concertação com todos os Estados do mundo.
*Jornalista