quinta-feira, 9 de junho de 2022

GRUPO BILDERBERG VAI ESTAR REUNIDO DE 9 A 12 EM WASHINGTON


#Traduzido em português do Brasil

A AGENDA DA REUNIÃO DO GRUPO BILDERBERG DE 2022: DESINFORMAÇÃO, DESGLOBALIZAÇÃO E RUPTURA DO SISTEMA FINANCEIRO GLOBAL

Todos os anos, os mais ricos e poderosos executivos, banqueiros, executivos de mídia, acadêmicos e políticos do mundo se reúnem a portas fechadas para discutir como moldar o mundo, perpetuando um status quo que tem sido muito benéfico para um punhado de pessoas. Estamos obviamente a falar da reunião anual, e sempre muito privada, do Grupo Bilderberg.

A 68ª Reunião Bilderberg já está em andamento em Washington, DC, começando na quinta-feira e indo até domingo.

Albert Bourla, CEO da Pfizer, Eric Schmidt, ex-CEO do Google, Henry Kissinger e William J. Burns, Diretor da CIA, estão entre os 120 convidados (clique aqui para ver a lista completa) deste ano, de 21 países… Os russos são raros.

O Grupo Bilderberg se orgulha da Regra da Chatham House, segundo a qual os participantes são livres para usar qualquer informação valiosa que desejarem, pois os participantes dessas reuniões são obrigados a não divulgar a fonte de qualquer informação, qualquer informação sensível ou o que foi dito exatamente . Essa regra ajuda a garantir o lendário sigilo do Grupo Bilderberg, fonte de uma infinidade de teorias da conspiração. Mas, como Pepe Escobar aponta, isso não significa que o segredo mais estranho não será revelado.

De acordo com o grupo, aqui está a lista de tópicos que serão abordados:

- Realinhamentos geopolíticos
- Desafios da OTAN
- China
- Realinhamento Indo-Pacífico
- Competição tecnológica sino-americana
- Rússia
- Continuidade do governo e da economia
- Disrupção do sistema financeiro global
- Desinformação
- Segurança energética e desenvolvimento sustentável
- Saúde pós-pandemia
- A fragmentação das sociedades democráticas
- Comércio e Globalização

EUA PROLONGAM GUERRA NA UCRÂNIA -- Craig Murray

#Traduzido em português do Brasil

Sem esperança de um cessar-fogo em breve, a Turquia voltou-se para o objetivo mais limitado de garantir que os suprimentos de grãos (cereais) possam ser enviados do Mar Negro através do Bósforo.

Craig Murray* | Consortium News

Estive na Turquia para tentar aprofundar as negociações de paz, como diplomata experiente com bons contatos lá e como ativista da paz. Eu não estava lá como jornalista e muito do que discuti foi com a compreensão da confiança. Provavelmente levará alguns anos até que eu julgue razoável e justo revelar tudo o que sei. Mas posso dar um esboço.

A Turquia continua a ser o centro da atividade diplomática na resolução da guerra na Ucrânia. É, portanto, particularmente revelador, e um sinal das prioridades ocidentais, que eu não tenha encontrado um único jornalista ocidental tentando acompanhar e cobrir o processo diplomático. Existem centenas de jornalistas ocidentais na Ucrânia, efetivamente incorporados às autoridades ucranianas, produzindo pornografia de guerra. Parece não haver nenhum cobrindo seriamente as tentativas de fazer a paz.

Houve uma mudança radical há duas semanas, quando a Ucrânia mudou para uma postura pública de não ceder território em um acordo de paz. Em 21 de maio, o gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,  declarou que  “a guerra deve terminar com a restauração completa da integridade territorial e da soberania da Ucrânia”.

Anteriormente, enquanto o lado ucraniano havia sido enfático de que nenhum território no "leste" seria cedido, havia uma ambiguidade estudada sobre se isso se referia apenas ao Donbass ou também à Crimeia.

A nova postura ucraniana, de que não haverá acordo de paz sem a recuperação da Crimeia, acabou por agora com qualquer esperança de um cessar-fogo antecipado. Parece ser um objetivo militarmente inatingível. Não consigo pensar em nenhum cenário em que a Rússia perca de fato a Crimeia, sem a séria possibilidade de uma guerra nuclear mundial.

Esse golpe no processo de paz foi um revés em Ancara, e devo dizer que todas as fontes com quem conversei acreditavam que os ucranianos estavam agindo de acordo com as instruções transmitidas de Washington a Zelensky  pelo secretário de Defesa  Lloyd Austin, que declarou abertamente que queria que a guerra se desgastasse. capacidades de defesa russas.

É claro que uma longa guerra na Ucrânia é do interesse maciço do complexo industrial militar dos EUA, cujos assados ​​gotejantes no Afeganistão, no Iraque e na Síria saíram do fogo.

Também avança o objetivo estratégico de prejudicar gravemente a economia russa, embora grande parte desse dano seja mútuo. Por que vivemos em um mundo onde o objetivo das nações é prejudicar a vida dos habitantes de outras nações é uma questão que continua a me intrigar.

A Turquia,  por enquanto, voltou-se  para o objetivo mais limitado de garantir que os suprimentos de grãos possam ser enviados do Mar Negro através do Bósforo. Isso é essencial para as nações em desenvolvimento e essencial para o abastecimento mundial de alimentos, que já estava sob pressão antes do início desta guerra.

A Turquia está se oferecendo para limpar as rotas marítimas de minas e para policiar os navios que transportam grãos do porto de Odessa, que ainda está sob controle ucraniano. A Rússia concordou com o acordo.

A Ucrânia opõe-se a este plano de exportação do seu próprio trigo, porque se opõe à remoção das minas, que devo deixar claro que foram colocadas nas rotas marítimas pela Ucrânia para evitar um ataque anfíbio a Odessa. Há uma  hipocrisia monumental  do Ocidente sobre isso, culpando a Rússia por impedir a exportação do grão enquanto ele está bloqueado pelas próprias minas da Ucrânia, que atualmente se recusam a permitir que a Turquia remova.

Em 19 de maio, esta foi a manchete de um comunicado de imprensa da ONU: “Falta de exportações de grãos levando a fome global a níveis de fome, enquanto a guerra na Ucrânia continua, oradores alertam o Conselho de Segurança”.

Como diz o artigo , a Ucrânia e a Rússia juntas respondem por um terço das exportações mundiais de grãos e dois terços das exportações mundiais de óleo de girassol. Muitos dos que morrem dessa guerra provavelmente o farão nos países em desenvolvimento, de fome.

A decisão da UE e dos EUA de visar as exportações agrícolas da Rússia e da Bielorrússia para sanções mostra uma insensibilidade extraordinária para com os seres humanos mais pobres do mundo, que não podem pagar o aumento dos preços dos alimentos.

Bem, a manchete aqui é que os EUA e a UE estão pressionando a Ucrânia a bloquear qualquer acordo de alimentos, com base em várias objeções, incluindo a redução da segurança de Odessa e a alegação de que a Rússia venderá grãos ucranianos saqueados. A visão em Ancara e no mundo em desenvolvimento é que o quadro geral, de milhões enfrentando a fome, está sendo perdido.

A experiência me deixou tão cínico que fico imaginando se os interesses dos poderosos lobbies agrícolas tanto na UE quanto nos EUA estão influenciando a política. Os altos preços mundiais dos alimentos beneficiam alguns interesses poderosos.

Eu culpo o presidente russo, Vladimir Putin, por iniciar uma guerra que não faz nada para corrigir as preocupações russas de segurança de longo prazo. Mas a verdade é que os políticos do Ocidente estão igualmente interessados ​​nesta guerra. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o promoveu descaradamente para sua própria sobrevivência política. Qualquer um que faça qualquer esforço para impedir o assassinato – o presidente francês Emmanuel  Macron e o presidente turco Recep Erdogan em particular – são imediatamente e universalmente denunciados pela mídia “liberal”.

No entanto, qual é o resultado final que os belicistas liberais desejam alcançar? Quando chegamos ao estágio em que Henry Kissinger, o ex-secretário de Estado dos EUA, é uma  voz comparativa da sanidade , a situação política é realmente terrível.

Craig Murray é autor, radialista e ativista de direitos humanos. Ele foi embaixador britânico no Uzbequistão de agosto de 2002 a outubro de 2004 e reitor da Universidade de Dundee de 2007 a 2010. Sua cobertura depende inteiramente do apoio do leitor. Assinaturas para manter este blog funcionando são  recebidas com gratidão .

*Este artigo é de CraigMurray.org.uk .

Imagem: O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, de volta à câmera, encontrando-se com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em 1º de junho. (OTAN)

Moçambique | Eleito membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU

Moçambique foi hoje eleito por unanimidade membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na vaga que este ano cabia a África preencher e à qual concorria sem oposição, seguindo a habitual concertação no continente. É a primeira vez que Moçambique ocupa o lugar.

O país lusófono recebeu a totalidade dos 192 votos possíveis, o único a consegui-lo entre os cinco países que hoje concorriam a outras tantas vagas, de acordo com os resultados anunciados a partir da sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, quando eram 17:00 em Maputo (16:00 em Lisboa).

Moçambique representou a sub-região da África Austral nas eleições deste ano, de acordo com o padrão de rotação do Grupo Africano.

As eleições para os lugares atribuídos aos Estados-membros africanos são geralmente incontestadas, uma vez que o Grupo Africano mantém um padrão de rotação estabelecido entre as suas cinco sub-regiões (Norte de África, África Austral, África Oriental, África Ocidental e África Central).

Três assentos não permanentes são sempre atribuídos a África: um lugar é eleito a cada ano civil par, e dois são disputados durante anos ímpares.

Moçambique está entre cinco novos membros eleitos este ano (juntamente com Equador, Japão, Malta e Suíça) que ocuparão os lugares de 01 de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2024.

Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Comunicação de Moçambique, disse na quarta-feira em entrevista à Lusa que a experiência do país no combate ao terrorismo em Cabo Delgado será importante nas novas funções. 

"Levaremos não só a nossa experiência", mas também o relato "da prática que os terroristas usam para aterrorizar as pessoas, porque é para isso que existem, para destruir, para matar, para roubar, enfim, para fazer tudo o que é negativo, que prejudique as populações, que prejudique os países", lamentou.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, marcou para o final do dia uma comunicação à nação a propósito da eleição de hoje.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

Angola | A Alternância Política e os Golpistas Palacianos – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As eleições estão marcadas para o dia 24 de Agosto. A UNITA e seus aliados andaram quase toda a legislatura dizendo que o MPLA não queria eleições. Disseram mesmo que não teríamos eleições. Estão marcadas. A Oposição que temos é péssima. Isso não me dá nenhum conforto, pelo contrário, pode levar o MPLA a ser menos exigente na sua prática política, na defesa intransigente dos interesses do Povo Angolano, como faz desde a sua fundação, em 10 de Dezembro de 1956. O líder da UNITA, pior do que ter outras nacionalidades, é defender interesses estrangeiros inconfessos e sentir-se bem nesse papel.

As eleições estão à porta. E o panorama político é ainda mais sombrio do que antes de ser anunciada a data, pelo Presidente João Lourenço. Toda a espécie de oportunistas que perderam mundos e fundos nos últimos cinco anos, apresentam-se como políticos de primeira linha e atacam o MPLA desalmadamente. Sem fundamentos. Sem razão. Essa tropa de choque fala por desespero. Alinhou-se à esquina da UNITA numa fraude chamada Frente Patriótica Unida (FPU). Hipotecaram a honra por ninharias. Abdicaram da dignidade bem sabendo que assim estão a cometer a derradeira traição ao MPLA, partido que os inventou, criou e promoveu. 

Marcolino Moco era um menino, militante da JMPLA no Huambo, quando o conheci. Nessa época eu já era um trintão pai de filhos e extremoso amante de senhoras prendadas com grande apetência para aventuras amorosas. O que se leva desta vida é a vida que se leva. Ficámos amigos. Quando ele chegou a secretário-geral do MPLA foi um dos momentos mais felizes da minha vida. E quando foi indigitado primeiro-ministro do Governo do MPLA, que tinha ganho as eleições com maioria absoluta, fiquei comovido. Aquele menino de Chitué, nascido e criado no seio do meu partido, tinha chegado ao topo da sua carreira política.

Eu costumo dizer que faça o que fizer pelo MPLA, ainda fico em dívida, porque nas fileiras do MPLA aprendi tudo o que sei. Quando me dizem que naqueles anos de brasa de 1974 e 1975 fizemos muito pela Independência Nacional e pelo Povo Angolano eu digo que nada fiz, em comparação com o que recebi. Devo ao Povo Angolano tudo o que sou. Claro que nunca fui mais do que um repórter formado na velha escola da notícia. E atendendo aos anos de experiência, aos cabelos brancos que me nasceram nas Redacções da Rádio e da Imprensa, ensinei a quem iniciou a sua carreira profissional, tudo o que sei.

Em 1992, ano das primeiras eleições gerais multipartidárias, o MPLA entregou a direcção da campanha eleitoral a Daniel Chipenda. Esse mesmo, o que capitaneou a revolta tribalista do Leste e depois se aliou à FNLA. O que serviu galhardamente os serviços secretos da África do Sul na sua guerra contra a Independência Nacional e a integridade territorial. Pouco tempo depois foi substituído pelo meu querido e saudoso amigo, Manuel Pedro Pacavira. 

O novo director de campanha foi ter comigo e disse para me preparar pois tinha que regressar com  ele a Luanda. Nessa altura era da direcção da revista Sábado (primeira série) e a minha vida corria bem como nunca correu. Não me dava jeito nenhum deixar tudo. Pacavira, naquele tom de voz baixinho que sempre usava só disse isto: É a missão que temos para ti. Dois dias depois estava em Luanda. Partimos a loiça toda!

Justiça angolana só andou atrás de "ladrões de galinhas" durante anos - disse PR

O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou hoje que o poder político não condiciona a liberdade de atuação dos tribunais em Angola, que deixaram de estar "amordaçados" e perseguir apenas "ladrões de galinhas".

João Lourenço, que deu hoje uma entrevista coletiva a 12 órgãos de comunicação social angolanos, disse que não pretende desistir da luta contra a corrupção e que há ainda "muita coisa para recuperar".

Afirmou que existe hoje um quadro "completamente diferente" da justiça que durante muitos anos "andou atrás apenas dos ladroes de galinhas", o que mudou de um dia para o outro, desde que foi eleito em 2017. 

"Se formos analisar sobretudo os casos que passaram pelo Tribunal Supremo, é uma nova realidade que antes era impensável. Era impensável que determinadas figuras se pudessem sentar na barra dos tribunais", sublinhou.

Para o Presidente da Republica, "isso só demonstra que os tribunais têm muito mais independência e liberdade de ação, senão continuariam amordaçados pelo poder político que diria 'não mexe aqui, não mexe ali' ou 'não mexe neste ou naquele'".

Angola | TRIUNFO DAS MÁQUINAS E FRACASSO DOS MAQUINISTAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um dia o capitão Melo chamou-me para dar a novidade há muito esperada: Já chegaram as duas máquinas Nagra novas! Uma vitória estrondosa para quem trabalhava na Direcção de Informação da Emissora Oficial de Angola (RNA). Particularmente para os sonoplastas e operadores de som. Nessa altura já tínhamos na Reportagem jovens angolanos que davam os primeiros passos na Rádio, apoiados por Artur Neves, o grande génio do som, e outros profissionais de altíssimo nível. 

As máquinas novas começaram a sair para as reportagens e logo no primeiro dia aconteceu uma tragédia. O Chico Simons veio ter comigo e deu a trágica notícia: Não temos o registo magnético! A Nagra não gravou. Eu soltei uma dúzia de palavrões e perguntei: A máquina não gravou ou o gajo que operava com ela é incompetente?

A tragédia aconteceu várias vezes. A Conchinha de Mascarenhas arranjou uma equipa para dar formação aos jovens repórteres e o problema ficou resolvido. Mas até à superação, só profissionais experientes tinham acesso às Nagra. Procurei saber o que tinha falhado. O Artur Neves cuidou que todos operassem os novos gravadores em circuito fechado, até dominarem as novas técnicas. Então o que falhou? O já sei. Alguns novos repórteres já tinham formação ao nível das escolas técnicas, do Instituto Industrial, da Universidade. E achavam que já sabiam tudo.

A TPA fez um investimento pesado, provavelmente nunca antes feito em Angola, nas novas tecnologias aplicadas aos Media. Parabéns. Mas desde que as emissões começaram, o desastre é visível, audível e palpável. Já não é possível esconder nem silenciar. Para bem de todos, profissionais da casa, tutela e consumidores. No segundo dia a coisa piorou e hoje atingiu o máximo da incompetência. O noticiário das 13 horas foi submerso numa onda de ruído ensurdecedora. 

Os principiantes sabem que no audiovisual, os edifícios sonoros dão a dimensão estética à mensagem informativa. A imagem tem o mesmo papel. Se há ruído, nada funciona. Tudo se desmorona. Nos três últimos dias, os noticiários da TPA são afogados numa onda avassaladora de ruído. E ninguém pede desculpa aos consumidores. Ninguém assume a responsabilidade. Ninguém quer saber por que razão as novas “nagras” vomitam ruído e erguem obstáculos intransponíveis às mensagens informativas. Um banquete de incompetência, arrogância e falta de profissionalismo. Mas também falta de respeito para com quem fez os investimentos milionários nas novas tecnologias. Deslealdade sem nome.

Angola | 27 DE MAIO: “É HORA DE ABRAÇAR E PERDOAR”

Os restos mortais de algumas vítimas do 27 de maio de 1977, incluindo "Nito Alves", foram entregues às respetivas famílias. Ministro angolano da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, apela à reconciliação.

A cerimónia de entrega dos restos morais de 'Nito Alves', Jacob João Caetano ('Monstro Imortal'), Ilídio Ramalhete e Arsénio José Lourenço ('Sianuk') decorreu na manhã desta quarta-feira (08.06) no quartel-general das Forças Armadas Angolanas.

Políticos e familiares testemunharam o ato enquadrado no plano do Governo de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos entre 11 de novembro de 1975 e 4 de abril de 2002.

Ao discursar na cerimónia, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos e coordenador da Comissão de Reconciliação e Memória das Vítimas (CIVICOP), Francisco Queiroz, descreveu o momento como sendo de "grande significado" para o processo de reconciliação entre os angolanos.

"Não se pretende apagar da história os tristes acontecimentos do 27 de maio. Pretende-se, sim, cumprir um dever de justiça para com as famílias e prestar uma merecida homenagem aos que tombaram naquele conflito político, para que nos lembremos sempre deste passado", salientou.

Francisco Queiroz pediu que se feche agora um capítulo, remetendo para o passado a discussão sobre os motivos das execuções sumárias em 1977, depois de um alegado golpe de Estado falhado.

"Não é hora de saber em que ideia acreditava cada um dos que morreu. Não é hora de indagar das razões, por que cada um matou ou foi morto. É hora de abraçar e perdoar. É hora de nos reconciliarmos", apelou o governante angolano.

GOLPISTAS ROMANCISTAS E RAINHAS PLATINADAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os golpes de estado são como o xis, têm muitas formas e feitios. Quanto a linguagens, nem se fala. O meu amigo Dudu cantava um tema que comparava o xis ao imperialismo, sempre muito disfarçado, muito dissimulado, Umas vezes era xê, outras vezes era zê e também xi. Os golpes de estado podem ser à bruta e armados. Ou terem a forma palaciana, aparentemente inocente mas sempre tenebrosa. 

Adalberto da Costa Júnior acaba de anunciar um golpe de estado palaciano. O seu mentor, Abílio Camalata Numa, mais bruto, mais primário mas menos aldrabão, diz que se as eleições derem para o torto, vai mesmo a ferro e fogo. Cuidado com os criminosos de guerra da UNITA. Como foram amnistiados, estão convencido0s de que a amnistia é uma espécie de licença para continuarem a cometer crimes até ao último suspiro. Estão enganados. Se continuarem na senda criminosa, vão perceber que a água não corre duas vezes debaixo da mesma ponte, mesmo daquelas que eles partiram, de norte a sul do país e que o Povo Angolano teve de pagar, enquanto os destruidores roubavam os diamantes de sangue.

Adalberto da Costa Júnior diz que em Angola há muito por fazer. É verdade. Mas tudo o que ainda não foi deve-se à UNITA. Se os sicários do Galo Negro não tivessem ajudado os racistas sul-africanos a partir Angola de Norte a Sul, se não tivessem disparado contra o Povo Angolano ao lado dos racistas de Pretória, se não tivessem andado anos a lutar contra a soberania nacional, pondo em causa a integridade territorial, hoje Angola era o paraíso. Estava tudo feito, a felicidade corria livre como a correnteza dos nossos rios, a abundância era uma marca do nosso quotidiano. Todos tinham saúde e educação de qualidade, habitação digna e trabalho com direitos e salários justos.

O chefe do Galo Negro avisa que se ganhar as eleições “vai reformar o país de uma ponta à outra, a começar pelas instituições do Estado”. Cuidado! Isto é um pronunciamento de golpe palaciano. As “reformas” da UNITA, normalmente acabam nos cemitérios ou em valas comuns. O aviso foi feito. Mas Adalberto da Costa Júnior está tão confiante no triunfo da golpada que disse isto:

"É parte da nossa proposta eleitoral, é um compromisso que nós temos reafirmado, se queremos uma Angola genuinamente desenvolvida, é incontornável que se faça a reforma do Estado, a revisão da Constituição, que haja uma diminuição dos poderes do Presidente da República e a retomada imediata da eleição direta do Presidente”. Um pormenor. Quem redige etas coisas está em Portugal, porque escreve segundo o acordo ortográfico que os angolanos não subscrevem. Reparem na expressão “eleição direta”. Nós escrevemos directa.  A nossa Língua Portuguesa ainda respeita o étimo latino, porque ela nasce do Latim. É uma língua novilatina. Adiante.

Tradução da declaração do engenheiro à civil: Estas palavras querem dizer pura e simplesmente golpe de estado. A Constituição da República não pode ser revista como quem faz uma lista de compras no supermercado. Tem limites. E o regime político está nesses limites. Alterar a forma de eleição do Presidente da República é mudar o regime. Nas eleições não vamos votar para mudar o regime político ou rasgar a Constituição da República. Vamos eleger deputados e o cabeça de lista do partido mais votado é eleito Presidente da República. O nosso regime é este. A Nossa Constituição da República é esta. Ninguém tem votos para violar a Constituição e mudar o regime.

Política carcomida dos 1% | Seria o sorteio mais democrático que o voto?

#Publicado em português do Brasil

Iniciativas de minipúblicos – ou sorteios cívicos – proliferam pelo mundo. Oferecem alternativas reais para reinventar política carcomida pelo 0,1%: com diversidade e inteligência coletiva, resgatar poder popular e legitimidade de decisões

Yves Sintomer e Nabila Abbas | Outras Palavras | Tradução: Maurício Ayer

O sorteio como forma de seleção política voltou à cena promovido por diferentes imaginários. No contexto da crise dos partidos políticos e das formas tradicionais de representação, o sorteio e os minipúblicos aparecem em muitos países do Norte global como formas alternativas de garantir a presença do cidadão comum contra o poder das elites. Pelo menos é nisso que se acredita a partir de posições favoráveis ​​à democracia deliberativa, à democracia antipolítica e à democracia radical.

Introdução

Na França, a Convenção dos Cidadãos pelo Clima (CCC), que ocorreu entre 2019 e 2020, marcou um grande ponto de virada para as assembleias de cidadãos e outros “minipúblicos” selecionados aleatoriamente. Embora o sorteio por muito tempo tenha sido uma característica da história republicana e democrática, parecia que os atores políticos contemporâneos haviam esquecido completamente os usos potenciais desse mecanismo.[1] No entanto, as bem sucedidas deliberações realizadas sob a égide do CCC – apesar do transtorno causado pela pandemia da covid-19 – convenceram muitos atores e observadores de que a seleção por sorteio talvez seja um recurso para enfrentar a crise de representação política. Embora as propostas da CCC tenham sido amplamente desacreditadas pelos poderes Executivo e Legislativo, isso não aconteceu sem fortes discussões.

Essa mudança reflete uma tendência transnacional, pelo menos no Norte global. Desde 2020, dezenas de assembleias de cidadãos sobre as alterações climáticas têm sido realizadas na Europa, em níveis local, regional e nacional. Ao longo da última década, centenas – possivelmente milhares – de minipúblicos foram organizados para lidar com uma ampla variedade de questões espinhosas. Em 2021-2022, a União Europeia convocou uma Conferência sobre o Futuro da Europa que incluía deputados nacionais, eurodeputados e painéis de cidadãos selecionados aleatoriamente. 

Na América Latina, debatem-se sobre essa possível inovação democrática, mas sem ensejar experimentos significativos. Por exemplo, no México, a seleção aleatória tem sido usada para eleger candidatos eleitorais do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), a agremiação do presidente Andrés Manuel López Obrador, a partir de uma lista pequena elaborada por membros do partido, que contribuiu para a promoção de pessoas da classe trabalhadora para cargos eletivos e para o sucesso eleitoral do partido no poder [2]. 

O significado político da reintrodução do sorteio para criar corpos políticos coletivos não é fácil de entender. Os muitos atores que o apoiam vêm de uma formação muito variada. Na França, o mecanismo de sorteio foi sugerido como uma proposta viável pelo movimento dos gilets jaunes (coletes amarelos), que desde outubro de 2018 organiza uma oposição violenta ao presidente Emmanuel Macron. Ao final, o presidente adotou o mecanismo para organizar o CCC. Por sua vez, o Extinction Rebellion, movimento ambientalista global, incluiu as assembleias cidadãs sobre mudanças climáticas como uma de suas principais demandas. 

Nossa convicção é de que algo pode ser aprendido sobre os atrativos do sorteio construindo uma tipologia dos imaginários que atualmente competem para definir seu lugar nas democracias modernas. O conceito de “imaginários” foi elaborado por filósofos políticos na tentativa de compreender como as projeções mentais contribuem para a mudança na sociedade. Os imaginários são projeções de horizontes políticos desejáveis ​​ou preocupantes. Consistem em coleções de ideias compartilhadas, histórias, lendas, imagens e símbolos. O conceito é especialmente útil em nosso contexto atual, uma vez que os defensores do sorteio muitas vezes imaginam sistemas políticos que têm pouca ancoragem na realidade e ao fim e ao cabo parecem utópicos por sua própria natureza. Portanto, é essencial observar como esses atores imaginam o papel que o sorteio desempenharia na política de sua sociedade ideal. 

A reconstrução de um imaginário lida necessariamente com tipos ideais. Nossa tese é que os vários argumentos a favor da expansão do sorteio como forma de seleção política no Norte global surgiram ao lado de pelo menos três imaginários conflitantes: o da democracia deliberativa, o da democracia antipolítica e o da democracia radical. Esses tipos ideais não são específicos de uma ou outra política ou região, embora sua difusão varie consideravelmente de uma para outra e façam sentido, em grande medida, em comparação com os demais. Como todos os tipos ideais, esses relacionados ao sorteio raramente foram claramente expressos ou delineados em detalhes pelos atores que os mobilizam. Nós reconstruímos pragmaticamente esses imaginários, movendo-nos entre a conceituação e as próprias declarações explícitas dos atores, e em seguida testando sua relevância em conferências acadêmicas e em conversas com as parte interessadas.

Se os EUA são tão poderosos porque Kiev está implorando por ajuda militar alemã?

#Traduzido em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

A situação é tal que as dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar dada a Kiev pelos EUA ainda não são suficientes para derrotar a Rússia, e é por isso que o destinatário está pressionando a Alemanha e Israel a contribuir um pouco também, embora isso definitivamente não seria um divisor de águas de qualquer maneira, mesmo se eles dessem tudo o que foi exigido deles, já que é inacreditável que seu equipamento seja melhor que o dos EUA.

guerra por procuração da OTAN liderada pelos EUA contra a Rússia através da Ucrânia uniu o Ocidente, a maioria dos quais, com poucas exceções, como a Hungria, contribuíram de alguma forma para essa campanha militar. Mesmo assim, Kiev ainda não está satisfeita porque está constantemente implorando por outros como Alemanha e Israel para fazer mais. A narrativa da Mainstream Media (MSM) é cuidadosamente adaptada para se concentrar exclusivamente em culpar esses dois e outros com base no fato de que eles deveriam mostrar solidariedade com a chamada “democracia” de Kiev diante da suposta “ameaça autoritária” representada isso pela Rússia. Essa campanha de gerenciamento de percepção tem muitas motivações por trás, mas entre as mais importantes está distrair seu público a ponto de nunca pensar em quebrar o tabu de fazer a pergunta mais proibida.

O que o Ocidente liderado pelos EUA não quer que seu povo se pergunte é o seguinte: se os EUA são tão poderosos, então por que Kiev está implorando por ajuda de outros para ajudá-lo? Afinal, a narrativa predominante é que os Estados Unidos são a superpotência militar indiscutível, tão forte que as forças armadas de nenhum país na história jamais chegaram perto das capacidades abrangentes dos EUA. Seu orçamento militar anual supera todos os outros em muitas ordens de magnitude e é considerado sempre na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento, mesmo que esteja atrasado em relação à Rússia no momento em que se trata de veículos hipersônicos. No entanto, as Forças Armadas americanas ainda são consideradas por muitos como inigualáveis, especialmente porque lutaram em um conflito ou outro durante a maior parte da existência de seu país nos últimos 250 anos.

Isso torna ainda mais inexplicável por que os EUA não podem simplesmente apoiar Kiev por conta própria sem que seus colegas aliados ocidentais participem, sem mencionar por que o destinatário está tão descontente com jogadores militares globais comparativamente menores, como Alemanha e Israel, que não contribuem às suas expectativas. Os discursos regulares de Kiev sobre isso sugerem uma verdade “politicamente inconveniente”, ou seja, que os militares dos EUA não são tão onipotentes quanto são retratados, pelo menos quando se trata de travar guerras por procuração, não importa o quão sem precedentes a guerra em andamento com a Rússia na Ucrânia seja. Se Washington pudesse garantir unilateralmente a vitória de Kiev nesse conflito, certamente já o teria feito, mas o fato é que não pode, por isso está pressionando outros a estender a mão.

A situação é tal que as dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar dada a Kiev pelos EUA ainda não são suficientes para derrotar a Rússia, e é por isso que o destinatário está pressionando a Alemanha e Israel a contribuir um pouco também, embora isso definitivamente não seria um divisor de águas de qualquer maneira, mesmo se eles dessem tudo o que foi exigido deles, já que é inacreditável que seu equipamento seja melhor que o da América. Tudo o que atender a essa pressão faria é sinal de solidariedade de virtude com a reafirmação bem-sucedida dos EUA de sua hegemonia unipolar anteriormente em declínio sobre o Ocidente, o que a Alemanha já está em processo de fazer parcialmente enquanto Israel ainda não parece tão interessado devido à sua política externa ferozmente independente em relação à Rússia nos últimos anos.

Refletindo sobre essas observações “politicamente inconvenientes”, fica claro que, embora os militares dos EUA provavelmente ainda sejam muito formidáveis ​​em engajamentos diretos com grandes potências como Rússia e China, eles simplesmente não são capazes de vencer uma guerra por procuração contra qualquer um deles. por conta própria sem que seus aliados contribuam para o esforço. Mesmo isso, no entanto, é incapaz de mudar decisivamente a dinâmica no terreno, uma vez que nenhum de seus vassalos tem qualquer equipamento de mudança de jogo para enviar que os EUA também não tenham ou já não tenham despachado. O mito da invencibilidade da guerra por procuração americana é, portanto, amplamente desacreditado por esse fato indiscutível, bem como pela contínua imploração de Kiev por mais suprimentos de países militarmente mais fracos do que os EUA, como a Alemanha e outros.

*Andrew Korybko -- analista político americano

BATALHA DIPLOMATICA DA UCRÂNIA E PREPARAÇÃO DE NOVA FRENTE NO LESTE

#Traduzido em português do Brasil

PERDENDO NAS LINHAS DE FRENTE DO DONBASS, KIEV INICIA BATALHA DIPLOMÁTICA 

Enquanto as linhas de frente do Donbass estão inflamadas por batalhas posicionais e ambos os lados estão reivindicando alguns sucessos táticos, a batalha diplomática internacional continua. Kiev e Moscou parecem aderir a planos diferentes sobre como exportar milhões de toneladas de grãos ucranianos dos portos bloqueados e salvar o mundo de uma crise alimentar.

Mais recentemente, os principais desenvolvimentos nos campos de batalha na Ucrânia ocorreram na área de Svyatogorsk. Em 6 de junho, forças lideradas pela Rússia reivindicaram o controle do último reduto ucraniano na cidade. A operação de limpeza continua nas áreas próximas.

As forças lideradas pela Rússia também estão expandindo sua zona de controle na área de Krasny Liman. A vila de Illyichevka localizada ao sul da cidade ficou sob controle da DPR.

Alguns avanços da Milícia Popular da RPD foram confirmados perto de Avdeevka. As AFU foram repelidas de algumas de suas posições ao norte da cidade.

As linhas de frente do sul da Ucrânia nas regiões de Kherson e Nikolaev também foram marcadas por alguns sucessos táticos do exército russo. Depois que a AFU lançou uma contra-ofensiva e conseguiu assumir o controle da cidade de Davidov Brod, eles não conseguiram desenvolver nenhum avanço adicional. Como resultado, as unidades ucranianas foram repelidas de suas posições e a cidade voltou ao controle russo.

O início de junho foi marcado por alguns avanços nos processos diplomáticos entre os dois países, que estão parados há meses.

Em 7 de junho, a delegação russa foi a Turkiye para negociar a exportação de grãos dos portos da Ucrânia. Moscou e Ancara esperam determinar um mecanismo seguro para a exportação durante a reunião dos ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Turquia em 8 de junho.

Mais cedo, a agência estatal turca Anadolu informou que Rússia, Ucrânia e Turkiye, com a ajuda das Nações Unidas, desenvolveram um “roteiro” que permitirá que cerca de 20 milhões de toneladas de grãos e sementes de girassol sejam exportadas e entregues ao mercado internacional . As partes devem discutir os detalhes nas reuniões em Ancara.

Segundo a Bloomberg, alguns acordos “preliminares” implicam a participação da marinha turca na operação de desminagem no Mar Negro. No entanto, Kiev ainda não concordou.

A retórica do mandado de Kiev coloca dúvidas sobre a implementação do plano turco. Vladimir Zelensky chamou a implantação de sistemas antinavio na Ucrânia a “melhor garantia” da exportação de grãos. O primeiro-ministro britânico já havia afirmado a prontidão para enviar mísseis antinavio Harpoon para a Ucrânia. A Dinamarca também deve fornecer à Ucrânia esses mísseis e lançadores para eles.

Assim, as reais intenções da política de Kiev realizada de acordo com os interesses dos EUA e da Grã-Bretanha são confirmadas pelos esforços de Zelensky para prolongar e intensificar as hostilidades na Ucrânia.

OS PROGRAMAS MILITARES UCRANIANOS SECRETOS

Thierry Meyssan*

Em 2016, os Estados Unidos comprometeram-se a armar a Ucrânia para que ela travasse e ganhasse uma guerra contra a Rússia. A seguir, o Ministério da Defesa dos EUA organizou um programa de pesquisa biológica na Ucrânia, depois enormes quantidades de combustíveis nucleares foram secretamente transferidos para o país. Estes dados modificam a interpretação desta guerra : ela não foi desejada e preparada por Moscovo, mas sim por Washington.

Durante toda uma série de artigos, iniciada um mês e meio antes da guerra na Ucrânia, desenvolvi a ideia que os Straussianos, o pequeno grupo dos adeptos de Leo Strauss no seio das Administrações dos EUA, planeavam um confronto contra a Rússia e a China. No entanto, no décimo episódio desta série relatei o modo como o Regimento Azov se tornou o pilar paramilitar dos banderistas ucranianos, fazendo referência à visita que lhes fez o Senador John McCain em 2016 [1]. Ora, este não era um Straussiano, mas fora durante a sua campanha eleitoral presidencial de 2008 assesorado por Robert Kagan, um ideólogo central entre os Straussianos [2], mesmo se prudentemente ele sempre negou a sua pertença a esta seita.

A PLANIFICAÇÃO DA GUERRA CONTRA A RÚSSIA

Um vídeo, gravado durante a visita de John McCain à Ucrânia, em 2016, voltou à ribalta. Nele se vê o Senador acompanhado pelo seu colega e amigo, o Senador Lindsey Graham, e pelo Presidente ucraniano Petro Poroshenko. Os dois norte-americanos deslocam-se em missão senatorial. Mas McCain é também o presidente do IRI (International Republican Institute), o ramo Republicano da NED (National Endowment for Democracy). Sabe-se que o IRI dinamizou uma centena de seminários para os responsáveis dos partidos políticos ucranianos colocados à direita, incluindo os banderistas. Os Senadores dirigem-se a oficiais do Regimento Azov, a principal formação paramilitar banderista. O que não é de surpreender. John McCain sempre defendeu que os Estados Unidos deviam apoiar-se nos inimigos dos seus inimigos fossem estes quais fossem. Assim, reivindicou publicamente os seus contactos com o Daesh (E. I.) contra a República árabe Síria [3].

Neste vídeo, os Senadores Lindsey Graham e John McCain garantem que os Estados Unidos fornecerão todas as armas necessárias aos seus interlocutores para que eles consigam vencer a Rússia.

Ver videos na página original de Voltairenet

Este vídeo, repito, foi gravado seis anos antes da entrada do Exército russo na Ucrânia. Os dois Senadores investem os seus interlocutores numa missão. Eles não os consideram como mercenários a quem se paga, mas como “proxys” (agentes por procuração-ndT) que se baterão pelo mundo unipolar até à morte.

OS NAZIS UCRANIANOS MUDAM DE EMBLEMA

Só por isso devemos acreditar que deixaram de ser nazis, racistas e criminosos? Não.

Por indicação dos serviços de Relações Públicas britânicos, o regimento Azov acaba de mudar de insígnia. Ele abandona o emblema do lobo ( Wolfsangel ) da Divisão SS nazi Das Reich por três espadas colocadas em tridente.

O tridente era o emblema da República Nacional Ucraniana que se separou do Império Russo após a Revolução Bolchevique de 1917. Ela jamais foi reconhecida por Moscou (Moscovo-pt) e terminou em 1920. Este emblema foi retomado pela Ucrânia, em 1996.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Ler em Página Global:

UCRÂNIA ‘RESOLVE’ PROBLEMA NAZI COM NOVO LOGOTIPO -- Caitlin Johnstone

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