segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Portugal | Mais mentiras, mais destruição: o perigoso caminho imposto à TAP

A ANA continua a realizar vultuosos investimentos na Portela, ao mesmo tempo que luta para impor ao País a sua opção – ampliar a Portela e receber de oferta a Base Aérea n.º 6 para fazer um apeadeiro.

Manuel Gouveia | AbrilAbril | opinião

anúncio recente da «necessidade» da TAP sair das suas instalações no aeroporto de Lisboa resultou do facto de a comunicação social ter divulgado um comunicado da CT da TAP aos trabalhadores da empresa.

Esteve bem a Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP, que cumpriu o seu papel, pois as CT fazem o controlo de gestão em nome dos trabalhadores e a estes devem total informação. A ideia de que as estruturas dos trabalhadores são informadas pelas administrações porque a lei a isso as obriga, mas depois devem guardar segredo dessas informações, destina-se a fazer das estruturas dos trabalhadores cúmplices da gestão. Ora estas são o instrumento constitucional para os trabalhadores exercerem o direito e o dever de controlar a gestão.

A saída da TAP do seu reduto

A notícia dada aborda algumas das justas preocupações dos trabalhadores da TAP. Mas omite todo o histórico do processo. E esse histórico é aqui fundamental para perceber o que verdadeiramente está em causa.

Ora, em 2016, já o famoso «Project Rise» advogava a saída da TAP das suas instalações no aeroporto da Portela, entregando à ANA esses terrenos e alugando instalações baratas num local qualquer. Essa «opção» só não avançou então, porque o governo, do PS, era minoritário, e não teve condições para concretizar esse objectivo face à firme rejeição do PCP. As agora questões «de segurança das instalações» que exigiriam a tomada dessa opção eram em 2016 meras opções economicistas. É, no mínimo, caso para desconfiar de que as ditas questões de «segurança das instalações» serão, ou uma pura falsidade ou o cavalgar de um problema ampliando-o (neste caso, até os 50 milhões de custos), pelo que se deve exigir conhecer e criticar o tal relatório.

Da mesma forma, não faz qualquer sentido a outra razão apontada pela administração para justificar a saída, em breve, da TAP da Portela. A ideia de que, como o aeroporto vai para Alcochete, não se justifica gastar 50 milhões nas instalações da Portela, ou melhor, faz sentido mas não justifica que a TAP saia já do seu reduto no aeroporto. Explico. Não está decidido que o aeroporto vai ser mudado para Alcochete. Devia estar, mas não está.

O Governo privatizou a decisão sobre tal assunto, através de concurso público. É de temer que a decisão justa e que estava tomada1, de construir um novo aeroporto em Alcochete e encerrar progressivamente a Portela, não venha a ser a «opção» do ganhador do concurso para fazer o estudo que decidirá do futuro do aeroporto de Lisboa2.

Aliás, a ANA continua a realizar vultuosos investimentos na Portela, ao mesmo tempo que luta para impor ao País a sua opção – ampliar a Portela e receber de oferta a Base Aérea n.º 6 para fazer um apeadeiro. ANA esta, que está, naturalmente, profundamente interessada em quaisquer terrenos que a TAP liberte na Portela, para poder ampliar a sua base de operações.

A anunciada «necessidade» de sair da Portela não é mais que o prosseguir do plano economicista de descaracterização e redução da TAP a um hub para as Américas e África, a ser assimilado por uma das três companhias europeias «de bandeira» autorizadas a sobreviver e até crescer: Lufthansa, Air France/KLM ou British/Iberia. E faz igualmente parte do plano da ANA manter o aeroporto dentro da cidade de Lisboa.

Portugal | GOVERNO DE COSTA PROMOVE A INSEGURANÇA SOCIAL

O aumento para os pensionistas é mais de sete vezes inferior à inflação, e o governo quis justificá-lo com um “estudo” sem qualquer credibilidade

Eugénio Rosa

O estudo de “Avaliação do impacto na sustentabilidade financeira da Segurança Social”, apresentado pelo governo para a justificar a sua recusa em cumprir a Lei 53-B/2006, não merece qualquer credibilidade técnica. O que verdadeiramente compromete essa sustentabilidade é a permissividade do governo PS em relação às dívidas das empresas à Segurança Social, ainda pior do que a do governo PSD/CDS. Enquanto este, em 2015, “perdoava” 60,7% do total das dívidas (7,5 mil milhões) o governo PS/Costa fez, em 5 anos, com que essa dívida tivesse aumentado mais de 40%, dos quais “perdoava” 71,1%. Mais de 1/3 dessa dívida são descontos feitos nos salários dos trabalhadores que os patrões não entregaram à Segurança Social.

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O Diário.info

Portugal | O REFILÃO - ou eles comem tudo


Henrique Monteiro | Henricartoon

CENTRAL SINDICAL DENUNCIA COAÇÃO NO BRASIL PARA VOTAR EM BOLSONARO

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criou uma página para que os trabalhadores denunciem patrões que praticam «assédio eleitoral», prometendo levar os casos ao Ministério Público e à OIT.

Representando o Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidente Lula da Silva venceu a primeira volta das presidenciais, no passado dia 2, com 48,43% dos votos, seguido do candidato pelo Partido Liberal e actual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que obteve 43,2%.

Na sua página de Internet, a CUT alerta que, «depois da definição do segundo turno [a disputar dia 30 de Outubro] entre os dois candidatos, aumentaram as denúncias nas redes sociais de patrões tentando forçar trabalhadores a votar em Bolsonaro», com ameaças de despedimento caso Lula seja eleito.

Por isso, a organização sindical, «em seu papel fundamental de prestar assistência aos trabalhadores, disponibilizou em seu portal (www.cut.org.br) uma página voltada para essas denúncias». «O trabalhador que tiver receio de represálias pode fazer uma denúncia anônima», acrescenta.

A possibilidade dada aos trabalhadores de se resguardarem «permite que mais casos venham à tona» e, assim, accionar as autoridades para que tomem medidas legais, explica.

A CUT e as demais centrais sindicais vão enviar os casos para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e levar as denúncias à Organização Internacional do Trabalho (OIT), «apontando o assédio eleitoral como prática antissindical das empresas».

«Todas essas práticas criminosas de patrões devem ser combatidas, devem ser denunciadas e punidas, para que os trabalhadores possam ter garantida sua plena liberdade de voto, de exercer a democracia, escolhendo o candidato de acordo com seus princípios», afirma Roni Barbosa, secretário de Comunicação da CUT.

Brasil | Ex-aliado de ultradireita alerta para conduta golpista de Bolsonaro

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) questionou as decisões monocráticas e saiu em defesa de um mandato para os ministros. As declarações de Mourão estão alinhadas à posição do atual mandatário, segundo colocado nas pesquisas para um segundo mandato, Jair Bolsonaro (PL). 

#Publicado em português do Brasil

Banqueiro e um dos fundadores do Partido Novo, o ultradireitista João Amoedo deixou um alerta para os ideais golpistas do atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), a quem apoiava em 2018. “A proposta de aliados do governo, de aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal  (STF), é um risco grave para a independência dos Poderes. Bolsonaro, se reeleito, indicaria a maioria da Corte. Este foi um dos passos de Hugo Chávez para transformar a Venezuela em uma autocracia”, publicou Amoedo, em suas redes sociais.

A jornalistas, o vice-presidente e recém-eleito senador Hamilton Mourão (Republicanos) voltou a apoiar o aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal.

— O STF tem invadido, contumazmente, atribuições dos outros Poderes, rasgando o que é o devido processo legal — afirmou o futuro senador.

Supremo

Ele questionou as decisões monocráticas e saiu em defesa de um mandato para os ministros. As declarações de Mourão estão alinhadas à posição do atual mandatário, segundo colocado nas pesquisas para um segundo mandato, Jair Bolsonaro (PL). O presidente afirmou que admite discutir a possibilidade de aumentar o número de ministros do Supremo depois das eleições.

— Isso ai já chegou gente… ‘Passa para mais cinco’… Não posso passar para mais cinco. Se quiser passar tem que conversar com o Parlamento. Isso se discute depois das eleições. Essa proposta não é de hoje, há muito tempo outros presidentes pensaram em fazer isso daí — disse o mandatário aos repórteres, no Palácio da Alvorada.

Hugo Chávez

Crítico contumaz do Poder Judiciário, Bolsonaro teve durante a sua gestão uma relação belicosa com o STF e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A tensão fez com que a base aliada do presidente retomasse a discussão em 2021 de uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê aumentar de 11 para 15 o número de ministros do STF.

O texto é de 2013, de autoria da deputada Luiza Erundina (PSOL), mas não havia sido analisado pela Comissão de Constituição e Justiça. Um dos exemplos de reforma de uma Suprema Corte por um presidente para aumentar seu poder de influência no Judiciário aconteceu na Venezuela em 2003. Na ocasião, o número de juízes do Tribunal Supremo de Justiça passou de 20 para 32.

O modelo perdurou até abril deste ano quando a base aliada do presidente Nicolás Maduro aprovou uma polêmica reforma que reduziu novamente o número de ministros de 32 para 20. Na nova composição ficaram 12 dos que  já formavam parte do STJ e tiveram mandatos renovados pelos próximos 12 anos.

Correio do Brasil – de Brasília

Brasil | ELEIÇÕES: O PERIGO DE JOGAR NA RETRANCA

Jean Marc von der Weid* | Outras Palavras

Sob ventos de virada, Bolsonaro trama nova (e selvagem) rodada de jogo sujo. Já Lula limita-se a costurar um insuficiente apoio de parte da direita. Vitória exige mais: ampliar votação no Nordeste, mais ativismo digital e olhar o Brasil de hoje

#Publicado em português do Brasil

Em dois dias de campanha de segundo turno, Bolsonaro já mostrou a que veio.

A derrama de dinheiro vai continuar sem limites: liberação antecipada das prestações do Auxílio Brasil, inclusão de mais 500 mil famílias neste programa, um auxílio excepcional para mulheres chefes de família, mais quedas nos preços da gasolina, do diesel e do gás, mais liberações do orçamento secreto, e sabe-se lá que mais ele vai inventar. As ilegalidades vão se acumulando sem qualquer freio do Judiciário. Diz-se que até agora estas benesses não tiveram efeito sobre o eleitorado e confia-se que continuarão sem tê-lo. Discordo. A derrama não deu a Bolsonaro a vitória no primeiro turno como ele esperava e anunciava, mas certamente arrastaram votos, inclusive no Nordeste, onde Bolsonaro capturou mais um milhão de votos, em relação à sua votação em 2018.

Seu segundo movimento foi atrair os governadores reeleitos, entre eles Zema e Castro, e até um derrotado, Garcia. Com as máquinas dos governos estaduais jogando a seu favor nos três estados com maior concentração de eleitores (além de mais outros cinco), Bolsonaro tem um potencial significativo para arrastar pelo menos parte dos 8 milhões votos que precisa para bater Lula. Analistas apontam para casos anteriores de insucesso no uso deste aparato público nas eleições de 2006 e 2010, mas no caso presente estabeleceu-se uma tal desfaçatez no uso da máquina, em particular no Rio de Janeiro, que algum ganho pode ser previsto no segundo turno. Os governadores da oposição não têm no seu pedigree esta sem-cerimônia e dificilmente vão adotar a mesma prática.

Podemos esperar uma ação muito mais contundente dos candidatos bolsonaristas eleitos no Nordeste, já que não correm mais o risco de atrelar seu voto na rejeição de Bolsonaro. Devem arrastar mais uns votinhos neste turno.

A tática de demonizar a candidatura de Lula, adotada com furor especial nos últimos dias do primeiro turno, deve prosseguir. Nada de discutir programas e políticas públicas. Bolsonaro vai centrar no discurso sobre a ameaça comunista, na desqualificação de Lula como o anticristo, o inimigo da religião, o favorável ao aborto, ao casamento gay, à sexualização da infância (retorno ao tema da “mamadeira de piroca”), na proteção dos criminosos (como se qualifica a defesa dos direitos humanos), e outras cositas más (com duplo sentido).

Apesar de todos os escândalos da família Bolsonaro e de seu governo, a acusação de corrupção dos governos de Lula e do PT continua na pauta sem o menor pejo.

Ucrânia | Eurodeputados irlandeses condenam 'Loucura de Guerra' e exigem diplomacia

Jake Johnson | Global Research, October 10, 2022 | Common Dreams, 7 October 2022

“A maioria das pessoas parece gostar do fato de que está aumentando”, disse a eurodeputada socialista Clare Daly, que condenou a UE por não fazer nada para impedir que a guerra da Rússia se torne “um horror mais amplo”.

#Traduzido em português do Brasil

Dois membros irlandeses do Parlamento Europeu votaram nesta quinta-feira contra uma resolução pedindo um aumento maciço no envio de armas para a Ucrânia e criticaram os países membros da UE por sua recusa em buscar iniciativas diplomáticas para acabar com a guerra devastadora da Rússia.

Em um discurso inflamado antes da votação de quinta-feira sobre a resolução - que acabou sendo aprovada por uma margem esmagadora de 504 a 26, com 36 abstenções - a eurodeputada irlandesa Clare Daly lamentou que "praticamente ninguém nesta Câmara está fazendo nada para impedir" a guerra em A Ucrânia de “escalar rapidamente para um horror mais amplo”, um aceno para o risco crescente de catástrofe nuclear enquanto o presidente russo, Vladimir Putin , aumenta sua retórica ameaçadora .

“Na verdade, a maioria das pessoas parece gostar do fato de que está aumentando”, disse Daly, um independente. “E neste exato momento, é claro, como sempre, as vozes que desafiam a corrida para a guerra são atacadas e silenciadas, acusadas de traidores, comparsas, fantoches de Putin, patetas do Kremlin, agentes russos.”

“Francamente, é patético,” ela continuou. “E não faço a comparação de ânimo leve, mas a grosseria e o cinismo desses insultos vindos dos principais partidos da UE podem muito bem ter sido escritos por [criminoso de guerra nazista] Hermann Göring, que disse infamemente que, embora as pessoas nunca desejem a guerra, eles podem ser levados à guerra com ameaças e difamações.”

“Esta casa deveria se envergonhar desse debate”, acrescentou Daly. “As palavras estão sendo distorcidas, os significados subvertidos e a verdade virada de cabeça para baixo. Opor-se à horrível loucura da guerra não é anti-europeu, não é anti-ucraniano, não é pró-russo: é bom senso. A classe trabalhadora da Europa não tem nada a ganhar com esta guerra e tudo a perder. E acho risível que aqueles que pedem armas para a Ucrânia nunca peçam armas para o povo da Palestina ou para o povo do Iêmen. Ao contrário de você, eu me oponho a todas as guerras. Eu quero que isso pare. Não peço desculpas por isso.”

Ataques da Ucrânia em regiões fronteiriças com a Rússia cresce significativamente

De acordo com o FSB, "na semana passada, mais de 100 ataques de bombardeio de 32 assentamentos nas regiões de Bryansk, Kursk e Belgorod foram registrados com o uso de múltiplos sistemas de lançamento de foguetes, artilharia de canhão, morteiros e veículos aéreos não tripulados".

#Traduzido em português do Brasil 

MOSCOU, 9 de outubro. /TASS/. O Serviço Federal de Segurança (FSB) observa um aumento significativo no número de ataques nas regiões fronteiriças da Rússia pela Ucrânia desde o início de outubro.

"Desde o início de outubro, o número de ataques no território fronteiriço da Federação Russa nas regiões de Bryansk, Kursk e Belgorod por unidades armadas ucranianas aumentou significativamente", disse o FSB em comunicado em seu site oficial no domingo.

De acordo com o FSB, "na semana passada, mais de 100 ataques de bombardeio de 32 assentamentos nas regiões de Bryansk, Kursk e Belgorod foram registrados com o uso de múltiplos sistemas de lançamento de foguetes, artilharia de canhão, morteiros e veículos aéreos não tripulados".

Como resultado desses ataques, uma pessoa foi morta, cinco ficaram feridas, incluindo uma criança.

"Nos assentamentos fronteiriços, duas subestações de energia, 11 prédios residenciais e dois prédios administrativos foram destruídos. Oito postos de controle na fronteira do estado foram danificados", disse o FSB.

Imagem: © Valentin Spinchak/TASS

Oficiais da inteligência militar ucraniana capturados na direção de Andreyevka - oficial

Uma tentativa de ataque das forças ucranianas perto da vila de Borozenskoye foi frustrada, disse Kirill Stremousov, vice-chefe da administração militar-civil da região de Kherson

MOSCOU, 10 de outubro. /TASS/. Dois oficiais da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia foram capturados na direção de Andreyevka, informou Kirill Stremousov, vice-chefe da administração militar-civil da região de Kherson.

"Dois oficiais da Diretoria Principal de Inteligência foram feitos prisioneiros na direção de Andreyevka. Uma gravação em vídeo de seu interrogatório é esperada em breve", escreveu ele em seu canal Telegram na noite de segunda-feira.

De acordo com Stremousov, uma tentativa de ataque das forças ucranianas perto da aldeia de Borozenskoye também foi frustrada, com perdas de veículos blindados relatadas.

Imagem: © Ministério da Defesa da Federação Russa/TASS

Dez explosões abalam Kiev nesta manhã de segunda-feira, dizem testemunhas

Anteriormente, relatos diziam que as explosões atingiram o distrito central de Pechora, a rua Vladimirskaya no distrito de Shevchenkovsky e a avenida Vozdukhoflotsky.

#Traduzido em português do Brasil

KIEV, 10 de outubro. /TASS/. Testemunhas oculares disseram que três novas explosões abalaram Kiev, elevando o número total de explosões na capital da Ucrânia para dez desde a manhã de segunda-feira.

Fumaça foi vista perto de uma usina termelétrica ao lado da estação de metrô Vydubichi. De acordo com testemunhas oculares, desde as 8h20 foram ouvidas cerca de dez explosões.

Relatórios anteriores disseram que as explosões atingiram o distrito central de Pechora, a rua Vladimirskaya no distrito de Shevchenkovsky e a avenida Vozdukhoflotsky.

A sede do Serviço de Segurança da Ucrânia está localizada na rua Vladimirskaya.

Novas explosões abalam o centro de Kiev. Testemunhas oculares relatam à TASS que eles ocorreram na rua Tereschenkovskaya, no distrito de Shevchenko da cidade. O edifício do Serviço de Segurança Ucraniano está localizado nas proximidades.

Inúmeras explosões em Kiev e em várias regiões da Ucrânia foram relatadas pelas autoridades desde a manhã de segunda-feira. Segundo o prefeito da capital ucraniana, Vitaly Klitschko, a infraestrutura crítica foi danificada.

INCAPAZ DE SE DEFENDER, ZELENSKY PEDE PARA LANÇAR GUERRA NUCLEAR

O avanço ucraniano em todas as regiões parou. No sul do país, as forças ucranianas estão se preparando para uma ofensiva mais profunda na região. A artilharia e os aviões de guerra russos estão atacando fortemente as forças acumuladas do inimigo.

#Traduzido em português do Brasil

O comando ucraniano está reagrupando forças ao longo de toda a linha de frente na região antes das próximas ofensivas em Kherson e Novaya Kakhovka.

Na margem esquerda do rio Ingulets, ataques precisos russos destruíram três travessias de pontões ucranianos – em Velike Artakovo, Belaya Krynitsa, Novogrigorivka. Os confrontos continuam na área de Davidov Brod.

Na manhã de 7 de outubro, militantes ucranianos atacaram um bairro residencial em Kherson com o HIMARS MLRS. Cinco civis foram mortos depois que um míssil guiado com precisão atingiu um ônibus.

Na frente nordeste, as forças ucranianas não conseguiram avançar nos últimos dias.

Os militares ucranianos estão reagrupando forças que se preparam para atacar Svatovo e Kremennaya. Grupos de reconhecimento e UAVs estrangeiros estão ativos na região. Unidades russas estão se preparando para a defesa. A maioria dos civis foram evacuados.

Por sua vez, as forças lideradas pela Rússia continuam seu lento avanço na RPD. Na região de Bakhmut, eles assumiram o controle das aldeias de Otradovka e Veselaya Dolyna. As forças ucranianas ainda estão lutando nos arredores ocidentais de Zaitsevo. Na cidade de Bakhmut, os combatentes Wagner assumiram o controle da Usina de Asfalto.

Na região de Zaporozhie, o comando militar ucraniano está reforçando posições aparentemente se preparando para uma ofensiva em grande escala. Espera-se que os ataques ocorram nas direções Melitopol e Berdyansk. Operações ofensivas também podem ser realizadas na área da central nuclear de Zaporozhie. As manobras ucranianas também podem ter como objetivo a distração dos militares russos de outras regiões.

Depois que as quatro antigas regiões da Ucrânia entraram na Federação Russa, Moscou esclareceu que pode usar todos os meios para proteger seus territórios, incluindo armas nucleares. Ao mesmo tempo, observou-se que sua implantação só é possível de acordo com a doutrina militar russa e as leis fundamentais da política estatal no campo da dissuasão nuclear. Assim, sua implantação é possível no caso de agressão contra a Rússia ou seus aliados com o uso de armas de destruição em massa, ou agressão com o uso de armas convencionais, quando a existência do próprio Estado está ameaçada.

Culpando a Rússia, o regime de Kiev exortou a OTAN a lançar ataques “preventivos” contra a Rússia, e não “esperar pelos ataques nucleares da Rússia”.

“O que a OTAN deve fazer? Exclua a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares…. Ataques preventivos para que eles saibam o que acontecerá com eles se usarem. É isso que a OTAN deve fazer: rever a ordem de uso”, disse Zelensky.

Moscou avalia suas demandas como um chamado para a eclosão da Guerra Mundial. O Ocidente está inflamando uma guerra nuclear, e o fantoche instável Zelensky se transformou em um monstro cujas mãos podem destruir o planeta, respondeu o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

South Front

VER VÍDEO

Ler em South Front:

Ameaça para militares russos nas linhas de frente ucranianas

Nova ofensiva ucraniana na região de Kherson

Forçasucranianas capturam a primeira cidade no território russo 

O ocidente já estabeleceu uma rota de guerra terrorista total

The Saker [*]

Primeiro, quero postar um vídeo que descobri no Twitter (original aqui), o qual mostra a espécie de explosão que se verificou na ponte da Crimeia.

Do que tenho lido, um camião cheio de explosivos estourou, matando três pessoas num carro próximo, e a seguir as chamas atingiram um comboio que também cruzava a ponte. Aquele comboio estava cheio de combustível. Só graças à admirável velocidade com que a equipe da ponte reagiu é que o dano foi limitado a apenas nove vagões e, portanto, a um segmento muito mais curto dos trilhos.

Ao examinar o vídeo, imaginar-se-ia que a ponte está em ruínas. Mas, de facto, o tráfego foi restabelecido em ambas as faixas de trilhos e na via rodoviária em menos de 24 horas (com exceção de camiões pesados). Por outras palavras, trata-se de um outro caso de “é humilhante, mas não perigoso” (обидно но не опасно).

No entanto, isto é uma noção cada vez mais errada: desta vez é também MUITO perigoso.

É auto-evidente que o regime de Kiev nunca teria tido os meios, técnicos e políticos, para executar um tal ataque sem que os seus mestre no ocidente lhe dissessem como fazer.

Tal ataque, nos calcanhares dos ataques ao NS1/NS2, mostra sem sombra de dúvida que agora o ocidente estabeleceu uma rota de guerra terrorista total.

Isto faz sentido, uma vez que para todas as chamadas “vitórias” das forças da NATO na Ucrânia, a realidade é que elas reconquistaram umas poucas aldeias e cidades enquanto a Rússia libertava e incorporava regiões inteiras.

E a Rússia fez isso estando sempre numa desvantagem numérica.

E ao mesmo tempo infligindo rácios KIA (killed-in-action) na proporção 10:1.

Por outras palavras, a “redireção” do ocidente rumo ao terrorismo é uma admissão de derrota militar, económica e política.

Se bem que dificilmente isto seja uma surpresa, o ocidente “sempre” utiliza terrorismo contra governos soberanos, isto ainda é um desenvolvimento muito negativo para a Rússia. Dito de modo simples, há sempre mais alvos do que polícias/guardas.

Além disso, terroristas podem sempre escolher o momento e a localização dos seus ataques.

Até agora, os esforços ukronazis na Rússia renderam muito poucos benefícios tangíveis: o assassinato de Dugina tornou-a uma mártir; o ataque ao NS1/NS2 realmente só feriu a Alemanha e a UE, ao passo que a explosão na Ponte da Crimeia provou que esta é um alvo muito difícil que será extremamente destruir a menos que se use uma bomba nuclear tática.

Aqui todos nós precisamos recordar os ataques terroristas à escola em Beslan, ao Dubrovka Theater em Moscovo; ao hospital Budennovsk; ao Aeroporto Internacional Domodedovo ou ao metro de São Petersburgo. Todos eles foram o resultado de ações dos chamados “grupos terroristas”, todos os quais foram (e ainda são) dirigidos por serviços especiais do ocidente.

Basicamente só há dois caminhos para derrotar tais ataques terroristas com patrocínio de Estado:

1. Infiltrar os chamados grupos terroristas e infiltrar as “agências padrinhas” ocidentais que os dirigem.

2. Convencer o público geral a entrar em modo “alta vigilância”.

Basicamente, toda a sociedade russa precisa entrar num “pé de guerra mental” e permanecer calma e ao mesmo tempo muito vigilante:   não só a Rússia está sob ataque dos Banderistas Nazis como também dos sujeitos que fizeram o 11/Set, o MH17 (e muitos outros!) e estes são os indivíduos que desencadearam toda uma campanha terrorista contra o Irão, a qual incluiu bombardeamentos, assassinatos, sabotagem, etc.

A seguir há o problema da escalada. O ataque à Ponte da Crimeia foi um claro ato de guerra.

Naturalmente, uma vez que nenhuns passaportes dos EUA foram descobertos a flutuarem convenientemente na água, a resposta da Rússia não deveria ser um aberto ataque militar retaliatório. Entretanto, espero que alguma coisa venha a acontecer dentro em breve, mais provavelmente na Ucrânia, mas provavelmente envolvendo pessoal/ativos/instalações ocidentais.

Em conclusão, espero que as coisas fiquem ainda pior a partir de agora e até as eleições nos EUA. Não que eu tenha muita esperança em que a sanidade prevaleceria caso houvesse vitória do Partido Republicano, mas “um pouquinho” é melhor do que “nada”.

Nesse meio tempo, para mim é simplesmente chocante observar o orgasmo coletivo sentido pelos líderes do ocidente cada vez que algum horror acontece na Rússia. Verdade seja dita, o fato de que eles nos odeiam não me surpreende. O que me surpreende muito mais é quão descaradamente este ódio aparece nas suas caras e estes gritos de alegria.

Será que eles vêm essa alegria odiosa nos seus próprios olhos quando se vêm no espelho? Quando vêm uma foto de Daria Dugina, será que sentem “viva! Marcou um tento contra Putin!”? Quando o tribunal canguru na Holanda declara que foi a Rússia (ou a LDNR) que explodiu o MH17, será que sentem que a justiça foi feita e o culpado punido?

Receio que perguntar o que eles vêm ou não vêm seja a questão errada a qual, a propósito, Putin respondeu num discurso recente quando disse “estas elites europeias entendem tudo – elas compreendem, mas preferem serivir os interesses de outros”.

Não é que eles não vejam, ao invés é que não se importam. De todo. Nunca se importaram.

Terminarei com uma pergunta: será que o que se diz é verdadeiro apenas para as classes dominantes europeias ou será verdadeira para a maior parte do povo que vive na UE?

O que é europeus bem intencionados e nobres farão quando o próximo banho de sangue acontecer na Rússia (porque mais cedo ou mais tarde haverá, esta é natureza da ameaça terrorista)? Será que se rejubilarão e acenarão as suas bandeira Ukies um pouco mais intensamente ou simplesmente pouco ligarão?

A resposta é óbvia, especialmente para russos.

09/Outubro/2022

[*] Andrei Raevsky

O original encontra-se em thesaker.is/west-has-now-set-a-course-on-total-terrorist-warfare/

Este artigo encontra-se em resistir.info

O NEGÓCIO DAS ALMAS NO MERCADO DA EXTREMA DIREITA

O discurso religioso instalou-se como forma de representação, em particular da extrema-direita, e o seu sucesso é uma das explicações substanciais das mudanças eleitorais de que aquela tem beneficiado.

Francisco Louçã* | Esquerda

A linguagem apocalíptica não é novidade no discurso da extrema-direita, como não o é esse populismo que pretende associar pessoalmente cada um dos seus líderes a uma promessa salvífica, a uma “missão” que cumpriria em representação do povo agradecido. Essa forma de afirmação da política como um destino a que se deve obediência percorre-nos por todo o século XX e pelos nossos anos. No entanto, o que é novidade no Sul da Europa, em países de influência católica mas que viveram profundos processos de secularização, como em Portugal, sobretudo como França, algo menos em Espanha e Itália, é o regresso do enunciado místico como núcleo da organização política, imitando os EUA e o Brasil. O discurso religioso instalou-se como forma de representação, em particular da extrema-direita, e o seu sucesso é uma das explicações substanciais das mudanças eleitorais de que aquela tem beneficiado. A potência deste discurso não deve ser subestimada: ele recorre ao reprimido da civilização, os medos ancestrais que sempre convivem connosco; sendo uma crença, situa-se no terreno da irracionalidade e, portanto, não é argumentável; e empossa o chefe de uma transcendência mágica que é o seu cetro. Como o estratagema resulta, vai ser radicalizado, Trump continua a ser disso o farol mundial. O século XXI vai ser o das identidades religiosas e de grandes cruzadas.

A viragem norte-americana

A religiosidade política tem sido utilizada, no Ocidente, por duas tradições. A primeira é a da Igreja Católica, cujas velhas relações com o despotismo do Antigo Regime se prolongou depois na colaboração com as ditaduras europeias, nomeadamente através de Concordatas estabelecendo formas paraconstitucionais de religião oficial. Nalguns casos, exprimiu-se em partido político (as democracias cristãs italiana e bávara), noutros somente em gestão dos rituais de Estado. Mas é a segunda tradição que mais se tem ampliado, a das igrejas evangélicas, em particular a partir do centro irradiante dos Estados Unidos.

Há uma dúzia de anos, o historiador Daniel Williams estudou estas vinculações em “God’s Own Party”. Williams lembra que estas igrejas, enquanto se expandiam, mudaram a sua agenda. Nota, por exemplo, que passaram de uma atitude condescendente ou mesmo de apoio ao direito ao aborto em várias circunstâncias, para uma rejeição militante que veio a transformar o Partido Republicano. Assim, em 1971, a Conferência Baptista do Sul (CBS), a maior igreja dos Estados Unidos, aprovou o aborto por violação, incesto, deformação fetal e até por motivos de “saúde emocional, mental e física da mulher”: Nesse momento, segundo um inquérito conduzido pela sua revista, 71% dos pastores aceitariam o aborto nos casos de violação e incesto. No mesmo sentido, Wallie Criswell, que fora presidente da CBS, comentava em 1973 a sentença do Supremo Tribunal, de maioria republicana, sobre Roe vs. Wade, que legalizara o aborto, dizendo que “sempre pensei que só depois do nascimento da criança e quando tem uma vida separada da mãe é que se converte numa pessoa individual, e por isso sempre achei que deve permitir o que é melhor para a mãe e para o futuro”. Nesses anos, as igrejas evangélicas consideravam que o movimento antiaborto era um assunto dos católicos.

No entanto, havia uma causa que as mobilizava e era determinante nos estados do Sul (as dez maiores igrejas dos EUA eram no Sul e quase todas evangélicas). O Supremo Tribunal tinha decretado em 1954 o fim da segregação racial nas escolas públicas e, em resposta, as escolas religiosas expandiram-se para receber os filhos das famílias racistas (o Ku Klux Klan chegou a ter cinco milhões de membros nesses estados, no início do século). O conflito atiçou-se quando em 1971 o Supremo decidiu retirar as isenções fiscais às escolas que mantivessem a segregação. Sendo impossível persistir nessa discriminação, essas igrejas viraram a sua ação para os movimentos antiaborto, associando-se ao Partido Republicano, primeiro com Nixon e depois com Reagan. Quarenta anos depois, dominam o partido e venceram no Supremo.

A vaga bolsonarista

Quando esta agenda chegou ao Brasil transformou a sua demografia religiosa. Hoje haverá 108 milhões de pessoas que se dizem católicas para 65 milhões evangélicas, mas são estas quem cresce mais depressa, abrindo por ano 14 mil novos templos. A mais poderosa, a Assembleia de Deus, tem 12 milhões de seguidores, e a IURD tem um partido com 44 deputados, jornais e uma rede de televisão, jogando em alianças variadas (fez parte do governo Lula, depois apoiou Bolsonaro, agora volta a negociar com Lula).

A extrema-direita usa estas crenças e converte-se ao seu padrão de comunicação: Bolsonaro, que joga a sua chance presidencial neste eleitorado, faz-se chamar de “Mito” nos comícios; Meloni alimenta-se da direita católica anti-Francisco; e Ventura reclama-se de um mandato divino e integra alguns representantes de uma destas organizações na sua equipa. No entanto, além da instrumentalização direta, o que marca esta vinculação é o efeito de mercado. As igrejas evangélicas não mudam a direita para recuperarem o passado devoto mas para fazerem um negócio. Esta é a sua força: estes pastores são os empreendedores do século XXI e exploram o seu mercado em benefício pessoal, em dinheiro e em influência. A sua norma é o poder pelo poder. Não há no mundo fervor mais alucinado do que esse.

*Artigo publicado no jornal “Expresso” a 30 de setembro de 2022

*Francisco Louçã  - Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

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