terça-feira, 25 de outubro de 2022

BOMBAS SUJAS DE KIEV A LUANDA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A bomba suja pode rebentar a qualquer momento na Ucrânia à maneira do incêndio do Reichstag (parlamento alemão) que Hitler aproveitou para “exterminar essa peste assassina dos comunistas com punho de ferro”. Hermann Göring, comandante da polícia prussiana, deu ordens aos seus homens para dispararem contra os “comunistas”. O resto da tragédia já todos conhecem. O último acto foi o Holocausto. Milhões de judeus, comunistas, homossexuais, ciganos e outras minorias foram exterminados.

A Ucrânia é apenas uma etapa. A bomba suja rebentou na Suécia com a extrema-direita ganhando as eleições. Hoje o governo daquele país nórdico é mais ou menos igual ao de Hitler. Isto aconteceu na catedral da social-democracia à qual eles chamam o “socialismo democrático”.

A bomba suja rebentou em Itália. Desde ontem que o governo italiano é de extrema-direita, chefiado por uma discípula de Mussolini.  Mas já tinha rebentado na Holanda, na Áustria, na Polónia, na Hungria, na Roménia, nos países bálticos (Letónia, Estónia e Lituânia). Rebentou há alguns anos na Finlândia. Tanta bomba suja!

A bomba suja rebentou nos EUA com a eleição de Donald Trump. Deu espaço e voz à extrema-direita. Pôs no topo da agenda política a supremacia branca. Deu gás aos assassinos racistas do Ku Klux Klan. Felicitou calorosamente o líder da extrema-direita espanhola, Santiago Abascal, pelo seu “extraordinário trabalho na defesa das fronteiras e da agenda conservadora". A bomba suja de Trump continua armada e pronta a explodir. Aguentem mais uns dias pelas eleições intercalares.

Teresa May fez deflagrar uma bomba suja no Reino Unido. Boris Johnson multiplicou as explosões. Liz Tuss nem hesitou em manter o projecto e decidiu baixar os impostos aos ricos, à custa da dívida pública. Rishi Sunak, banqueiro de sucesso, vai ser o dono da bomba suja nos próximos tempos. 

A bomba suja rebentou em Portugal com a eleição do Tio Célito. Desde então, a extrema-direita desfila na Assembleia da República e no Governo. Mais de uma milhão de crianças portuguesas passa fome. Mais de metade dos portugueses caiu na pobreza, apesar de trabalhar. Mais de dois milhões vivem abaixo do limiar da pobreza. A bomba suja são os salários rastejantes e o trabalho sem direitos.

A democracia deles é muito selectiva. Úrsula von der Leyen, a chefe da União Europeia, diz que os nazis de Kiev defendem os valores da democracia. Hitler, o seu avozinho e o seu paizinho também defendiam os valores da democracia das bombas sujas. Deu em tragédia. A Polónia é uma peça-chave na guerra da OTAN (ou NATO), EUA e União Europeia contra a Federação Russa. O seu governo é assumidamente nazi. Uma bomba suja na defesa da democracia das potências ocidentais. 

Da Hungria ninguém fala. Mas o governo é de extrema-direita. Dos países bálticos ninguém dá notícias. Mas os governos são todos nazis. O mesmo acontece com a Roménia. A velha Europa é um paiol perigoso de bombas sujas. Prontas a explodir.

A extrema-direita avança imparável porque os “democratas” a levam às costas. A bomba suja em Portugal é assim. A inflação no final do ano vai passar os dez por cento. Governo e patrões “aumentaram” os trabalhadores apenas em cinco por cento. Não é aumento nenhum, é empobrecimento. A bomba suja rebentou no prato de quem trabalha. O subsídio de refeição aumentou 43 cêntimos quando os preços da cesta básica subiram mais de 50 por cento. Logo, as refeições hoje custam mais do dobro do que custavam. Com aumentos salariais que são empobrecimento e a esmola de 43 cêntimos nas refeições, quem ganha é a bomba suja da extrema-direita. 

O grande capital financeiro pôs os pobres a pagar as falências dos bancos. Os mesmos pobres pagaram a factura da pandemia COVI19. Mas ainda não estão satisfeitos. Querem acabar com a democracia colocando o mundo ocidental sob os desmandos da extrema-direita. Os EUA já compraram várias máquinas para fotocopiar dólares. Não vão ter mãos a medir!

Em Angola a bomba suja foi armada em 2017. Os assessores e consultores do Presidente João Lourenço iniciaram a política amigo do meu inimigo, meu inimigo é. Assim se destruiu riqueza e postos de trabalho. Assim a bomba suja tirou comida da mesa de quem já era pobre quanto baste.

A bomba suja não rebentou nas eleições de 24 de Agosto de 2022 porque a frente dos prostitutos unidos (fpu) encabeçada pela UNITA, não foi capaz de mostrar que já desistiu das fogueiras da Jamba, da eliminação dos adversários políticos, da destruição de Angola. Um dia perguntaram a Savimbi por que razão, os seus sicários destruíram dezenas de pontes e pontões do Caminho-de-Ferro de Benguela quando bastava sabotar meia dúzia. E ele respondeu com aquele ar alarve: “Vamos destruir tudo porque depois a UNITA vai construir melhor.

A bomba suja não rebentou nas eleições de 24 de Agosto. Mas se o Presidente João Lourenço continua a esbanjar apoios, se continua a colocar-se às ordens do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA), se continua a perseguir os ricos que não pertencem à sua turma, se vira costas aos amigos de sempre para servir os inimigos jurados de Angola pode contar com a bomba suja. 

A tragédia é que no fim, quem pode ganhar com a explosão da bomba suja é a UNITA, o símbolo mais tenebroso das bombas sujas.

As angolanas e os angolanos ainda vão ter de esperar muito até entrar em acção a palavra de ordem em primeiro lugar, temos de resolver os problemas do povo. Nos dias que correm, em primeiro lugar cumprem-se as ordens dos Biden e outros armadores de bombas sujas. Quem diria. O mesmo povo que derrotou a coligação mais agressiva e reacionária do planeta, capitaneada pelos EUA, que derrotou o regime racista de Pretória, hoje é espezinhado pelos derrotados. Como escreveu Camões, um fraco rei faz fraca a forte gente. 

*Jornalista

RISHI SUNAK TOMOU POSSE - É O NOVO PRIMEIRO-MINISTRO BRITÂNICO

"Vou unir o país com ações". Rishi Sunak indigitado primeiro-ministro britânico

No seu primeiro discurso enquanto primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak disse ter sido eleito para "emendar" os "erros" cometidos pela antecessora, Liz Truss. O novo líder, que aceitou esta terça-feira o convite do rei Carlos III para formar Governo, garante que irá unir o país "com ações, não com palavras".

“Neste momento, o nosso país enfrenta uma profunda crise económica”, começou por dizer Sunak em frente ao número 10 de Downing Street. “As consequências da pandemia de covid-19 ainda perduram e a guerra na Ucrânia desestabilizou os mercados em todo o mundo”.

Rishi Sunak considera que Liz Truss estava certa em querer melhorar o crescimento, sendo este um “objetivo nobre”, mas reconheceu que foram cometidos vários erros, que irá agora tentar “emendar”.

Para isso, estão pela frente “decisões difíceis”, avisou.

“Vocês viram-me durante a pandemia a fazer tudo o que podia para proteger as pessoas e empresas. Agora, há mais limites do que nunca. Mas prometo que irei tratar com a mesma compaixão os desafios que enfrentamos hoje”, garantiu.

Sunak assegurou que o seu Governo “não deixará a próxima geração, os vossos filhos e netos, com uma dívida que nós não pudemos pagar”.

“Vou unir o nosso país não com palavras, mas com ações. Vou trabalhar dia após dia para o cumprir. Este governo terá integridade, profissionalismo e responsabilidade em todos os níveis”, sublinhou.

Face às dificuldades que ele próprio reconhece, o novo chefe de Governo do Reino Unido disse não se deixar intimidar pelo desafio e garante que irá governar segundo as “melhores tradições” do Partido Conservador.

Sunak aproveitou para prestar homenagem a Boris Johnson “pelas suas incríveis conquistas como primeiro-ministro”. O antigo líder já deu os parabéns ao seu ex-ministro das Finanças através do Twitter, falando num “dia histórico”.

Ainda durante o seu discurso à nação, Rishi Sunak prometeu um Serviço Nacional de Saúde mais forte, melhores escolas, ruas mais seguras, controlo nas fronteiras, proteção do meio ambiente, apoio às Forças Armadas e a construção de uma economia que abrace as oportunidades do Brexit, onde as empresas invistam, inovem e criem empregos.

“Eu entendo o quão difícil é este momento. Depois dos milhares de milhões de libras que nos custou o combate à pandemia, depois de todos os distúrbios causados por uma guerra terrível, entendo plenamente como as coisas estão difíceis”.

“E entendo também que tenho trabalho a fazer para restaurar a confiança”, prosseguiu o primeiro-ministro. “Tudo o que posso dizer é que não estou assustado”.

Sunak disse conhecer o alto cargo que aceitou e espera corresponder às suas exigências. “Mas quando surge a oportunidade de servir, não podemos questionar o momento; apenas a nossa vontade”.

“Por isso estou aqui, pronto para liderar o nosso país no futuro. Para colocar as vossas necessidades acima da política, para alcançar e construir um Governo que represente as melhores tradições do meu partido”, declarou.

O novo chefe de Governo terminou com a mensagem de que, “juntos, podemos alcançar coisas incríveis”, criando um futuro “digno dos sacrifícios que tantos fizeram” e enchendo o amanhã e todos os dias seguintes com esperança.

Sunak já esteve reunido com o rei Carlos III, que o encarregou de formar um novo Governo. A antecessora Liz Truss fez esta manhã o último discurso enquanto líder, desejando ao novo líder o “maior sucesso”.

Joana Raposo Santos | RTP

Pobreza afeta portugueses ciganos: 96% vivem abaixo do limiar de pobreza

Quase metade da população cigana europeia (48%) enfrenta alguma forma de privação material severa

Em 2021, 96% da população cigana portuguesa vivia abaixo do limiar de pobreza, revela o relatório da Agência dos Direitos Fundamentais a (FRA, na sigla em inglês) a que jornal “Público” teve acesso. O relatório descreve que ciganos na Europa vivem em “condições chocantes”.

Em Espanha e Itália o valor de população cigana a viver abaixo do limiar de pobreza ultrapassa Portugal por dois pontos percentuais, ou seja, 98% vivem nestas condições. Quase metade da população cigana europeia (48%) enfrenta alguma forma de privação material severa.

Portugal destaca-se pela negativa quanto à escolaridade. Só 29% das crianças entre os três e os seis anos frequentam um infantário (a média europeia é 44%). Apenas 10% dos jovens entre os 20 e os 24 anos completaram o ensino secundário (a média é 27%), sendo a taxa mais baixa da Europa.

O inquérito foi aplicado na Croácia, na República Checa, na Grécia, na Hungria, na Roménia, em Itália, em Portugal, em Espanha e em dois países vizinhos da União Europeia com população cigana significativa – a Sérvia e a Macedónia do Norte. Em paralelo, a FRA apoiou estudos nacionais na Bulgária e na Eslováquia. Nesses dez Estados-membros vivem 87% dos ciganos da União Europeia. No total, responderam, cara a cara, na sua língua materna, perto de 8500 pessoas ciganas com 16 anos ou mais, inseridas em agregados que somavam 20 mil. Em Portugal, onde o Conselho da Europa estima haver 52 mil ciganos, foram entrevistados 568, contendo os seus agregados perto de 1500 membros.

Expresso

O BANCO DE PORTUGAL E A COBERTURA DA CONTRAÇÃO COLECTIVA

Numa conjuntura como a presente, o que se justifica é o banco central defender medidas que promovam o crescimento económico, impedindo a recessão económica, e não atacar os direitos fundamentais dos trabalhadores.

Fernando Marques | AbrilAbril | opinião

O Boletim de Outubro1, publicado recentemente pelo Banco de Portugal (BP), contém uma curiosa afirmação em que estabelece uma relação entre a cobertura da contratação colectiva (que diz ser muito elevada) e a rigidez do mercado de trabalho.

O BP afirma:

«cerca de 80% dos salários são definidos no âmbito de instrumentos de regulamentação colectiva em Portugal, o que pode introduzir um elemento de rigidez na transmissão da inflação aos salários.» (p. 16)

Esta afirmação tem três implicações fundamentais:

Em primeiro lugar, assimila o direito de contratação colectiva a «rigidez». Insinua-se que não havendo contratação colectiva, que determina os salários de 80% dos trabalhadores, os salários não eram tão elevados. Estranho, pois o Boletim refere-se a um ano em que os salários, incluindo os contratuais têm uma queda de poder de compra. Estranho também porque o banco central parece ignorar que o direito de contratação colectiva é um direito fundamental dos trabalhadores, exercido pelas associações sindicais (Constituição da República Portuguesa, Parte I, Direitos e deveres fundamentais, Título II, Direitos, liberdades e garantias, Capítulo III, Direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores, artigo 56, Direitos das associações sindicais e garantias).

Segundo, porque ataca a actualização dos salários por via da contratação colectiva, quando afirma que a elevada cobertura é factor de «rigidez» (expressão bem ao gosto neoliberal). O banco central, tão rigoroso em tantos aspectos, confunde aqui dois conceitos. A cobertura das convenções em vigor, foi, de acordo com os dados da DGERT de 76,6%2 em 2020. Este conceito abrange os trabalhadores que podem ser abrangidos por convenção colectiva.

O segundo conceito é o dos trabalhadores cujas convenções são revistas e os textos publicados em cada ano. A cobertura das convenções publicadas é divulgada mensalmente pela DGERT. Em 2020, a cobertura DS convenções publicadas não foi além de 13,7%. Dito de outra forma, a que mais interessa do ponto de vista da evolução conjuntural dos salários, menos de 14 em cada 100 trabalhadores viram as suas convenções actualizadas (normalmente na parte salarial.) em 2020. Em 2021 a cobertura subiu, mas não alcançou sequer 20 em cada 100 trabalhadores. Este ano, foram cobertos meio milhão de trabalhadores (dados até Agosto, inclusive), o que representa uma parte muito pequena dos trabalhadores.

Terceiro, não só a máxima cobertura não é factor de «rigidez» como compete ao Estado, segundo o Código de Trabalho, «promover a contratação coletiva, de modo que as convenções colectivas sejam aplicáveis ao maior número de trabalhadores e empregadores» (artigo 485, sublinhado meu).

Numa conjuntura como a presente, o que se justifica é o banco central defender medidas que promovam o crescimento económico, impedindo a recessão económica, e não atacar os direitos fundamentais dos trabalhadores.

Notas:

1. Em rigor: BP, Boletim Económico de Outubro de 2022.

2. O BP refere 80%, mas não divulga nem a fonte, nem o ano a que se refere a percentagem.

Portugal | Miguel Pinto Luz: "PSD de Montenegro é um PSD à Cavaco e à Passos"

ENTREVISTA

Para Miguel Pinto Luz,  quando chegar a altura de o PSD governar irá implementar as suas soluções, mas espera que isso ‘não seja feito às custas de uma profunda crise social, económica e de credibilidade política’, lembrando que essa ‘tem sido a história’ do partido nos últimos anos em que governou.

Sem surpresa, Miguel Pinto Luz arrasa a gestão de governação socialista: «Nos últimos anos tem engrossado um Estado que hoje garante maus serviços, aumenta as suas clientelas numa estratégia puramente eleitoralista, de sobrevivência partidária, nunca colocando os interesses nacionais à frente dos interesses partidários e do seu grupinho de interesses». E considera que a TAP é reflexo dessa «normalidade socialista». Também não poupa críticas ao Orçamento de Estado, em que são anunciadas medidas atrás de medidas que nunca são aplicadas, defendendo que é para «cumprir calendário e uma agenda mediática».

Em relação ao papel do PSD, defende que tem de escrutinar o Partido Socialista e que a seu tempo o partido irá apresentar o seu modelo que tem para o país. «No PSD não adiamos o futuro. Quando somos Governo tomamos decisões e quando não somos Governo, como é o caso, ajudamos o Partido Socialista a tomar decisões porque, pelos vistos, o Partido Socialista também não é capaz de tomar decisões sozinho», dando como exemplo o caso aeroporto.

Já em relação aos nomes que têm sido avançados para as presidenciais, não esconde a ‘admiração’ que tem por Passos Coelho, cujo nome foi avançado esta semana por Marcelo Rebelo de Sousa: «Pedro Passos Coelho é um homem que deu muito ao país e continuará a dar». Mas garante que este é o tempo de decisões pessoais e só mais tarde é que os partidos se poderão pronunciar.

Portugal | COTRIM SAI DE LIDER DO IL, RUI ROCHA AVANÇA NO CAMINHO DO CHEGA

Cotrim de Figueiredo deixa a liderança do Iniciativa Liberal, Rui Rocha é o mais que previsível futuro eleito para a liderança daquele partido político declarado liberal. Comentadores e elementos do IL não vêem com bons olhos a mais que provável liderança de Rui Rocha e já se declaram seus opositores para a liderança. Em causa estão tementes procedimentos daquele eventual líder numa colagem ao Chega, por conseguinte com uma viragem ainda mais à direita comprovadamente fascista, antidemocrática e racista, que para já viola os princípios estatutários desde a formação do recente partido Iniciativa Liberal com representação na Assembleia da República. (PG)

Cotrim Figueiredo deixa IL. Partido vai a eleições em Dezembro

Líder dos liberais deixará o cargo e vai haver eleições para todos os órgãos do partido em dezembro. Cotrim fala em necessidade de "mudar atitude" perante a oposição de uma maioria absoluta e já há pelo menos um candidato anunciado à sucessão.

A Iniciativa Liberal (IL) anunciou este domingo que o partido irá a eleições já em dezembro e que João Cotrim Figueiredo, atual líder, "não será novamente candidato". A decisão foi anunciada em comunicado pelo partido.

Na declaração enviada pela IL, os liberais afirmam que são "um partido de ideias e também um partido diferente na mudança de liderança", com Cotrim Figueiredo a deixar a liderança "após ter tido um excelente resultado nas últimas eleições legislativas" [a IL passou de um deputado único, Cotrim Figueiredo, para um grupo de oito parlamentares].

Segundo indica o comunicado: "A Comissão Executiva da IL solicitou ao Conselho Nacional que marque também eleições para a Comissão Executiva na próxima Convenção Nacional, com o objetivo de se proceder ao alinhamento dos mandatos de todos os órgãos estatutários". É também intenção renovar a moção de estratégia global tendo em conta "o quadro político saído das últimas eleições legislativas", apurando assim a estratégia para as eleições futuras.

As eleições para a nova constituição de todos os órgãos da IL terão lugar em dezembro, na VII Convenção Nacional do partido. "Esta Convenção Nacional, de carácter electivo, será aberta à participação de todos os membros e irá eleger a nova Comissão Executiva" da IL, aprovando ainda a moção de estratégia global para os próximos dois anos, especifica o partido.

Numa comunicação enviada por João Cotrim Figueiredo aos militantes e posteriormente publicada nas redes sociais, o agora líder demissionário fala numa decisão "difícil pessoal e politicamente, mas é baseada numa análise política objetiva e pretende ser um exemplo" da sua convicção às ideias liberais. "O partido precisa de uma atitude mais combativa, mais popular e mais abrangente a nível nacional e entendo não ser eu a pessoa indicada para protagonizar essa mudança", acrescenta, considerando que "o trabalho de oposição a uma maioria absoluta e o posicionamento dos diversos partidos implica uma abordagem distinta da que tem seguido até aqui."

Apesar da demissão do cargo, a Iniciativa Liberal garante que "Cotrim Figueiredo irá manter-se disponível para reforçar o projeto político do partido naquilo que a nova liderança entenda ser útil". Por agora, o futuro do líder liberal ainda não é totalmente claro.

Assim que for eleita, a nova liderança partidária terá pela frente, já em 2023, as Eleições Regionais na Madeiras e, depois, em 2024, as Europeias e as Regionais nos Açores.

Oposição interna fala em "surpresa"

Perante a notícia da demissão de Cotrim dos destinos da IL, a oposição interna diz, em declarações ao DN, que a decisão de ir a eleições em dezembro "compreende-se pela necessidade de homogeneizar as datas dos mandatos, porque a Comissão Executiva teria mais um ano pela frente". A surpresa, diz Nuno Simões de Melo, "é a não recandidatura de Cotrim".

Munindo-se das palavras do líder demissionário, Simões de Melo defende que "é necessário, de facto, que haja uma atitude mais combativa e o partido tem quadros mais do que suficientes para assegurar os destinos futuros". E, com a alteração na liderança do partido, Simões de Melo diz acreditar "numa mudança na combatividade nos próximos tempos". O objetivo é que o partido "seja mais aguerrido e lute para tornar Portugal mais liberal".

Enquanto rosto principal de uma das listas candidatas - a Lista B -, Nuno Simões de Melo garante: "Não nos demitiremos da nossa missão: tornar Portugal mais liberal e de meter no partido uma atitude mais aguerrida."

Deputado candidata-se a líder

Entretanto, o deputado da IL Rui Rocha já anunciou a sua candidatura ao lugar que Cotrim deixará vago em dezembro.

Numa declaração publicada nas redes sociais, Rui Rocha anunciou que decidiu candidatar-se à liderança do partido, sob "dois objetivos fundamentais: continuar o atual sucesso da IL e popularizar o Liberalismo pelo país, afirmando as ideias e os valores liberais com convicção e humildade para transformar Portugal num país mais próspero, mais justo e mais livre."

"Comigo, a Iniciativa Liberal será o partido de todos os liberais e dos que acreditam em Portugal e nas suas pessoas, no trabalho, no mérito e no seu reconhecimento", anuncia o deputado.

Rui Miguel Godinho | Diário de Notícias

Portugal | COTRIM NOVES FORA NADA

Henrique Monteiro | Henricartoon

JOGOS SUJOS: O REGIME DE KIEV BRINCANDO COM ENERGIA NUCLEAR

South Front

O conflito militar na Ucrânia deu mais um passo em direção à guerra nuclear. Canais militares e diplomáticos russos deram o alarme sobre a próxima provocação nuclear do regime de Kiev com o uso da chamada “bomba suja”. Kiev e seus parceiros ocidentais têm tradicionalmente respondido, acusando a Rússia de tentar jogar a responsabilidade sobre Kiev por um possível ataque russo com uma ogiva nuclear de baixa potência.

#Traduzido em português do Brasil

A 'bomba suja' constitui um recipiente com isótopos radioativos e carga explosiva. Em caso de explosão da carga, o recipiente deve ser destruído e a substância radioativa deve ser pulverizada por uma onda de choque que produz contaminação radioativa em grandes áreas, podendo causar uma morbidade por radiação.

Ambos os lados em guerra têm os meios necessários para criar tais armas e implantá-las em um campo de batalha. No entanto, apenas uma das partes lançou uma campanha de informação, justificando a necessidade da transição do conflito para a fase de guerra nuclear, e apenas uma das partes demonstrou repetidamente a sua disponibilidade para provocar uma catástrofe nuclear para atingir as suas próprias forças militares. metas. Este é o regime de Kiev.

Enquanto a guerra na Ucrânia tinha o status de uma operação antiterrorista contra a população de língua russa e antes do início das operações militares russas no território da Ucrânia, o presidente Zelensky anunciou sua intenção de restaurar a Ucrânia como um estado com armas nucleares em seu discurso na Conferência de Segurança de Munique em 19 de fevereiro de 2022.

Analisando acusações de cada lado do plano de bandeira falsa da bomba suja do outro

Andrew Korybko* | One World

O próprio fato de que o aviso da Rússia sobre a provocação da bomba suja de bandeira falsa em Kiev é tão crível mostra o quão ideologicamente radical a elite democrata governante dos EUA se tornou que eles estão apoiando seriamente esse cenário para se agarrar ao poder antes das eleições de meio de mandato e do eleições 2024.

*Traduzido em português do Brasil

Os Bilhões de Ouro do Ocidente liderado pelos EUA e seus representantes em Kiev zombaram do terrível aviso da Rússia compartilhado nos mais altos níveis da liderança militar e diplomática da potência mundial recém-restaurada nos últimos dias de que uma bomba suja provocação de bandeira falsa está sendo planejada contra isso. De acordo com esse novo bloco da Guerra Fria , na verdade é Moscou que supostamente está orquestrando tudo isso nos bastidores para inventar o pretexto para escalar sua operação especial naquela ex-república soviética em ruínas.

O Kremlin não precisa fazer isso se esse for o resultado que deseja porque:

1. O General do Exército Surovikin já está fazendo a versão de seu país de “choquee pavor” na Ucrânia;

2.mobilização parcial de reservistas experientes da Rússia está quase completa ;

3. Essas novas tropas reforçarão a Linha de Controle (LOC) entre Novorossiya e Ucrânia;

4. A estratégia da Rússia tem como premissa manter suas terras recentemente reunificadas e não expandir além disso;

5.qualquer escalada pode ser realizada com drones e mísseis sem necessidade de novos pretextos.  

Por outro lado, Kiev tem a ganhar com uma provocação de bandeira falsa de bomba suja porque:

1. Atravessar a radiação Rubicon poderia garantir apoio indefinido do Bilhão de Ouro;

2. Isso é urgente antes que os republicanos possivelmente recuperem o controle do Congresso e reduzam a ajuda ;

3. Pressionaria os parceiros da Rússia em todo o Sul Global a se distanciarem de Moscou;

4. Os EUA teriam o pretexto para intervir convencionalmente no conflito em apoio de seu procurador;

5. E a dinâmica da estratégia militar do conflito pode finalmente ter uma chance de mudar a favor de Kiev.

EUA | 30 LEGISLADORES DEMOCRATAS PEDEM A BIDEN: "FALE COM PUTIN"

Medea Benjamin*  e   Marcy Winograd* |  Comons Dreamms

Antes das eleições de meio de mandato nos EUA, alguns membros do partido do presidente estão pedindo que ele busque negociações de cessar-fogo. Mas Medea Benjamin e Marcy Winograd observam que evitaram a questão de armar a Ucrânia.

#Traduzido em português do Brasil 

Em uma ruptura dramática com o governo Biden às vésperas das eleições de meio de mandato, 30 democratas da Câmara  enviaram uma carta  ao presidente Joe Biden pedindo que ele se envolvesse em conversas diretas com o presidente russo Vladmir Putin para acabar com a guerra na Ucrânia.

Além das conversações bilaterais, os signatários da carta, iniciada pela congressista Pramila Jayapal, presidente do Progressive Caucus, instam a Casa Branca a apoiar um cessar-fogo mútuo e esforços diplomáticos para evitar uma guerra prolongada que ameace mais sofrimento humano e inflação global em espiral, bem como guerra nuclear por intenção ou erro de cálculo.

Apesar do recente reconhecimento de Biden de que nunca estivemos mais perto do Armageddon nuclear desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, Biden não se encontrou com Putin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e recentemente disse à imprensa que se recusará a se encontrar com Putin no próximo mês, quando os dois participam da Cúpula do G-20 em Bali.

Além da congressista Jayapal (D-WA), os signatários democratas da carta são os deputados Adams (NC), Blumenauer (OR), Bowman (NY, Bush (MO), Carson (IN), Clarke (D-NY), De Fazio (D-OR), DeSaulnier (CA), Garcia (IL), Grijalva (AZ), Jackson Lee (TX), Jacobs (CA), Johnson (GA), Jones (NY), Khanna (CA), Lee (CA), Moore (WI), Newman (IL), Ocasio-Cortez (NY), Omar (MN), Paine (NJ), Pingree (ME), Pocan (WI), Pressley (MA), Raskin (MD) , Takano (CA), Tlaib (MI), Velazquez (NY) e Watson Coleman (NJ).

Expressando elogios ao “compromisso de Biden com a luta legítima da Ucrânia contra a guerra de agressão da Rússia”, a carta evita a questão de se os Estados Unidos devem continuar a armar a Ucrânia com foguetes de médio alcance, munição, drones, tanques e outras armas.

A carta diz:

“…. pedimos que você combine o apoio militar e econômico que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia com um impulso diplomático proativo, redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo”.

As palavras-chave aqui são “forneceu” em vez de “fornecerá”, deixando aberta a possibilidade de que alguns democratas se oponham a futuras transferências de armas.

Mais lidas da semana