Quase metade da população cigana europeia (48%) enfrenta alguma forma de privação material severa
Em 2021, 96% da população cigana portuguesa vivia abaixo do limiar de pobreza, revela o relatório da Agência dos Direitos Fundamentais a (FRA, na sigla em inglês) a que jornal “Público” teve acesso. O relatório descreve que ciganos na Europa vivem em “condições chocantes”.
Em Espanha e Itália o valor de população cigana a viver abaixo do limiar de pobreza ultrapassa Portugal por dois pontos percentuais, ou seja, 98% vivem nestas condições. Quase metade da população cigana europeia (48%) enfrenta alguma forma de privação material severa.
Portugal destaca-se pela negativa quanto à escolaridade. Só 29% das crianças entre os três e os seis anos frequentam um infantário (a média europeia é 44%). Apenas 10% dos jovens entre os 20 e os 24 anos completaram o ensino secundário (a média é 27%), sendo a taxa mais baixa da Europa.
O inquérito foi aplicado na Croácia, na República Checa, na Grécia, na Hungria, na Roménia, em Itália, em Portugal, em Espanha e em dois países vizinhos da União Europeia com população cigana significativa – a Sérvia e a Macedónia do Norte. Em paralelo, a FRA apoiou estudos nacionais na Bulgária e na Eslováquia. Nesses dez Estados-membros vivem 87% dos ciganos da União Europeia. No total, responderam, cara a cara, na sua língua materna, perto de 8500 pessoas ciganas com 16 anos ou mais, inseridas em agregados que somavam 20 mil. Em Portugal, onde o Conselho da Europa estima haver 52 mil ciganos, foram entrevistados 568, contendo os seus agregados perto de 1500 membros.
Expresso
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