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Arrastando a Coreia do Sul para o
abismo de fornecer ajuda à Ucrânia, a OTAN está testando o quão perto Seul está
disposta a se vincular à aliança militar liderada por Washington. Seu
objetivo final é estender seus tentáculos ainda mais na Ásia-Pacífico por meio
de seus parceiros na região.
Durante sua visita à Coreia do Sul, o secretário-geral da OTAN, Jens
Stoltenberg, pediu na segunda-feira à Coreia do Sul que fortaleça sua
assistência militar à Ucrânia e até considere permitir a exportação direta de
armas.
Tendo como pano de fundo o conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia, a OTAN
está tentando persuadir seus membros e parceiros a formar um campo maior que
apoie Kiev política e militarmente. Nesse processo, será necessário que
esses países forneçam o máximo de ajuda possível. Portanto, nessa lógica,
como a Coreia do Sul possui uma indústria de defesa relativamente avançada e
produtiva, o país precisa exportar mais armas para a Ucrânia.
Entre os países que forneceram armas a Kiev, Seul desempenhou uma função muito
limitada, fornecendo armas em quantidades relativamente pequenas e em níveis
baixos. Mas para a OTAN, não importa que tipo de armas a Coréia do Sul
tenha oferecido ou planeje oferecer; o mais importante é se Seul mostrará
o gesto de concordar em aumentar a assistência. Em outras palavras, o
desejo de Stoltenberg vem mais provavelmente de uma perspectiva política do que
de necessidades militares.
A OTAN procura transformar-se de uma organização regional numa organização
global. Dentro desse objetivo, uma de suas garras é aproximar os aliados
dos EUA no Oriente. Com isso, a OTAN tem trabalhado com todas as suas
forças em seus dois principais eixos na região da Ásia-Pacífico - Japão e
Coreia do Sul.
Sob a instigação de Washington, a OTAN está tentando estender seus tentáculos
mais profundamente na região e fazer com que mais países regionais envolvidos
no conflito Rússia-Ucrânia compartilhem os riscos dos EUA na política
internacional. Transformar um conflito local na Europa em um problema global
serve apenas à Estratégia Indo-Pacífico dos EUA.
Para o secretário-geral da OTAN, o objetivo imediato de instar Seul a mudar sua
política é formar uma aliança ocidental mais sólida para ajudar a Ucrânia neste
conflito em curso. Mas em termos de objetivos estratégicos de médio e
longo prazo, ele quer que Seul se ligue mais fortemente à carruagem da OTAN. Dessa
forma, a organização poderá usar a Coreia do Sul como ponto de entrada nos
assuntos da Ásia-Pacífico com mais facilidade.
Portanto, aos olhos dos EUA, se a Coréia do Sul está envolvida em um conflito
militar europeu, então é adequado que a OTAN interfira nas possíveis disputas e
conflitos no Leste Asiático, especialmente sob o disfarce de uma organização
internacional justa.
Especialistas acreditam que a Coreia do Sul, por si só, pode não ser capaz de
resistir à pressão da OTAN. Por um lado, a cooperação com a OTAN ajudará
Seul a fortalecer sua presença global. Por outro lado, desde que o
presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol estabeleceu a meta de levar seu país a se
tornar o quarto maior exportador de armas do mundo até 2027, é difícil para a
Coreia do Sul - movida por interesses econômicos - continuar avançando com
cautela e lentamente na venda de mais armas.
Para persuadir melhor a Coreia do Sul, Stoltenberg ainda usou o exemplo de como
vários aliados da OTAN, que tinham como política nunca exportar armas para
países em conflito, mudaram essa política. Mas o que realmente vemos aqui
é como esses países finalmente mostraram suas verdadeiras cores sob a máscara
da hipocrisia, tornando-se totalmente sujeitos às estratégias e políticas de
Washington.
O passo perigoso dado por esses países pode facilmente levar toda a Europa à
beira do conflito. Como resultado, teme que tal ação prolongue o conflito
Rússia-Ucrânia, aumente a tensão entre os países da OTAN e a Rússia e complique
a situação na Europa.
O Ocidente sempre fala sobre "ordem baseada em regras", mas se as
regras podem ser alteradas tão facilmente apenas por causa dos interesses
estratégicos do Ocidente liderado pelos EUA, não há como falar sobre uma ordem. Isso
não apenas afetará a situação atual, mas também representará um desafio severo
e de longo prazo para todo o sistema de regras nas relações internacionais.
Ilustração: A OTAN - Chen Xia/Global Times
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