domingo, 26 de fevereiro de 2023

EURODEPUTADOS DENUNCIAM AS MENTIRAS DE MARROCOS

Bruxelas – APS.dz – porunsaharalibre  - Eurodeputados denunciam as falsas alegações e acusações enganosas de Marrocos contra os eurodeputados que votaram a favor da resolução que condena as violações da liberdade de imprensa em Marrocos.

Entrevistada pela activista da oposição exilada Dounia Filali, Ana Miranda eurodeputada do grupo Verdes/Aliança Europeia Livre disse: “O Parlamento Marroquino passou um dia a debater a resolução do Parlamento Europeu (PE). Apresentou argumentos totalmente miseráveis e falsos, que não podemos aceitar”.

“Sabemos que fazer falsas acusações contra todos aqueles que tocam os seus interesses é a sua forma de agir”, acrescentou a parlamentaria espanhola, sublinhando que “aqueles que criticam Marrocos estão na prisão, mortos ou no exílio”.

Por seu lado, Miguel Urbán, do grupo parlamentar de esquerda, explicou que não era “anti-marroquino” como a imprensa local o apresentou, mas que era “contra um regime que oprime o seu próprio povo e não permite o direito às liberdades fundamentais”.

Aparentemente não surpreendidos pelas acusações espúrias do regime marroquino, os deputados europeus explicam esta campanha de denigração dos deputados europeus pelo facto de, durante mais de 25 anos, Marrocos se ter protegido contra qualquer condenação do PE, graças à rede de corrupção que instalou na Câmara.

“Em 25 anos, Marrocos nunca foi condenado, apesar da gravidade das violações dos direitos humanos cometidas. Quer se trate da liberdade de imprensa, da pressão exercida sobre a questão da emigração ou de outras questões. Pensamos que era uma questão de posição estratégica do PE, para proteger um parceiro privilegiado da União Europeia. Pensávamos que estava relacionado com a chantagem exercida por Marrocos sobre as questões da migração e da luta contra o terrorismo, mas agora sabemos que na realidade tudo fazia parte de uma conspiração mafiosa. Estamos perante o caso mais importante de corrupção na história do PE, porque Marrocos influenciou as decisões do Parlamento”, disse o Sr. Urban.

Segundo Ana Miranda, “as autoridades marroquinas estão zangadas porque criaram um sistema de corrupção e amigos no PE para defender os seus interesses e influenciar as decisões do Parlamento, como fizeram com os acordos de pesca, agrícolas e comerciais em geral”.

“Mas agora que a luz brilhou e as verdades saíram, é mais difícil para Marrocos, e é por isso que não aceita a condenação”, explicou, salientando que a resolução em questão era o resultado de um amplo consenso no seio do Parlamento Europeu.

Criticando as práticas de corrupção e chantagem de Marrocos contra a instituição europeia, Miguel Urban traçou um paralelo com as actuais relações entre Marrocos e Espanha.

“A posição de Pedro Sánchez e do seu governo em relação a Marrocos é indecente. A Espanha, cujos eurodeputados socialistas votaram contra a resolução do PE, quer perpetuar a impunidade de Rabat. Em troca, Sánchez quer que Marrocos aja como polícia para guardar as nossas fronteiras. A indecência desta postura é resumida pelo que aconteceu a 24 de Junho em Nador e Melilla, onde mais de quarenta pessoas foram mortas pela polícia marroquina enquanto a polícia espanhola olhava de forma ociosa. Mas a partir de agora, a Europa não pode continuar a permitir que o regime criminoso de Marrocos continue a violar os direitos humanos dos migrantes”.

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