quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

PORTUGAL OLARILOLÉ A MALHAR EM FERRO FRIO PELO TUDO NA MESMA OU PIOR

E pronto, lá vem ele, o jornalista Ricardo Marques, do Expresso, no Curto do dito cujo, a malhar em ferro frio. É ali que ele faz uma dança de palavras tipo pikatchu, que não tem o cu a haver com as calças. Mas para ele tem. Basta isso. Temos de ter abertura e democraticidade para aceitar. Além disso sabemos que o escrito não dá para apagar com a borracha nem com o corretor. Está lá e fica assim. Não mexe mais.

Entre mui cousas valiosas no texto inspirativo do Curto, que segue já aqui em baixo, o Silva está na berlinda. Não é Cavaco mumificado mas sim Augusto. O malho é da direita e quem leva com ele é o dito Augusto que dá peito na defesa e personificação do governo de desaire em desaire. O Augusto é Santos, além de Silva. Um habitué do PS que em muitas datas anteriores e na atualidade faz alternos por aquele partido dito socialista e democrático… Andar a alternar pode ser pejorativo, pois. Essa consideração fica ao vosso critério. Fecho-éclair, cá por nós. Tantos que já vimos assim e que têm ficado muito bem safados na vida. A adorná-los, como maçã em boca de porto a assar (ou cremar), medalhas condecorativas de grandes homens.

Ficamos por aqui.

Assim sendo, fiquem com o simpático e laborioso jornalista mal remunerado pelo tio Balsemão Impresa Bilderberg. Com mangas arregaçadas, aqui vai o malho do Curto de hoje com informação e estereótipos mui valiosos. Acompanhe.

Bom dia e um caviar acompanhado com um Moet et Chandon. Porque Portugal está no bom caminho para acrescentar com segurança que os ricos vão continuar sobremaneira a ficar muito mais ricos e que os pobres se atolam cada vez mais na miséria e no trabalho esclavagista da democracia do cuspo e do escarro predominante em Portugal com grande contributo de xuxalistas made in António Costa. Os que vierem a seguir ainda serão muito piores porque parece que os portugueses, a caminho das assembleias de voto, quando vão votar, em dia de eleições, passam por todas as tascas do caminho a dessedentarem-se. Pois.

Siga pra bingo… Ops, para o Curto, queremos dizer. (PG)


Sabedoria p'lo ar

Ricardo Marques, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

Eis um provérbio para hoje: malhar o ferro enquanto está quente.

Eis uma lista de algumas palavras que é possível escrever com as letras de malhar: há, mar, ar, lar, rama, mal, mala, arma, ralhar, amar.

Esta é a parte fácil.

Difícil é pôr isto tudo a voar. Mas é preciso tentar.

Malhar, como manda o provérbio, traz no golpe uma memória antiga, dos idos de 2009, quando o então ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, gostava de “malhar na direita”.

Santos Silva é agora Presidente da Assembleia da República - o lar da nossa Democracia -, e hoje é a Direita, outra que não a de então, mais o resto da oposição, a ver se malha no governo enquanto a TAP está quente. A escaldar. Como diz o povo, nisto da política, há mar e mar...

Prepara-se assim para nascer a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão política da TAP. O parto está marcado para amanhã (a propósito, não haverá maternidades fechadas até abril) e não se preveem complicações. O PS já confirmou que vai abster-se na votação da proposta do Bloco de Esquerda, e que vai votar contra a proposta do Chega. “Não vemos razões para viabilizar a proposta da extrema-direita, não precisamos de viabilizar duas para ter uma boa comissão de inquérito”, disse Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar socialista.

Resumindo, e referindo muito pela rama a questão do Método d'Hondt, teremos uma comissão parlamentar de inquérito proposta pelo Bloco e liderada pelo Chega.

Tudo aponta para que a CPI se venha a transformar numa arma política contra Fernando Medina. Aliás, a ementa que se vai servir nos próximos meses, em sessões mais ou menos intensas, já é conhecida – e o prato principal é mesmo o caso de Alexandra Reis, que saiu da TAP com uma indemnização de meio milhão de euros (dá para encher uma mala com notas de 100).

António Costa disse esta semana que o Governo esteve mal e se pôs a jeito, Marcelo Rebelo de Sousa concordou, ralhou sem ralhar e pediu obra. Sem darmos por isso, parece que alguém pediu um desconto de tempo para o Executivo recuperar o fôlego e apanhar ar.

E aqui estamos prestes a começar a discutir dois anos de gestão pública de uma empresa nacionalizada há sete anos e que, três milhões de euros de dinheiros públicos depois, já está no mercado para ser privatizada?

Há como não amar? Não, não há.

Outras notícias

Uma reunião. O valor e a dimensão do palco principal da Jornada Mundial da Juventude será revisto hoje numa reunião que junta todas as entidades envolvidas na organizaçao.

Outra reunião. A presidente da Comissão Europeia desloca esta quinta-feira parte do executivo comunitário, para Kiev, para uma reunião extraordinária com as autoridades ucranianas.

Constituição. Promete ser um dos grandes assuntos do ano político, e os projetos de revisão constitucional estão a ser apresentados no Parlamento. O assunto foi abordado há dias por Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social.

Constitucional. E há poucas horas Marcelo Rebelo de Sousa também falou da Constituição, para lembrar - a propósito da declaração de voto de uma juíza do Tribunal Constitucional no acórdão sobre a eutanásia - que não só votou a Constituição como foi durante muitos anos professor de Direito Constitucional.

Deputado, olá. A Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados aprovou o prolongamento da suspensão do mandato do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação: O deputado Pedro Nuno Santos deverá regressar ao parlamento em julho, quando já for verão e houver gelados.

Futebol adeus. Está difícil de sair de São Bento, mais ainda para falar de quem lá não vai. E não são só ex-ministros. O PS chumbou a audição do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, para explicar contratos de trabalho. O PSD absteve-se e os restantes partidos votaram a favor do requerimento do BE.

Cripto e Cocaína. Esta é a história imperdível da ascensão e queda, às mãos da PJ, de uma rede que importava droga do Brasil e da Colômbia e usava um token como meio de pagamento. Dinheiro virtual no crime atingiu os 18,5 mil milhões de euros em todo o mundo.

Papéis na praia. No início de janeiro, soube-se que tinham sido encontrados documentos classificados num antigo escritório do presidente dos EUA, que este usara quando era vice-presidente de Obama. Ontem, depois de três semanas de intensa guerra política e manchetes sobre o assunto na imprensa americana, o FBI fez buscas na casa de praia de Joe Biden, em Rehoboth, Delaware. Resultado: quase nada.

Nada, e tão longe. Houve alturas na história recente em que o mundo tremia aos primeiros tiros. Hoje, com uma guerra cada vez mais mundial a ser travada na Europa, Israel e a Palestina, onde a violência cresce sem parar, parecem demasiado longe, no espaço e no tempo. Estranha relatividade esta.

Nada, e tão perto. Eis algo a que ninguém vai ligar, e é uma pena porque se discute política, tecnologia e o que o futuro pode vir a ser. Começa esta quinta-feira o congresso "Technopolitics: charting the unknown", organizado pela Universidade de Coimbra.

Contas certas. Quanto custa devolver 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo de serviço aos professores? €331 milhões por ano, calcula o Ministério das Finanças. Hoje há mais uma reunião importante.

Algo, e o seu contrário. Quando no inverno não chove, a floresta seca e no verão arde. Quando chove no inverno, vem o verão e a floresta arde porque o mato cresce. E os incêndios já começaram.

Aeroporto. Enquanto se discute há sessenta anos e umas semanas a localização do novo aeroporto de Lisboa, o presidente da Ryanair explica que a companhia vai crescer em Faro e no Porto, mas não tem condições para aumentar a oferta no Humberto Delgado.

Aero... O Expresso revelou em dezembro, quando Pedro Nuno Santos ainda era ministro, que a investigação aeronáutica detetara controladores em presença fictícia, com regras aleatórias ou a verem televisão. Agora, os trabalhadores da NAV admitem "falha" mas garantem que segurança nos aeroportos portugueses "nunca esteve em causa".

… e Porto... Que ganhou ao Marítimo na Madeira por 2-0, numa partida em que os golos perderam para as expulsões, que foram quatro.

...e também Sporting e Braga. Jogo com cinco golos, todos para a equipa de Alvalade.

No fim. Até sempre Thomas Edward Patrick Brady, Jr., um dos maiores da história do desporto

Frases

“Alguém que, por mera retaliação, mantém um imóvel fora de mercado, numa altura em que há uma crise de habitação, tem de ser obrigado a pôr o seu imóvel a arrendar”, Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, sobre a crise no mercado da habitação em Portugal;

“Há um romeno espalmado. Um tanque passou-lhe por cima. A sua cara tornou-se um baixo-relevo”, Vassily Grossman, autor do romance “Vida e Destino”, que esteve, como jornalista, na Batalha de Estalinegrado (que durou seis meses e acabou há 80 anos, no dia 02 de fevereiro de 1943)

Podcasts a não perder

Dino, deixa lá o Hino... No podcast A História Repete-se, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem do debate lançado pelo cantor Dino d'Santiago sobre a letra d'A Portuguesa para refletirem sobre a sua atualidade e viajarem pela história e simbolismo deste e de outros hinos nacionais.

Mandar caças de combate para a Ucrânia? "Faz sentido o Ocidente dizer 'não'. Mas isto não é um 'não' definitivo" A Alemanha, o mais poderoso, populoso e rico país da União Europeia tem estado no centro do debate nesta guerra. Mais recentemente, pelas dúvidas e hesitações quanto ao envio dos tanques Leopard 2. Agora, por se recusar a enviar caças de combate pedidos pelos ucranianos. Uma conversa com a investigadora e comentadora Lívia Franco

Carla Marques: “Se tenho um homem e uma mulher em pé de igualdade, escolho a mulher” Oiça no podcast As Mulheres Não Existem uma conversa com a CEO da Intelcia Portugal, no sector dos contact centers, responsável por cerca de 7000 pessoas

O que ando a ler

Há mais de três décadas que carrego comigo para todo o lado um pequeno livro que muito aprecio. Por mais vezes que o leia, e faço-o pelo menos uma vez por ano, religiosamente, há sempre algo novo a saltar das páginas.

Sendo que o conteúdo do livro não muda – embora a sua forma física se tenha deteriorado consideravelmente – a explicação mais plausível para as recorrentes novidades é que quem mudou fui eu. Ou o mundo. E é por isso que tenho aqui aberto, cuidadosamente aberto, o meu precioso “D. Camilo e o seu pequeno mundo”, de Giovanni Guareshi (Unibolso).

Umas linhas rápidas de enquadramento. "Estas históricas vivem num determinado clima e num determinado ambiente: o clima político italiano que vai de dezembro de 1946 a dezembro de 1947, é a história, afinal, de um ano de política italiana. O ambiente é um pedaço da planície paduana; e neste ponto convém esclarecer que, para mim, o Pó começa em Placência”, escreveu Guareshi.

Há três personagens centrais: um padre de soco rápido, D. Camilo; o Cristo cruxificado na Igreja, com quem D. Camilo conversa; e o presidente da Câmara, o comunista Peppone. E há um capítulo chamado “Feras”, que conta a história do dia em que o bispo visitou a aldeia, e da maravilhosa confusão que se instalou.

Lembrei-me disto de tanto ouvir falar em altares.

E, nestes dias de greve nas escolas, lembrei-me também de Dona Cristina.

"A velha professora mandava em toda a gente: até D. Camilo procurava passar-lhe ao largo, pois, desde o dia em que o seu cão, por desgraça, se metera no jardim da Dona Cristina e lhe quebrara um vaso de gerânios, a velhota, sempre que se encontrava com ele, ameaçava-o com a bengala e gritava-lhe que também há Deus para castigar os padres bolchevistas”.

É um pequeno mundo louco e maravilhoso que nunca vou largar.

Desejo-lhe uma excelente quinta-feira.

Amanhã haverá Expresso na banca.

Até lá, estamos sempre consigo em Expresso.pt

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