sábado, 4 de março de 2023

China está plantada na América Latina com parcerias econômicas e politicas a crescer

A China marca presença na América Latina com uma série de investimentos, projetos e exportações em crescendo, enquanto os EUA seguem seus passos.

HispanTV | Pátria Latina | # Publicado em português do Brasil

 A China é parceira comercial de grande parte dos países do mundo, mas nas últimas décadas tem apostado em ampliar sua presença na América Latina, seja como contrapeso ao unilateralista Estados Unidos, colocando em xeque sua influência na região da Ásia-Pacífico, ou optando por interesses puramente comerciais.

“O Brasil, já em 2009, começa a ter a China como principal parceiro, rapidamente outros países também. De 2001 a 2010, Pequim passou a qualificar cada vez mais sua presença na América Latina, com investimentos diretos de empresas chinesas, inicialmente no setor de recursos naturais, depois com uma presença muito forte no setor elétrico”, lembrou Renato Ungaretti, mestre em internacional estudos estratégicos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) da agência russa Sputnik.

Brasil, Chile, Peru, Uruguai e, mais recentemente, Argentina e Chile, são os exemplos mais claros do boom comercial entre ambas as partes. “[China] é um mercado gigante para as exportações, é o principal parceiro da maioria dos países sul-americanos. Pequim pode também contribuir para atenuar os estrangulamentos infra-estruturais [deficiências ao nível do serviço público, acesso a electricidade e saneamento] que a região apresenta, que são obstáculos ao desenvolvimento destes países”, disse.

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Os alarmes soam, esses links geram interdependência. Como explicou o especialista, esta realidade de altas taxas de exportação, créditos financeiros e uma presença crescente gera “um cenário de crescente interdependência”.

Embora o gigante asiático seja um grande aliado, a América Latina deve “tentar diversificar seus parceiros, seus mercados, atrair investimentos de outras economias e assim preservar seu espaço de manobra”, enfatizou.

O fator Estados Unidos torna os laços entre América Latina, China e Rússia uma tarefa complexa, já que Washington tentará, por meio de ameaças, estratégias e boicotes, destruir essas aproximações.

“Ainda mais se considerarmos que nos últimos anos houve uma competição muito forte entre Pequim e Washington. E, evidentemente, os Estados Unidos não estão muito contentes com uma presença crescente da China tanto na América do Sul quanto na América Latina em geral”, afirmou.

Uma análise exclusiva realizada em junho passado pela agência de notícias britânica Reuters, com base em dados comerciais da Organização das Nações Unidas (ONU), indica que a China superou os Estados Unidos em termos de comércio em grande parte da América Latina durante a presidência dos atuais Estados Unidos. presidente, Joe Biden.

Imagem: O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebe as credenciais do embaixador chinês Zhu Qingqiao em Brasília, 3 de fevereiro de 2023.

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