sexta-feira, 24 de março de 2023

ERA UMA VEZ (48 ANOS) O ESTADO NOVO (FASCISTA), DEPOIS O 'CURTO', E AGORA?

Lisboa e Porto sem casas para os pedidos que têm. A TAP a pagar caro. E as conversas de Salazar com a PIDE

David Dinis, director-adjunto | Expresso (curto)

Viva, bem-vindo ao Expresso Curto.

Esta sexta-feira, a nossa edição semanal volta à crise da habitação, para contar que as Câmaras de Lisboa e Porto receberam 26 mil pedidos de famílias carenciadas, mas só têm disponíveis 2% das casas necessárias. O Governo aprovará na próxima semana o seu pacote legislativo, mas também já sabe - acrescentamos nós - uma certeza: Marcelo promulgará tudo, menos uma lei em particular (e tem reservas sobre outras duas.

Esta sexta-feira, como saberá, virão outras medidas contra a crise, mas agora a da inflação. O que já sabemos é isto: o Governo abriu os cordões à bolsa. No Expresso da Manhã eu tento explicar porquê.

Ainda na política, entre várias outras notícias, temos certo que o Almirante Gouveia e Melo se prepara para baixar as penas aplicadas aos menos graduados da tripulação do “Mondego”.

E contamos, com detalhe, a caminhada presidencialista de Santos Silva.

Na secção de Sociedade contamos-lhe algumas histórias interessantes. Como a das noivas falsas por 2500 euros. Ou a da freira que ganhou uma disputa contra a Igreja. Ou a dos 30 anos de memórias da secretária de Rui Nabeiro, agora que deixou toda a Campo Maior de luto.

Há ainda notícia de mais um problema para o Governo, desta vez por causa de um contrato com casinos.

Mundo fora? Olhamos para Xi, perguntando se ele será um mediador ou um inimigo. Para a guerra geopolítica à volta do Tik Tok. E também para o que se está a passar em França, que tem mesmo muito que se lhe diga.

Mas agora viramos a página.

No caderno de Economia debruçamo-nos sobre a TAP, contando que a transportadora aérea portuguesa está a pagar mais 50% pelos novos aviões do que os concorrentes (que a podem vir a comprar).

Analisamos também a turbulência financeira que pode deixar os bancos centrais de mãos atadas (vale a pena ler porquê), aproveitando para questionar se estamos perante um Lehman Suisse. A propósito, contamos também porque há “menos esqueletos” no nosso armário, desta vez.

Temos também, nesta edição, uma entrevista com a ministra da Habitação, com este curioso título: “Não temos nenhum objetivo com o arrendamento coercivo”. Se a quiser ouvir na íntegra, ela está no nosso novo podcast Expresso Imobiliário, aqui.

E dedicamos duas páginas a Sines, a porta de entrada dos combustíveis fósseis que procura agora uma saída limpa.

Registe ainda estas duas notícias: a enorme subida dos despedimentos coletivos; e a relevante subida do número de trabalhadores acima dos 65 anos no nosso mercado de trabalho.

Olhando para a história, contamos como foi 1983, ano do segundo resgate português às mãos do FMI.

E a Revista?

Bom, essa é para leitura durante o fim de semana, começando pelo tema de capa. Falo-lhe do “enigma das nossas orcas” - ou dos 50 incidentes que estas causaram na costa portuguesa nos últimos anos.

Mais à frente temos uma reportagem na Escócia, a propósito do adiado sonho da independência. Sonho de alguns, claro está, mas que muito aterroriza os políticos em Londres.

Atenção à entrevista desta semana: é a Marco Martins, o realizador de um poderoso filme sobre a exploração de portugueses numa fábrica inglesa. Eu, que já vi o filme, recomendo a leitura. Título? “Esta é uma emigração de desespero”.

E, por fim, volto ao título desta newsletter para um trabalho do José Pedro Castanheira, a partir dos “Diários de Salazar”, escritos a letra miudinha e quase indecifrável. É sobre “as linhas da ditadura”, ou melhor, sobre as conversas de Salazar com o diretor da PIDE e sobre os segredos que os dois quiseram esconder do país. E ha tantos.

Quase a chegar ao fim, deixo-lhe ainda as sugestões da nossa equipa de podcasts (é que vem aí o fim de semana e há coisas boas para ouvir também):

1978: o ano do CDS, do socialismo na gaveta e da Habitação. Este Liberdade Para Pensar é sobre o ano em que o CDS chegou ao poder pela primeira vez e nós fomos falar com um ministro desse governo, para recordar o que levou um partido de centro-direita a viabilizar um governo do PS, chefiado por Mário Soares. Assunção Cristas fala do futuro do partido de que foi líder e, pela primeira vez, fala também sobre o pacote legislativo “Habitação Mais”, arrasando o governo de António Costa, a quem acusa de “estar a matar o mercado de arrendamento”.

Os bancos estão preparados para uma nova crise? Falências nos EUA, problemas no Credit Suisse (entretanto comprado pelo UBS) e nervosismo nos mercados trouxeram de volta o fantasma da crise financeira. No Money Money Money, João Silvestre, editor de Economia do Expresso, conversa com João Vieira Pereira, diretor do Expresso, e Isabel Vicente, jornalista do Expresso.

Alexandra Leitão: o Governo está esgotado? Conotada com os setores mais à esquerda do PS, foi com espanto que não foi nomeada para o governo da maioria absoluta. Talvez um sinal do que viria. As notícias deram conta que teria sido convidada para ser líder parlamentar e que terá recusado. É das poucas vozes que, mantendo apoio inequívoco, vai fazendo críticas pela esquerda ao governo, dentro do PS. É a convidada de Daniel Oliveira, no Perguntar Não Ofende.

Agora sim, é tudo.
Tenho uma boa sexta-feira, um ótimo fim de semana.
Já nos encontramos de novo, por aqui.

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