quinta-feira, 23 de março de 2023

EUA enfrentam nova realidade global após cúpula de Xi-Putin, diz especialista

De acordo com Helga Zepp-LaRouche, os estabelecimentos ocidentais "ainda estão subestimando completamente a realidade de que há um poderoso renascimento do espírito não-alinhado ocorrendo agora"

# Traduzido em português do Brasil

NOVA YORK, 23 de março. /TASS/. Um ativista político alemão instou os Estados Unidos e seus aliados ocidentais a prestarem atenção às rápidas mudanças em andamento na arena internacional após a visita do líder chinês Xi Jinping a Moscou.

Em entrevista à TASS na quarta-feira, Helga Zepp-LaRouche, fundadora do Instituto Schiller, com sede nos EUA, disse que a proposta de paz da China "não é apenas endossada pela Rússia, mas é apoiada por todo o Sul Global". "A reação inicial do presidente [dos EUA] [Joe] Biden foi rejeitá-la, assim como alguns outros líderes da UE. Mas agora está ficando claro para o mundo inteiro quem está tentando estabelecer a paz e quem está tentando prolongar e escalar a guerra", enfatizou Zepp-LaRouche, quando perguntado se a visita do líder chinês à Rússia poderia inaugurar a paz na Ucrânia.

Segundo ela, os estabelecimentos ocidentais "ainda estão subestimando completamente a realidade de que há um poderoso renascimento do espírito não-alinhado ocorrendo agora". "Os países do Sul Global estão determinados a acabar de vez com o colonialismo em seu novo tecido e não querem ser arrastados para um conflito geopolítico entre os EUA e a Rússia, ou entre os EUA e a China, com quem muitos deles têm laços econômicos muito benéficos", destacou.

Zepp-LaRouche elogiou como espetacular o sucesso diplomático da China "em conseguir que a Arábia Saudita e o Irã retornem à diplomacia e à cooperação" e disse que Pequim provou que "pode ​​ser um pacificador surpreendente". "Portanto, os EUA e todo o Ocidente devem considerar esse ambiente internacional em rápida mudança e talvez seja melhor cooperar com ele, em vez de perder cada vez mais influência ao se opor a esse plano de paz", observou ela.

Em fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da China publicou um documento de posição sobre uma solução política para a crise na Ucrânia. O documento de doze pontos inclui apelos a um cessar-fogo, respeito pelos interesses legítimos de todos os países no domínio da segurança, resolução da crise humanitária na Ucrânia, troca de prisioneiros de guerra entre Moscovo e Kiev, bem como o cancelamento de sanções unilaterais impostas sem uma decisão correspondente do Conselho de Segurança da ONU.

No documento publicado, a China descreveu o diálogo e as negociações como a única forma de resolver a crise na Ucrânia e pediu a todas as partes que apoiem Moscou e Kiev no "avanço mútuo", pedindo a retomada do diálogo direto o mais rápido possível. A comunidade mundial deve criar condições e fornecer uma plataforma para a retomada das negociações, enfatizou o documento.

Após conversas com Xi na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que muitas disposições do plano de paz da China para a Ucrânia podem ser usadas como base para a solução do conflito sempre que o Ocidente e Kiev estiverem prontos para isso. Ao mesmo tempo, ele apontou que, até agora, "nenhuma prontidão" pode ser vista.

Imagem: O presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin © Pavel Byrkin/Serviço de Imprensa Presidencial da Rússia/TASS

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