As autoridades da Guiné-Bissau mandaram suspender as emissões das rádios Sol Mansi, da igreja católica, e Jovem, alegando falta de pagamento da licença provisória, disseram hoje à Lusa fontes das duas estações, que continuam no entanto a funcionar.
Casimiro Cajucan, diretor da Rádio Sol Mansi, e Alison Cabral, da Rádio Jovem, confirmaram à Lusa terem recebido, na quarta-feira, uma notificação da Inspeção-Geral do Ministério da Comunicação Social a informar da ordem de encerramento das emissões.
"De facto, a rádio recebeu a notificação do Governo, mas na verdade a rádio não encerrou as suas emissões e nem vai encerrá-las", afirmou o diretor da Sol Mansi, a partir do Brasil, onde se encontra em missão de serviço.
Casimiro Cajucan explicou que a Sol Mansi, que tem cobertura em todo o território da Guiné-Bissau, está em conversações com o Ministério da Comunicação Social no sentido de se encontrar uma plataforma de entendimento, que disse, passará pelo pagamento do valor da licença.
Em causa, adiantou Cajucan, a Sol Mansi devia pagar o total de 1,5 milhões de francos cfa (cerca de 2.286 euros) referentes à licença provisória de 2022.
"A rádio Sol Mansi tem uma excelente relação com as autoridades. Podemos garantir aos nossos ouvintes que a rádio não vai fechar, estamos a dialogar", observou Casimiro Cajucan.
O diretor da Sol Mansi aproveitou para "tranquilizar os fiéis católicos", que costumam acompanhar as emissões religiosas da estação, de que as atividades da Semana Santa serão transmitidas.
O diretor da rádio Jovem, pertencente à Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ) da Guiné-Bissau, uma plataforma que agrupa associações de jovens, Alison Cabral, disse à Lusa que recebeu a mesma notificação de encerramento, mas ainda tem as emissões no ar.
"Estamos a analisar a forma de cumprir com o que diz o Governo. Vamos pagar", afirmou Cabral, cuja rádio apenas emite para Bissau.
Explicou à Lusa que estão em causa 250 mil francos cfa (cerca de 381 euros) referentes ao pagamento da licença provisória de 2022.
A ordem de suspensão das emissões das duas estações de rádio é tema das conversas nas redes sociais de guineenses, com muitos a interpretarem a decisão como uma "medida tomada pelo Governo devido ao aproximar da campanha eleitoral" para as legislativas de 4 de junho.
Lusa
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