TAP, António Costa, Pedro Nuno Santos, Hugo Mendes, Alexandra Reis e etc., eis o coquetel perfeito da prova de embriaguez dos detentores de poderes que democraticamente foram entregues a uns que trouxeram consigo "outros amigos também" e que custam muitos milhões aos portugueses e a Portugal. Mais que o preço da fome que pagamos.
A inercia, a incompetência, o amiguismo, o partidarismo, as falcatruas, o conluio, o nepotismo e a corrupção estão à vista do pagode que se esmifra no dia a dia em troca de "dez mil reis mal coados", agora em euros que mal dão para comer e para pagar onde morar - a casa. Em muitos milhões de casos de famílias lusas assim acontece.
E dizem-se eles socialistas e/ou democratas, muito honestos e etc... Pobres coitados que afinal se miram a espelhos enganosos, tanto ou mais que eles. Uns estroinas oportunistas que usam o dinheiro dos outros desbragadamente com o maior dos descaramentos, a mostrar seus salpicos de imbecilidade no uso dos poderes que lhes foram confiados. Fica certo que os que tais poderes que lhes deram estão cada vez mais regados de arrependimentos. Dizem-se eles de esquerda mas efetivamente beneficiam a direita e os podres detentores de riqueza. Até nisso mentem aos outros e a eles próprios. O opróbrio é a sua condição resumida numa palavras que os define: políticos.
É disso que se trata na abertura e seguimentos do Expresso Curto que aqui lhe trazemos. A palavra nojo e respetivo sentimento repulsivo são eles que o estimulam e o transportam. A desonestidade de caracteres impera na política, nos políticos e suas lapas a que também chamam 'boys'... Estamos fartos, deles e das misérias que nos trazem sistematicamente - salvo raras excepções.
O Curto do Expresso a seguir, com votos de um bom dia... se conseguirmos tal tão atascados neste atoleiro Luso. Depois dos pulhas de Passos outros pulhas vieram e estão para durar. A porta está aberta para que pior mal venha a seguir. A não ser que... Onde param os tim-tins gentes?!
Bom dia e uma boa côdea para mitigar a fome de quase todos os portugueses famintos que labutam por dias melhores para o país e suas populações. Afinal uma miragem digna de um grande deserto de areias movediças...
O Curto para ler, a seguir.
MM | PG
O boy de mão
Vítor Matos, jornalista | Expressp (curto)
Bom dia!
Antes de mais um convite: Junte-se à Conversa com a equipa do Expresso, desta
vez sobre "Trump continua a agitar a política americana. Até
quando?". Quarta-feira, dia 12 de abril, às 14h00. Inscreva-se aqui.
É claro que problema não está nos rótulos - um boy e um homem de mão -, o
problema está no conteúdo da ação: Hugo Mendes, o ex-secretário de Estado
das Infraestruturas - o “cérebro” de Pedro Nuno Santos - que se
demitiu na sequência do caso da indemnização de Alexandra Reis, teve uma
intervenção ao longo de todo o caso que é um manual de tudo aquilo que não
se pode fazer. A Rita Dinis escreveu um texto - de leitura obrigatória para se perceber
isto tudo - sobre a atuação de Hugo Mendes durante o caso da TAP, como
ajudante de Pedro Nuno Santos, que não ajudou nada…
A atuação do ex-secretário de Estado destapa vícios que se ganham no poder
quando se está demasiado à vontade. A informalidade nas decisões: coisas sérias
decididas com a leveza de uma mensagem por Whatsapp. Sectarismo interno
que prejudica o regular funcionamento do Governo, quando dá a ordem à CEO da
TAP para não comunicar diretamente com as Finanças. A opacidade, a
ocultação e a mentira, quando tenta esconder até ao limite a questão da
indemnização. A falta de escrúpulos: quando participa na reunião para
elaborar uma resposta a um pedido do seu próprio gabinete. Ou o pior de tudo, a
total falta de ética e de sentido de serviço público e de Estado, com a
instrumentalização de uma empresa que está a custar €3,2 mil milhões de euros
aos portugueses para fins políticos: quando pede à CEO da TAP para mudar um voo
onde estará o sr. Presidente da República, porque o Governo não quer maçar o
sr. Presidente… Tudo mau. Ou “a bandalheira”, como escreveu Susana Peralta no “Público”.
O retrato não é bonito. Mas o problema é mais grave, como também aqui escreveu
o João Vieira Pereira esta semana no Expresso (“Meteram-se com a mulher errada”). Primeiro, porque tudo
o que fez o secretário de Estado não desresponsabiliza o ex-ministro Pedro Nuno
Santos - “o grande responsável”, segundo Marques Mendes no comentário
deste domingo - nem deixa de ser tema para o tal futuro em que deverá aparecer
como candidato a líder do PS, e por consequência a primeiro-ministro. Segundo,
porque nada nos garante que não seja este o modus operandi generalizado,
como aliás se viu com a polémica da reunião da CEO da TAP com membros do Governo e com um deputado que a ia
questionar… tudo muito questionável.
Marques Mendes ontem disse na SIC que, “em tempos
normais, o Governo teria sido demitido esta semana”.
Demorou uns dias, mas finalmente António Costa reagiu com dureza: referiu que "não conhecia" o email de Hugo Mendes para a CEO da TAP sobre o voo de Marcelo "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo, na hora". E acrescentou: “É gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas”.
E Marcelo Rebelo de Sousa? Isto é o sinal de “uma coisa patológica excecional” no funcionamento do Governo que poderia conduzir a uma dissolução?
OUTRAS NOTÍCIAS
Tensão na Formosa - Ao fim de mais uma semana em que a Marinha de Guerra chinesa fez exercícios militares com
munições reais junto a Taiwan, aumentando a tensão militar na região, os Estados
Unidos advertiram que a China poderá conquistar Taiwan “sem um só tiro”, se o
Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês), próximo de Pequim, vencer as eleições
presidenciais, em janeiro de 2024.
Macron e Xi - Recém-chegado da China, o Presidente francês concedeu uma entrevista ao jornal “Les Echos”, onde expressou dúvidas
relativamente à prioridade que a China dá à guerra na Ucrânia. “Talvez não seja
[uma prioridade]. Mas este diálogo permite moderar os comentários que ouvimos
sobre uma forma de complacência da China em relação à Rússia.”
Costa a Oriente - O primeiro-ministro parte hoje para uma visita de dois dias à Coreia do Sul, com uma agenda sobretudo económica. António Costa segue para
Seul acompanhado pelos ministros da Economia, António Costa Silva, da Ciência e
Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, e pelo
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André.
Violações na Ucrânia - “As violações sexuais são um padrão de tortura em
prisioneiros de guerra ucranianos e russos”, diz Matilda Bogner, chefe da
Missão dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia, em entrevista ao Expresso. A responsável explica a natureza
bárbara dos casos reportados pela Comissão Independente, que documenta padrões
comportamentais de violação aos direitos humanos e às convenções de direito
internacional desde que a Ucrânia foi invadida em larga escala
Nuclear mais perto de Kiev - A máquina de propaganda russa tem vários
pesos e medidas: Dimitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, criticou a reação
"histérica" dos Estados Unidos e dos aliados ao recentemente
anunciado acordo para a construção de silos para armas nucleares táticas na
Bielorrússia, aliada da Rússia. Porque será?
Abusos na Igreja - O cardeal patriarca Manuel Clemente, fez um balanço dos
dez anos à frente do Patriarcado de Lisboa, admitindo que a questão relativa
aos abusos de crianças e jovens por membros da Igreja Católica foi
para si um dos momentos mais difíceis. "Na Igreja e na sociedade
portuguesa este tipo de acontecimentos tão trágicos e tão negativos é para nós
uma preocupação. Mas pronto, temos que resolver a preocupação, apoiando quem
sofreu e resolvendo as coisas de maneira a que não se repitam", disse
ontem, junto à Sé de Lisboa, depois das celebrações pascais.
Papa pela Paz - Uma semana depois de ter estado internado com complicações
pulmonares o Papa Francisco participou nas celebrações pascais do Vaticano, como era
sua intenção, e na benção urbi et orbi não só pediu Paz para o povo
ucraniano, como para o Médio Oriente.
Mortes na estrada - Até ontem à noite, a Operação Páscoa da GNR contabilizava 13 vítimas
mortais nas estradas portuguesas nos últimos dias, sobretudo devido a excesso
de velocidade e consumo de álcool.
Três trincas de Trincão - Depois de o FC Porto ter derrotado o Benfica na
Luz, o Sporting suou para vencer o Casa Pia no Jamor. Com um hat-trick do
canhoto, os leões voltaram às vitórias com um eletrizante 4-3 contra
o Casa Pia. Trincão marcou logo aos 17 segundos, mas a instabilidade defensiva
do Sporting foi dando vida ao adversário, que jogou com 10 desde os 64 minutos.
Podcast Ventura - Pode ouvir aqui o 5º episódio de Entre Deus e o Diabo,
sobre o percurso de André Ventura. Primeiro, como escritor, em que se disse
alvo de ameaças de islâmicos, que mais ninguém confirma. E depois como
comentador: Octávio Ribeiro, ex-diretor do “CM” e da CMTV, admite: “Nós criámos
esta figura.”
FRASES
“De uma boa política de migrações depende a manutenção das nossas democracias.”
Ana Catarina Mendes, ministra-adjunta, em entrevista ao “Público”
“Christine Ourmières-Widener não explica porque resolveu afastar Alexandra Reis
e Alexandra Reis não esclarece as circunstâncias da sua passagem da TAP para a
NAV. As duas obviamente detestam-se. O problema é que o rancor visceral que
mutuamente destilam custa milhões aos portugueses.”
Helena Matos, colunista do “Observador”
“A situação é inadmissível: o último garante da Constituição é composto por dez
juízes legítimos e por três que estão fora de prazo.”
Luís Aguiar-Conraria, economista, colunista do Expresso
SUGESTÕES DE PODCASTS (da equipa
multimédia do Expresso)
No
seu habitual espaço de comentário na SIC, ao domingo à noite, Luís Marques
Mendes foi muito duro para com os socialistas e o Governo de António Costa. E
disse mesmo que as recentes revelações na Comissão Parlamentar de Inquérito à
TAP são “o grau zero da política”. O comentário de domingo à noite com Luís
Marques Mendes pode ser ouvido aqui.
No
CEO é o Limite, a entrevistada é o rosto do Bank of America para os
negócios no sector da energia que envolvem países lusófonos, Francisca
Albarran-Bonde. Aos 29 anos, já chegou à vice-presidência da instituição
financeira. Oiça esta conversa sobre o caminho até ao topo, a resiliência
necessária para lá conseguir ficar e o sol, as saudades que sente do sol.
Recue
até sexta-feira e oiça o Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer. Há
reuniões secretas, preparação de testemunhas, troca de acusações, emails e
ésseémeésses. A inquirição à crise na TAP fez do caso um folhetim que está a
expor zonas de sombra perigosas nas relações da tutela política com a
administração da empresa pública. Oiça
ainda os livros que Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia, Carlos Vaz
Marques e João Miguel Tavares sugerem esta semana.
O QUE ANDO A LER
O livro da minha colega Ana França, “ali está o Taras Shevhenko com um tiro na cabeça diário da
Ucrânia”, dá-nos assim uma sensação mista: uma escrita maravilhosa, uma
bela forma de contar as histórias através de um diário, com a repórter na
primeira pessoa, dá pois prazer ler um livro assim, mas é um livro cujas
histórias tão bem contadas preferia não estar a ler. Ou a ler com este misto de
avidez e gosto.
A Ana França é das jornalistas com mais tempo de Ucrânia, e este livro começa
com o fim das férias dela em Trieste, com um telefonema do diretor do Expresso.
E a ida para a fria Ucrânia, a 24 de fevereiro, com uns frios ténis Vans nos
pés (ela escreve sapatilhas, como se diz no norte)… Cada entrada do diário no
livro lançado na passada quinta-feira, é acompanhado por um número
impressionante: o número dos refugiados a aumentar a cada dia. No inicio eram
179.525. No fim do livro, a 5 de maio, chegavam a 5.728.388.
Aqui importam não são só as histórias de guerra, mas também as reflexões e o
que vai passando pela cabeça da repórter. Como as deambulações sobre a guerra
na Síria, onde ela não esteve, e sobre onde os jornalistas devem estar:
“Atualmente, não vejo jornalismo possível nos territórios ocupados pela Rússia,
mas pergunto-me se, mesmo estando num local totalmente controlado pelos russos,
não é melhor estar que não estar”.
Ou então as coisas mesmo chocantes: “Ver buracos de balas nos olhos de outro
ser humano” já não é “incomum aqui”. Estava em Bucha. “Quem é que nos prepara
para coisas destas?” É para sabermos que não estamos preparados para coisas
destas, que pessoas como a Ana amam a sua profissão com a missão de nos
mostrarem “coisas destas”, que nós preferíamos não ver. Ou não ler. Mas que são
de leitura obrigatória.
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