Nota em PG - Mãe Rússia (em russo: Россия-Матушка, transliterado como Rossiya-Matushka, literalmente "Mamãe/Mãezinha Rússia") é uma personificação nacional da Rússia, aparecendo em cartazes patrióticos, estátuas etc. No período soviético, o termo Pátria mãe (Родина-Мать, Rodina-Mat) foi preferido, como representando a multiétnica União Soviética; por outro lado, há uma clara semelhança entre a figura de pré-1917 e a figura soviética, especialmente como representada durante e na consequência da Frente Oriental da Segunda Guerra Mundial. – Wikipedia
Matushka Rossiya
Pedro Candeias, editor de sociedade | Expresso (curto)
Bom dia,
Antes de mais dois convites: quarta-feira, dia 28 de junho, às 14h00, Junte-se
à Conversa com David Dinis, Susana Frexes e Rita Dinis. Desta vez sobre se
“Costa vai, Costa fica?”. Inscreva-se aqui. Quinta-feira, dia 29 de junho, às 12h00, irá
realizar-se mais um “Visitas à redação”, exclusivo para assinantes. Inscreva-se
através do mail producaoclubeexpresso@expresso.impresa.pt e venha
conhecer o seu jornal.
Agora, sim:
Há variadíssimas formas de se morrer, especialmente quando a morte chega a
um dissidente russo. Pode acontecer ser envenenado numa maçaneta de uma porta,
num chá ou ainda com uma picada de um chapéu de chuva, tal como pode suceder
cair acidentalmente de uma janela de um prédio ou de uma montanha
durante uma caminhada. O suicídio com uma bala ou uma corda devidamente
contextualizado por uma nota também é uma hipótese válida. A “The Atlantic”
chama-lhe “A Síndrome da Morte Súbita Russa” neste artigo que
revisita os falecimentos suspeitos de estarem ligados ao longo braço do Kremlin
- há quem acredite que Yevgeny Prigozhin possa um dia figurar nessa lista, porque Vladimir Putin não esquece, nem perdoa.
Ao desafiar abertamente o apparatchik, ao criticar publicamente o presidente e
o ministro da defesa russos, e sobretudo ao tomar Rostov e ao sugerir uma
tomada de Moscovo, Prigozhin ensaiou um golpe de estado arriscadíssimo. Só que o
movimento foi desqualificado de rebelião para motim e, num esfregar de olhos,
cessou tão rapidamente como tinha começado: durou menos de um dia, provocou 20
mortes e um sem número de análises díspares, que variam entre as “fissuras” internas no governo de Putin à tranquilidade no Kremlin.
Tão estranho e tão inverosímil que levou até à teoria de que tudo isto não terá
passado de uma encenação para levar os supostos traidores de Vladimir a saírem da obscuridade. É um ponto
de vista legítimo? Talvez, porque o que se sabe sobre aquelas tensas horas é,
na verdade, residual.
OUTRAS NOTÍCIAS
Ao lado. Então, parece que o nome de António Costa andou a descolar
da portugalidade e foi novamente disparado para Bruxelas. Os elogios de Roberta
Metsola ao primeiro-ministro relançaram um debate que Marcelo Rebelo de Sousa havia matado à nascença: se
Costa saísse antes do fim da legislatura, o PR premia o botão da bomba atómica.
O próprio PM enterra o assunto em declarações ao Público: “Alguma vez eu poria em causa a
estabilidade que tão dificilmente conquistei?”.
Em alta. A nossa economia está a abrandar? Os indicadores dizem que sim. O
nosso país vai crescer? As previsões também dizem que sim. Então em que
ficamos? Numa encruzilhada, responderia o senso-comum, mas há uma explicação
para esta contradição: a comparação homóloga.
Vertical. O arquiteto Siza Vieira cumpriu 90 anos no domingo ehá um documentário realizado por Augusto Custódio que celebra a sua vida e obra, uma
expressão comum para um homem incomum. Recupere esta entrevista no podcast do Expresso “A Beleza das Pequenas
Coisas”, feita quando estava a um mês do 89.º aniversário. Ouvirá
praticamente tudo, na medida do possível.
Queda. Os nómadas digitais começam a duvidar do paraíso lisboeta. Dizem
que a cidade é cara e suja, que tem maus serviços e que os seus habitantes hostilizam o turismo.
Quente. Acha que está calor? Pense melhor: as altas temperaturas vão continuar e estes mapas são
particularmente esclarecedores sobre o clima de canícula que vamos todos sentir nos próximos dias
Lento. E acha a Justiça portuguesa incompreensível? Estes advogados, procuradores e juízes têm a mesma opinião. Vai
daí, organizaram-se e assinaram uma carta aberta a pedir celeridade, economia e
simplicidade nas palavras.
Pesado. As autoridades já apreenderam 41 toneladas de drogas este ano; em
2022, confiscaram 42. Numa análise mais fina, foi assim até agora: “Onze
toneladas de cocaína, 30 toneladas de haxixe e quantidades menores de outros
tipos de drogas”, informa a Polícia Judiciária.
FRASES
“Não basta ajudá-los na fase de desembarque, mas devemos seguir as suas
trajetórias para lhes garantir um futuro melhor” Paola de Roberto,
conselheira par as Políticas Sociais de Salerno (Itália), depois de um resgate de 62 menores no Mediterrâneo
“A oposição só quer discutir 'fait divers', casos e casinhos” António
Costa, criticando Luís Montenegro sobre a (não) descida do IRS
“Em Portugal compra-se uma garrafa pelo preço de um copo de vinho cá [EUA]” Ou
porque a classe média norte-americana quer viver deste lado do
Atlântico
“Se jogava ao domingo, no sábado não fazia noitada, mas na sexta, após o
treino, ia para as discotecas. Não me coibi de nada disso” A
ex-futebolista Edite Fernandes, em entrevista à Tribuna
O QUE ANDO A LER
“Contos plausíveis”, de Carlos Drummond de Andrade (Tinta da China)
Abrindo aleatoriamente o livro, calhou-me o “Experiência”, uma curta história
sobre um arcipreste “temente a Deus” e descrente no Diabo. Ora bem, a fé
do eclesiástico no primeiro e a total ausência de medo do segundo fazem dele um
homem destemido, ao ponto de atravessar zona problemática sem quaisquer receios
das investidas dos meliantes ou do brandir de “cassetetes eletrificados” de
polícias. Até que uma certa vez uma “ciclista ruiva” o abalroa e ele vai parar
ao hospital, onde lá fica durante três meses. Quando estava para lhe ser dada
“alta”, uma “estranha senhora de olhos gateados e cabelos ruivos” entregou-lhe
“um ramo de flores” e disse-lhe: “Daqui por diante o senhor pode continuar
duvidando da existência dele, mas já tem motivo para acreditar pelo menos na
existência da mulher dele”.
Os “Contos Plausíveis” de Carlos Drummond de Andrade são breves, deliciosos,
bem-humorados, carregados de ironia e leves como só como os escritores
brasileiros sabem ser. Uma edição de 198 páginas que podem ser lidos de
uma vez só ou escolhendo-os como chocolates numa caixa de bombons.
PODCASTS A NÃO PERDER
Quem é Yevgeni Prigozhin? Na
noite de 23 para 24 de junho de 2023, precisamente 16 meses após o início da
invasão da Ucrânia pela Rússia, um homem instrumental nessa agressão
revoltou-se contra o Kremlin. Depois de ter feito inúmeras críticas aos comandos
militares e ao Governo russos, Yevgeni Prigozhin anunciou ter entrado no país
pela fronteira sul e que pretendia avançar até Moscovo, prenunciando a queda de
Vladimir Putin. Ouça este extra de O Mundo a Seus Pés
A falta de explicações convincentes para a escala de Costa, a razão de Galamba
e o trabalho desumano dos ilegais. Miguel Sousa Tavares de Viva Voz destaca dois temas
principais na crónica semanal nesta conversa com Paula Santos
Quando milhares de portugueses foram para a rua gritar “que se lixe a troika”.
Neste episódio do Liberdade Para Pensar recua-se até 2012, ano em que, a
15 de setembro, centenas de milhares de portugueses saíram à rua num gigantesco
protesto em uníssono contra a austeridade imposta pela troika e pelo Governo
chefiado por Pedro Passos Coelho. Cristina Figueiredo conversa com Miguel Relvas
Por hoje é tudo. Mantenha-se fresco, hidratado e protegido, e acompanhe-nos no Expresso.
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