Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil
Há um ditado chinês que diz que
quem começa o problema deve acabar com ele. O contato militar entre
militares EUA-China deve agora ser um exemplo típico disso.
Quando perguntado em uma entrevista recente à CNN se os EUA deveriam suspender
as sanções contra o ministro da Defesa chinês para aliviar as tensões, Blinken
respondeu que essas sanções não impedem o ministro da Defesa chinês de se
envolver com os EUA, nem impedem os EUA de se envolver com ele, e “é uma
decisão política para a China decidir se ele deve ou não se envolver”.
Os EUA estão mais uma vez transferindo a culpa. Blinken se recusa a
declarar publicamente se as sanções contra o ministro da Defesa chinês serão
suspensas, mas, em vez disso, transferiu a responsabilidade dos contatos
militares entre a China e os EUA para a China. Os chefes de defesa da
China e dos EUA ainda não realizaram uma reunião até agora, e os EUA reclamam
disso, mas as razões específicas devem ser claras para os EUA: os EUA ainda não
suspenderam suas sanções ilegais contra o ministro da defesa chinês, o que
criou uma falta de atmosfera básica para o diálogo militar entre os dois
países.
Se os EUA realmente desejam retomar os contatos militares normais e se envolver
com a China, como afirmam, não deveriam agir da maneira atual. Os EUA não
deveriam pelo menos suspender as sanções antes de exigir a retomada das trocas
militares de alto nível? É evidente que não há sinceridade quando alguém
exige uma conversa enquanto acena com um taco na mão como uma ameaça. Tal
comportamento só pode ser descrito como "bullying".
Como podemos esperar um diálogo justo e igualitário entre um país que impõe
sanções e aquele que está sendo sancionado? Além disso, as sanções
impostas são infundadas e carecem de qualquer justificação.
Ao longo dos anos de relações tensas China-EUA, são principalmente os EUA que impuseram sanções, tomaram ações provocativas e intensificaram as tensões, enquanto a China apenas respondeu com contra-medidas ou rejeitou o compromisso. Uma vez que os Estados Unidos são o lado provocador, certamente são os Estados Unidos os principais culpados. Se os EUA realmente desejam restaurar as trocas militares normais com a China, devem primeiro parar de culpar a China por suas próprias responsabilidades e refletir seriamente se seu próprio comportamento demonstrou respeito suficiente pela China.
O diálogo não pode ser sem princípios, e a comunicação não pode ser sem resultados. As dificuldades enfrentadas nos atuais intercâmbios militares são de inteira responsabilidade do lado norte-americano. Por um lado, o lado dos EUA enfatiza constantemente a necessidade de fortalecer a comunicação, mas, por outro lado, desconsidera as preocupações da China e cria obstáculos deliberadamente, minando seriamente a confiança mútua entre os dois militares. Esta não é a atitude que deve ser adotada para a comunicação. O lado norte-americano deve demonstrar sinceridade e corrigir seus erros por meio de ações práticas, a fim de criar as condições necessárias e um clima adequado para a comunicação e o intercâmbio entre os dois lados.
Imagem: China EUA Ilustração: Liu Rui
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