segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Tremeliques? Em Portugal todos somos mouros e trabalhamos como mouros

Inicio de semana. Segunda-Feira 11 de Setembro, marco histórico no Chile em 1973, golpe de estado e chacinas ao desbarato recheado de crimes de ódio e contra a humanidade num estado de direito e democrático reconhecido pelo mundo. Golpe com assinatura dos EUA pelos seus jagunços criminosos da CIA. A América Latina ficou mais pobre de gente que foi chacinada naquele país. Augusto Pinochet foi o militar-general assassino que serviu que nem luva por medida às ordens e ações perpetradas em consonância pelos criminosos dos estrategas dos EUA. Assim se manteve como ditador por cerca de vinte anos para depois fugir e se abrigar em Inglaterra sob as saias da não menos conservadora-fascista Margaret Tatcher, então primeira-ministra inglesa. Passado anos ali morreu o sanguinário ditador chileno, no abrigo da pseudo-democracia tatcheriana. Sobre o que aconteceu teríamos muitos milhares de palavras a escrever. Não o faremos, mas convidamos que pesquisem. Basta acrescentar que naquele golpe em 1973 o presidente legítimo e eleito pelos chilenos, Salvador Allende foi assassinado no palácio presidencial La Muneda por bombardeamento de aviões do general assassino  Pinochet com a sugestão e luz verde dos mentores dos EUA. Era a “democracia” a funcionar. Naquele país tal como em muitos outros na América latina e no mundo. 

Fazendo um ponto de ordem regressemos à presente atualidade e ao terrível tremor de terra em Marrocos, ocorrido na passada sexta-feira à noite. Os mortos são aos milhares e os feridos em estado grave também. A contagem desses números de vitimados ainda têm muito para subir. Até aos quatro mil ou muito mais.

Não passou por estranho que o rei de Marrocos, a viver no seu palácios em Paris demorasse cerca de 20 horas para se decidir a voar para o país que diz ser o seu reino. Moamede VI, de seu título, está-se nas tintas para o seu povo e para o seu país. Já o sabíamos, assim como quem acompanha o anafado e esbanjador rei não desconhece as suas constantes estadas em Paris e no miolo dos luxos e putrefações habituais que o caracterizam. Marrocos e os marroquinos servem para ele acumular fortuna surripiada por via da exploração do país e dos plebeus. Nada mais que isso.

O Curto do Expresso dedica palavras sobre a catástrofe provocada pelo sismo e aumentada pelo reinado carrasco, pela extrema pobreza e abandono dos mais pobres dos pobres em Marrocos.

Portugal a tiritar na Calha

É sabido que o sismo e tsunami ocorrido em 1775, principalmente na região de Lisboa e arredores, teve toda a ligação com Marrocos, nesse tempo. Suas placas e falhas geológicas são como uma família que nos ameaça e que um dia nos visitarão a sério e com toda a força. Lisboa será então vítima igual ou muito superior ao ocorrido em 1775. Mas lá por isso não estamos, em Portugal, preparados para estabelecermos a efetivação das medidas que mitiguem devidamente os resultados catastróficos que serão gerados pela força da natureza. Existem algumas regras na construção de edifícios desde há cerca de três décadas, mas na realidade não existe fiscalização na construção. Obviamente que, assim sendo, não é difícil perceber que os construtores estão-se borrifando para cumprir as regras que lhes impliquem mais despesas. A ganância e o lucro é rei – tal como Moamede VI. A displicência é a mãe da catástrofe que nos virá visitar em Portugal. Os carrascos são os políticos. Todos deles, do passado e do presente. Para além dos construtores, engenheiros, arquitetos e afins. Quem não sabe isso?

Milhões dos gentios têm conhecimento, além dos da alta e tantas vezes esclavagistas da sociedade lusa. Todos confiam em Fátima ou nos partidos e correlativos políticos que preferem sem saberem bem porque razão. Talvez devido às falsas promessas e à “apregoada banha da cobra” que proferem e preferem doutamente para melhor trapacear os plebeus que exploram rodeados dos seus séquitos de grandes empresários e ultra milionários vigaristas donos disto tudo. Tal qual Moamede VI…

Afinal também somos mouros, marroquinos. Bem dizia assim o presidente do F. C. Porto, Pinto da Costa – não por isso mas sim porque ele prefere discursos e pronunciações de ódio no futebol. 

Sim. Todos somos mouros e trabalhamos que nem mouros por salários indignos, por condições de trabalho indignas, com passados, presentes e futuros de pobreza imposta, avassaladora, etc.

Vamos longos nesta abertura o do Curto do tio Balsemão Bilderberg. Haja Moamedes VI e que se lixem os tremeliques do planeta Terra!

MM | Redação PG

Quando a terra treme e ninguém consegue adivinhar

Isabel Leiria, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

Antes de mais um convite: esta quarta-feira, dia 13, às 14h00, volta o "Junte-se à Conversa" com João Vieira Pereira, Eunice Lourenço e David Dinis, onde iremos falar sobre se "As novas medidas chegam para segurar os jovens?". Inscreva-se aqui.

Como em quase todas as catástrofes naturais, este é um balanço que vai sendo atualizado ao dia. E às primeiras horas desta segunda-feira, o número de mortes provocadas pelo sismo de 6,8 na escala de Richter que na sexta-feira à noite abalou a região de Marraquexe e do Alto Atlas, em Marrocos, ia em mais de 2100, fazendo deste tremor de terra o mais mortífero desde 1960 naquele país. Feridos são mais de 2400, muitos em estado grave. Quanto à destruição material, as contas estão por fazer, à medida que se avaliam estragos e as equipas avançam pelas montanhas e pelas aldeias mais recônditas, à procura de vítimas e de quem precisa de ajuda. Faltam medicamentos, comida e rede telefónica.

Os enviados do Expresso a Marrocos dão conta da destruição e do medo que se viveram nas 24 horas seguintes ao abalo na praça de Jemma el-Fnaa, a mais famosa de Maraquexe, e em frente à Koutoubia, a maior mesquita da cidade e cujo minarete de 69 metros de altura tremeu, mas que se manteve firmemente de pé, ainda que com estragos que falta avaliar. Entretanto, já chegaram a Portugal a bordo de um avião militar da Força Aérea 102 cidadãos nacionais que quiseram sair do país, incluindo os dois feridos ligeiros (um pai e uma criança) que foram transferidos para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Vários países e organizações prontificaram-se a oferecer ajuda, mas o Governo de Marrocos fez saber que “nesta fase” apenas aceita as ofertas de quatro países - Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos – para o envio de equipas de busca e salvamento e evitar problemas de “falta de coordenação”. Pode acompanhar todos os desenvolvimentos da situação em Marrocos aqui.

A última vez que a Terra tremeu de forma tão devastadora foi a 6 fevereiro deste ano, quando um terramoto de 7,8 de magnitude matou mais de 21.600 pessoas no sul da Turquia e norte da Síria. A próxima ninguém consegue antecipar. Em Lisboa, no hall da entrada do Centro do Terramoto de Lisboa - museu dedicado ao sismo de 1755 e ao tsunami e incêndios que arrasaram então a cidade – resume-se numa frase escrita na parede o que se pode saber: “Que o próximo sismo irá acontecer, é certo. Só não sabemos quando”. Mas sabemos, isso sim, como as construções podem evitar males maiores e os comportamentos que devem ser adotados em caso de sismo. Baixar, proteger e aguardar são as três palavras de ordem.

Outras notícias

A sentença de Rui Pinto O mais famoso hacker português, ou denunciante na versão que a sua defesa foi apresentando em julgamento, deverá conhecer hoje a sua sentença. Rui Pinto, um dos autores do blogue Football Leaks, lançado em 2015 e que expôs documentos relativos a negócios realizados por Benfica, Sporting ou o fundo Doyen, viveu os últimos três anos sob proteção policial em localização desconhecida. Acusado de 90 crimes, a maioria de acesso indevido a documentos, Rui Pinto, hoje com 34 anos, foi detido em Budapeste em 2019 e tem colaborado entretanto com a PJ, ajudando as autoridades portuguesas a tratar a informação dos discos rígidos que lhes foram apreendidos, em busca de indícios de crimes para novas investigações, dentro e fora do futebol. A leitura da sentença está marcada para as 14h30, no Campus da Justiça.

Os vencedores do US Open e um cheque de três milhões Novak Djokovic na competição masculina e a norte-americana de 19 anos Coco Gauff no quadro feminino foram os vencedores da edição deste ano do US Open. Ao vencer Daniil Medvedev em três sets e pouco mais de três horas, o sérvio, de 36 anos, conseguiu a proeza de conquistar o 24º título em competições do Grand Slam, igualando o recorde que pertencia apenas à ex-jogadora de ténis australiana Margaret Court. Djokovic já tinha vencido este ano o Open da Austrália e Roland Garros e voltará agora a ascender à liderança do ranking. .Já Coco Gauff derrotou Aryna Sabalenka por 2 sets a um, não impedindo, no entanto, que a bielorussa seja a partir desta segunda-feira a nova número 1 do ranking ATP. Cada um dos vencedores levou para casa um cheque de três milhões de dólares, naquele que foi o primeiro grande torneio de ténis a garantir que homens e mulheres recebiam o mesmo. É assim desde 1973, graças à luta da ex-tenista Billie Jean King, presente na entrega dos prémios no gigante Arthur Ash Stadium e que mereceu um agradecimento especial de Coco Gauff.

A demissão de Rubiales e a “coisa mais inteligente a fazer” O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol anunciou no domingo a sua demissão do cargo, três semanas após o início da polémica causada pelo beijo que deu à jogadora Jennifer Hermoso, no final do Campeonato do Mundo Feminino de Futebol e em que a seleção espanhola se sagrou campeã. Luis Rubiales, entretanto acusado pelo Ministério Público espanhol por agressão sexual e coação devido ao beijo sem consentimento, declarou que teve de aturar “muito nestas três semanas” e que aquela era a “coisa mais inteligente a fazer”.

O regresso às aulas Entre terça e sexta-feira, mais de um milhão de alunos regressam às escolas para mais um arranque de ano letivo que promete dar que falar. Os protestos dos professores também vão voltar e as dificuldades para encontrar docentes que assegurem as substituições de quem se reforma ou entra de baixa vão fazer com que milhares de alunos, sobretudo em escolas de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, fiquem sem aulas a algumas disciplinas, durante semanas ou mesmo meses, como já aconteceu nos últimos anos. O ministro da Educação garante que várias medidas já foram tomadas e que outras estão em preparação, como a disponibilização de mais casas com rendas acessíveis para professores. Neste momento, a oferta de habitação específica para professores deslocados resume-se a 15 apartamentos em Lisboa e 14 em Portimão.

Mestrados portugueses em Gestão no topo Todos os anos, o jornal Financial Times elabora vários rankings relativos a formações superiores dadas nas escolas de negócios espalhadas pelo mundo. E todos os anos há instituições portuguesas a aparecerem nos lugares cimeiros. No caso dos mestrados em Gestão, a Nova SBE lidera a lista, apresentando a 15ª melhor formação do mundo para o FT. Católica e ISCTE também figuram no ranking.

O sobe e desce dos preços O gasóleo sobe esta semana, enquanto o preço da gasolina deve registar uma ligeiríssima descida. E se está à procura de poupanças na fatura da energia, leia aqui quais são as melhores ofertas de eletricidade e gás, sabendo que vai haver mexidas nos preços em outubro.

Eleições na Madeira A campanha para as eleições legislativas da Madeira, marcadas para dia 24 deste mês, começou este domingo. Um total de duas coligações (PSD/CDS e CDU) e 11 partidos concorrem a 47 lugares no parlamento regional. Nas últimas eleições, em 2019, os sociais-democratas, liderados pelo atual presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, perderam pela primeira vez a maioria absoluta.

Futebol e futsal A seleção portuguesa defronta o Luxemburgo esta segunda-feira às 19.45, no Estádio do Algarve, na sexta jornada do apuramento para o Europeu de 2024. Nas outras cinco, venceu sempre. No futsal, Portugal sagrou-se campeão europeu de sub19 pela primeira vez, vencendo a Espanha na final.

Frases

Teodora Cardoso “representou e continuará a representar um referencial de seriedade, rigor e exigência não só para economistas, como para todos os envolvidos no desenho e implementação de políticas públicas”, nota emitida pelo Ministério das Finanças, relativa à economista que foi a primeira mulher administradora do Banco de Portugal e que liderou e fundou o Conselho de Finanças Públicas. Morreu este sábado, em Lisboa, aos 81 anos.

“Somos um exemplo duplo de estabilidade política e institucional, com altos e baixos, mas isso é a democracia. Não podemos querer a democracia e ter tiques de ditadura”, Marcelo Rebelo de Sousa, ao lado de António Costa, em Alcáçovas, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Houve sorrisos, cravos, cante alentejano, chocalhos e novamente silêncios .

“Obrigado a quem não acreditou em mim. Achavam que estavam a meter água no meu fogo, mas só meteram gasolina”, Coco Gauff, no discurso de vitória do US Open, referindo-se às várias vozes que disseram que a tenista norte-americana nunca conseguiria ir muito longe.

O que ando a ouvir

Caetano Veloso, Meu Coco

Maravilhoso Caetano Veloso, aos 81 anos, naquela que poderá ser a sua última digressão fora do Brasil. Depois de dois espetáculos esgotados em Lisboa, volta hoje a atuar na capital, para depois seguir para o Porto, onde dará mais dois concertos. No alinhamento, impecavelmente cantado e tocado pelos cincos músicos que o acompanham, Caetano percorre toda a sua carreira, integrando temas incontornáveis como “Sampa”, “Menino do Rio”, “Reconvexo” ou “Leãozinho” até às músicas mais recentes do seu último álbum, lançado em 2021 e que dá o nome à digressão.

O que ando a ler

Terra Americana, de Jeanine Cummins

O livro da escritora norte-americana narra a fuga desesperada de uma mãe, dona de uma livraria em Acapulco, no México, e do filho, de 8 anos, desde aquela cidade mexicana até aos Estados Unidos, depois de terem escapado ao assassinato de 16 membros da sua família, às mãos de um cartel de droga. Ao longo de mais de 2500 quilómetros, em carrinhas, a pé ou em cima das carruagens do comboio de mercadorias conhecido entre os que o usam para atravessar o México como “A Besta”, Lydia, Luca e centenas de outros migrantes com quem se cruzam tentam escapar à morte, aos roubos, às detenções e às violações para chegar em segurança ao país onde esperam encontrar uma vida mais segura, mas nem sempre mais fácil.

Cummins, neta de uma porto-riquenha que emigrou para os Estados Unidos na década de 40 e que se casou com um imigrante sem documentos, faz questão de explicar numa nota final o que a levou a debruçar-se sobre esta realidade. Em 2017, quando terminou de escrever o livro, as estatísticas oficiais (as reais seriam seguramente superiores) indicavam que a cada hora e meia morria um migrante no Mediterrâneo, na América Central ou no Corno de África. Mas além dos números, era todo o discurso público em torno da imigração que também a indignava. “Fiquei chocada como os migrantes latinos eram caracterizados nesse discurso público. Na pior das hipóteses, vemo-los como uma turba invasora de criminosos que vêm roubar-nos os nossos recursos e, na melhor das hipóteses, como uma espécie de multidão impotente, pobre e anónima, clamando por ajuda à nossa porta. Raramente consideramos essas pessoas seres humanos como nós.”

O livro, que mistura dados reais com personagens ficcionadas, é um retrato cruel e violento da fuga desses migrantes que “sonham” com a oportunidade de ter uma vida melhor.

Este Expresso Curto fica por aqui, com votos de uma boa semana para si.

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