Inicio de semana. Segunda-Feira
11 de Setembro, marco histórico no Chile em 1973, golpe de estado e chacinas ao
desbarato recheado de crimes de ódio e contra a humanidade num estado de
direito e democrático reconhecido pelo mundo. Golpe com assinatura dos EUA
pelos seus jagunços criminosos da CIA. A América Latina ficou mais pobre de
gente que foi chacinada naquele país. Augusto Pinochet foi o militar-general
assassino que serviu que nem luva por medida às ordens e ações perpetradas em
consonância pelos criminosos dos estrategas dos EUA. Assim se manteve como
ditador por cerca de vinte anos para depois fugir e se abrigar em Inglaterra
sob as saias da não menos conservadora-fascista Margaret Tatcher, então primeira-ministra
inglesa. Passado anos ali morreu o sanguinário ditador chileno, no abrigo da
pseudo-democracia tatcheriana. Sobre o que aconteceu teríamos muitos milhares
de palavras a escrever. Não o faremos, mas convidamos que pesquisem. Basta
acrescentar que naquele golpe em 1973 o presidente legítimo e eleito pelos
chilenos, Salvador Allende foi assassinado no palácio presidencial
Fazendo um ponto de ordem regressemos à presente atualidade e ao terrível tremor de terra em Marrocos, ocorrido na passada sexta-feira à noite. Os mortos são aos milhares e os feridos em estado grave também. A contagem desses números de vitimados ainda têm muito para subir. Até aos quatro mil ou muito mais.
Não passou por estranho que o rei de Marrocos, a viver no seu palácios em Paris demorasse cerca de 20 horas para se decidir a voar para o país que diz ser o seu reino. Moamede VI, de seu título, está-se nas tintas para o seu povo e para o seu país. Já o sabíamos, assim como quem acompanha o anafado e esbanjador rei não desconhece as suas constantes estadas em Paris e no miolo dos luxos e putrefações habituais que o caracterizam. Marrocos e os marroquinos servem para ele acumular fortuna surripiada por via da exploração do país e dos plebeus. Nada mais que isso.
O Curto do Expresso dedica palavras sobre a catástrofe provocada pelo sismo e aumentada pelo reinado carrasco, pela extrema pobreza e abandono dos mais pobres dos pobres em Marrocos.
Portugal a tiritar na Calha
É sabido que o sismo e tsunami
ocorrido em 1775, principalmente na região de Lisboa e arredores, teve toda a
ligação com Marrocos, nesse tempo. Suas placas e falhas geológicas são como uma
família que nos ameaça e que um dia nos visitarão a sério e com toda a força.
Lisboa será então vítima igual ou muito superior ao ocorrido em 1775. Mas lá
por isso não estamos, em Portugal, preparados para estabelecermos a efetivação
das medidas que mitiguem devidamente os resultados catastróficos que serão
gerados pela força da natureza. Existem algumas regras na construção de edifícios
desde há cerca de três décadas, mas na realidade não existe fiscalização na
construção. Obviamente que, assim sendo, não é difícil perceber que os
construtores estão-se borrifando para cumprir as regras que lhes impliquem mais
despesas. A ganância e o lucro é rei – tal como Moamede VI. A displicência é a
mãe da catástrofe que nos virá visitar
Milhões dos gentios têm conhecimento, além dos da alta e tantas vezes esclavagistas da sociedade lusa. Todos confiam em Fátima ou nos partidos e correlativos políticos que preferem sem saberem bem porque razão. Talvez devido às falsas promessas e à “apregoada banha da cobra” que proferem e preferem doutamente para melhor trapacear os plebeus que exploram rodeados dos seus séquitos de grandes empresários e ultra milionários vigaristas donos disto tudo. Tal qual Moamede VI…
Afinal também somos mouros, marroquinos. Bem dizia assim o presidente do F. C. Porto, Pinto da Costa – não por isso mas sim porque ele prefere discursos e pronunciações de ódio no futebol.
Sim. Todos somos mouros e trabalhamos que nem mouros por salários indignos, por condições de trabalho indignas, com passados, presentes e futuros de pobreza imposta, avassaladora, etc.
Vamos longos nesta abertura o do Curto do tio Balsemão Bilderberg. Haja Moamedes VI e que se lixem os tremeliques do planeta Terra!
MM | Redação PG
Quando a terra treme e ninguém consegue adivinhar
Isabel Leiria, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia,
Antes de mais um convite: esta quarta-feira, dia 13, às 14h00, volta o
"Junte-se à Conversa" com João Vieira Pereira, Eunice Lourenço e
David Dinis, onde iremos falar sobre se "As novas medidas chegam para
segurar os jovens?". Inscreva-se aqui.
Como em quase todas as catástrofes naturais, este é um balanço que vai sendo
atualizado ao dia. E às primeiras horas desta segunda-feira, o número de
mortes provocadas pelo sismo de 6,8 na escala de Richter que na sexta-feira à
noite abalou a região de Marraquexe e do Alto Atlas, em Marrocos, ia em mais de
2100, fazendo deste tremor de terra o mais mortífero desde 1960 naquele país.
Feridos são mais de 2400, muitos em estado grave. Quanto à destruição material,
as contas estão por fazer, à medida que se avaliam estragos e as equipas avançam pelas montanhas e pelas aldeias mais
recônditas, à procura de vítimas e de quem precisa de ajuda. Faltam medicamentos,
comida e rede telefónica.
Os enviados do Expresso a Marrocos dão conta da destruição e do medo que se viveram nas 24 horas seguintes ao
abalo na praça de Jemma el-Fnaa, a mais famosa de Maraquexe, e em frente à
Koutoubia, a maior mesquita da cidade e cujo minarete de
Vários países e organizações prontificaram-se a oferecer ajuda, mas o Governo de Marrocos fez saber que “nesta fase” apenas aceita
as ofertas de quatro países - Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes
Unidos – para o envio de equipas de busca e salvamento e evitar
problemas de “falta de coordenação”. Pode acompanhar todos os desenvolvimentos da situação em Marrocos aqui.
A última vez que a Terra tremeu de forma tão devastadora foi a 6 fevereiro
deste ano, quando um terramoto de 7,8 de magnitude matou mais de 21.600 pessoas
no sul da Turquia e norte da Síria. A próxima ninguém consegue antecipar. Em
Lisboa, no hall da entrada do Centro do Terramoto de Lisboa - museu dedicado ao
sismo de 1755 e ao tsunami e incêndios que arrasaram então a cidade – resume-se
numa frase escrita na parede o que se pode saber: “Que o próximo sismo irá
acontecer, é certo. Só não sabemos quando”. Mas sabemos, isso sim, como as construções podem evitar males maiores e os
comportamentos que devem ser adotados em caso de sismo. Baixar, proteger e aguardar são as três palavras de ordem.
Outras notícias
A sentença de Rui Pinto O mais famoso hacker português, ou denunciante na versão que a
sua defesa foi apresentando em julgamento, deverá conhecer hoje a sua sentença.
Rui Pinto, um dos autores do blogue Football Leaks, lançado em 2015 e que expôs
documentos relativos a negócios realizados por Benfica, Sporting ou o fundo
Doyen, viveu os últimos três anos sob proteção policial em localização
desconhecida. Acusado de 90 crimes, a maioria de acesso indevido a documentos,
Rui Pinto, hoje com 34 anos, foi detido em Budapeste em 2019 e tem colaborado
entretanto com a PJ, ajudando as autoridades portuguesas a tratar a informação
dos discos rígidos que lhes foram apreendidos, em busca de indícios de crimes
para novas investigações, dentro e fora do futebol. A leitura da sentença está
marcada para as 14h30, no Campus da Justiça.
Os vencedores do US Open e um cheque de três milhões Novak Djokovic na
competição masculina e a norte-americana de 19 anos Coco Gauff no quadro
feminino foram os vencedores da edição deste ano do US Open. Ao vencer Daniil
Medvedev em três sets e pouco mais de três horas, o sérvio, de 36 anos,
conseguiu a proeza de conquistar o 24º título em competições do Grand Slam,
igualando o recorde que pertencia apenas à ex-jogadora de ténis australiana
Margaret Court. Djokovic já tinha vencido este ano o Open da Austrália e Roland
Garros e voltará agora a ascender à liderança do ranking. .Já Coco Gauff derrotou Aryna Sabalenka por 2 sets a um, não
impedindo, no entanto, que a bielorussa seja a partir desta segunda-feira a
nova número 1 do ranking ATP. Cada um dos vencedores levou para casa um
cheque de três milhões de dólares, naquele que foi o primeiro grande torneio de
ténis a garantir que homens e mulheres recebiam o mesmo. É assim desde 1973, graças
à luta da ex-tenista Billie Jean King, presente na entrega dos prémios no
gigante Arthur Ash Stadium e que mereceu um agradecimento especial de Coco
Gauff.
A demissão de Rubiales e a “coisa mais inteligente a fazer” O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol anunciou no
domingo a sua demissão do cargo, três semanas após o início da polémica causada
pelo beijo que deu à jogadora Jennifer Hermoso, no final do Campeonato do Mundo
Feminino de Futebol e em que a seleção espanhola se sagrou campeã.
Luis Rubiales, entretanto acusado pelo Ministério Público espanhol por agressão
sexual e coação devido ao beijo sem consentimento, declarou que teve de aturar
“muito nestas três semanas” e que aquela era a “coisa mais inteligente a fazer”.
O regresso às aulas Entre terça e sexta-feira, mais de um milhão de alunos
regressam às escolas para mais um arranque de ano letivo que promete dar que
falar. Os protestos dos professores também vão voltar e as
dificuldades para encontrar docentes que assegurem as substituições de quem se
reforma ou entra de baixa vão fazer com que milhares de alunos, sobretudo em
escolas de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, fiquem sem aulas a algumas
disciplinas, durante semanas ou mesmo meses, como já aconteceu nos últimos
anos. O ministro da Educação garante que várias medidas já foram
tomadas e que outras estão em preparação, como a disponibilização de mais casas
com rendas acessíveis para professores. Neste momento, a oferta de
habitação específica para professores deslocados resume-se a 15 apartamentos em
Lisboa e 14 em Portimão.
Mestrados portugueses em Gestão no topo Todos os anos, o jornal Financial
Times elabora vários rankings relativos a formações superiores dadas nas
escolas de negócios espalhadas pelo mundo. E todos os anos há instituições
portuguesas a aparecerem nos lugares cimeiros. No caso dos mestrados em Gestão,
a Nova SBE lidera a lista, apresentando a 15ª melhor formação do mundo para o
FT. Católica e ISCTE também figuram no ranking.
O sobe e desce dos preços O gasóleo sobe esta semana, enquanto o preço da
gasolina deve registar uma ligeiríssima descida. E se está à procura de poupanças
na fatura da energia, leia aqui quais são as melhores ofertas de eletricidade e gás,
sabendo que vai haver mexidas nos preços em outubro.
Eleições na Madeira A campanha para as eleições legislativas da Madeira,
marcadas para dia 24 deste mês, começou este domingo. Um total de duas coligações (PSD/CDS e CDU) e 11 partidos
concorrem a 47 lugares no parlamento regional. Nas últimas eleições,
em 2019, os sociais-democratas, liderados pelo atual presidente do Governo
Regional, Miguel Albuquerque, perderam pela primeira vez a maioria absoluta.
Futebol e futsal A seleção portuguesa defronta o Luxemburgo esta
segunda-feira às 19.45, no Estádio do Algarve, na sexta jornada do apuramento
para o Europeu de 2024. Nas outras cinco, venceu sempre. No futsal, Portugal
sagrou-se campeão europeu de sub19 pela primeira vez, vencendo a Espanha na
final.
Frases
Teodora Cardoso “representou e continuará a representar um referencial de
seriedade, rigor e exigência não só para economistas, como para todos os
envolvidos no desenho e implementação de políticas públicas”, nota emitida
pelo Ministério das Finanças, relativa à economista que foi a primeira mulher
administradora do Banco de Portugal e que liderou e fundou o Conselho de
Finanças Públicas. Morreu este sábado, em Lisboa, aos 81 anos.
“Somos um exemplo duplo de estabilidade política e institucional, com altos e
baixos, mas isso é a democracia. Não podemos querer a democracia e ter tiques
de ditadura”, Marcelo Rebelo de Sousa, ao lado de António Costa, em
Alcáçovas, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Houve sorrisos, cravos, cante alentejano, chocalhos e novamente
silêncios .
“Obrigado a quem não acreditou
O que ando a ouvir
Caetano Veloso, Meu Coco
Maravilhoso Caetano Veloso, aos 81 anos, naquela que poderá ser a sua última digressão fora do Brasil. Depois de dois espetáculos esgotados em Lisboa, volta hoje a atuar na capital, para depois seguir para o Porto, onde dará mais dois concertos. No alinhamento, impecavelmente cantado e tocado pelos cincos músicos que o acompanham, Caetano percorre toda a sua carreira, integrando temas incontornáveis como “Sampa”, “Menino do Rio”, “Reconvexo” ou “Leãozinho” até às músicas mais recentes do seu último álbum, lançado em 2021 e que dá o nome à digressão.
O que ando a ler
Terra Americana, de Jeanine Cummins
O livro da escritora norte-americana
narra a fuga desesperada de uma mãe, dona de uma livraria em Acapulco, no
México, e do filho, de 8 anos, desde aquela cidade mexicana até aos Estados
Unidos, depois de terem escapado ao assassinato de 16 membros da sua família,
às mãos de um cartel de droga. Ao longo de mais de
Cummins, neta de uma porto-riquenha que emigrou para os Estados Unidos na
década de 40 e que se casou com um imigrante sem documentos, faz questão de
explicar numa nota final o que a levou a debruçar-se sobre esta realidade. Em
2017, quando terminou de escrever o livro, as estatísticas oficiais (as reais
seriam seguramente superiores) indicavam que a cada hora e meia morria um
migrante no Mediterrâneo, na América Central ou no Corno de África. Mas além dos
números, era todo o discurso público em torno da imigração que também a
indignava. “Fiquei chocada como os migrantes latinos eram caracterizados nesse
discurso público. Na pior das hipóteses, vemo-los como uma turba invasora de
criminosos que vêm roubar-nos os nossos recursos e, na melhor das hipóteses,
como uma espécie de multidão impotente, pobre e anónima, clamando por ajuda à
nossa porta. Raramente consideramos essas pessoas seres humanos como nós.”
O livro, que mistura dados reais com personagens ficcionadas, é um retrato
cruel e violento da fuga desses migrantes que “sonham” com a oportunidade de
ter uma vida melhor.
Este Expresso Curto fica por aqui, com votos de uma boa semana para si.
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