Neste sábado, Mariana Mortágua afirmou que o executivo socialista está a destruir o Serviço Nacional de Saúde não por incompetência, mas sim “em nome do negócio e de uma obsessão orçamental irresponsável”.
Durante um almoço no âmbito do fórum Climático - da Europa ao Algarve, Mariana Mortágua acusou o Governo socialista de não hesitar “em privar gerações futuras de um serviços público de saúde”.
A coordenadora do Bloco disse-o “com todas as letras”: “o Governo está a destruir o SNS”.
De acordo com a dirigente bloquista, “há duas razões para isso, e nenhuma delas é boa: está a fazê-lo em nome do negócio e de uma obsessão orçamental irresponsável”.
Mariana Mortágua lembrou que, neste fim de semana, as urgências estão encerradas ou comprometidas em Viana do Castelo, Póvoa do Varzim, Chaves, Braga, Barcelos, Vila Real, Matosinhos, Penafiel, Santa Maria da Feira, Aveiro, Viseu, Guarda, Vila Nova de Gaia, Figueira da Foz, Leiria, Tomar, Caldas da Rainha, Santarém, Torres Vedras, Lisboa, Barreiro, Almada, Amadora e Portimão.
Acresce que “o maior hospital do país não tem serviços de obstetrícia desde agosto por causa de umas obras que em outubro ainda não se iniciaram, e está a pagar ao privado para ficar com uma parte do serviço”. E que, “semana após semana, por todo o país, há responsáveis de serviços que se demitem. Ontem foi a Diretora dos Serviços Farmacêuticos do IPO”.
A coordenadora bloquista enfatizou que o SNS não está a ser destruído pela incompetência do Governo: “O Primeiro-Ministro sabe perfeitamente para onde estão a ir direitinhos os milhões que jura ter injetado no SNS. E sabe mais, também sabe perfeitamente que pagar aos privados sai muito mais caro ao Estado”, apontou. Assim como, por exemplo, sabe que sai mais caro contratar tarefeiros do que assegurar carreiras aos profissionais de saúde ou sai mais caro pagar horas extra do que assegurar carreiras aos profissionais de saúde.
“O ridículo é tanto que o Governo cria agora os SNS awards, para premiar a excelência”, afirmou Mariana Mortágua, dando o exemplo da nomeação, na categoria de profissionais distinguidos pela capacidade de gestão de equipas e capacidade de liderança, da responsável pelo encerramento da maternidade do Santa Maria, que enviou grávidas para o privado e levou à demissão sete médicos obstetras do serviço”.
Neste contexto, há uma conclusão que é inequívoca: “não é incompetência, é uma escolha”.
Segundo a dirigente do Bloco, “se lhe resta um pingo de respeito pelo SNS, o Governo só tem uma coisa a fazer: ouvir todas as vozes que levantam, inclusive no PS, para dizer o óbvio - só dando aos profissionais condições de trabalho é que se põe o SNS a funcionar”.
“Oiçam, pelo menos, o ex-secretário de Estado da saúde do Partido Socialista: aumentem a despesa estrutural, em nome do futuro do país”, avançou Mariana Mortágua.
Lembrando que o partido foi intransigente em nome da defesa do SNS, a dirigente do Bloco garantiu que o mesmo continuará a sê-lo, mas referiu que esta luta não se confina aos bloquistas. “Quem no PS não desiste de salvar o SNS tem razões para se envergonhar com o que o Governo está a fazer ao SNS”, frisou.
Mariana Mortágua agradeceu aos utentes e a todos os profissionais de saúde por defenderem o SNS.
“Governo desistiu do futuro”
Durante o encontro, a dirigente bloquista criticou o “modelo de acumulação violento” que foi adotado no Algarve, e que “concentra nas mãos de poucos a riqueza que extrai da região, da terra e de quem aqui vive”.
“A destruição ambiental, o aventureirismo imobiliário, as monoculturas assentes em precariedade e exploração, são todas filhas da mesma causa: da irresponsabilidade de quem só vê o presente, os lucros do agora, muito e rápido, e quem vier depois que apague a luz”, assinalou.
A coordenadora do Bloco acrescentou que “se isto é verdade para os abutres financeiros, para os especuladores, para uma elite que só quer saber do seu privilégio, também é verdade para o Governo que desistiu do futuro”.
“Banal é a multiplicação de ameaças à vida e à saúde”
Lembrando o crime ambiental
A ativista ambiental fez referência, por exemplo, ao caso do "aumento de emissões carbónicas, da irresponsabilidade temporal em criar metas de transição na infraestrutura, nos diversos setores particularmente os em maior estado de alerta como o florestal".
Andreia Galvão lamentou ainda que o Acordo de Paris tenha permitido que os lobbistas estivessem representados e tenha circunscrito "as metas à territorializacao e à geopolítica atual, mais uma arma para a guerra económica".
Andreia Galvão apontou o compromisso do Bloco na “construção de políticas internacionalistas que ataquem as alterações climáticas e mitiguem os seus efeitos, na proteção dos ecossistemas em todo o lado, na proteção dos nossos ativistas, biólogos, cientistas, que têm, corajosamente, defendido o planeta”.
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