segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Múmia Pedante Desimportante e Ridícula – talvez uma “preciosidade” lusa

Ora viva e ora vivemos e continuamos a publicar apesar do ataque informático que por aqui no PG recebemos ontem (3.11) como “prenda natalícia”. Estes piratas da treta têm de queimar mais as pestanas para nos aniquilarem do ‘online’. Se acaso se identificassem aproveitaríamos para lhes enviar uns manuais acerca de “Como Silenciar de Vez o PG Incómodo”, mas não, não se identificam e assim é impossível sabermos exatamente quem são e de onde vêm. Nem sabem o que estão a perder. Somente o divertimento ilusório que ganham por serem tão cobardes e grandes fdp´s… Sem ofensa. Adiante que se faz tarde.

Como habitual este é o pouquinho anterior ao Expresso Curto do tio Balsemão Bilderberg Inpresa, um mais valia que muito estimamos e que nada tem que ver com a múmia que passamos agora a referir. Esse mesmo, o nefasto, convencido, dislexo ou semelhante, pela certa colaborador da PIDE/DGS dos tempos salazaristas e fascistas – segundo identificação originada até em cartão identificativo da nazi polícia da época. Pois, desse então vamos dedicar-lhe umas quantas linhas e talvez três parágrafos. Adiante.

Cavaco falou, outra vez, convencido da sua sapiência e que é muito honesto e nunca se engana (assim, mais ou menos era o que dizia na sua auto e sebenta unção). Como era de esperar abriu a bocarra tipo fossa fora do prazo para ratar na pele do governo de Costa e das suas “contas certas”. O sujeito ignora que para os portugueses  e na política somente tem importância de pechisbeque humano e não mais que isso… Lelé da Cuca, era como antes se epitetavam pessoas assim, como ele, fora do prazo. Acontece que ele, Cavaco, não se consegue cingir à sua desimportância. Também outros do mesmo jaez não conseguem discernir isso dessa particularidade que os afeta. É da idade, costuma-se dizer. Não. No caso dele não. Assim dele diziam militares em Moçambique (baixas patentes mas não só) no decorrer dos anos 1960 e poucos. Então era o “Pedante Desimportante”. Enfim, coisas da ralé e de alguns um pouco mais esclarecidos. Mas isso já lá vai. Sabemos. O que parece é que ele, Cavaco Silva, não sabe. Afinal está enganado. Lá por isso desejamos-lhe mais longa vida. É que assim sempre nos divertimos mais alguma coisa. Fim.

Sobre o Curto que publicamos a seguir, obra de Pedro Cordeiro, nada mais podemos dizer. Não há espaço. Foi ocupado e roubado por Cavaco, agora talvez epitetado por Múmia Pedante Desimportante e Ridícula. Pois, mas vivemos em pseudo democracia, a complacência deve ser uma das nossas virtudes. Haja paciência.

Boa semana. Boa saúde, apesar da fome e tesura que já por Portugal abunda. Bom dia... mas como?! O Curto a seguir com algo muitissimo importante para a humanidade, COP 28. Vá ler, entre outros assuntos, de preferência sem a inutilidade estapafúrdia da 'conversa' de Cavaco - sempre a considerar e a respeitar. Pois.

MM | Redação PG

Conto de fadas no Dubai

Pedro Cordeiro, editor da Secção Internacional | Expresso (curto)

Começou ontem o Advento, período muito da predileção de yours truly (costumo até dizer que é o melhor que há no Natal). Este ano “Fairytale of New York” tem de ser ouvido ainda mais vezes do que nos outros todos, e sempre sem censuras parvas das palavras slut e faggot, para recordar com saudade o recém-desaparecido Shane McGowan, aqui recordado pelo Rui Miguel Abreu. Há dias, entrada a noite, encantou-me um entoar espontâneo da mesma, numa rua, por três grupos de pessoas que, cruzando-se por acaso, passaram o testemunho uns aos outros, do cavo “It was Christmas Eve, babe / In the drunk tank” aos ilusoriamente alegres sinos “ringing out” no dia de Natal, para desaguar no desencantado “I could have been someone / Well, so could anyone”.

Também no espírito da quadra, a Revista do Expresso traz um trabalho interessantíssimo da Christiana Martins sobre um pequeno retrato de Jesus Cristo que dá pelo nome (em língua amárica) de “Kwer’ata Re’esu”. É uma das obras de arte mais procuradas do mundo, comprada por um português há sete décadas e crê-se que fechada num banco.

Prossegue entretanto, até dia 12 no Dubai, a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP28), ocasião para esta entrevista da Raquel Albuquerque, com fotos da Ana Baião, a Jürgen Renn, historiador e diretor do Instituto Max Planck para a História da Ciência em Berlim, que participou numa conferência organizada em Lisboa pela Plataforma para o Crescimento Sustentável. Defende o perito que a Humanidade tem de tomar consciência da situação em que está, o que não sei se se alcabça com intervenções como a do presidente da COP, a negar cientificidade à ideia de reduzir o consumo de combustíveis fósseis.

A Carla Tomás traçou o retrato do sultão Al-Jaber, a figura em causa. Também nos deu conta, numa nota mais positiva, de um feito atingido no encontro das nações que dizem querer salvar o planeta. Já o Virgílio Azevedo, um dos melhores jornalistas a tratar temas de ciência neste país, e que deixou saudades na redação do Expresso ao jubilar-se, regressa para dar conta do debate entre nações lusófonas sobre nova área de ação climática a adicionar ao Acordo de Paris.

Sobre transição energética escreveu (e bem, como é seu costume) o Miguel Monjardino, para avisar que a mesma “ainda não começou”. Com a habitual visão de longo prazo (para a frente e para trás), alérgico a modas e imediatismos, o nosso colunista fala de um processo de descarbonização para muitos anos, para o qual “não existem precedentes históricos”, frisando que “só sabemos que os efeitos de tudo isto serão enormes”.

São desafios de magnitude difícil de abarcar, a sugerir proporções bíblicas e a fazer soar trombetas da desgraça. Volto à noção de Advento para registar com tristeza que enquanto parte da Humanidade se prepara para celebrar o nascimento de uma criança há 2023 anos — e nada importa que o faça pondo a tónica na religião ou na comemoração laica do que nos une e a que de modo alargado podemos chamar família —, a terra onde a a tradição situa esse milagre volta a banhar-se de sangue (ver abaixo) e o globo no seu todo não parece mais perto da salvação.

Outras notícias

DIREITA Por cá a oposição conservadora discute putativa coligação pré-eleitoral. Esbracejando por voltar ao Parlamento, o líder do CDS defende essa aliança, em entrevista ao Expresso; a IL rejeita um leilão eleitoral e aponta condições para se entender com o PSD, mas só depois de contados os votos; e continua a haver quem não creia nas juras de Montenegro de que não haverá acordos com a extrema-direita (a própria). Ora, já que de entendimentos à direita falamos, note-se que aquele que foi firmado há três anos nos Açores desembocará, com alta probabilidade, em eleições antecipadas já em fevereiro. Carmo Afonso aborda o assunto no “Público”.

ORIENTE Quando saiu o último Expresso Curto, quinta-feira, ainda vigorava a pausa na guerra entre Israel e o Hamas que permitiu a libertação de dezenas de reféns do movimento terrorista, em troca de presos palestinianos nas mãos do Estado hebraico. A semana abre com o conflito armado de volta, e o Expresso traz-lhe essa triste atualidade, minuto a minuto. Pelo meio, leia-se a reflexão do ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt sobre a tensão no Médio Oriente, este trabalho da camarada Ana França sobre diferentes pressões sobre o Governo israelita, e estoutro da Margarida Mota sobre crianças palestinianas capturadas (e algumas libertadas) por Israel.

SUL A Venezuela votou ontem num referendo com cinco perguntas sobre a anexação de grande parte da vizinha Guiana, rica em petróleo. Seguindo uma cartilha quási-russa, Nicolás Maduro deixa em alerta o Brasil. O texto é da Manuela Goucha Soares, que foi hoje explicar o tema no Expresso da Manhã.

CÁ Mário Soares faria 99 anos na próxima quinta-feira e as comemorações do centenário, a assinalar em 2024, têm tiro de partida com o relançamento do emblemático “Portugal Amordaçado”, livro que do exílio francês denunciou a ditadura de Salazar e Caetano. A nova edição, no âmbito das obras completas do político que mais marcou a democracia portuguesa, inclui uma carta de Eduardo Lourenço.

BAIXO O Benfica perdeu em Moreira de Cónegos a oportunidade de se isolar temporariamente no comando do campeonato. Até terá havido futebol, golos é que não, escreve a Lídia Paralta Gomes.

Frases

“Estaremos a decidir, também, que projeto de União Europeia queremos. Para isso, é necessário que todos apresentem e clarifiquem as suas propostas. A União Europeia é muito mais do que fundos estruturais.”
Teresa Violante, no Expresso, sobre as eleições de junho, a que as legislativas de 10 de março roubam protagonismo, mas que são pelo menos tão importantes como estas últimas para o nosso futuro

“O PSD não é um genuíno cristão das contas certas. Pelo contrário. À semelhança de Santo Agostinho com a castidade, apenas se empenhou a sério quando a isso foi obrigado, ou seja, no Governo de Passos Coelho, que decorreu sob intervenção externa. Tal como o PS fez o mesmo quando governava o país durante as anteriores intervenções do FMI. Estão bem um para o outro.”
Luís Aguiar-Conraria, também no Expresso, a desmascarar espúrias estradas de Damasco a caminho das urnas, num texto com o delicioso título “O chouriço social-democrata e a alheira socialista”

Podcasts a não perder

A tendência para o ressurgimento de tentativas inconstitucionais de deposição de líderes é assunto de O Mundo a Seus Pés, onde a professora e investigadora Alexandra Magnólia Dias defende, em emissão conduzida pelo camarada Hélder Gomes, que este fenómeno deve ser enquadrado num contexto de “deterioração da confiança nas instituições que representam a democracia” e de “insubordinação dos militares face aos políticos”.

Há 27 anos houve seis mil notas zero nos exames de Matemática do 12º ano. Eis o pretexto para o Liberdade para Pensar abordar o estado presente da Educação. Moderado por Paulo Baldaia, o programa tem como convidados Luísa Loura, ex-dirigente da Direção-Geral de Estatísticas da Educação, hoje diretora da Pordata e docente e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e David Justino, professor que se jubilou este ano depois de ter sido também ministro da Educação, presidente do Conselho Nacional de Educação e consultor do Presidente Cavaco Silva.

A exposição frequente a imagens de extremo sofrimento e violência, vindas da Faixa de Gaza ou da Ucrânia, pode ser traumática, fazendo crescer o medo e a ansiedade, sobretudo entre as crianças e as pessoas mais vulneráveis. E os efeitos já se notam. No mais recente episódio do Que voz é esta?, a camarada Joana Pereira Bastos juntou Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, e Ana Mota Teles, que trabalha na área da Psicologia da Paz e integra o serviço de aconselhamento psicológico da linha SNS24.

O que ando a ler, ouvir e ver

Recente passeata a Londres deu-me vontade de ler dois testemunhos de portugueses que lá viveram no século passado. Tempo bem empregue, para lá de ajudar a passar as horas de aeroporto e viagem, por três razões: primeiro, pelo interesse que sempre se acha em visões que do nosso país e das suas circunstâncias de cada era têm os compatriotas expatriados; segundo, pela riqueza da escrita de Maria Velho da Costa e Luís Amorim de Sousa, autores, respetivamente, de “O mapa cor de rosa” e “Londres e companhia”, ambos lançados pela Assírio & Alvim; terceiro, pela ocasião que oferecem de revisitar os meus próprios locais da cidade em períodos de que não tenho memória ou não era nascido (ela nos anos 80, ele entre 1960 e 1974).

Velho da Costa era leitora de português no King’s College e escreve crónicas a que chama cartas e que, embora centradas além-Mancha, são também muito sobre Portugal, ou a ele dirigidas, com um olhar necessariamente estrangeirado. Amorim de Sousa propõe-se escrever “como quem manuseia objectos queridos guardados numa caixa de recordações”, e estas revelam-se sumarentas. A urbe era polo artístico com aberturas e possibilidades então difíceis de imaginar por cá. Por lá andavam Paula Rego, Alberto de Lacerda, João Cutileiro, Menez, Mário Cesariny ou Helder Macedo, por ali se cruzou o autor com Doris Lessing ou Ted Hughes. Um e outro dão-nos um bicho-carpinteiro que dá vontade de voltar a ter 20 anos e partir à aventura.

Na música é tempo de ouvir “Australian Carnage”, novo registo ao vivo de Nick Cave e Warren Ellis, gravado na ópera de Sydney, que vai buscar o grosso do alinhamento ao álbum conjunto “Carnage” e ao “Ghosteen” que o primeiro gravou com os seus Bad Seeds. Desejos de que Cava cá regresse, com estes ou aquele parceiro.

Passando à órbita nacional, o gigantesco Sérgio Godinho lança um triplo álbum de compilação com a) canções de estúdio; b) canções ao vivo; c) o mais interessante, a meu ver, colaborações e raridades. Bom aperitivo para o concerto de Março próximo no Coliseu, tal como esta participação do mestre no último espetáculo de A Garota Não, documentada pela “Blitz”.

E indo à clássica, vem bem a tempo do Advento esta Missa Solene de Beethoven, dirigida por Jordi Savall com os agrupamentos La Capella Nacional de Catalunya e Le Concert des Nations. A propósito, o mestre catalão traz à Gulbenkian, no próximo dia 16, um programa centrado na cidade de Istambul, que promete combinar sonoridades otomanas, arménias e sefarditas, sob a inspiração do “Livro da Ciência da Música” de Demétrio Cantemiro, príncipe, compositor e literato moldavo do século XVIII.

Oxalá fosse tão fácil combinar tradições, culturas e histórias como sugerem os concertos de Savall; que o som de instrumentos como o oud, o kaval, o kanun, o tambur, o santur, o saz e a viola da gamba substituísse o dos estampidos; que nomes estranhos para tantos, como estes, suscitassem mais curiosidade do que desconfiança. Em suma, que acolhêssemos melhor a mensagem do Advento. Desejo-lhe um Feliz Natal e um Excelente 2024. Até lá, até breve, até sempre!

LER O EXPRESSO

Sem comentários:

Mais lidas da semana