Ora viva e ora vivemos e
continuamos a publicar apesar do ataque informático que por aqui no PG
recebemos ontem (3.11) como “prenda natalícia”. Estes piratas da treta têm de
queimar mais as pestanas para nos aniquilarem do ‘online’. Se acaso se
identificassem aproveitaríamos para lhes enviar uns manuais acerca de “Como
Silenciar de Vez o PG Incómodo”, mas não, não se identificam e assim é
impossível sabermos exatamente quem são e de onde vêm. Nem sabem o que estão a
perder. Somente o divertimento ilusório que ganham por serem tão cobardes e
grandes fdp´s… Sem ofensa. Adiante que se faz tarde.
Como habitual este é o pouquinho
anterior ao Expresso Curto do tio Balsemão Bilderberg Inpresa, um mais valia
que muito estimamos e que nada tem que ver com a múmia que passamos agora a
referir. Esse mesmo, o nefasto, convencido, dislexo ou semelhante, pela certa
colaborador da PIDE/DGS dos tempos salazaristas e fascistas – segundo
identificação originada até em cartão identificativo da nazi polícia da época.
Pois, desse então vamos dedicar-lhe umas quantas linhas e talvez três
parágrafos. Adiante.
Cavaco falou, outra vez,
convencido da sua sapiência e que é muito honesto e nunca se engana (assim,
mais ou menos era o que dizia na sua auto e sebenta unção). Como era de esperar
abriu a bocarra tipo fossa fora do prazo para ratar na pele do governo de Costa
e das suas “contas certas”. O sujeito ignora que para os portugueses e na política somente tem importância de pechisbeque
humano e não mais que isso… Lelé da Cuca, era como antes se epitetavam pessoas
assim, como ele, fora do prazo. Acontece que ele, Cavaco, não se consegue cingir
à sua desimportância. Também outros do mesmo jaez não conseguem discernir isso dessa particularidade que os afeta. É da idade, costuma-se dizer. Não. No caso
dele não. Assim dele diziam militares em Moçambique (baixas patentes mas não só)
no decorrer dos anos 1960 e poucos. Então era o “Pedante Desimportante”. Enfim,
coisas da ralé e de alguns um pouco mais esclarecidos. Mas isso já lá vai.
Sabemos. O que parece é que ele, Cavaco Silva, não sabe. Afinal está enganado. Lá
por isso desejamos-lhe mais longa vida. É que assim sempre nos divertimos mais
alguma coisa. Fim.
Sobre o Curto que publicamos a
seguir, obra de Pedro Cordeiro, nada mais podemos dizer. Não há espaço. Foi
ocupado e roubado por Cavaco, agora talvez epitetado por Múmia Pedante
Desimportante e Ridícula. Pois, mas vivemos em pseudo democracia, a complacência
deve ser uma das nossas virtudes. Haja paciência.
Boa semana. Boa saúde, apesar da
fome e tesura que já por Portugal abunda. Bom dia... mas como?! O Curto a
seguir com algo muitissimo importante para a humanidade, COP 28. Vá ler, entre outros assuntos, de preferência sem a inutilidade estapafúrdia da 'conversa' de Cavaco - sempre a considerar e a respeitar. Pois.
MM | Redação PG
Conto de fadas no Dubai
Pedro Cordeiro, editor da Secção Internacional | Expresso (curto)
Começou ontem o Advento, período
muito da predileção de yours truly (costumo até dizer que é o melhor
que há no Natal). Este ano “Fairytale of New York” tem de ser ouvido ainda mais
vezes do que nos outros todos, e sempre sem censuras parvas das palavras slut e
faggot, para recordar com saudade o recém-desaparecido Shane McGowan, aqui recordado pelo Rui Miguel Abreu. Há dias, entrada
a noite, encantou-me um entoar espontâneo da mesma, numa rua, por três grupos
de pessoas que, cruzando-se por acaso, passaram o testemunho uns aos outros, do
cavo “It was Christmas Eve, babe / In the drunk tank” aos ilusoriamente alegres
sinos “ringing out” no dia de Natal, para desaguar no desencantado “I could
have been someone / Well, so could anyone”.
Também no espírito da quadra, a Revista do Expresso traz
um trabalho interessantíssimo da Christiana Martins sobre
um pequeno retrato de Jesus Cristo que dá pelo nome (em língua amárica) de
“Kwer’ata Re’esu”. É uma das obras de arte mais procuradas do mundo, comprada
por um português há sete décadas e crê-se que fechada num banco.
Prossegue entretanto, até dia 12 no Dubai, a Conferência das Nações Unidas
sobre o Clima (COP28), ocasião para
esta entrevista da Raquel Albuquerque, com fotos da
Ana Baião, a Jürgen Renn, historiador e diretor do Instituto Max Planck para a
História da Ciência em Berlim, que participou numa conferência organizada em
Lisboa pela Plataforma para o Crescimento Sustentável. Defende o perito que a
Humanidade tem de tomar consciência da situação em que está, o que não sei se
se alcabça com intervenções como
a do presidente da COP, a negar cientificidade à ideia de
reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
A Carla Tomás
traçou o retrato do sultão Al-Jaber, a figura
em causa. Também nos
deu conta, numa nota mais positiva, de
um feito atingido no encontro das nações que dizem
querer salvar o planeta. Já o Virgílio Azevedo, um dos melhores jornalistas a
tratar temas de ciência neste país, e que deixou saudades na redação do
Expresso ao jubilar-se, regressa para dar conta do debate entre nações
lusófonas sobre
nova área de ação climática a adicionar ao Acordo de
Paris.
Sobre transição energética escreveu (e bem, como é seu costume) o Miguel
Monjardino, para avisar que a mesma “
ainda não começou”. Com a habitual visão de longo prazo
(para a frente e para trás), alérgico a modas e imediatismos, o nosso colunista
fala de um processo de descarbonização para muitos anos, para o qual “não
existem precedentes históricos”, frisando que “só sabemos que os efeitos de
tudo isto serão enormes”.
São desafios de magnitude difícil de abarcar, a sugerir proporções bíblicas e a
fazer soar trombetas da desgraça. Volto à noção de Advento para registar com
tristeza que enquanto parte da Humanidade se prepara para celebrar o nascimento
de uma criança há 2023 anos — e nada importa que o faça pondo a tónica na
religião ou na comemoração laica do que nos une e a que de modo alargado
podemos chamar família —, a terra onde a a tradição situa esse milagre volta a
banhar-se de sangue (ver abaixo) e o globo no seu todo não parece mais perto da
salvação.
Outras notícias
DIREITA Por cá a oposição
conservadora discute putativa coligação pré-eleitoral. Esbracejando por voltar
ao Parlamento, o líder do CDS defende essa aliança, em entrevista ao Expresso; a IL
rejeita um leilão eleitoral e aponta condições para se entender com o PSD, mas só depois
de contados os votos; e continua a haver quem não creia nas juras de Montenegro
de que não haverá acordos com a extrema-direita (a própria). Ora, já que de entendimentos à direita
falamos, note-se que aquele que foi firmado há três anos nos Açores
desembocará, com alta probabilidade, em eleições antecipadas já em fevereiro. Carmo Afonso aborda o assunto no “Público”.
ORIENTE Quando saiu o último Expresso Curto, quinta-feira, ainda vigorava
a pausa na guerra entre Israel e o Hamas que permitiu a libertação de dezenas
de reféns do movimento terrorista, em troca de presos palestinianos nas mãos do
Estado hebraico. A semana abre com o conflito armado de volta, e o Expresso
traz-lhe essa triste atualidade,
minuto a minuto. Pelo meio, leia-se a
reflexão do ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt sobre
a tensão no Médio Oriente,
este trabalho da camarada Ana França sobre diferentes
pressões sobre o Governo israelita, e
estoutro da Margarida Mota sobre crianças
palestinianas capturadas (e algumas libertadas) por Israel.
SUL A Venezuela
votou ontem num referendo com cinco perguntas sobre a
anexação de grande parte da vizinha Guiana, rica
em petróleo. Seguindo
uma cartilha quási-russa, Nicolás Maduro deixa em alerta o Brasil. O texto é da
Manuela Goucha Soares, que foi hoje explicar o tema no
Expresso da Manhã.
CÁ Mário Soares faria 99 anos na próxima quinta-feira e as comemorações do
centenário, a assinalar em 2024, têm
tiro de partida com o relançamento do emblemático
“Portugal Amordaçado”, livro que do exílio francês denunciou a ditadura de
Salazar e Caetano. A nova edição, no âmbito das obras completas do político que
mais marcou a democracia portuguesa, inclui uma carta de Eduardo Lourenço.
BAIXO O Benfica perdeu em Moreira de Cónegos a oportunidade de se isolar
temporariamente no comando do campeonato.
Até terá havido futebol, golos é que não, escreve a Lídia
Paralta Gomes.
Frases
“Estaremos a decidir, também, que
projeto de União Europeia queremos. Para isso, é necessário que todos
apresentem e clarifiquem as suas propostas. A União Europeia é muito mais do
que fundos estruturais.”
Teresa Violante,
no Expresso, sobre as eleições de junho, a que as
legislativas de 10 de março roubam protagonismo, mas que são pelo menos tão
importantes como estas últimas para o nosso futuro
“O PSD não é um genuíno cristão das contas certas. Pelo contrário. À semelhança
de Santo Agostinho com a castidade, apenas se empenhou a sério quando a isso
foi obrigado, ou seja, no Governo de Passos Coelho, que decorreu sob
intervenção externa. Tal como o PS fez o mesmo quando governava o país durante
as anteriores intervenções do FMI. Estão bem um para o outro.”
Luís Aguiar-Conraria,
também no Expresso, a desmascarar espúrias estradas de
Damasco a caminho das urnas, num texto com o delicioso título “O chouriço
social-democrata e a alheira socialista”
Podcasts a não perder
A
tendência para o ressurgimento de tentativas inconstitucionais de deposição de
líderes é assunto de O Mundo a Seus Pés, onde a professora e investigadora
Alexandra Magnólia Dias defende, em emissão conduzida pelo camarada Hélder
Gomes, que este fenómeno deve ser enquadrado num contexto de “deterioração da
confiança nas instituições que representam a democracia” e de “insubordinação
dos militares face aos políticos”.
Há
27 anos houve seis mil notas zero nos exames de Matemática do 12º ano. Eis o
pretexto para o
Liberdade para Pensar abordar o estado presente da
Educação. Moderado por Paulo Baldaia, o programa tem como convidados Luísa
Loura, ex-dirigente da Direção-Geral de Estatísticas da Educação, hoje diretora
da Pordata e docente e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa, e David Justino, professor que se jubilou este ano depois de ter
sido também ministro da Educação, presidente do Conselho Nacional de Educação e
consultor do Presidente Cavaco Silva.
A
exposição frequente a imagens de extremo sofrimento e violência, vindas da
Faixa de Gaza ou da Ucrânia, pode ser traumática, fazendo crescer o medo e a
ansiedade, sobretudo entre as crianças e as pessoas mais vulneráveis. E os
efeitos já se notam. No mais recente episódio do
Que voz é esta?, a camarada Joana Pereira Bastos juntou Sofia
Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, e Ana Mota Teles, que
trabalha na área da Psicologia da Paz e integra o serviço de aconselhamento
psicológico da linha SNS24.
O que ando a ler, ouvir e ver
Recente passeata a Londres deu-me
vontade de ler dois testemunhos de portugueses que lá viveram no século
passado. Tempo bem empregue, para lá de ajudar a passar as horas de aeroporto e
viagem, por três razões: primeiro, pelo interesse que sempre se acha em visões
que do nosso país e das suas circunstâncias de cada era têm os compatriotas
expatriados; segundo, pela riqueza da escrita de Maria Velho da Costa e Luís
Amorim de Sousa, autores, respetivamente, de “O mapa cor de rosa” e “Londres e
companhia”, ambos lançados pela Assírio & Alvim; terceiro, pela ocasião que
oferecem de revisitar os meus próprios locais da cidade em períodos de que não
tenho memória ou não era nascido (ela nos anos 80, ele entre 1960 e 1974).
Velho da Costa era leitora de português no King’s College e escreve crónicas a
que chama cartas e que, embora centradas além-Mancha, são também muito sobre
Portugal, ou a ele dirigidas, com um olhar necessariamente estrangeirado.
Amorim de Sousa propõe-se escrever “como quem manuseia objectos queridos
guardados numa caixa de recordações”, e estas revelam-se sumarentas. A urbe era
polo artístico com aberturas e possibilidades então difíceis de imaginar por
cá. Por lá andavam Paula Rego, Alberto de Lacerda, João Cutileiro, Menez, Mário
Cesariny ou Helder Macedo, por ali se cruzou o autor com Doris Lessing ou Ted
Hughes. Um e outro dão-nos um bicho-carpinteiro que dá vontade de voltar a ter
20 anos e partir à aventura.
Na música é tempo de ouvir “Australian Carnage”, novo registo ao vivo de Nick
Cave e Warren Ellis, gravado na ópera de Sydney, que vai buscar o grosso do
alinhamento ao álbum conjunto “Carnage” e ao “Ghosteen” que o primeiro gravou
com os seus Bad Seeds. Desejos de que Cava cá regresse, com estes ou aquele
parceiro.
E indo à clássica, vem bem a tempo do Advento esta
Missa Solene de Beethoven, dirigida por Jordi Savall
com os agrupamentos
La
Capella Nacional de Catalunya e Le Concert des Nations. A
propósito, o mestre catalão traz à Gulbenkian, no próximo dia 16, um
programa centrado na cidade de Istambul, que promete
combinar sonoridades otomanas, arménias e sefarditas, sob a inspiração do “
Livro da Ciência da Música” de Demétrio Cantemiro,
príncipe, compositor e literato moldavo do século XVIII.
Oxalá fosse tão fácil combinar tradições, culturas e histórias como sugerem os
concertos de Savall; que o som de instrumentos como o oud, o kaval, o kanun, o
tambur, o santur, o saz e a viola da gamba substituísse o dos estampidos; que
nomes estranhos para tantos, como estes, suscitassem mais curiosidade do que
desconfiança. Em suma, que acolhêssemos melhor a mensagem do Advento.
Desejo-lhe um Feliz Natal e um Excelente 2024. Até lá, até breve, até sempre!
LER O EXPRESSO
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