terça-feira, 28 de março de 2023

"GOVERNO AJOELHOU PERANTE OS INTERESSES DA GRANDE DISTRIBUIÇÃO"

PORTUGAL

Com a descida do IVA o Governo “está a dizer que o país está a saque e a grande distribuição tem carta branca para poder continuar a saquear o país”, afirma Pedro Filipe Soares. O Bloco propõe que os preços destes alimentos sejam tabelados.

Pedro Filipe Soares reagiu na tarde de segunda-feira à descida do IVA em bens essenciais, considerando que “a medida demonstra falta de coragem do Governo para combater o abuso que existe neste momento nos preços do supermercado”.

Para o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, “quem vai ao supermercado tem a garantia de que é assaltado e os lucros da grande distribuição são prova desse assalto”, já que “num ano de todas as dificuldades, os lucros das grandes empresas da distribuição dispararam para níveis recorde”. Neste contexto, “o Governo diz que vai baixar o IVA, assumindo que tem um compromisso com aqueles que têm estado a lucrar exatamente com este abuso”.

Este “acordo de cavalheiros com a mesma grande distribuição que tem ganho lucros milionários à custa do empobrecimento do país” é, realça, “o reconhecimento da falta de coragem do Governo para defender as famílias, o poder de compra”. E isto para o Bloco de Esquerda é "inaceitável”.

“Tanto suspense sobre esta medida resultou no Governo ajoelhar perante os interesses daqueles que têm lucrado abusivamente ao faltar a coragem de tabelar preços”, prosseguiu Pedro Filipe Soares. E “quando as pessoas precisavam de quem as defendesse, o que o Governo faz é dar a mão com aqueles que têm abusado dos preços no nosso país”.

Por seu turno, o Bloco de Esquerda garante manter a mesma posição de sempre: que é “preciso baixar o IVA sobre bens essenciais” com uma garantia da fixação de preços que ponha travão aos “lucros abusivos”. Assim, anunciou que vai propor “tabelar preços destes alimentos para garantir que não há aqui uma borla à grande distribuição com os impostos que são de todos nós”.

Para além do exemplo espanhol, Pedro Filipe Soares exemplificou com as margens de lucro das gasolineiras, que se mantiveram quando o Governo baixou impostos. Ou com a redução da taxa de imposto sobre o consumo de 13% para 6% em muitos bens que aconteceu em janeiro passado. mas “ninguém deu por isso porque os preços se mantiveram abusivos”.

O dirigente bloquista faz a avaliação de que, com esta medida, “o Governo está a dizer que o país está a saque e a grande distribuição tem carta branca para poder continuar a saquear o país”.

Esquerda.net 

Portugal | SEDE DE PUNIR PARA FUGIR AOS PROBLEMAS

Jorge Machado* | Diário de Noticias | opinião

Fomos recentemente confrontados com uma atitude de 13 militares da Armada, do NRP Mondego, que além de incomum, não foi, de certeza absoluta, tomada de ânimo leve. Ao formar no cais, estes militares, com vários anos de experiência e provas dadas de empenho e compromisso com a missão militar, assumiram que o NRP Mondego não tinha as condições mínimas de segurança para cumprir a missão que lhe foi atribuída. Importa reafirmar, pelo que é público, que estes militares não são inexperientes ou sem provas dadas. Os militares em causa têm uma vasta experiência e conhecem o NRP Mondego como ninguém até porque muitos deles receberam o navio quando foi adquirido em segunda mão, pelo que a sua opinião devia ser tida em conta. Aliás, a guarnição do Mondego recebeu há pouco tempo um louvor. É neste contexto, que reduzir o enfoque deste problema a uma questão disciplinar, é errado. Mais errado é quando, em boa verdade, os militares já foram sujeitos a um castigo público, e inédito, diga-se, por parte do Alm. Gouveia e Melo. Alguém ainda terá de explicar se tal ato cumpriu os regulamentos militares.

Dito isto, centremo-nos nas questões de fundo e essas têm a ver com anos de desinvestimento na componente material, humana e social das forças armadas. E quando dizemos desinvestimento queremos dizer também mau investimento. Saltando por cima se para Portugal e as missões constitucionais a opção submarinos deveria ter sido uma prioridade, é uma evidência que a opção de comprar submarinos topo de gama (aliás, só comprámos 2 porque não havia dinheiro para mais) arrastou consigo encargos de manutenção volumosos e hoje assistimos a dificuldades várias de os «aguentar». Não teria sido possível outra opção de modelo, mais barato, mais de acordo com as nossas possibilidades? E o mesmo não se pode dizer dos helicópteros EH - 101? As opções adotadas relativas ao Arsenal do Alfeite conduzindo-o ao estado em que está a necessitar de investimento na sua modernização e em contratação de pessoal, foram tomadas obedecendo a que critérios? O processo dos denominados Patrulhões que, tantos anos depois, continua sem ter fim à vista, resulta de quê? De tal modo que se anda a comprar navios em 2ª mão para conseguir corresponder aos mínimos necessários. E poderíamos prosseguir ilustrando, por exemplo, com a ausência de meios de defesa terra-mar e terra-ar, etc. A conceção prevalecente de adquirir uns equipamentos pessoais, incluindo a arma que substituiu a G3, e alguns meios de deslocação com vista às missões externas, para a partir daí mostrar serviço, ignorando ano após ano o estado de degradação dos meios afetos às missões da componente nacional, diga-se assim para facilitar, conduziu ao que se conhece. A sobrecarga das guarnições dos navios é um facto relatado várias vezes, mesmo no âmbito da Comissão Parlamentar de Defesa. Há muitos anos os militares sabiam que teriam de embarcar, que ali estariam dois anos, desembarcariam, etc. Há muito tempo que o salta de navio em navio é prática corrente, dada a escassez de pessoal. Acresce que ainda por cima, com meios com deficiências várias. A desqualificação da Condição Militar ao longo dos anos. A não revisão das tabelas remuneratórias como se os militares não tivessem família, filhos e contas para pagar. Os perfis de carreira desajustados da realidade atual. Estar 20 anos num mesmo posto é aceitável e motivador? Criar, há anos, o posto de Cabo-Mor na Marinha e ainda estar por definir as suas funções? Um oficial engenheiro no Exército poder ascender, e bem, a CEME, mas isso não poder suceder na Marinha ou na Força Aérea, não é arcaico? O estado da saúde militar (todos nos lembramos dos sinos a tocarem a rebate no final do ano passado) que tem vindo a degradar-se. Um Sistema de Avaliação gerador de injustiças. Tudo isto e muito mais tem sido, ano após ano, desde há muitos anos, exposto, alertado, exemplificado. Qualquer cidadão que acompanhe esta realidade sabe que assim é e, por maioria de razão, qualquer deputado da Comissão Parlamentar de Defesa sabe que assim é. Temos visto muitas notícias a darem conta de centenas de enfermeiros e médicos entregarem declarações de escusa de responsabilidade por não lhes serem garantidas as condições de exercício profissional e com isso poderem causar dano à vida de algum cidadão. Não se está a defender que aos militares lhes seja dada a mesma prerrogativa, mas perante o ato praticado ninguém se interroga sobre o que conduziu aquilo? A reação é, castigo!? Disciplina!?

No meio disto lá apareceu notícia de um despacho a autorizar despesas para manutenção e lá apareceu notícia sobre aprovação da Lei de Programação Militar. Ou seja, atira-se uns números para o éter, mostra-se serviço e siga a Marinha. O problema hoje é mais fundo, porque a degradação e o apodrecimento também o é. E isto nada tem a ver com o profissionalismo dos militares, como não tem nada a ver com o profissionalismo dos enfermeiros, dos médicos, dos cientistas e investigadores. Todos são muito reconhecidos lá fora. Reconhecidos e valorizados materialmente, nas responsabilidades que lhes atribuem, no reconhecimento que lhes prestam, nos cargos funcionais de que os encarregam. O Governo fala muito desse prestígio para Portugal, mas não adota as medidas para esse prestígio ter lugar dentro de portas. O resultado está à vista. Que artigo do RDM ou do CJM se lhes aplica?

*Ex-deputado do PCP da Comissão de Defesa

Portugal | MONDEGO NO ‘ESTALEIRO’. QUEM DIRIA, ALMIRANTE, QUEM DIRIA…

É para ler e tomarmos conhecimento de quanto podres estão certos e incertos navios da nossa armada, não menos o almirante CEMA, o militarismo cego e o rigor estúpido que contém o Regulamento de Disciplina Militar (RDM) a que alguns insanos oficiais superiores e inferiores recorrem para disparar prepotências, desumanidades e decisões erradas só porque sim. Ditatorialmente, sem ouvir e aceitar a razão. Sem admitir o óbvio.

Dizia-se e ainda se há-de dizer que os que gizaram e escreveram o RDM se suicidaram por constatarem que era impossível cumprir as leis (regras) que ditava. Além disso e na referência especifica do Caso Mondego, além do RDM, há a dose sempre certa de que mais tarde ou mais cedo a verdade vem sempre à tona. Ei-la. Eis a “Vingança do Mondego” a comprovar a razão, a verdade, a triste realidade de que não é um navio seguro e fiável para o cumprimento de missões nem de proporcionar segurança aos que o operam, aos marinheiros. 

No Diário de Noticias a evidência que mostramos em parte e deixamos ligação para que fiquem sabendo mais. Vá ler.

Redação PG

Navio Mondego falha missão na Madeira por motivos técnicos

Trata-se do mesmo navio em que um grupo de 13 militares se recusou a embarcar, alegando falta de condições de segurança.

O navio da Marinha portuguesa 'Mondego', envolvido numa polémica por 13 militares terem recusado cumprir uma missão, teve de abortar uma missão nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de "ordem técnica", foi esta terça-feira divulgado.

"O NRP [Navio da República Portuguesa] 'Mondego' largou ontem [segunda-feira], pelas 22:20 horas, do porto do Funchal por forma a efetuar a rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens, tendo, por motivos de ordem técnica, regressado, ao inicio da manhã de hoje, ao porto do Caniçal, em segurança", avançou o Comando da Marinha da Zona Marítima da Madeira, em comunicado.

Imagem por Homem Gouveia

Ler completo no Diário de Notícias

Portugal | IVA Zero

Henrique Monteiro | Henricartoon

OS SÍRIOS TÊM TODO O DIREITO DE ATACAR OS OCUPANTES DOS EUA

Notas à margem da matriz narrativa

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | em Substack | # Traduzido em português do Brasil

O mundo ocidental está comemorando solenemente o 20º aniversário da invasão do Iraque, seguindo cegamente os EUA em mais conflito e militarismo, enquanto repete todos os mesmos tipos de má prática da mídia de massa.

Se você acha que é uma coincidência que o mundo ocidental de repente ficou super interessado no histórico de direitos humanos da China logo quando a China começou a ameaçar a dominação planetária dos EUA, então você é um idiota lambe-botas que merece ser envergonhado em público.

Um  memorando vazado do Departamento de Estado de 2017 reconheceu explicitamente que é política do governo dos EUA ignorar as violações de direitos humanos de nações alinhadas com os EUA enquanto as ataca em nações como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã. Pare de comprar esse desempenho.

A China tem resolvido os assuntos internos da China há milhares de anos; eles não precisam de repente da ajuda de um bando de camisas brancas de pelúcia em Washington, Londres e Canberra só porque alguns pensadores sociopatas dizem isso. Deixe os problemas da China para os chineses resolverem.

As pessoas que vivem no Oriente Médio têm todo o direito de atacar as forças de ocupação cuja presença se opõem, e essas forças de ocupação não têm nenhum direito legítimo de retaliar.

Todos os americanos que são mortos ou feridos por aqueles que se opõem às ocupações militares dos EUA foram mortos ou feridos porque o império dos EUA os colocou lá. O que acontece com eles é culpa do império, não daqueles que legitimamente resistem a uma ocupação hostil.

OS EUA ESTÃO AGITANDO O CALDEIRÃO SÍRIO

O espectro que assombra Washington é que a estabilização da Síria após a normalização de Assad com os países árabes e com a Turquia se fundirá inexoravelmente em um acordo sírio que marginalizará completamente o “Ocidente coletivo”. 

MK Bhadrakumar | Peoples Dispatch | # Traduzido em português do Brasil

As circunstâncias em torno do conflito na Síria entre as forças de ocupação dos EUA e grupos de milícias pró-iranianos permanecem obscuras. O presidente Biden afirma que os EUA estão reagindo , mas há sinais de que provavelmente está sendo proativo para criar novos fatos no terreno.

O  Comando Central dos EUA afirma  que após um ataque de drone na tarde de 23 de março em uma base americana perto de Hasakah, sob a direção do presidente Biden, ataques aéreos de retaliação foram realizados mais tarde naquela noite contra “instalações usadas por grupos afiliados ao Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos do Irã. ”

No entanto, esta versão foi contestada pelo porta-voz do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que acusou Washington de “criar crises artificiais e mentir”. O  funcionário iraniano alegou  que “nos últimos dois dias, helicópteros americanos realizaram várias surtidas com o objetivo de aumentar a instabilidade na Síria e transferiram terroristas do Daesh (Estado Islâmico) para o território deste país”.

Ele disse que Washington deve ser responsabilizado por tais atividades. O funcionário alertou que Teerã dará uma resposta imediata a qualquer ataque dos EUA sob qualquer pretexto falso contra as bases iranianas que existem em solo sírio a pedido de Damasco para combater o terrorismo.

Os EUA estão aumentando deliberadamente as tensões na Síria, mesmo quando a reaproximação saudita-iraniana mediada pela China está mudando radicalmente o cenário de segurança na região da Ásia Ocidental em uma direção positiva?

Iémen marca oito anos de guerra desastrosa, agora com algumas esperanças de paz

A recente reaproximação mediada pela China entre a Arábia Saudita e o Irã pode ter um efeito significativo nos esforços de paz em andamento entre os houthis e a Arábia Saudita.

Abdul Rahman | Peoples Dispatch | # Traduzido em português do Brasil

Milhares foram às ruas nas principais cidades do Iêmen, incluindo Sanaa, Sa'ada e Taiz, no domingo, 26 de março, para marcar o oitavo aniversário do início da agressão liderada pela Arábia Saudita no país. Os manifestantes reiteraram a exigência do fim das agressões e do levantamento do bloqueio ao país. Os líderes do movimento Houthi chamaram essas condições essenciais para a paz. 

O Dia Nacional de Resiliência e Firmeza, celebrado em 26 de março pelos iemenitas, simboliza sua determinação em meio à destruição em larga escala causada pelos ataques aéreos e bloqueios da coalizão liderada pela Arábia Saudita. 

Enquanto isso, após oito longos anos de sofrimento causado pela agressão estrangeira e os efeitos nocivos da guerra, as esperanças de paz no Iêmen foram renovadas após a recente reaproximação entre o Irã e a Arábia Saudita. Isso é relevante, pois a Arábia Saudita vem sugerindo que a influência iraniana na região e o suposto apoio aos Houthis são uma das principais razões para a guerra.

ACORDOS ENTRE PUTIN - XI E AS IMPLICAÇÕES PARA A ÍNDIA

Um ex-funcionário de alto escalão da segurança indiana faz uma avaliação precisa da Entente Sino-Russo

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

SD. Pradhan é um profissional genuíno que tem as credenciais para falar com confiança sobre grandes questões estratégicas sensíveis como este assunto, fazendo com que seu artigo sobre a “Cúpula Putin-Xi: Implicações para a Índia” valha a pena ser lido.

A viagem do presidente Xi a Moscou no início deste mês levou a uma campanha de propaganda pré-planejada contra a emergente Entente Sino-Russo, que envolveu duas narrativas de guerra de informação dirigidas à Índia. O primeiro alegou que a Rússia acabou de se tornar “vassalo” da China e, portanto, supostamente não merece a confiança da Índia, enquanto o segundo implicava que a Índia apenas decidiu se subordinar aos EUA e, portanto, supostamente não merece a confiança da Rússia.

Ambas as alegações são igualmente falsas e foram desmascaradas de forma abrangente nas duas análises de hiperlinks anteriores, mas a importância de apontá-las é que elas servem como evidência confirmando a existência de uma campanha de guerra de informação energizada destinada a manipular percepções na e sobre a Índia. É por isso que foi tão revigorante ler uma avaliação perspicaz da Entente Sino-Russo na mídia daquele país depois de se deparar com S.D. A última peça de Pradhan para o The Times Of India.

Seu currículo é impressionante, já que ele atuou como presidente do Comitê Conjunto de Inteligência da Índia, foi vice-conselheiro de segurança nacional de seu país e até mesmo presidente da Força-Tarefa sobre Mecanismo de Inteligência. Pradhan é, portanto, um profissional genuíno que tem as credenciais para falar com confiança sobre grandes questões estratégicas sensíveis como este assunto, fazendo com que seu artigo sobre a “Cúpula Putin-Xi: Implicações para a Índia” valha a pena ser lido.

Ele procura responder a duas perguntas: “Primeiro, se a China se tornaria mais agressiva com seus vizinhos com a garantia do apoio russo. Em segundo lugar, se a Rússia seria guiada pela China para mudar sua abordagem em relação à Índia e outros países, com quem a Rússia mantém relações estreitas atualmente”. Pradhan conclui que, embora a China possa avançar com mais assertividade em suas reivindicações territoriais, não há evidências de que a Rússia a apoiaria, seja no Himalaia ou no Mar da China Meridional.

Essas duas Grandes Potências multipolares têm uma visão compartilhada de Relações Internacionais, que estão unindo forças para promover em oposição à visão unipolar do Ocidente liderado pelos EUA, mas isso não significa que sejam aliados militares. O presidente Putin recentemente esclareceu isso também, negando que exista qualquer relação desse tipo entre eles. Isso serviu ao propósito de neutralizar o medo ocidental ao mesmo tempo em que acalmava as preocupações dos observadores indianos bem-intencionados sobre seus laços fortalecidos.

Aí reside um ponto crucial, no entanto, uma vez que muitos observadores indianos não são bem-intencionados, mas são movidos por motivos maliciosos influenciados por sua visão de mundo liberal-globalista alinhada com os EUA. Pradhan é um dos poucos que não se encaixa nessa caracterização lamentavelmente comum, portanto, por que sua peça foi tão refrescante. Suas credenciais profissionais também são impecáveis, então ninguém pode questionar suas motivações, ao contrário de muitos de seus colegas da mídia. Espero que eles considerem seguir seu exemplo e mudem de tom depois de ler seu artigo.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

PIB NÃO PETROLÍFERO TIMORENSE CRESCEU 3,9 EM 2022

O produto interno bruto (PIB) não-petrolífero timorense cresceu 3,9% em 2022, com a economia a crescer acima dos dois dígitos no último trimestre do ano, segundo uma nota técnica do Ministério das Finanças.

Na nota de análise à situação macroeconómica, enviada à Lusa, e em que confirma dados preliminares avançados no início do ano, o Ministério das Finanças nota que o crescimento da economia se deve, em particular, aos últimos três trimestres do ano, que compensaram um recuo significativo entre janeiro e março.

"O PIB não petrolífero em 2022 aumentou 3,9% em termos constantes, impulsionado por um aumento substancial dos investimentos. Além disso, o Governo implementou gastos públicos em infraestrutura e outros projetos", refere-se na nota.

O Governo, explica-se, continuou igualmente a "tomar uma série de medidas para apoiar a economia, incluindo um pacote de estímulo que inclui transferências governamentais para as famílias".

Nos dados parciais, o Ministério das Finanças nota que o consumo público aumentou 8%, "impulsionado pelo aumento do emprego e da despesa de bens e serviços", com o investimento público "a aumentar significativamente 44,2% com base nas despesas com infraestruturas e outros projetos".

Uma mudança, recorda, que contrasta com o recuo de -18,9% no investimento público em 2021.

Urge que o Japão pare de despejar águas contaminadas por energia nuclear no oceano

Economista ambiental japonês diz que águas residuais radioativas de Fukushima tratadas com ALPS ainda contêm radionuclídeos, instando Tóquio a interromper o plano de despejo

Xu Keyue | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Embora enfatizando que a chamada água tratada da usina nuclear destruída de Fukushima ainda contém radionuclídeos que não podem ser removidos, um renomado economista ambiental japonês disse recentemente em entrevista exclusiva ao Global Times que devemos exigir persistentemente que o governo japonês e a Tokyo Electric Power Co (TEPCO) parem de despejar as águas residuais contaminadas por energia nuclear no oceano.

Kenichi Oshima, professor da Universidade Ryukoku, disse ao Global Times que o governo japonês e a TEPCO não deveriam liberar as águas residuais contaminadas por energia nuclear.

O governo japonês e a TEPCO planejam usar o ALPS - Advanced Liquid Processing System - para tratar as águas residuais contaminadas por energia nuclear do acidente nuclear de Fukushima e, em seguida, liberar a água tratada no oceano. A água tratada contém radionuclídeos, incluindo rutênio, estrôncio-90 e iodo-129, além de trítio, observou Oshima.

Antes do lançamento, a TEPCO desenvolveu um "Relatório de avaliação de impacto ambiental e de radiação sobre descarga oceânica de água processada ALPS" para avaliar o impacto da descarga oceânica. 

"No entanto, acreditamos que é impossível prever com precisão os efeitos ecológicos das descargas oceânicas nas próximas décadas", disse o economista ambiental japonês.

EUA DEVEM AO MUNDO UMA EXPLICAÇÃO SOBRE BIO-LABORATÓRIOS

Feng Qingyin | Global Times | Gráfico: Feng Qingyin e Deng Zijun/GT

PORQUE A CHINA SERIA UM INIMIGO? -- Craig Murray

Reagir ao crescente poder econômico de Pequim aumentando o poderio militar ocidental é inútil. É mais difícil pensar em um exemplo mais estúpido de ataque de raiva cega.

Craig Murray* | Craig Murray.org.uk | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Não sei por que o Reino Unido deveria tentar se juntar aos EUA em considerar a China um inimigo e em procurar aumentar as forças militares no Pacífico para se opor à China.

Em que sentido os interesses chineses se opõem aos interesses britânicos? Não tenho certeza da última vez que comprei algo que não foi fabricado na China. Para minha surpresa, isso se aplica até ao nosso Volvo usado e também a este laptop.

Eu já disse isso antes, mas vale a pena reafirmar:

Não consigo pensar prontamente em nenhum exemplo na história, de um estado que alcançou o nível de domínio econômico que a China alcançou agora, que não procurou usar sua força econômica para financiar a aquisição militar de território para aumentar seus recursos econômicos. A esse respeito, a China é muito mais pacífica do que os Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha ou qualquer outra potência anteriormente proeminente.

Faça a si mesmo esta pergunta simples. Quantas bases militares no exterior os EUA têm? E quantas bases militares no exterior a China tem? Dependendo do que você conta, os Estados Unidos têm entre 750 e 1100 bases militares no exterior. A China tem entre 6 e 9.

A última agressão militar da China foi a tomada do Tibete em 1951 e 1959. Desde essa data, vimos os Estados Unidos invadirem com destruição maciça o Vietnã, Camboja, Coréia, Iraque, Afeganistão e Líbia.

L’ENTENTE É UMA PÍLULA AMARGA PARA O OCIDENTE

O Ocidente está preso entre o sentimento público que criou e a realidade no terreno, escreve Alastair Crooke.

Mudança Estratégica Conseqüente – Ao sair de sua reunião com Vladimir Putin, Xi Jinping disse a Putin: “Está chegando uma mudança que não acontecia há 100 anos – e estamos conduzindo essa mudança juntos”.

Alastair Crooke* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

A 'Entente' (o acordo) foi selada durante horas de conversas durante dois dias, e em meio a uma infinidade de documentos assinados. Dois estados poderosos formaram uma dualidade que, ao casar uma gigantesca base manufatureira com o preeminente fornecedor de matérias-primas e o armamento avançado e a mente diplomática da Rússia, deixa os EUA na sombra. Um assento nas sombras (assumido por volição ou incapacidade de contemplar uma transição tão radical) reflete os EUA de costas voltadas para a participação no mundo multipolar em desenvolvimento.

Com os EUA escravizados pela hegemonia, o surgimento de uma trifurcação global é inevitável – incluindo as três esferas da guerra comercial: Eurásia, liderada pela Rússia China; Sul Global influenciado pela Índia – e com os EUA dominando a UE e a Anglo-Sphere.

Mas essa não era a essência do que o presidente Xi queria dizer com 'mudança'; o comércio, o intercâmbio militar e a mudança do sistema monetário já estavam "incorporados". O que Xi e Putin estão sugerindo é que devemos deixar de lado os velhos óculos do orientalismo ocidental, pelos quais estamos acostumados a ver o mundo e a pensá-lo de maneira diferente e de diversas maneiras.

A transformação nunca é fácil. Como a classe política dos EUA está reagindo? =Ele está se debatendo descontroladamente. Está profundamente assustado com a manifestação desta nova entente. Ele atacou, como sempre, com uma enxurrada de propaganda: Putin ganhou pouco com a visita de Xi, pompa e cerimônia; A de Xi foi uma 'chamada à beira do leito' para um paciente doente; A Rússia foi humilhada por se tornar uma colônia chinesa de recursos – e, acima de tudo, a cúpula não conseguiu encontrar uma resolução para a Ucrânia.

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