quarta-feira, 26 de abril de 2023

Como a chanceler alemã, Angela Merkel, submeteu a Alemanha aos EUA

Para a preservação da paz, liberdade e prosperidade, uma coisa é necessária: a libertação da Europa dos EUA, escreve Werner Rügemer.

Werner Rügemer |  Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Depois que o chanceler fundador do estado separado da República Federal da Alemanha imposto pelos EUA, Konrad Adenauer, e o chanceler da reunificação, Helmut Kohl, agora em 17 de abril de 2023, Angela Merkel recebeu a maior honra do estado alemão: Grande Cruz da Ordem do Mérito. Apenas os chanceleres da União Democrata Cristã (CDU) são homenageados desta forma. Chanceleres social-democratas como Willy Brandt são considerados dissidentes: eles podem não ser homenageados.

Contribuição para o “interesse nacional dos EUA”

Um prêmio mais importante foi concedido à chanceler permanente da Alemanha e presidente da CDU, que ocupou o cargo de 2005 a 2021, alguns anos antes: em 2011, o presidente dos EUA, Barack Obama, concedeu-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade em Washington. Esta medalha da liberdade dos EUA é concedida a homens, e às vezes mulheres, por sua contribuição “para a segurança e o interesse nacional dos Estados Unidos”. Em outras palavras, não por sua contribuição para a segurança e o interesse nacional, digamos, da Alemanha ou da Europa.

Merkel se destacou, entre outras coisas, por defender incondicional e apaixonadamente a guerra dos EUA contra o Iraque sob o presidente George W. Bush em 2002. O então chanceler social-democrata Schröder/SPD e o ministro das Relações Exteriores Joseph Fischer/Verdes não acreditavam que os EUA fingiam que os iraquianos O presidente Hussein tinha armas de destruição em massa e estava pronto para usá-las, inclusive contra Israel. Schröder se recusou a participar diretamente da guerra em nome da Alemanha.

Com Jesus pela guerra dos EUA no Iraque

Por outro lado, Merkel, como chefe do grupo parlamentar da CDU, protestou contra Schröder no Bundestag em 13 de setembro de 2002: “Você destruiu a confiança internacional na Alemanha…. Você está jogando com os medos e sentimentos das pessoas…. Esta ação unilateral está prejudicando a Alemanha como nação exportadora… a Alemanha, como o maior país da Europa, tem uma responsabilidade”.

O mentiroso Bush, por outro lado, Merkel elogiou com referência ao Sermão da Montanha de Jesus como o verdadeiro “pacificador”, por mais obscuro que fosse. Mas os partidos CDU e FDP, financiados pelas empresas, aplaudiram freneticamente.

Em novembro de 2005, ela se tornou chanceler e, já em 13 de janeiro de 2006, prestou homenagem a Bush em Washington e apoiou a guerra no Iraque. O fato de esta guerra ter sido justificada com mentiras - isso não valia nada para o pregador cristão do monte, tão pouco quanto a devastação, mortes e estados falidos no Afeganistão e outras guerras lideradas pelos EUA.

EUA | SALÃO OVAL À PROVA DE BIDEN

Stellina Chen, Taiwan China | Cartoon Movement

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que concorrerá à reeleição em 2024. Confira nossa coleção para mais cartoons sobre a campanha de reeleição de Biden.

EUA | DEPARTAMENTO DE ESTADO E LÍDERES DO SENADO PROVOCAM ASSANGE

A pressão crescente está sendo trazida por políticos e pelo público ao DOJ para retirar as acusações contra Julian Assange. Apesar de alguns progressos, os obstáculos políticos são formidáveis.

Joe Lauria | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

O seguinte é um discurso feito pelo editor-chefe do Consortium News, Joe Lauria, em um comício para Julian Assange em frente ao prédio do Departamento de Justiça dos EUA em Washington em 11 de abril, o quarto aniversário da prisão de Assange  .

Em nossa última manifestação em frente a este prédio do Departamento de Justiça, em outubro passado, li uma carta que escrevi ao procurador-geral Merrick Garland.

Agora há uma carta mais importante entregue a Garland, redigida pela congressista Rashida Tlaib e assinada por seis outros membros da Câmara.

Esta carta faz parte da crescente pressão exercida por políticos e pelo público sobre o DOJ para retirar as acusações contra Julian Assange. E está lentamente mostrando progresso.

Na Austrália, o ministro das Relações Exteriores Penny Wong foi questionado diretamente no Parlamento pelo senador David Shoebridge se o primeiro-ministro Anthony Albanese perguntou diretamente ao presidente Biden sobre Assange quando se encontraram em San Diego em março. Wong vacilou. Ele disse que a Austrália segue o estado de direito. Ela disse que a Austrália não pode interferir em um processo legal em andamento em outro país.

Riscos persistentes de liquidez bancária levam os EUA à beira da crise novamente

O medo de novos colapsos bancários após as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank estão aparentemente assombrando o mercado novamente, enquanto os bancos regionais dos EUA, no centro da tempestade de crise de liquidez, continuam lutando para se manter à tona. Isso prova que o governo Biden dificilmente consegue encontrar uma solução rápida para crises decorrentes de problemas de longa data.

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

O First Republic Bank, que viu suas ações fecharem cerca de 50 por cento na terça-feira, está explorando uma venda de ativos de até US$ 100 bilhões como parte de um plano de resgate mais amplo, segundo a Bloomberg News.

O desenvolvimento ocorreu depois que o banco dos EUA surpreendeu o mercado na segunda-feira ao divulgar que seus depósitos caíram 40,8 por cento, ou mais de US$ 100 bilhões, para US$ 104,5 bilhões no primeiro trimestre, apesar de uma tábua de salvação temporária de US$ 30 bilhões de alguns grandes bancos no mês passado.

Nem é preciso dizer que o último relatório de lucros do First Republic aumentou as preocupações sobre saídas de depósitos, descasamento de ativos e passivos e crise de crédito em bancos regionais. Depois que o governo Biden garantiu ao mercado no mês passado que o sistema bancário dos EUA está seguro, o forte êxodo de depósitos diz claramente o contrário, ou pelo menos a crise de confiança nos bancos regionais não acabou. 

Além do First Republic, vários bancos regionais também relataram saídas de depósitos em seu último relatório de ganhos do primeiro trimestre. Na semana passada, a Moody's Investor Services rebaixou 11 bancos regionais, de acordo com relatos da mídia.

A VINGANÇA DO IMPÉRIO: INCENDIAR O SUL DA EURÁSIA

Pepe Escobar [*]

A dissonância cognitiva coletiva exibida pelo bando de hienas com rostos polidos que conduzem a política externa dos EUA nunca deve ser subestimada.

E, ainda assim, esses psicopatas neoconservadores straussianos conseguiram obter um sucesso tático. A Europa é um navio de tolos indo para Cila e Caribdis – com quislings como o francês Le Petit Roi e o Chanceler Salsicha de Fígado alemão cooperando na derrocada, completo com as galerias se afogando em um turbilhão de  moralismo histérico.

São aqueles que dirigem o Hegemon que estão destruindo a Europa. Não a Rússia.

Mas então há o quadro geral do Novo Grande Jogo 2.0.

Dois analistas russos, por meios diferentes, criaram um roteiro surpreendente, bastante complementar e bastante realista.

O general Andrei Gurulyov, aposentado, agora é membro da Duma. Ele considera que a guerra NATO x Rússia em solo ucraniano só terminará em 2030 – quando a Ucrânia basicamente terá deixado de existir.

Seu prazo é 2027-2030 – algo que até agora ninguém ousou prever. E “deixar de existir”, de acordo com Gurulyov, significa realmente desaparecer de qualquer mapa. Implícita está a conclusão lógica da Operação Militar Especial – reiterada repetidamente pelo Kremlin e pelo Conselho de Segurança: a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia; estado neutro; não membro da NATO; e “indivisibilidade da segurança”, igualmente, para a Europa e o espaço pós-soviético.

Portugal | ELEFANTES EM LOJA DE PORCELANAS

Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião

Visto o espetáculo, confirmadas as pateadas, registada a falta de educação, poderia parecer prudente passar à frente. Evitar dar importância ao que não passou de um número de circo, acreditando que aquele grupo de evangélicos embevecidos com o seu messias acabarão no caixote de lixo da história, como costuma acontecer aos fenómenos populistas de segunda categoria.

Sucede que isso seria transformar o Chega no elefante na sala. O problema de que evitamos falar, suspirando para que ele desapareça. Não vai acontecer. Mas também não é razoável constatar, apenas, que o Chega é o elefante na loja de porcelanas. E apontar-lhe uma câmara de televisão de cada vez que ameaça partir a louça, só porque isso garante animação em antena. Tem razão António Costa quando diz que é perigoso para a democracia que haja um excesso de representação mediática de quem tem uma representação minoritária. A Comunicação Social (e os que gravitam na sua órbita) tem de cumprir a sua função: explicar a quem a vê, ouve, ou lê, que aquilo é uma ópera bufa.

Augusto Santos Silva, que, a propósito do número circense durante a receção a Lula da Silva, chamou os bois pelos nomes, aproveitou a cerimónia do 25 de Abril para deixar o recado a Marcelo Rebelo de Sousa: depois de tanto ouvir o presidente da República teorizar sobre uma hipotética dissolução da Assembleia da República (seja para a negar, seja para a atirar para outro tempo), lembrou que são as eleições (e não o presidente, as sondagens, ou os comentadores) que "determinam a composição do Parlamento" e que "é a partir dessa composição e só dela que se formam os governos e as oposições". Tudo certo, exceto na tentativa de resumir a crise do Governo a "erros localizados". Na verdade, e usando a sua terminologia, vislumbra-se uma crise "prolongada e sistémica". Se a ideia é cumprir o ciclo de quatro anos, António Costa tem de arrepiar caminho. A não ser que também se queira transformar num elefante em loja de porcelanas.

*Diretor-adjunto

Portugal | DEPOIS DA FESTA

Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal | MUITOS MIL PARA CONTINUAR UM ABRIL SEM DONOS

Pedro Cordeiro, editor da Secção Internacional | Expresso (curto)

Bom dia!

Antes de mais, um convite: na próxima quarta-feira, às 14h00, teremos Daniel Oliveira e João Vieira Pereira prontos para conversar consigo sobre os discursos do 25 de Abril — os de Marcelo e dos partidos, mas também o de Lula da Silva, que vai ao Parlamento (com a polémica de que temos falado). Junte-se à Conversa, basta inscrever-se aqui.

A Revolução dos Cravos fez 49 anos e este Curto começa por aqueles a quem cabe manter viva a sua chama, que é como quem diz proteger a liberdade que Abril nos trouxe. “A juventude não esqueceu o que aconteceu no passado. E não vai esquecer”, leio num trabalho da camarada Matilde Ortigão Delgado. E outra frase que eu próprio podia subscrever, aqui dita por alguém com menos de metade da minha idade: “Já nascemos livres, mas os meus avós não. Nem os meus pais”.

O tempo apagará inevitavelmente memórias destas, pelo que educar para a democracia e os riscos da sua ausência se torna tarefa de todos quanto a amem, numa altura em que os seus inimigos cada vez menos disfarçam o sonho do recuo a outra era. Talvez por isso, gostei muito de dois textos no “Público”: este de Miguel Esteves Cardoso, a defender que “os 49 anos de democracia são a melhor resposta aos 48 anos de ditadura”; e este de Pedro Norton, a lembrar que Abril, por definição, “não tem donos”. De volta ao Expresso, destaco a prosa de Teresa Violante, para quem “uma revolução inacabada não é uma revolução fracassada”.

Ontem fomos à rua, como o país que festejou o 25 de Abril. Quisermos saber o que é a liberdade para gente muito diversa. Antes do muito participado desfile pela Avenida homónima, em Lisboa (um de muitos festejos populares da revolução), houve sessão solene no Parlamento. A secção de Política esteve atenta a tudo, dos discursos dos partidos aos do presidente da Assembleia da República e do Presidente da República. E gravou até, em plena Avenida, um episódio do podcast Comissão Política.

À tarde o primeiro-ministro abriu as portas da residência oficial, como é costume, e nos jardins de São Bento houve atividades artísticas e recreativas, além de um concerto de Ana Moura. António Costa elogiou Augusto Santos Silva e Marcelo Rebelo de Sousa e pediu menos foco mediático na extrema-direita. Esta protagonizara, de manhã, uma manifestação contra a presença do Presidente do Brasil em Portugal, em que participaram menos pessoas do que os organizadores teriam gostado, e alguns infiltrados que se tornam embaraçosos.

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