sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Angola | Holocausto e a Vítima de Terrorismo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um ano depois das eleições os resultados continuam a ser rejeitados pelos perdedores. É normal porque eles odeiam a democracia representativa e na Jamba só votavam quando era preciso decidir se os generais eram degolados pelo assassino Beja ou mortos à paulada pelo Kamy Pena. Se as mulheres eram violadas pelo chefe Savimbi na presença dos maridos ou em grupo, sobretudo as que tinham elevada escolaridade. Ninguém duvide que nas próximas eleições eles vão novamente invocar a fraude e rejeitar os resultados. 

Nas últimas, o eleitorado das províncias de Luanda, Cabinda e Zaire deu-lhes a vitória. Mas eles não valorizam esses resultados nem nenhuns. Não querem eleições, ganhem ou percam. O projecto político do Galo Negro e seus aliados é fazerem em Angola toda o que Savimbi, os racistas da África do Sul e os EUA fizeram na Jamba: Um supermercado de drogas e paraíso dos traficantes de diamantes, marfim e madeiras preciosas. Por isso as eleições só atrapalham. 

A veneranda presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Prazeres Cardoso, concedeu uma entrevista à TPA que me causou ao mesmo tempo indignação e perplexidade. Serenamente, num tom conciliatório e pedagógico, denunciou actos terroristas gravíssimos desencadeados contra si e a sua família. Recebeu ameaças de morte e insultos soezes em chamadas de voz ou mensagens no telemóvel. E até presenciais! As redes sociais divulgaram enxurradas de insultos e ameaças. Não nomeou os autores. Não responsabilizou os perdedores das eleições por esses actos terroristas. Esses crimes de ódio.

Ouvi estas denúncias com grande perplexidade. Mas sobretudo com indignação. As autoridades competentes tinham o dever de informar a opinião pública destes crimes perpetrados contra a titular de um órgão de soberania. Tinham a obrigação de investigar e abrir imediatamente processos contra os criminosos e instigadores. Era facílimo. Bastava ouvir ver e ler as declarações dos dirigentes da UNITA e seus comparsas na hilariante “coligação” que nasceu morta. Todos cometeram ou instigaram esses crimes. Se os titulares da investigação e acção penal ignoram gravíssimos crimes (públicos!) estão a promover oficialmente a impunidade. Estão a apoiar o vale tudo até tirar olhos na política.

Esta revelação da veneranda presidente do Tribunal Constitucional, um ano depois das eleições, exige imediatamente a abertura de inquéritos judiciais. Os crimes de terrorismo e de ódio não prescrevem. O que prescreve é a incompetência e a negligência. Aliás nem podem ser admitidas na investigação e acção penal e muito menos nos Tribunais.

No audiovisual o tempo mede-se ao segundo. Porque a atenção gerada pela expectativa tem pouca vida. Na Rádio atinge o máximo aos 40/50 segundos e depois começa a cair abruptamente. Quem é profissional sabe que acções deve desencadear para manter os consumidores sempre com essa atenção em alta. Na Televisão o tempo de vida da atenção gerada pela expectativa é mais dilatado porque as imagens servem de âncora. Prendem o consumidor. Mesmo assim começa a cair aos 80/90 segundos. Então é preciso desencadear actos que mantenham essa atenção sempre no mais alto nível. O espectáculo do som e das imagens, da voz humana, não pode ser perturbado por ruído.

Angola | O Corredor do Lobito e as Constipações -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Corredor do Lobito ameaça a o Presidente João Lourenço. E sobretudo está a batê-lo na realização dos grandes feitos económicos, sociais e financeiros. Angola é auto-suficiente em sal marinho. Os comboios apitam e circulam nos carris. Luída Damião foi promovida a presidente de todas as igrejas e de uma comissão multirreligiosa. O Petro está suspenso virtualmente mas foi ao Songo de Moçambique ganhar um jogo de futebol verdadeiro. Francisca Van-Dúnem veio dar lições de Direitos Humanos. Foi abraçada e perdoada. Mas sem beijo, que isso é agressão sexual. Todos estes prodígios se devem ao Corredor do Lobito.

O Presidente João Lourenço continua em alta, mas está ameaçado pelo corredor que é uma espécie de porco gordinho oferecido à União Europeia e aos EUA. Por cortesia, daqui a 50 anos eles devolvem-nos um chouriço roubado numa loja do Kero. Bons negócios fazem grandes amigos. A popularidade do nosso presidente é suficiente para governar o barco nos próximos quatro anos. Até porque continua a fazer milagres. Os lutadores angolanos venceram o campeonato africano de artes marciais mistas. Graças ao Presidente João Lourenço. A aldeia Muno Waha tem uma escola nova. João Lourenço operou esse milagre.

O basquetebolista Ângelo Vitoriano tem o seu nome no “Hall da Fama” da Federação Internacional de Basquetebol. Um angolano de eleição. Foi homenageado em Luanda e a ministra de Estado Dalva Lingote discursou ao lado da pérola Palmira Barbosa, titular da Juventude e Desportos. Dona Ringote fez uma revelação. Tudo o que acontece no desporto deve-se ao Presidente João Lourenço. Sem dúvida. Graças a sua excelência eu vou correr a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris. Mais um milagre do chefe.

Nunca meti a catana em lavra alheia. Nunca me intrometi na vida dos outros. Mas há momentos que nos levam à primeira vez. Com a vossa sagrada permissão vou opinar. Não gastem mais elogios em João Lourenço. Daqui a quatro anos acaba o seu prazo de validade e temos que votar noutro cabeça de lista do MPLA. Os deputados da UNITA não vão acabar com o seu abono de família, a sua principal fonte de rendimentos. Por isso sua excelência continua no cargo até ao último dia do mandato. É boa ideia elogiar, desde já, a mulher (de preferência) ou homem que vai apresentar-se a votos.

Longe de mim dar palpites de nomes mas Luzia Damião é a pessoa certa para o lugar certo. Porque reproduz fielmente o discurso de João Lourenço e como já estamos habituados ao estilo não estranhamos. Se os eleitores a colocarem no Palácio da Cidade Alta evita-se um cisma nas igrejas. 

Hoje ela é uma ameaça aos líderes de todas as confissões religiosas. Sobretudo para Filomeno Vieira Dias (Igreja Católica). Afonso Nunes (Igreja Tocoísta). Gaspar João Domingos (Igreja Metodista) Alberto Segundo (Igreja Universal do Reino de Deus). Leo Nsumbo Bênção (Igreja Evangélica Baptista de Angola). Francisco Sebastião (Igreja Assembleia de Deus Pentecostal). Um perigo!

A epidemia de golpes de estado em África: a democracia falhou no continente?

O apoio às aquisições militares está a crescer em toda a África e os governos civis são responsáveis ​​por essa queda, dizem os analistas.

Kent Mensah | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Em Agosto, quando um grupo de oficiais militares gaboneses depôs o Presidente Ali Bongo, cuja família governou o país durante quase seis décadas, muitos cidadãos comuns saíram às ruas para comemorar.

Quando Bongo fez um apelo à comunidade internacional para “fazer barulho” contra o golpe, isso rapidamente se transformou num meme zombando dele , com dançarinos e criadores de conteúdo ridicularizando seu desejo de permanecer no poder.

Nem o golpe militar no Gabão nem a resposta das ruas a ele são únicos. Desde 2020, ocorreram nove golpes de Estado na África Ocidental, na África Central e na região do Sahel.

O Mali abriu as comportas há três anos, quando o exército organizou um motim e posteriormente empreendeu um golpe de Estado liderado pelo Coronel Assimi Goita – que depois deu outro golpe contra uma administração interina em Maio de 2021.

Quatro meses depois, em Setembro, a Guiné deu seguimento a um golpe militar contra o Presidente Alpha Conde. O governo de transição civil-militar do Sudão foi derrubado em Outubro de 2021. No início desse ano, em Abril, o exército do Chade tomou o poder depois de o Presidente Idriss Deby ter sido morto no campo de batalha enquanto visitava as tropas que lutavam contra os rebeldes no norte.

O Burkina Faso juntou-se a este padrão de colapso de governos, com dois golpes militares em 2022. Depois, em 26 de Julho de 2023, a guarda presidencial no Níger, rico em urânio, derrubou o presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum, antes do golpe no Gabão, algumas semanas mais tarde. Desde o início do ano passado, a Gâmbia, a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe testemunharam tentativas de golpe fracassadas.

Em muitos – embora não todos – destes casos, estas revoltas e golpes de estado parecem ter tido um apoio popular significativo por parte dos civis.

Então, estarão as pessoas fartas de governos liderados por civis, embora estes sejam muitas vezes, pelo menos nocionalmente, democráticos? Estará África à beira de mais golpes? E até que ponto são os intervenientes internacionais, sejam antigas potências coloniais como a França ou mercenários da Rússia, ou agrupamentos regionais como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)?

A resposta curta: Processos democráticos fracos falharam frequentemente em nações da África Ocidental francófona e do Sahel em particular, resultando no aprofundamento da desigualdade, em administrações corruptas e em acordos étnicos e culturais frágeis, segundo os especialistas. Estas condições, por sua vez, atraem superpotências paternalistas que estão interessadas em alargar a sua influência. Esta combinação de desafios económicos, políticos e sociais torna a região especialmente vulnerável a golpes de estado.

As tragédias gémeas da Líbia e do Marrocos destacam diferenças -- análise

A Líbia e Marrocos viveram tragédias na mesma semana, mas existem diferenças claras na forma como se desenrolaram.

Simon Speakman Cordall | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

A contagem de mortos e desaparecidos nas duas catástrofes que atingiram a Líbia e Marrocos há quase duas semanas já ultrapassa os 14 mil. O número final, quando chegar, provavelmente será muito maior.

No entanto, na mente de muitas pessoas em todo o mundo, as linhas que separam as duas tragédias confundiram-se.

As suas causas naturais e a proximidade geográfica podem, de alguma forma, dar-lhes uma aparência de semelhança, mas as diferenças gritantes que separam os dois devem ser suficientes para separá-los.

“As pessoas só precisam de histórias que possam compreender”, disse o jornalista alemão e analista da Líbia, Mirco Keilberth, que cobriu o terramoto em Marrocos. “É mais fácil, mesmo que apenas psicologicamente, combinar os dois.

“As pessoas precisam de compreender o que está a acontecer e, convenhamos, um terramoto em Marrocos é mais fácil de compreender do que a política em torno das inundações em Derna , que perturba qualquer narrativa clara.”

O ponto de vista de Keilberth pode ser ilustrado pelos acontecimentos na Líbia. Em Derna, além da chuva, foi o erro humano, a preguiça e a ganância que se combinaram para tornar o desastre natural ainda pior.

Biden e Zelensky

Rahma, Peru | Cartoon Movement

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A UCRÂNIA AUMENTOU OS ATAQUES À CRIMEIA -- atualização em 21 setembro 2023

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Na noite de 21 de setembro, os sistemas de defesa aérea russos abateram 19 UAVs ucranianos sobre o Mar Negro e a Crimeia, segundo o MOD russo.

4 UAVs ucranianos foram abatidos perto de Dalekoe;

2 UAVs ucranianos foram abatidos perto de Mezhvodnoe;

8 UAVs ucranianos foram abatidos perto de Saki;

5 UAVs ucranianos foram abatidos perto de Sebastopol;

Em 19 de setembro, dois UAVs ucranianos foram abatidos perto de Sebastopol;

Em 19 de setembro, 8 mísseis Storm Shadow atingiram a Crimeia. Cinco deles foram abatidos perto do campo de aviação Cape Tarkhankut e Belbek, perto de Sebastopol. Três teriam caído perto de Verhnesadovoe;

Em 19 de setembro, um UAV não identificado atingiu um depósito de petróleo perto de Sochi;

Em 18 de setembro, três mísseis Storm Shadow que tinham como alvo a Ponte da Crimeia foram abatidos perto de Melitopol;

Em 18 de setembro, um míssil Storm Shadow que tinha como alvo a Ponte da Crimeia foi abatido perto de Genichesk.

South Front

Ler/Ver em South Front:

China e Síria anunciam parceria estratégica

Ucrânia atingiu a sede da frota russa Black Sa em Sebastopol com míssil Storm Shadow

Houthis do Iêmen exibem novos mísseis e drones durante desfile em Sanaa (vídeo, fotos)

Situação militar no sul da Ucrânia em 21 de setembro de 2023 (atualização do mapa)

A necessidade de Substituir a Web Existente Controlada Pelo Governo dos EUA

EricZuesse* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Aqui serão explicados muitos mistérios relativos à opinião pública, incluindo (mas não limitado a) este muito importante: Considerando que a Rússia é amplamente condenada por ter invadido em 24 de Fevereiro de 2022 um país vizinho, a Ucrânia, um país que tem clara importância para a segurança nacional russa (como sendo uma potencial base de preparação para mísseis dos EUA a serem colocados a apenas 300 milhas de distância do Kremlin - uma ameaça de decapitar o comando central da Rússia demasiado rápido para que o líder da Rússia tenha tempo suficiente para autorizar uma retaliação), e está a ser severamente sancionado pelos EUA e pelos países aliados e pelos seus meios de comunicação, por o ter feito (por ter feito o que a Rússia  precisava de fazer).

A América e alguns dos seus aliados não foram  condenados e sancionados por  nenhum  país por terem invadido, em 20 de Março de 2003, um país muito distante, o Iraque, que (em total contraste com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022) não  teve qualquer importância para os EUA. segurança nacional de nações aliadas  (apenas mentiras sobre “as armas de destruição em massa de Saddam” etc. afirmaram o contrário. A Rússia também não “justificou” com mentiras a sua invasão da Ucrânia).

A América e os seus aliados invasores  não foram  sancionados, mesmo depois de a sua invasão do Iraque se ter tornado amplamente conhecida por ter sido baseada em  desculpas de segurança nacional totalmente fraudulentas dos EUA e dos aliados (como a de que o Iraque estava a apenas seis meses de ter uma bomba nuclear). . Esta flagrante e totalmente injustificável desigualdade na opinião pública em todo o mundo (que foi fortemente propagandeada contra a Rússia por ter feito o que a NATO na verdade a forçou a  fazer  ) é  ignorada  nos meios de comunicação, mas exige uma explicação, ESPECIALMENTE porque os próprios meios de comunicação  censuram o próprio assunto desta desigualdade e fingir que ela não existe - que o público não foi enganado por eles com este medo da Rússia, tal como foi exemplificado pela Suécia e pela Finlândia que então procuravam aderir à OTAN). A democracia dentro das nações e a conquista da paz entre as nações são  impossíveis  a menos que este assunto – esta  própria censura  – seja  discutido aberta e honestamente . Como esta censura é quase universalmente censurada, o presente artigo apresentará ao leitor acesso imediato aos principais itens de suas evidências (por meio de links para documentação relativa a qualquer alegação razoavelmente questionável aqui), para que o leitor possa julgar as evidências por conta própria.

Esse é o mistério; a desigualdade é o mistério; e aqui está sua explicação.

Nova Cortina de Ferro na Europa, criação da hostilidade ocidental para com a Rússia

A demarcação da Europa e do resto do mundo durante a Guerra Fria está de volta com força total, promovida pelas mesmas potências imperialistas que criaram a última.

Finian Cunningham* | Strategic Culture Eoundation | # Traduzido em português do Brasil

A União Europeia, que se tornou num clone virtual da aliança militar da NATO liderada pelos EUA, está a erguer uma nova Cortina de Ferro em todo o continente – mais de 30 anos desde que a Guerra Fria supostamente terminou.

Na nova divisão do continente europeu, a Rússia e os cidadãos russos são considerados inaceitáveis, demonizados e excomungados. A UE propõe proibir os cidadãos russos de entrar nos estados da UE como viajantes inocentes. Os automóveis com matrícula russa devem ser excluídos da passagem das fronteiras nacionais, correndo o risco de serem confiscados aos seus proprietários.

Estados da UE, como a Letónia, estão a tomar medidas para proibir a língua russa em público, apesar de um quarto da sua população ser de língua étnica russa. Figuras culturais russas são difamadas quando participam de concertos, balé ou eventos literários.

Os meios de comunicação russos estão bloqueados e não é permitido qualquer questionamento ou uma perspectiva alternativa sobre a guerra na Ucrânia. O contexto histórico sobre a origem deste conflito, a expansão dúbia da NATO, são eliminados de qualquer discurso público. Simplificando, de acordo com o Ocidente, a Rússia é um agressor maligno, o seu líder Vladimir Putin é um tirano hitlerista e toda a nação é um pária (com exceção de figuras “dissidentes” aprovadas pelo Ocidente, como o vigarista Alexei Navalny).

As medidas de exclusão são implementadas unilateralmente pela União Europeia. É a UE que está a criar o que só pode ser descrito como uma nova Cortina de Ferro. Isto pode parecer um tanto irónico, dada a opinião comum no Ocidente de que foi a União Soviética, a antecessora da Federação Russa, que iniciou a anterior Cortina de Ferro após a Segunda Guerra Mundial.

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