Romeu da Silva (Maputo) | Deutsche Welle
O mau cheiro toma conta de Maputo devido ao acumular do lixo desde dezembro. Munícipes alertam para riscos à saúde enquanto a edilidade enfrenta uma dívida de 2,2 milhões de euros às empresas de recolha.
A cidade de Maputo enfrenta uma séria crise de gestão de resíduos, com o lixo acumulado desde finais de dezembro, gerando preocupações entre os munícipes.
A falta de recolha adequada resultou em montes de resíduos sólidos espalhados pelos bairros, invadindo ruas e avenidas, e afetando a qualidade de vida dos residentes.
Munícipes, agastados com a situação, alertam para os perigos à saúde decorrentes do mau cheiro e da presença constante de moscas nos montes de lixo. Carla Vasco, residente no bairro periférico da Maxaquene, descreve a situação:
"Tudo está cheio de moscas por causa deste lixo aqui. Dentro de casa, durante a noite está cheio de moscas... no quarto, em qualquer sítio."
Falta de depósito
Hélio Macandza, trabalhador na remoção de lixo, lamenta a falta de espaço nos contentores: "Há dias em que nem chegamos a trabalhar, porque não há um sítio para depositar o lixo. Chegamos aqui e não encontramos um contentor sequer", contou.
A situação é tão crítica que famílias, como a de Afonso Lucas no bairro Ferroviário, são forçadas a permanecer em casa devido ao intenso mau cheiro.
O mercado informal de Xiqueleni também enfrenta o problema, com contentores cheios de lixo e vendedores, como Maria Conceição, pedindo socorro:
"Nós estamos a pedir socorro. Por causa destes contentores, estamos a passar mal de verdade. Há baratas, ratos, mau cheiro e já não sabemos o que temos que fazer."
Dívida e falha na recolha
A edilidade de Maputo emitiu um comunicado admitindo a falha na recolha e apontando uma dívida de 2,2 milhões de euros às empresas contratadas como a principal causa do problema.
Em diversos bairros, como Polana Caniço e Ferroviário, o lixo se acumula em volumes alarmantes, causando desconforto e afetando a qualidade de vida dos residentes.
A edilidade afirma estar a mobilizar recursos financeiros para resolver o problema, atribuindo a acumulação de lixo ao não pagamento de faturas pelo provedor do serviço.
Contudo, munícipes, como Isaura da Graça em Hulene, continuam a enfrentar condições precárias, incluindo águas paradas, lixo no chão e a proliferação de mosquitos, destacando a urgência de soluções efetivas para a crise do lixo em Maputo.
Foto: Romeu da Silva - DW
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