Artur Queiroz*, Luanda
Uma coligação apresentada como
invencível foi derrotada
Hoje é tempo de refletir sobre
esses acontecimentos. Os EUA foram derrotados
Os 30 por cento que faltam foram decisivos: Apoio político e militar dos países amigos. Em África destaque para a República Popular do Congo, Argélia, Zâmbia e Tanzânia. Na Europa União Soviética e outros países do Leste mais a Jugoslávia. Na Ásia República Popular da China e Coreia do Norte. Na América, Cuba. Quanto mais os países da coligação se esforçavam por vencer, mais cara lhes saía a derrota.
Em
Já sabíamos. Agostinho
Neto,
Depois da Independência começou a Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial. A mesma coligação colocou no terreno as tropas da África do Sul, uma grande potência militar. Serviu-se da UNITA como biombo. Criaram o acampamento militar da Jamba. Até deram mísseis Stinger ao criminoso de guerra Jonas Savimbi. Mais uma vez foram derrotados. Mas desta vez a derrota atingiu o regime racista de Pretória.
A invencível luta do povo, milhões de angolanas e angolanos em armas, libertaram Nelson Mandela, libertaram a maioria negra sul-africana, libertaram a Namíbia. A vitória deve-se em 70 por cento ao Presidente José Eduardo dos Santos e aos seus Generais. Ao Heroico Povo Angolano. Os outros 30 por cento devem-se aos países amigos de sempre e particularmente ao Povo Cubano.A coligação mudou de rumo, ficou escondida na sombra. Atirou para a frente Jonas Savimbi e o Galo Negro. Foi a machada final. As grandes potências do ocidente perceberam que em Angola eram candidatas a mártires. A UNITA teve o mesmo destino. Um amigo que é barra em números, fez as contas ao esmagamento total de Savimbi e do Galo Negro. Os números impressionam.
Presidente José Eduardo dos Santos e a sua equipa contribuíram com cinco por cento. O General João de Matos e o seu Estado-Maior, mais cinco por cento. As forças que libertaram Soyo, Chitololo, Cuango, Cafunfo, Luremo e Luzamba contribuíram com mais cinco por cento. General Armando da Cruz Neto e o seu Estado-Maior cinco por cento. Forças Armadas Angolanas (FAA), Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e militares da UNITA que aderiram ao regime democrático, 50 por cento. O total dá 70 por cento. E os outros 30 por cento? Contributo da Organização das Nações Unidas!
A ONU impôs sanções pesadas à UNITA e a Jonas Savimbi. Contas bancárias congeladas. Acabou a mobilidade. Os dirigentes e familiares do Galo Negro não podiam viajar. Ficaram sem passaportes! Aprovado o conceito de “diamantes de sangue”. Os kamanguistas da UNITA ficaram impedidos de vender os diamantes roubados ao Povo Angolano. Os voos de abastecimentos acabaram de um dia para o outro. As armas, equipamentos, combustíveis e munições ficaram na Ucrânia, Bulgária, Costa do Marfim, Togo e no Zaire (RDC). Savimbi tornou-se um bandido internacional. A UNITA, uma organização pária. Os traidores no seu martírio.
O Conselho dos Direitos Humanos da ONU concluiu que o empresário Carlos São Vicente é vítima de prisão arbitrária. O seu julgamento foi um festival de ilegalidades. Por isso o Grupo de Trabalho recomenda a libertação imediata da vítima. Que seja recompensado e indemnizado. Não adiante fingir que o problema não existe. No dia 19 de Maio de 2024, termina o prazo que foi dado ao Executivo para responder à ONU. Vão ter mesmo que prestar contas. E responder a estas questões muito simples:
Carlos São Vicente já foi libertado? Foi compensado e indemnizado? Investigaram quem violou os seus direitos? Mudaram a legislação para harmonizá-la com o Direito Internacional? Tomaram todas as medidas para implementar o Parecer do Conselho de Direitos Humanos da ONU?
Prender um inocente é gravíssimo. Brincar com o bom-nome a honra da Família Agostinho Neto é imperdoável. Ninguém vai ficar impune porque a ONU não permite. O casal Irene Neto-São Vicente não vai dar descanso a nenhum dos implicados. Eles são discretos mas terríveis!
Cumpram o Parecer da ONU porque só assim evitam ser sancionados como foram a UNITA e Jonas Savimbi. Não sujem o nome de Angola. Aproveitem e mandem para a reforma os Generais que colocaram na Procuradoria-Geral da República, no SINSE, na Casa Militar e de Segurança da Presidência da República. Só fazem asneiras e não são poucas nem pequenas. Responsáveis do Tribunal de Primeira Instância, da Relação, do Supremo, do Constitucional evitem sanções da ONU. Salvem o vosso prestígio e o de todos os operadores da Justiça. Não há dez por cento de fortunas que valham a Honra e a Dignidade de um ser humano.
* Jornalista
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