A contagem dos votos dos emigrantes portugueses termina hoje e serão conhecidos os quatro deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa. Esta quarta-feira deverá também ser o dia em que o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
A contagem dos votos dos emigrantes portugueses, que fizeram a sua escolha por via postal, termina esta quarta-feira, dia em que deverão ser revelados os quatro deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa e que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitará o primeiro-ministro
A Presidência da República, recorde-se, anunciou, após as eleições legislativas de 10 de março, que "depois de conhecidos os resultados dos círculos das comunidades portuguesas no estrangeiro, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro".
O artigo 187.ª da Constituição da República Portuguesa estabelece também que "o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República" após serem "ouvidos os partidos representados na Assembleia da República" e as audiências terminam esta quarta-feira, com a Aliança Democrática (AD).
Antes da coligação liderada por Luís Montenegro, foi ouvido o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, que reiterou que irá liderar a oposição, sublinhando que tal não significa que não será uma "oposição responsável".
"O Partido Socialista não votará documentos ou iniciativas legislativas sobre matérias com as quais não concorde, isso não seria correto para ninguém. Mas, obviamente, em matérias que há pontos de vista comum, onde há possibilidade de entendimento, o Partido Socialista está aberto a que esse entendimentos sejam concretizados", garantiu aos jornalistas, à saída do Palácio de Belém.
Já nas redes sociais, o líder socialista afirmou que o partido transmitiu ao Presidente da República a "disponibilidade para uma participação construtiva no novo ciclo que se inicia".
"O país ganhará em ter uma oposição forte e sólida e ganhará também se tiver no PS uma alternativa robusta à próxima solução de governo. É essa a responsabilidade que temos para com o país e para com aqueles que confiam no PS", garantiu na rede social X.
"O que é bom para a democracia é que a alternância seja entre o PS e o PSD e não entre o Chega, o PS e o PSD"
Antes da posição de Pedro Nuno Santos ter sido revelada, sete militantes do PSD apelaram a Luís Montenegro para fazer um acordo com o Chega para uma "maioria sólida", que coloque "Portugal em primeiro lugar".
No entanto, a deputada do PS Isabel Moreira, que defendeu também o apoio dos socialistas para um orçamento retificativo em matérias comuns nos programas, afirmou que "o que é bom para a democracia é que a alternância seja entre o PS e o PSD e não entre o Chega, o PS e o PSD".
"Isto sim, é uma oposição responsável", referiu Isabel Moreira num espaço de comentário na CNN Portugal.
Governo à Direita "não responde às necessidades do país", reitera PCP
Já o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, reiterou, contudo, que um governo à Direita "não responde às necessidades do país" e prometeu estar na "primeira linha de combate da oposição".
"Seremos oposição e vamos usar todos os meios que estiverem ao nosso dispor para fazer esse combate", referiu Paulo Raimundo numa entrevista à CNN Portugal, defendendo que a moção de rejeição anunciada pelo partido não se trata de "precipitação", mas de "um sinal político claro, para que não hajam dúvidas de como o PCP" vai agir.
Sublinhe-se que os votos dos emigrantes portugueses irão resultar na eleição de quatro deputados (dois pelo círculo da Europa e dois pelo círculo Fora da Europa), que poderão influenciar o resultado final das legislativas do passado dia 10, uma vez que a coligação Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) elegeu 79 deputados e o PS 77.
Patrícia de Melo Moreira | Notícias ao Minuto | Imagem: AFP via Getty Images
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