Martinho Júnior, Luanda
Desde que a vanguarda do povo angolano foi neutralizada, aquele MPLA que se conseguiu conduzir entre tantos escolhos à proclamação da independência da REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA a 11 de Novembro de 1975, que chegou o cavalo de Tróia das etiquetas contemporâneas, entre elas, a do multipartidarismo, que por sua vez escancarou as portas do neoliberalismo a 31 de Maio de 1991.
As portas escancaradas ao neoliberalismo primeiro levaram ao choque, protagonizado pelo freedom fighter dilecto de Ronald Reagan, Jonas Malheiro Savimbi... O choque só foi neutralizado segundo o roteiro neoliberal de feição, por via da terapia que coloca o fluido do mercado aberto à privatização na opção do poder do próprio estado, uma arquitectura cuja responsabilidade recai sob a gerência de José Eduardo dos Santos, independentemente dos contextos e conjunturas tão adversas que houve que enfrentar!...
Nos enredos de todo esse processo dito “pragmático”, fica também exposto o elevado grau de crónico subdesenvolvimento de que Angola é secularmente vítima, subdesenvolvimento nos seus conteúdos históricos, antropológicos, sociológicos e mentais, para além do quadro económico e financeiro em que se apresenta, expresso desde logo no discurso da Proclamação da Independência, por parte do líder da vanguarda, António Agostinho Neto!...
Disse Neto: “Angola é um país subdesenvolvido. Devemos ter uma profunda consciência do significado e consequências desse facto. Os indicadores tradicionalmente usados para definir o subdesenvolvimento são plenamente confirmados em Angola. Eles dão a imagem da profunda miséria do Povo angolano. Mas dizer que o nosso país é subdesenvolvido não basta, é necessário acrescentar imediatamente que Angola é um país explorado pelo imperialismo, que gravita na órbitra do imperialismo. Estas duas componentes conjugadas, o subdesenvolvimento e a dependência, explicam por que razão a economia de Angola é tão profundamente distorcida, com um sector dito tradicional ao lado de sectores de ponta e regiões retardatárias, cercando os chamados polos desenvolvimento”…
Esse subdesenvolvimento e dependência, ao se escancararem as portas em função da terapia neoliberal, levam a que muitos “produtos” tóxicos sejam injectados no nosso quotidiano e entre eles os que compõem os conteúdos neoliberais, em função das ingerências, das manipulações e das práticas de conspiração da hegemonia e do seu caudal de vassalos e malparados emparceiramentos!
A terapia neoliberal precisa de trabalho árduo e tentacular, de processos contínuos de ingerência e manipulação de contraditórios indexados a um “novo padrão” de guerra psicológica, a fim de conduzir por vias alienantes, confusionistas e divisionistas, as condutas da própria terapia neoliberal fascistoide e ao mesmo tempo fascizante e aí surge o papel impactante e “transversal” da National Endowment for Democracy, NED e seus agentes implantados no terreno, financiados desde Washington e ao serviço de Washington!...
Os agentes do NED, utilizando o rótulo da livre democracia, subvertem-na de facto até no papel de sua representatividade, utilizando conceitos de tal forma individualistas, egoístas e subversivos (à democracia), que ao estimular a privatização induzem a cultura do lucro sem limites, não só como centro de toda a actividade económica e financeira, mas também como fluido mental, escancarando de facto as portas ao fascismo, melhor a um ambiente sociocultural e sociopolítico com uma superestrutura ideológica facilitadora de fascismo, por que inibidora dos processos colectivos da afirmação patriótica e não mercenária da sociedade, do povo e do próprio estado!...
De entre esses agentes há a destacar pelo seu persistente labor ao longo deste século, Rafael Marques de Morais, com uma trajectória que passou desde a mão de Soros (Open Society), até à mão de Mário Soares, (https://www.publico.pt/2000/03/28/jornal/em-defesa-de- rafael-marques-141894), antes de fundar o Maka Angola, que se pode observar segundo este link – https://www.makaangola.org/author/rafael-morais/.
No fundo Rafael Marques de Morais é exímio ao explorar os conceitos e os resultados da própria terapia neoliberal, em proveito da neocolonização mental fascistoide, que dá azo ao reaproveitar dos processos de assimilação que, por seu turno, reflectindo, advêm de facto e sobretudo da época colonial-fascista!...
A terapia neoliberal mata a cobra e depois mostra o pau que é Rafael Marques de Morais e tudo o que interesse à dinâmica dos impactos do hegemon!...
A terapia neoliberal ao jeito da “NED”, introdu-lo como “patriota”, enquanto ele é pago, por via do exercício que faz, entre outros no Maka Angola, para projectar a “democracia” do interesse e da conveniência do hegemon, comportando-se assim como um autêntico mercenário cujo objectivo último pode ser a inversão de valores, como a consolidação da psicologia neofascista!...
Com essa inversão, lança-se a alienação, a confusão, a ilusão e cria-se o ambiente propício às ingerências e manipulações, inclusive de correntes de propaganda como as do fraccionismo do 27 de Maio de 1977, que fazem parte das injecções que incorporam os interesses e as conveniências no sentido de neutralizar as potencialidades do patriotismo que honra o passado e a nossa história e procurando subverter as obrigações do próprio estado angolano no sentido do cumprimento de seus conceitos e deveres efectivamente patrióticos!...
Foi precisamente assim que se diluiu a vanguarda que era o MPLA, que conseguiu levar a cabo o seu Programa Mínimo e começava a levar a cabo o seu Programa Maior, conforme por exemplo esclareceu o camarada Saydi Mingas, quando se lançou a troca da moeda, pouco menos de cinco meses antes da eclosão da tentativa do golpe de estado do 27 de Maio de 1977!...
Aqueles que levaram a cabo a troca da moeda a 8 de Janeiro de 1977, acto que marcou a independência, soberania e autodeterminação de Angola, pagaram bem caro a ousadia desse cumprimento de vanguarda e pelo menos dois deles com a própria vida: os camaradas Saydi Mingas e Comandante Veríssimo da Costa, N´Zagi!...
Tem sido assim que, por exemplo, se chegou a partir de 2002 e até 2017 à facilitação da propaganda fraccionista do 27 de Maio de 1977 incentivada sobretudo a partir de Portugal (membro fundador da OTAN e lacaio do hegemon), conjugando e combinando entre si os factores de impacto fascista em Angola a fim de procurar modelar o poder de estado angolano, meio-“anestesiado” pela terapia neoliberal!...
Desse modo se trabalharam simultaneamente e de forma tão persistente quão contínua, as sensibilidades sociopolíticas angolanas, a fim de equacionar num prazo tão dilatado quanto o possível, as conexões dos processos de assimilação e, por via disso, garantindo longevidade neoliberal e neocolonial, desacreditando a vanguarda que foi o MPLA, a evolução do MPLA e, sobretudo atingindo, velada ou abertamente, a República de Angola!...
Fazer esbater-se colonial-fascismo por inércia, passou também a ser um dos objectivos ocultos da enxertia da “NED”! Se a emanação tóxica de colonial-fascismo que foi o fraccionismo que levou ao 27 de Maio de 1977 foi a seu tempo levada a cabo de forma tão dramática e quando Angola estava em tempo de luta armada em várias frentes, o seu prolongamento por via de campanhas suas reprodutoras e sucessivas emanadas a partir de Portugal, garantiu um contínuo desgaste do MPLA e do estado angolano, impactando quer a nível sociopolítico quer em muitas transversais da sociedade angolana, aproveitando, entre outros factores psicossociais, a esteira sugestiva do “trabalho”da “NED”!...
Os processos antropológicos de assimilação levados a cabo intensamente na última fase do colonial-fascismo, resultaram na longevidade dessa propaganda!...
A DEMOCRACIA INDUZIDA PELA NED NÃO PASSA DUM ARTIFÍCIO FASCISTÓIDE DE INGERÊNCIA NEOCOLONIAL QUE DE FORMA PÚBLICA, SOB A BATUTA DE WASHINGTON, ACTUA LIVREMENTE AO SEU INTEIRO DISPOR E BENEFÍCIO, TENTANDO ALIENAR, CONFUNDIR, ILUDIR E DIVIDIR CADA VEZ MAIS O POVO ANGOLANO, ASSIM COMO TODOS OS POVOS QUE COMPÕEM A HUMANIDADE, ALI ONDE OS TENTÁCULOS DA “NED” E OUTROS SIMILARES COMO A “USAID” SE FIZEREM SENTIR!... CONSTATEM TRÊS ANOS DE BENEFICIÁRIOS DOS FINANCIAMENTOS DO NED EM ANGOLA, SEGUNDO OS SEUS PRÓPRIOS RELATÓRIOS ANUAIS (OS DOIS PRIMEIROS JÁ FORA DA NET):
1) ANGOLA 2018.
EXPLORE WHERE WE WORK.
Civic Education and Human Rights in Rural Communities of Huila
Associacao Construindo Comunidades
$30,000
To promote political tolerance in rural Angolan communities and human rights in Angola internationally. The group will empower communities to think beyond partisan lines. It will promote the emergence of an Angolan national identity, which has been lacking since the end of the civil war in 2002. The group will also advocate continent-wide for the respect of human rights in Angola.
Holding Parliament Accountable
National Counselling Centre
$45,005
To deepen the population’s understanding of the Angolan parliament and hold parliamentarians accountable to citizens. The organization will attend parliamentary plenaries and observe the policy-making process. Subsequently, the grantee will publish monitoring reports in a local newspaper andcoordinate public debates with local officials to inform the population on policymaking and political developments.
Promoting Democratic Principles and Defending Human Rights
Associacao Maos Livres
$50,000
To strengthen the capacity of civil society to advocate for human rights in the provinces of Lunda Norte and Sul. The grantee will raise the awareness of non-governmental organizations and communities on the rights enshrined in the constitution and the international standards on democracy and human rights of which Angola is a party. The group will also create a network of local associations to foster knowledge sharing in the exercise of citizenship and participatory governance. Finally, the group will provide free legal aid to human rights defenders and journalists arrested for political purposes.
Promoting Peace and Political Tolerance in Benguela Province
Associacao OMUNGA
$42,191
To promote peacebuilding following politically motivated communal violence during the 2018 elections. The group will organize a meeting of diverse youth civic leaders to design a peacebuilding strategy that will target affected communities.
The group will also bring the communities and activists closer through “peace camps” and concerts. Moreover, the group will use street performance art to broadcast messages of peace and political tolerance.
Reporting on Corruption, Human Rights Abuses, and Disregard for the Rule of Law
Maka Angola
$84,800
To enhance communication, freedom of expression, access to information and informed discussion in Angola. The grantee will improve its cybersecurity, continue reporting on Angolan governance and human rights, and provide legal opinions on matters of public interest. It will strive for innovation in its reporting, and sponsor legal counseling for a limited number of victims of human rights abuses and other injustices.
https://www.ned.org/region/africa/angola-2018/
ANGOLA 2019
Defending Fundamental Rights in the Lunda Provinces
Associacao Maos Livres
$50,000
To better protect the local population from the abuses of the extractive industries. The grantee will instruct several civil society and community leaders on basic notions of human rights and the laws governing resource extraction. The grantee will encourage citizens to denounce injustices by organizing community debates and awareness sessions. It will also provide legal aid to human rights defenders and publish a study on the negative impact of the extractive industries in the mineral-rich Lunda provinces.
Encouraging Greater Dialogue Between Elected Officials and Youth
Friends of Angola
$55,577
To bring parliamentarians closer to their constituents. Thegrantee will train a select group of youth leaders on how to build a climate of trust and mutual understanding and communicate their grievances effectively. In addition to organizing numerous reflective conversations on Angola’s socioeconomic situation, the grantee will compile a list of all parliamentarians, which it will use to plan a series of town hall meetings in the capital, as well as two other provinces.
Mobilizing Women for the Local Elections
Plataforma Mulheres em Accao
$40,000
To enhance women’s overall political participation and encourage their participation in the upcoming local elections as candidates. The grantee will mentor several women active in civil society, political parties, and the business community.
In addition, the grantee will design and implement a social advocacy plan aimed at engaging various government institutions on the issue of women’s representation. The grantee will conduct an outreach campaign consisting oflectures and radio programs.
Promoting Freedom of Expression and of the Press
Observatorio da Imprensa e da Comunicacao
$38,534
To spark a national debate on freedom of expression and of the press in Angola, the grantee will organize symposiums with journalists, youth leaders, and scholars, and invite each group to publish articles, studies, and interviews on its website. In addition to broadening its audience through partnerships with four independent media outlets, the grantee will release a book on the relationship between media and democracy in Angola.
National Counselling Centre
$41,015
To strengthen civil society’s capacity to promote transparency in the management of public funds in three critical municipalities, the grantee will first hold trainings on how to monitor the execution of public budgets, and then organize forums where stakeholders will discuss their expectations about planned state-funded projects. The grantee will document progress on the execution of these projects, and sponsor a radio program on development challenges in the targeted municipalities.
Reporting on Corruption, Human Rights Abuses, and
Disregard for the Rule of Law
Maka Angola
$86,000
To enhance freedom of expression, access to information, and public discourse in Angola, the grantee will strengthen its cybersecurity, continue reporting on governance and human rights issues, and provide legal opinions on proposed reforms for the public administration. It will strive for innovation in its reporting, and expand its range of investigations to cover large-scale corruption in the public health and educations sectors.
https://www.ned.org/region/africa/angola-2019/
ANGOLA 2021
Publicado em 11 de fevereiro de 2022 por christineb
Observatório da Imprensa e da Comunicação
Promover o envolvimento dos jovens na liberdade deexpressão e imprensa
$ 50.000
Promover maior liberdade de expressão e engajamento ativo
dos jovens. O parceiro realizará um workshop, facilitará a criação de um filme sobre a liberdade de expressão e sediará uma discussão sobre cinema e democracia. Ele sediará uma sessão de teatro, apoiará uma peça de teatro e comissionará artistas locais para criar peças de arte urbana mostrando a importância da liberdade de expressão. Por fim, a organização publicará artigos, vídeos e peças de áudio sobre a importância da liberdade de expressão.
https://www.ned.org/region/africa/angola-2021/
FOTO:
ANGOLA-POLITICS-RIGHTS-MARQUES
*Angolan journalist and human
rights activist Rafael Marques de Morais speaks with Portuguese
author and Oxford University associate professor
Ricardo Soares de Oliveira (R) during an interview on August 14,
Martinho Júnior, Luanda
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