“Estima-se que entre 65.000 e 75.000 pessoas permaneçam no norte sitiado de Gaza.”
Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil
Israel negou 82 das 91 tentativas da ONU de entregar ajuda ao norte sitiado da Faixa de Gaza entre 6 de outubro e 25 de novembro, disse a Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina (UNRWA) na quinta-feira.
Também impediu que outros nove pedidos de assistência humanitária vital chegassem a três áreas específicas no território que está sob bombardeio israelense e cerco militar há quase dois meses.
“Estima-se que entre 65.000 e 75.000 pessoas permaneçam no norte sitiado de Gaza”, disse a agência em um comunicado, acrescentando que por “mais de 50 dias, elas vêm enfrentando condições de sobrevivência cada vez piores”.
Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun ficaram praticamente sem ajuda humanitária por semanas, enfatizou a UNRWA.
Chuvas de inverno
Nos últimos três dias, disse a agência, houve chuvas fortes e as temperaturas caíram.
A UNRWA alertou que milhares de famílias que fugiram das áreas sitiadas “estão agora abrigadas no frio e na chuva, sem cobertores, colchões e abrigos à prova d’água”.
“A situação é mais do que miserável”, enfatizou.
Em outras partes do enclave, fortes chuvas causaram inundações em acampamentos improvisados onde milhares de pessoas se abrigaram.
“Muitas crianças não têm sapatos ou roupas quentes. As necessidades são desesperadoras”, disse a UNRWA.
A agência também publicou fotos de centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças, fazendo fila por horas “só para conseguir uma refeição” em Deir al-Balah, no centro de Gaza.
“Sem intervenção imediata, a grave escassez de alimentos deverá piorar, colocando ainda mais em risco as vidas de pessoas que já dependem de ajuda humanitária para sobreviver”, disse a UNRWA.
Número impressionante de mortos
Desrespeitando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo imediato, Israel enfrentou condenação internacional em meio à sua contínua ofensiva brutal em Gaza.
Atualmente sendo julgado pelo Tribunal Internacional de Justiça por genocídio contra palestinos, Israel vem travando uma guerra devastadora em Gaza desde 7 de outubro.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 44.282 palestinos foram mortos até o momento e 104.880 ficaram feridos.
Além disso, pelo menos 11.000 pessoas estão desaparecidas, presumivelmente mortas sob os escombros de suas casas em toda a Faixa.
Israel diz que 1.200 soldados e civis foram mortos durante a Operação Inundação de Al-Aqsa em 7 de outubro. A mídia israelense publicou reportagens sugerindo que muitos israelenses foram mortos naquele dia por "fogo amigo".
Organizações palestinas e internacionais dizem que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.
Fome aguda
A guerra israelense resultou em uma fome aguda, principalmente no norte de Gaza, resultando na morte de muitos palestinos, principalmente crianças.
A agressão israelense também resultou no deslocamento forçado de quase dois milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza, com a grande maioria dos deslocados forçada a se mudar para a cidade densamente povoada de Rafah, no sul, perto da fronteira com o Egito — no que se tornou o maior êxodo em massa da Palestina desde a Nakba de 1948.
Mais tarde na guerra, centenas de milhares de palestinos começaram a se mudar do sul para o centro de Gaza em uma busca constante por segurança.
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