Meloni sublinhou que a Itália está "na vanguarda da fusão nuclear" e organizou a primeira reunião durante o G7, embora não existam centrais nucleares no país, depois de terem sido encerradas em 1987, na sequência de um referendo.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, defendeu esta quarta-feira, na Cimeira do Clima (COP29), que decorre em Baku, no Azerbaijão, que, neste momento, não há alternativa aos combustíveis fósseis, optando por outras fontes de energias como a nuclear.
"Não há alternativa aos combustíveis fósseis. Temos de ter uma visão realista. Precisamos de um equilíbrio e de um processo de transição, temos de utilizar todas as energias à nossa disposição, não só as renováveis, mas também os biocombustíveis e a fusão nuclear, que possam produzir energia limpa ilimitada", afirmou.
Meloni sublinhou que a Itália está "na vanguarda da fusão nuclear" e organizou a primeira reunião durante o G7, embora não existam centrais nucleares no país, depois de terem sido encerradas em 1987, na sequência de um referendo.
"É prioritário que a descarbonização tenha em conta a nossa produção e a sustentabilidade do nosso sistema produtivo e social", acrescentou.
Tecnologia pode ser “ponto de viragem”
A governante considerou ainda que esta tecnologia "poderá representar um ponto de viragem", pois "pode transformar a energia de uma arma geopolítica num recurso amplamente acessível".
Por outro lado, destacou: "uma abordagem puramente ideológica e não pragmática afastar-nos-á do caminho do sucesso". "A tecnologia e a neutralidade tecnológica são a abordagem correta", disse, no seu discurso na COP29.
Giorgia Meloni explicou que na anterior cimeira do Dubai foram definidos "objetivos ambiciosos", lembrando que para os alcançar é preciso "a cooperação de todos, começando pelos principais emissores, e apoio financeiro adequado".
"Estamos a trabalhar para um compromisso efetivo, mas com responsabilidades compartilhadas, superando as divergências entre países desenvolvidos e emergentes", afirmou.
Lembrou ainda que a Itália "já destinou grande parte do orçamento de 4.000 milhões de euros para África e continuará a apoiar iniciativas como o Fundo Verde para o Clima e o Fundo de Perdas e Danos".
"Cabe-nos a nós determinar se a luta contra as alterações climáticas será um sucesso ou um fracasso. Sabemos que podemos não beneficiar pessoalmente dos resultados dos esforços que estamos a fazer. Mas isso não é o importante. Sou mãe e, como mãe, nada me dá mais satisfação do que trabalhar por políticas que permitam que minha filha e a sua geração vivam em um lugar melhor", disse a primeira-ministra italiana.
Na terça-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos países para financiarem o Fundo de Perdas e Danos e disse que é preciso muito mais do que os 700 milhões de dólares de capitalização inicial do fundo, criado há dois anos, na COP27, no Egito, para apoiar os países que mais sofrem os efeitos das alterações climáticas.
A 29.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) decorre em Baku até dia 22. Um dos principais objetivos do encontro é determinar o financiamento para a ação climática.
SIC Notícias | Lusa
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