O sabor era Tutti-Frutti mas a receita tinha mais laranjas: autarcas do PSD envolvidos no caso continuam nos cargos
João Miguel Salvador, jornalista | Expresso (curto)
Olá,
E obrigado por começar o dia connosco
Em dezembro era notícia que a
Operação Tutti-Frutti tinha mais de 60 arguidos, e que o Ministério Público (MP)
avançaria com uma acusação “sólida” em janeiro, mas esta não trouxe consigo o
mais mediático dos arguidos. Fernando Medina foi deixado de fora da lista lista de 60
acusados pelo DIAP Regional de Lisboa no processo Tutti-Frutti e o mesmo
aconteceu a Duarte Cordeiro, o seu número dois na autarquia, também excluído
pelos procuradores na fase de acusação. As novidades foram recebidas com alívio no PS, que não poupou nas críticas à lentidão da
Justiça (Marcelo também a criticou), e com silêncio no PSD, casa
política da maior parte dos acusados.
Agora, o Expresso conta toda “a história de um caso clássico de
caciquismo que começa com um telefonema entre dois protagonistas do
PSD/Lisboa e desagua num processo de Justiça com 60 acusados”. No extenso
artigo, revela-se a teia de interesses, os jogos políticos, os
esquemas de faturação e as várias ligações familiares.
Na acusação, o Ministério Público pede a perda de mandatos para 13 dos acusados da Operação Tutti
Frutti, onde se contam Ângelo Pereira - presidente da distrital de Lisboa
do PSD e vereador na Câmara de Lisboa com os pelouros da proteção civil e
segurança (efetivou ontem o pedido de suspensão do mandato) - e três
presidentes de juntas de Lisboa eleitos pelo PSD. Acusados de usar o cargo
de autarcas para interesses privados, podem perder mandatos e ser impedidos de
voltar a ser candidatos.
Até ao momento, Vasco Morgado (presidente da Junta de Santo António), Luís
Newton (presidente da Junta da Estrela, líder da bancada municipal do PSD na
Assembleia Municipal de Lisboa e presidente da concelhia do PSD/Lisboa), e
Fernando Brancaamp (presidente da Junta de Freguesia do Areeiro) continuam nos
cargos autárquicos para os quais foram eleitos. A direção do PSD está a pressionar a saída dos dos dois deputados envolvidos no
processo Tutti Frutti (Luís Newton já suspendeu, Carlos Eduardo Reis
ainda não).
Oito anos volvidos, e ainda sem um desfecho completo, parece haver uma
certeza: “Os mega-processos servem para criar um ambiente de suspeição
sobre a classe política”, como defendeu Pedro Marques Lopes no Expresso da Manhã. Sobre as consequências do processo
Tutti-Frutti no PSD, o líder da bancada parlamentar social-democrata diz
estar “na expectativa de que não manche o resultado autárquico”. Para Hugo
Soares, o avanço no processo não compromete a reeleição de Carlos Moedas na
autarquia lisboeta: os portugueses “sabem separar o trigo do joio”, disse na SIC Notícias.
Por outras palavras, a fruta não é toda a mesma.
Outras notícias
Dirigente do Chega acusado de
prostituição de menores. Nuno Pardal Ribeiro, deputado da Assembleia
Municipal de Lisboa e vice-presidente da distrital do partido Chega, está
acusado pelo Ministério Públicode dois crimes de prostituição de menores agravados. O
político e o adolescente de 15 anos conheceram-se através Grindr, uma aplicação
de encontros usada por pessoas do mesmo sexo, tendo depois havido um encontro
entre os dois, onde houve sexo oral. Nuno Pardal Ribeiro, que sabia a idade do
menor, pagou-lhe 20 euros através de um código de levantamento do MBWay e ainda
tentou voltar a encontrar-se com o jovem. O caso terá sido denunciado à Polícia
Judiciária pelos pais do menor.
Marques Mendes apresenta candidatura. Depois de 12 anos de comentários na
SIC, Luís Marques Mendes despediu-se dos ecrãs no domingo para se dedicar à sua
candidatura presidencial. A sessão acontece hoje pelas 18h em Fafe, tal como o
Expresso já havia avançado, sem convites endereçados aos grandes
nomes do PSD. À agência Lusa, adiantou que só convidou o presidente da Câmara
Municipal de Fafe, Antero Barbosa. Marques Mendes avança com o apoio da cúpula
social-democrata, mas há vozes dissonantes. Ângelo Correia, ‘senador’ do PSD, apoia Gouveia e Melo.
Agente com pouca formação para utilizar armas. O agente da PSP que baleou
mortalmente Odair Moniz, na Amadora, nunca fezqualquer formação específica para utilização de armas de fogo,
além da que frequentou no curso de agentes, em
Frases
“O poder do cinema é transformar
corações e colocar a arte no centro das coisas”
Colman Domingo, ator nomeado para um Óscar, à conversa com o Expresso sobre o filme “Sing Sing”
“A ANA alegar que precisa de aumentar os preços na Portela agora para construir
Alcochete é uma fraude”
Michael O’Leary, CEO da Ryanair, em conferência de imprensa esta quarta-feira.
“Cresci a ver a minha mãe, uma mulher do caraças, sair de manhã para trabalhar
na fábrica, chegar a casa e cozinhar para sete”
Gisela João, fadista, em entrevista à Blitz.
O que eu ando a ver
“Prime Target”, na Apple TV
Matemática e espionagem? Sim, são esses os principais ingredientes da série que
ontem comecei a ver na Apple TV , um thriller global - com assinatura de Steve
Thompson (argumentista de sucesso, conhecido por “Sherlock” e “Doctor Who”) -
sobre um jovem matemático que se torna num alvo a abater. Pouco
entusiasmante? Então vamos lá dar algumas pistas sobre o que está em causa.
Edward (Leo Woodall) está prestes a alcançar uma descoberta revolucionária capaz
de mudar as noções de segurança cibernética para sempre. Se conseguir encontrar
um padrão nos números primos, terá em seu poder a chave para todos os
computadores à escala mundial. E não faltam entidades capazes de tudo para o
impedir de chegar à solução. Ainda não sei como termina, mas de uma coisa tenho
a certeza: depois desta interpretação, Leo estará escalado para grandes voos na
representação. E já há até quem até o aponte para interpretar o próximo
James Bond.
O ator, que também participa em
"Citadel" (Prime Video) e "Um Dia" (Netflix), vem de uma família
ligada à ficção (o pai, Andrew Woodall, também é ator; a mãe estudou teatro),
mas é de outra 'família' de sucesso que o conheço. Leo Woodall fez parte
da segunda temporada de “The White Lotus” (Max), que agora estou a rever.
“The White Lotus” (T1 e T2), na Max
É um dos maiores fenómenos da HBO
nos últimos anos e está prestes a estrear uma nova temporada. Faltam só 11
dias para que “The White Lotus” viaje até à ilha de Koh Samui, na Tailândia -
destino escolhido para os novos episódios -, pelo que estou a aproveitar as
noites para rever as paisagens do Hawaii e da Sicília com que a produção de
Mike White nos brindou nos últimos anos.
A excêntrica Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge), que muito me divertiu nas duas
temporadas já disponíveis, já não fará parte da trama. Mas “The White
Lotus” (T3) conta com um regresso da temporada inaugural. Belinda (Natasha
Rothwell), que geria o SPA havaiano, está de volta mas ainda não é certo o que
trará na bagagem. As férias estão marcadas: o check-in acontece já no próximo
dia 17, em streaming na Max.
Podcasts
"Qual é a probabilidade de
alguém em Leiria fazer um software de som para Hollywood?”: o fundador da Sound
Particles explica como aconteceu. Nuno Fonseca, da Sound Particles, é o segundo convidado da Liga dos Inovadores, o novo
podcast do Expresso que conta histórias de empresas que conquistaram mercados
e, passo a passo, vão contribuindo para a transformação económica e da imagem
do país.
Fratricídios e Segredos Mal Guardados: Presidenciais vs. Autárquicas. Neste
episódio da Lei da Paridade, falamos das duas eleições que prometem
marcar este ano — e uma delas é só em 2026 . Terá a esquerda à esquerda do
partido socialista hipóteses? Será que Pedro Nuno Santos resolverá a guerra
fratricida dentro do seu partido na corrida às presidenciais? O que atrai os
eleitores para Henrique Gouveia e Melo? E Luís Marques Mendes, que destapa o
segredo mais mal guardado de Portugal esta semana, será o antídoto para o
Almirante?
Honda e Nissan: o que está a travar a criação do terceiro maior grupo automóvel
do mundo? Juntas subiriam ao pódio dos maiores construtores e
tornar-se-iam n o terceiro maior do mundo no que ao volume de vendas diz
respeito. Mas o negócio pode estar prestes a cair por terra. Segundo avançou a
imprensa japonesa, a Nissan decidiu cancelar as negociações para a fusão com a
Honda. O que está em causa? As respostas estão no mais recente episódio de Economia dia a
dia.
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