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Cidade da Praia, 27 abr (Lusa) -- O primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje, após a aprovação do Programa de Governo pelo Parlamento, que os primeiros tempos serão "de ação", para que se possa implementar "rapidamente" as medidas constantes no documento.
Em declarações aos jornalistas, momentos após a aprovação da moção de confiança e do Programa de Governo, José Maria Neves indicou que, entre as "medidas imediatas", estão as reformas nas empresas públicas Electra (energia e água) e TACV (aviação) e a nomeação dos principais dirigentes da Administração Pública.
"Depois, vamos desenvolver as ações necessárias para o cumprimento rigoroso do Programa de Governo e de todos os compromissos assumidos aqui por nós no Parlamento", afirmou, nada adiantando sobre as promessas feitas de privatizar as duas empresas públicas até ao final deste ano.
"Vamos definir os cenários e queremos que haja a participação do setor privado e da diáspora cabo-verdiana, em particular na TACV", disse, negando ainda que o atual Conselho de Administração da companhia aérea de bandeira cabo-verdiana, liderado pelo seu irmão António Neves, esteja em causa.
"São notícias e especulações feitas na Comunicação Social em relação às quais não posso dar uma resposta definitiva", acrescentou, aludindo à indicação de que o Conselho de Administração dos TACV esteja demissionário.
José Maria Neves alertou, por outro lado, que os tempos que se aproximam "não serão fáceis" e reiterou os desafios que o arquipélago terá pela frente.
"Estamos a viver momentos difíceis no mundo, que está cheio de incertezas e de riscos. Continua a haver um aumento exponencial dos preços do petróleo e dos bens de primeira necessidade", afirmou.
"Somos um importador líquido, importamos quase tudo. Internamente, teremos de fazer face a novos desafios, em particular no caso de os cereais e do petróleo continuarem a subir, como estão. Haverá momentos difíceis e mais desafios pela frente, mas vamos trabalhar", salientou, garantindo que esses constrangimentos não porão em causa a instituição do 13.º mês até ao final do ano.
Sobre a ausência da terceira força política cabo-verdiana dos debates sobre o Programa de Governo -- a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) não esteve presente nos três dias de discussões -, José Maria Neves expressou o seu "desagrado".
"Expresso o meu desagrado pelo facto de a UCID não ter participado num momento essencial da vida da Nação, que é a votação da moção de confiança e a investidura plena do Governo. Não há razões que justifiquem a ausência de deputados eleitos de um partido numa sessão como esta", concluiu.
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