Incerteza de reforma agrária
leva agricultores sul-africanos a adquirirem terras aráveis nos países vizinhos
MMT – LUSA
Maputo, 04 mai (Lusa) -- A comunidade de agricultores sul-africanos pretende adquirir terras aráveis em Moçambique, Camarões, Zâmbia, Líbia, Egito e Gabão, face à incerteza de reformas agrárias na África do Sul, anunciou o vice-presidente do sindicato, Theo De Jager.
Segundo Theo De Jager, cerca de 800 farmeiros sul-africanos já se encontram em Moçambique, enquanto outros 600 esperam receber terras cultiváveis na província de Gaza, sul do país.
Até maio de 2012, os agricultores sul-africanos deverão iniciar as suas atividades em várias regiões de Moçambique, assegurou à Agência Reuters o vice-presidente do sindicato de agricultores sul-africanos.
Theo De Jager considerou que Moçambique reúne condições favoráveis para a produção de cereais, açúcar e biocombustíveis, bem como para a criação de animais.
O responsável referiu ainda que aos agricultores sul-africanos foram prometidas terras aráveis em 22 países africanos, nomeadamente Congo-Brazzaville, onde, ao abrigo de um acordo com o governo, os farmeiros sul-africanos se comprometeram a melhorar a segurança alimentar nos próximos 105 anos.
O investimento na área agrícola na África do Sul tem vindo a reduzir substancialmente dada a incerteza causada pela reforma da terra, que prevê que, até 2014, cerca de 30 por cento da terra arável seja entregue à população maioritariamente negra.
O programa tem causado certa preocupação à comunidade de agricultores comerciais sul-africanos que, nos últimos tempos, têm optado por reduzir a aplicação de novos capitais.
Até 2010, o governo sul-africano conseguiu transferir apenas seis por cento da terra aos negros e pretende flexibilizar o processo nos próximos tempos.
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