domingo, 15 de maio de 2011

ANGOLA COMBATE POLIOMIELITE


De acordo com o representante da Unicef em Angola, metade da população no país ainda não tem acesso a água potável

DEUTSCHE WELLE

A luta para a erradicação da poliomelite e da cólera em Angola é um dos principais desafios do país, que recebe apoio da Unicef e da Organização Mundial de Saúde.

A prevalência das doenças está associada ao consumo de água de fontes impróprias, como rios ou lagos, e à baixa cobertura da vacinação de rotina no país.

De acordo com Rui Gama Vaz, representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola, no país têm sido postas em prática várias medidas para a erradicação da poliomielite: por exemplo, a distribuição de lixívia, palestras e campanhas de sensibilização sobre medidas de higiene e tratamento da água para consumo. Para ele, o apoio dos governantes do país para a erradicação da doença tem sido fundamental:

“Todos os governadores provinciais estão diretamente envolvidos, o que demonstra na prática que em Angola não existe apenas um compromisso político, mas um compromisso a nível operacional de interromper a transmissão, que é extremamente louvável”, disse o representante da OMS. “Existe também um grande apoio do setor privado, como as companhias petrolíferas, que têm dado apoio financeiro também na implementação do programa de emergência”.

Acesso a água tratada ainda é um problema

Koen Vanormelingen, representante da Unicef em Angola, diz que 50% da população ainda não tem acesso a água potável, devido a uma infra-estrutura deficiente, que foi destruída durante a guerra. A questão agora, garante, é “assegurar que [a água no país] seja disponibilizada para os lares e que seja de boa qualidade”.

No ano passado, depois das campanhas de prevenção contra a poliomielite, foram diagnosticados 33 casos em Luanda. E desde 2011 até agora foram registados apenas dois casos na província de Cuando Cubango.

Este ano, estão previstas três campanhas nacionais de vacinação de rotina e o objetivo é vacinar todas as crianças.

Chuvas fortes de terça-feira podem causar surto de cólera

Dados das agências de notícias internacionais referem que em 2010 foram registados ao todo em Angola 1630 casos de cólera.

A cólera ainda não foi erradicada na região e as agências humanitárias temem que as chuvas fortes, que começaram nesta última terça-feira (05.04.2011) e que provocaram muitas inundações e desmoronamentos de terras, possam trazer consigo um surto de cólera, devido à acumulação de lixo e à falta de saneamento básico na região.

Autor: Cristiane Wedel

Revisão: Guilherme Correia da Silva / Helena de Gouveia

Sem comentários:

Mais lidas da semana