TSF
O antigo secretário-geral da UGT Torres Couto concluiu, no Fórum TSF, que estamos perante um «péssimo acordo» que vai acabar com a classe média e aumentar o desemprego.
O último líder da UGT a negociar com o FMI disse, no Fórum TSF, esta manhã, que Portugal precisa de «um sobressalto cívico e ético» porque o acordo entre o Governo e a "troika" é «péssimo» para os portugueses.
Torres Couto antecipou anos muito difíceis, sublinhando que este acordo vai «acabar com a classe média, impedir que a procura interna tenha qualquer contributo para a recuperação da crise e aponta para dois anos de recessão económica que, por conseguinte, vão agravar o desemprego».
«Vamos ter uma agitação social brutal. Como é que é possível vir alguém, primeiro-ministro, sublinhar a validade ou a importância deste acordo? Este acordo é mau, preocupante e vai atirar o país para um situação de empobrecimento total», acrescentou.
Por isso, o antigo secretário-geral da UGT acusou o Governo de manipular a opinião pública quando garante que este é um «bom acordo», dando exemplos de algumas consequências desta ajuda externa.
«Vão agravar os impostos sobre as casas, as pessoas vão pagar uma factura energética maior. A partir de Janeiro vamos ter, possivelmente, idosos que vão morrer com problemas de saúde porque não vão ter dinheiro para aquecer a sua casa. Como é que é possível dizermos que este acordo é bom? Isto é patético e os portugueses têm que acordar», declarou.
Torres Couto crticou ainda o Governo e os partidos da oposição de terem enfraquecido a posição negocial do país com «guerrilhas» que apenas servem interesses partidários.
«Tudo isto foi fruto da incapacidade dos nossos dirigentes políticos para terem concertado uma posição prévia à chegada da "troika". Isso devia ter sido feito como fizemos em 83. Negociamos um plano de salvação nacional e quando o fundo chegou a Lisboa limitou-se a avalisar as nossas posições», comparou.
«Nos últimos meses, não. O Governo e a oposição entraram em delírio, numa guerrilha patética e enfraqueceram a posição negocial do país, preocupados única e exclusivamente com uma eleição que aí vem», contestou Torres Couto.
Na foto: Torres Couto
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