MSO - LUSA
Díli, 20 mai (Lusa) -- O Presidente de Timor-Leste, Ramos-Horta, propôs hoje que seja feita uma "parceria nacional entre o Estado e a Igreja Católica, para desenvolver o setor da educação no país".
O chefe de Estado falava nas cerimónias da comemoração do nono aniversário da restauração da independência de Timor-Leste, realizadas no Palácio do Governo, em Díli.
José Ramos-Horta lembrou o papel histórico desempenhado pela Igreja Católica no desenvolvimento do ensino em Timor, que a administração colonial portuguesa não dispensou.
Salientou também que cabe à Igreja Católica o mérito da formação das atuais elites políticas, sociais e académicas de Timor-Leste, já que grande parte dos dirigentes passou pelos seminários e missões católicas.
"Cada estado tem a sua realidade e o povo de Timor-Leste é maioritariamente católico, respeitando as outras religiões, mas o Estado tem o dever de tratar de maneira diferente o que é diferente", justificou.
O Presidente da República defendeu que a Educação, a par da Saúde, têm de ser prioridades nacionais, para Timor-Leste "poder alcançar o desenvolvimento", salientando que a Igreja não pode ser deixada de fora desse desígnio nacional e que as ordens religiosas devem ter um papel ativo, a par do sistema oficial de ensino.
"É preciso fazer um forte investimento imediato na Educação para podermos ter resultados ao longo do tempo", disse.
José Ramos-Horta sublinhou que o seu apelo para "um maior envolvimento da Igreja Católica na Educação" não colide com a liberdade religiosa e a separação entre o Estado e a Igreja.
"Respeitamos todas as religiões e em Timor-Leste não temos problemas entre católicos, protestantes e muçulmanos", declarou.
Frisou no entanto que, uma coisa são religiões diferentes e outra são "seitas" que "fabricam milagres", prometem "o Céu na terra" e exploram os pobres para ganhar dinheiro".
O fenómeno das "seitas", conhecido na Europa, na América e em África, está a crescer em Timor-Leste, o que levou o Presidente a fazer também um apelo aos serviços de imigração, para um controlo rigoroso quanto aos motivos de entrada de estrangeiros no país.
Sem comentários:
Enviar um comentário