MSO - DILI
Díli, 09 jun (Lusa) -- A FRETILIN, maior partido da oposição em Timor-Leste, pediu um debate parlamentar de urgência sobre o sector energético, considerando que o relatório entregue pelo Governo não corresponde à auditoria pedida, anunciou hoje aquele partido em comunicado.
O pedido de um debate urgente foi apresentado à mesa do Parlamento pelo deputado Aniceto Guterres, pretendendo a FRETILIN a presença do Governo no Parlamento durante o mesmo.
Em causa está um relatório elaborado pela empresa de consultadoria Delloitte, encomendado pelo Governo na sequência de uma resolução aprovada pelo Parlamento e que a FRETILIN considera não corresponder à "auditoria independente e detalhada das operações de gestão da Eletricidade de Timor-Leste (EDTL), para determinar se os orçamentos que tinham sido atribuídos ao longo dos últimos quatro anos tinham sido gastos de forma adequada e legalmente".
"Em vez de uma auditoria detalhada, o governo entregou um relatório inadequado de consultoria da Delloitte, sendo a própria consultora a afirmar que "os serviços prestados são de aconselhamento e não constituem um trabalho de auditoria ou qualquer trabalho de garantia de fiabilidade, de acordo com as normas de auditoria australianas".
Aniceto Guterres considera que, apesar "das insuficiências" do relatório da Delloitte, o mesmo aponta várias irregularidades e levanta questões urgentes sobre as quais o Parlamento se deve pronunciar.
"Se o Parlamento não agir, as coisas só vão piorar, porque Xanana Gusmão não quer ou não pode agir para retirar os membros do seu Governo que são responsáveis pela confusão no sector da eletricidade", comentou Aniceto Guterres.
O Parlamento Nacional havia aprovado em outubro de 2010 uma resolução proposta pela FRETILIN para a realização urgente de uma auditoria ao setor energético, "considerando elevadas as verbas previstas nos orçamentos dos últimos três anos para a área da eletricidade, sem qualquer melhoria no fornecimento de energia elétrica".
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