sexta-feira, 8 de julho de 2011

AGÊNCIAS DE “RATING” NA MIRA DAS AUTORIDADES




CPS  - Agência Financeira

Regulador norte-americano (SEC) pondera avançar com queixa contra agências devido ao seu papel de «facilitadores» da crise

As agências de «rating» Moody's e Standard & Poor's estão na «mira» do regulador norte-americano dos mercados bolsistas, penalizando a sua cotação e levando alguns analistas a rever em baixa («downgrade») as suas acções.

O regulador (SEC) está a investigar a Moody's e a S&P e pondera avançar com uma queixa por fraude pelo seu papel nos negócios de obrigações hipotecárias que levaram ao desencadear da crise financeira de 2008.

As empresas poderão enfrentar a acusação de terem usado informação incompleta ou desactualizada para as suas avaliações de títulos baseados em crédito hipotecário de alto risco («subprime»), ou ignorado os problemas com estes produtos financeiros, escreve a Lusa.

No dia em que foi conhecida a investigação, as acções da Moody's chegaram a estar a cair 7,2 por cento, enquanto as da McGraw-Hill Companies, que detém a Standard & Poor's, estiveram a recuar 3,7 por cento.

Num recente relatório ao mercado sobre a Moody's, o analista William Bird, da Lazard Capital Markets, reviu em baixa o potencial de valorização das acções da empresa de ratings, de «comprar» para «neutral».

A causa, referiu, é justamente a redução de emissões de títulos de dívida, face à actual incerteza nos mercados de crédito na Europa e nos Estados Unidos, quando parte substancial do rendimento das agências de «rating» vem precisamente da notação destes títulos.

As agências de rating têm sido criticadas por legisladores em Washington como «facilitadores» da crise de 2008, atribuindo notações máximas a títulos que se baseavam em activos de elevado risco, mas têm evitado um ambiente regulatório mais restritivo e mesmo ganho algumas batalhas a nível judicial.

Em Maio, o Tribunal de Recurso norte-americano decidiu que estas empresas não são legalmente responsáveis pelos «ratings», uma vez que constituem «meramente opiniões», assim confirmando a tese das agências, que se consideram protegidas pela Primeira Emenda da Constituição.

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