quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ameaças mais diretas para o país passam pelo tráfico de drogas e armas e crime organizado




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 27 jul (Lusa) -- Cabo Verde tem como ameaças "mais diretas" relacionadas com a Defesa e Segurança do país o narcotráfico, tráfico de armas e crime organizado, admitiu hoje o conselheiro da Segurança Nacional do Governo cabo-verdiano.

Segundo Antero Matos, que apresentou hoje o documento "Conceito Estratégico de Defesa e Segurança Nacional", este é um documento "conceptual" que define a estratégia do Estado quanto à segurança e defesa do país.

"Com este documento, já existe uma orientação clara e direta para os diversos ministérios e setores que podem contribuir para o desenvolvimento nacional. A aplicação do plano será feita de forma coordenada, uma vez que visa estabelecer aspetos fundamentais da estratégia global adotada pelo Estado na consecução dos objetivos da política de segurança e defesa", sublinhou Antero Matos, citado pela agência Inforpress.

O documento apresentado aos parceiros de Cabo Verde contempla a perceção da situação nacional e internacional no quadro de referência de conflitualidade que a caracteriza, onde ganham relevância as ameaças mais perigosas e prováveis, identificando ainda o interesse e objetivos nacionais.

Neste processo, destacou, sem adiantar pormenores, a sociedade civil é chamada a desempenhar um papel de relevo na garantia da segurança e defesa.

Por seu lado, o ministro da Defesa cabo-verdiano, presente na cerimónia, garantiu que a área da Defesa e Segurança constitui uma das prioridades do Governo de Cabo Verde, uma vez que a localização geográfica do arquipélago assim o exige.

Jorge Tolentino adiantou ser "fundamental" ter presente que a segurança é um fator incontornável para o desenvolvimento, constituindo um "recurso estratégico".

"Torna-se essencial que continue a ser não apenas uma referência de estabilidade e normalidade institucional, mas, sobretudo, que a desenvolvamos como sociedade de paz", referiu.

Segundo Tolentino, basta pensar na localização geográfica que coloca o país numa "encruzilhada de tráfico mais diverso", assim como a sua natureza arquipelágica, que facilita o ilícito transnacional organizado.

"Tudo isso torna mais difícil um controlo do vasto território marítimo", frisou, lembrando, na mesma ordem de ideias, a lógica da proteção dos ecossistemas e recursos do arquipélago.

Para Tolentino, o documento é um instrumento essencial para pôr em ação a vontade política do Governo.

"Na crescente complexidade da sociedade, existe uma margem na existência e no funcionamento do Estado em relação à qual não podemos transigir, em que está incluído o dever de garantir aos representantes do poder de Estado condições de exercício das suas funções num contexto de liberdade", sustentou.

Todavia, ressalvou que deve ficar claro que o grau de tolerância é "zero" e que, por isso, internamente, há que elevar o nível de exigência e prontidão.

"O sentido de alerta tem de estar à altura do momento que vivemos. O essencial é que temos, hoje, umas forças armadas republicanas e plenamente servidoras do Estado de direito democrático e dos cidadãos", defendeu, admitindo, porém, que nenhum Estado pode garantir uma segurança "perfeita e absoluta".

*Foto em Lusa

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